O que o Acaso Traz escrita por b-beatrice


Capítulo 17
Força da Natureza


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Eu não sei se foi raiva do Edward, se foi o combinado de 2 capítulos por semana em troca de comentários ou se foi uma mistura dos dois, mas vocês se superaram!
O capítulo anterior foi um dos que teve mais comentários nessa fanfic! Parabéns para nós!
E um obrigada mais que especial à Tory Cullen pela primeira recomendação da fanfic! Amei, querida! Muito obrigada mesmo!
Seguindo a proposta, aí está o capítulo do fim de semana!
Boa leitura!



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Ponto de Vista – Edward

Assim que ela saiu e eu voltei a fechar a porta precisei de alguns segundos para colocar minha cabeça para digerir todos aqueles acontecimentos.

De início me senti completamente invadido.

Eu sabia que Anthony tinha uma babá que frequentava minha casa e tinha total acesso a ele. Tia Esme me falara bastante sobre a moça, fazendo mil e um elogios, me deixando completamente tranquilo e confiante que ela seria boa para o meu filho.

O próprio Anthony falava sobre ela todos os dias e em seus poucos comentários eu podia ver o quanto ele a adorava.

Eu estava bem com isso.

O que eu não estava bem era o fato dessa moça ser a mesma com quem eu vinha tendo alguns “encontros”.

Com o auxílio da lanterna do meu celular, fui checar Anthony. Ainda era cedo demais para ele estar dormindo, mas o encontrei completamente adormecido em sua cama, sob suas cobertinhas.

Sentei na cama ao seu lado e acariciei seu cabelo macio, tentando acordá-lo delicadamente.

– Ei, amigão. – fale sorrindo quando o vi piscando, sem muita vontade de ser desperto.

– Oi... – ele respondeu ainda parecendo um tanto desorientado.

– Eu só queria te avisar que estou aqui se você precisar de alguma coisa, tudo bem? – perguntei e recebi de volta um aceno com a cabeça, enquanto ele voltava a fechar seus olhinhos – Está tudo bem?

– Eu estava me sentindo estranho. Bella me fez um chá, mas eu estava cansado. Ela disse que ainda era cedo, mas se eu quisesse eu podia dormir. – ele respondeu ainda sonolento, mas pareceu despertar antes de continuar – Bella já foi?

Levei cerca de dois segundos para conectar que a babá Bella era a mesma pessoa que a Srta. Swan.

– Ela acabou de sair. – respondi o mais resumidamente que pude sem saber como explicar a situação toda.

– Oh... – ele pareceu triste.

– O que foi? – perguntei preocupado.

– Nada. – ele respondeu, mas era óbvio que havia alguma coisa.

– Vamos lá, amigão. – insisti – Você pode falar comigo.

– Eu esperava que ela pudesse dormir aqui. – ele falou e abaixou os olhos como se estivesse com vergonha – Por causa do tempo e tudo...

– Quem sabe outro dia? – respondi sentindo meu estômago afundar um pouco com a sensação de culpa.

Voltei a passar as mãos no cabelo de Anthony enquanto ele voltava a se ajeitar na cama. Como sempre, em poucos segundos ele dormia como uma pedra.

Deixei seu quarto e fui colocar meu casaco para lavar enquanto ainda tentava processar tudo o que vinha acontecendo, apesar de eu não saber nem ao menos por onde começar.

Ao chegar à área de serviço, no entanto, encontrei um blazer cor de rosa. O mesmo que ela estava vestindo mais cedo.

Foi quando percebi que tudo que ela tinha pra protegê-la contra o frio era sua pequena saia e camisa sociais. E, por minha culpa, ela estava à mercê da própria sorte enfrentando o frio e o caos da cidade.

Eu estava com raiva, mas o quer que ela tenha feito, eu provavelmente havia feito pior expulsando-a daquele jeito.

Tomei então minha decisão.

Chequei Anthony novamente e percebi que ele se mantinha exatamente da mesma forma que estava quando deixei o quarto.

Saí correndo do apartamento, carregando apenas o celular, as chaves e o casaco.

Precisei descer os mesmos sete lances de escada que eu havia subido pouco mais cedo, já que o elevador não estava funcionando, dada à falta de energia.

Apesar de estar completamente fechada, a portaria estava incrivelmente fria. Cheguei até o portão para sair, mas assim que cheguei aos degraus me dei conta de que as ruas estavam alagando.

Ainda assim segui em frente, sentindo a água fria chegar às minhas canelas e tomando cuidado para não tropeçar em algo que eu não conseguisse ver, já que a luz parca da lanterna do meu celular não era suficiente para iluminar muita coisa.

Olhei em volta várias vezes, mas aparentemente ninguém se arriscava a estar na rua naquele momento.

Meu coração estava acelerado pela correria e pelo desespero. A chuva ainda caía. De nada adiantaria continuar a ir atrás dela a pé, então pensei em voltar para pegar o carro e aproveitar enquanto o nível da água estava baixo.

Voltei correndo para dentro do prédio, quase tropeçando nas escadas quando olhei de frente para o banco de madeira que havia dentro da portaria.

– Jesus Cristo! – gritei sem saber se estava assustado ou aliviado.

Ali estava ela.

A imagem do desamparo.

Deitada de lado, completamente encolhida contra o frio, abraçada às suas pernas, parecendo mais jovem do que eu jamais a havia visto.

– O que você está fazendo? – ela perguntou me dirigindo o que era provavelmente o olhar mais frio que eu já havia recebido na vida.

– Eu vim te procurar. – respondi sentindo a tensão do momento – Eu sinto muito.

– Não. – ela falou teimosa – Você não se importa.

Senti uma chicotada interna recebendo minha própria frase contra mim.

– Por favor, Isabella. – eu estava prestes a implorar – Eu realmente sinto muito. Você poderia, por favor, aceitar voltar comigo para a minha casa e sair desse frio absurdo?

– Por que a mudança repentina? – ela perguntou sentando-se, mas mantendo sua posição encolhida, denunciando o frio que ela devia estar sentindo.

– Eu ainda estou com raiva, – admiti – mas fiquei ainda mais bravo comigo quando percebi o que eu tinha feito de expulsando daquele jeito. Eu não quero ser um monstro.

Houve um momento de silêncio.

Como ela não falou nada fui até ela e joguei meu casaco a sua volta. Ele estava molhado por conta da chuva, mas ela não o recusou.

– Eu tentei te contar. – ela falou parecendo magoada.

– Aparentemente, não tentou o suficiente. – rebati, apesar de não querer reiniciar uma briga naquele momento.

– Eu não sabia o que mais tentar. – ela teimou, mas fez uma breve pausa antes de continuar – Mas eu admito que eu não sabia ao certo se queria te contar.

Ri sem humor sentando ao lado dela e deixando minha cabeça pender para trás com o cansaço de um dia como aquele se acumular.

– Quão idiota eu vou ser se perguntar se você planejou isso tudo? – perguntei sem saber ao certo se eu queria a resposta para aquilo.

– Você já ultrapassou os limites da idiotice me expulsando de lá. – ela apontou e senti novamente a chicotada de sua língua afiada.

– Você planejou isso tudo? – perguntei finalmente querendo parar de dar voltas no assunto.

– Não. – ela respondeu de uma só vez – Eu já conhecia Anthony, eu já conhecia você e eu já conhecia Sue, mas eu jamais imaginaria que vocês três estivessem interligados assim. Você também nunca parou para me contar que você tinha um filho.

Travei ao ouvir sua acusação.

– Como você esperava que eu te contasse? – perguntei quase rindo só de imaginar aquilo acontecendo – Aliás, não havia porque contar. Não me faça parecer o canalha, nenhum de nós nunca parou para falar de assuntos pessoais.

– Era por isso que eu estava tentando te convencer a sair para conversar. – ela falou rolando os olhos – Eu meio que estava torcendo para você me contar que tinha um filho e então eu teria uma introdução ao assunto de eu ser a babá dele.

Apenas olhei para ela não conseguindo acreditar que ela realmente tinha isso como plano.

– Sério? – perguntei cético.

– Bom, parecia ser mais ou menos um bom plano antes. – ela falou dando de ombros.

– Eu ia acabar te contando que eu tenho um filho, você sabe. – comentei.

– Ia? – ela perguntou como quem não tinha muita certeza se poderia confiar e eu não podia culpá-la por isso.

– Você sabe que eu planejava sair com você hoje. – apontei – Eu já tinha combinado com minha tia que ela passaria a final da tarde e início da noite com o Anthony. Eu queria que a gente tivesse a oportunidade de descobrir se o que há entre nós realmente não passa de algo físico ou... Ou se poderia haver algo mais.

– Anthony estava animado sobre ir passar um tempo com a avó dele hoje. – ela comentou e percebi que ela tentou fugir um pouco do assunto anterior.

– Eu não teria porque te contar que eu tenho um filho se não fosse haver nada sério entre nós. – expliquei sabendo que ela havia ficado decepcionada por não ter estado em meus planos me abrir para ela tão cedo.

– Bom, parece que a força da natureza resolveu o assunto por nós dois, não é? – ela perguntou após um suspiro que me pareceu um tanto melancólico.

– Olha, eu sei que provavelmente ainda há mais um milhão de coisas a serem ditas. Nós dois provavelmente precisamos de um tempo com nossos próprios pensamentos para absorver tudo isso. Pelo menos eu preciso. Então, que tal se nós voltássemos para o apartamento onde Anthony está dormindo sozinho no escuro, aproveitássemos esse tempo lá e amanhã nós voltamos ao assunto eu-não-confio-em-você-e-você-não-confia-em-mim? – propus querendo tirá-la daquele lugar frio o mais rápido possível.

Sob a luz fraca do meu celular que já estava ficando sem bateria observei seu rosto relutar por um instante antes de finalmente aceitar.

Subimos os infinitos lances de escada em silêncio e assim permanecemos quando entramos em casa. Voltei a checar Anthony que ainda estava completamente adormecido.

Levei-a então para o meu quarto, onde peguei um conjunto de moletons e uma toalha para ela, agradecendo aos pela instalação gás dos chuveiros ser independente de eletricidade.

– Você devia tomar um banho quente. – falei lhe entregando as coisas e apontei para a porta que dava para meu banheiro, antes de perceber o quão estúpido o último gesto havia sido, já que ela provavelmente já conhecia a casa inteira.

Ela acenou positivamente e me devolveu meu casaco, que fui novamente colocar para lavar.

Retornei ao meu quarto e deixei a cama arrumada para ela enquanto ouvia os sons da água do chuveiro. Aproveitei então para pegar um travesseiro e alguns cobertores para eu dormir no sofá.

Não é porque eu ainda estava chateado e desconfiado que não tentaria compensar com algum cavalheirismo a merda que eu fizera mais cedo.

Peguei algumas roupas para mim mesmo e fui tomar banho no banheiro do corredor. Deixei a água quente cair sobre mim e aliviasse um pouco da tensão que eu estava sentindo.

Saber que Isabella estava agora mesmo no meu banheiro tendo a mesma sensação da água contra o corpo nu dela enquanto o escuro a envolvia, no entanto, não ajudou em nada no meu processo de relaxamento.

Abandonei a ideia, me enxuguei de qualquer maneira, me vesti rapidamente e fui para o sofá.

Eu estava arrumando os cobertores quando uma luz surgiu, me alertando da sua presença.

– Eu posso fazer isso. – ela comentou.

– Está tudo bem, gosto de arrumar do meu próprio jeito. – respondi terminando de ajeitar a borda direita e sentando logo em seguida – Você precisa de alguma coisa?

– Oh! – ela exclamou como se tivesse acabado de entender alguma coisa – Você não precisa sair da sua cama por minha causa.

– Está tudo bem. – respondi um tanto ofendido por ela ter ficado tão surpresa com minha tentativa de ser um cavalheiro – Além do mais, você não imagina como esse sofá é ótimo.

Houve um momento de silêncio e me dei conta de que sim, ela provavelmente sabia como ele era ótimo.

– Fica mais estranho a cada minuto, não é? – ela perguntou parecendo lamentar.

– Acho que nós vamos ter muito que conversar amanhã. – respondi.

Ela acenou com a cabeça e se virou para sair.

Eu já havia deitado e estava me cobrindo quando voltei a ouvir sua voz.

– Edward? – virei em sua direção, apesar de a ausência de luz não me permitir vê-la – Eu sei que eu te magoei e você tem realmente todo o direito de estar com raiva, mas eu não acho que eu teria sido capaz de ter feito diferente. Enfim, eu só queria admitir que eu não me arrependo porque, afinal, Anthony realmente me conquistou então eu não acho que eu trocaria isso. Você tem provavelmente o melhor filho do mundo. Boa noite.

– É uma pena e não poder dizer que ele puxou a mim. – respondi sentindo novamente a culpa e o remorso pelos meus atos – Boa noite, Isabella.

Ouvi seus passos se afastando e me afundei em pensamentos sobre tudo o que acontecera. Antes que eu percebesse, no entanto, troquei a escuridão da realidade pelo escuro do meu sono.


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Notas finais do capítulo

- alguém se arrisca a imaginar alguns tópicos dessa conversa que ficou para o dia seguinte?
— aliás, alguém se arrisca a imaginar como vai ser esse dia seguinte? não sei se vocês sabem, mas tem um pedacinho de gente nessa casa além do nosso casal...
.
Lembrem-se, só depende de vocês termos ou não capítulo no meio da semana! Comentem bastante e me inspirem!
Beijinhos!



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