The Name Is Stella Stilinski. escrita por buckyonce


Capítulo 3
III - Mate.


Notas iniciais do capítulo

GANHEI RECOMENDAÇÃO, AAAAA!
Muito obrigada, Nate River :3
Adorei os comentários e já estou respondendo todos.
Quero agradecer também á quem deu fav e á quem está acompanhando.
Espero que gostem do que trouxe para vocês.
Enjoy!



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Eu perdi total controle do meu corpo quando Derek me beijou.

Foi como um choque. Uma corrente elétrica passando pela ponta dos seus dedos, presos em minha cintura, e percorrendo todo meu ser, me fazendo passar meus braços ao redor do seu pescoço, arquear as costas procurando por contato e rodear minhas pernas em seu tórax.

Quando percebi o que estava realmente acontecendo – Terra para Stiles, alô? – já era tarde demais. Ou eu achava que era.

–- Você está tensa. – Derek murmurou em meu ouvido e, se eu tivesse um pênis, teria gozado com sua voz rouca. – Algum problema, amor?

Amor.

O epítome de tudo foi essa simples palavra.

Desvencilhei-me de Derek, meio relutante, e recuperei meu fôlego. Nem tinha percebido que faltava ar em meus pulmões. Virei-me de costas para ele e apoiei minhas mãos na pia molhada, pegando um pouco de água da torneira e jogando em meu rosto.

Suspirei e passei o meu antebraço no rosto para secá-lo e, quando me virei, ele ainda estava lá. Parado. Com poucos milímetros de distância de mim.

–- Precisamos conversar. – Foi a única coisa que consegui soltar e pareceu ter sido a coisa errada. Vi a carranca habitual de Derek voltar, os resquícios do selvagem e excitado lobisomem que eu havia acabado de beijar em uma memória bem distante.

–- Você vai terminar comigo, não é? – Eu esperava tudo, menos isso dele. Não vi raiva em seu olhar, apenas tristeza. Ele realmente achava que eu estava prestes à romper com ele. Ignorando minha razão, pus minhas mãos em seu rosto e o fiz olhar em meus olhos.

–- Não há nada de errado com você, Derek. O problema é comigo.

Isso pareceu chamar sua atenção, pois suas mãos cobriram as mãos e eu vi seu nariz começar à mexer, demostrando que estava farejando o local.

–- O que aconteceu com você? Está sentindo dor? Eu posso...

–- Não, eu não estou sentindo dor alguma. – Assegurei-lhe. – Fisicamente.

–- Stella, você sabe que detesto seus joguinhos mentais. Por favor, me diz o que está te afligindo. Talvez eu possa ajudar.

Enxergar a preocupação exposta nos olhos de Derek foi como se uma faca estivesse sendo enfiada em meu coração. No meu mundo normal, onde eu era homem, eu tinha uma quedinha do tamanho do Monte Everest pelo famoso lobo azedo.

Eu sabia que nunca teria chances com ele, então apenas me contentava com olhares, toques discretos, e suas visitas noturnas para pesquisas tendo como porta de entrada e saída a minha janela. Aquilo era doentio para com a minha pessoa, mas era o que eu podia ter e se o que eu conseguisse fosse somente uma carranca, rosnados e a imagem de Derek sentando na minha cama, lendo meus gibis, enquanto eu pesquisava como se pertencesse àquele lugar, eu teria sem reclamar.

Mas aqui estava ele, todo preocupado comigo. Me mimando. Me tocando. Me amando. Era como se fosse um sonho se tornando realidade e eu tinha medo de abrir os olhos e me deparar com a parede do meu quarto em vez dos orbes verde azuladas do lobisomem.

–- Não há nada com que possa me ajudar, Derek. Mas posso te explicar o que está acontecendo comigo. – Apontei para a mesa com minha cabeça e ele olhou pra mesma. – Podemos sentar?

*

Depois de quarenta e sete minutos explicando para Derek o que de fato aconteceu, eu já esperava qualquer reação dele. Minha mente já estava se preparando para os gritos e as ofensas ou então uma linda carranca azeda, entretanto ele conseguiu me surpreender mais uma vez quando pegou minha mão e começou à fazer círculos invisíveis com o polegar nas costas da mesma.

–- Então, você não é a minha Stella?

Minha Stella.

Senti minhas pernas tremerem por segundos até recuperar a minha postura de indiferente e responder-lhe.

–- É, parece que não. Desculpa, cara.

–- Não me chame de “cara”, eu não sou o Scott.

–- Você, definitivamente, não é o Scott. – Cruzei meus braços em cima dos meus seios, para tentar esconder meus mamilos que continuavam rijos, mas eu sabia que ele estava sentindo o cheiro de excitação que eu exalava das minhas partes íntimas. Céus, até eu estava quase conseguindo sentir o cheiro, mesmo já sentindo algo molhado entre as pernas. Maldita vagina com cérebro próprio.

Ele levantou-se e eu, sem querer, observei uma parte pequena da camisa que levantou e acabou mostrando o V de seu quadril bem delineado. Ok, se eu ainda não tinha gozado, essa era uma boa hora pra isso acontecer.

–- Espera um pouco. – Ele falou, com a mão na maçaneta da porta. – Se você não é a Stella, por que me beijou de volta?

“E o vencedor de perdedor do ano vai para... STILES STILINSKI!!!”

–- Eu quero saber por que me beijou, em primeiro lugar. – Rebati, comemorando mentalmente.

Ele revirou os olhos e sentou-se mais uma vez, puxando sua cadeira para mais perto da minha.

–- Você sabe o que é “mate”?

–- Não. Mas essa palavra não me é estranha, eu já ouvi em algum lugar.

–- Mate significa companheiro. Para um lobisomem, o mate significa sua alma gêmea. É a pessoa que foi feita especialmente para você. Ela te conforta e te confronta, te faz sorrir e chorar, te maltrata e te consola, tudo ao mesmo tempo. E, mesmo assim, você não consegue parar de amá-la. Mates são raros no mundo dos lobisomens. A pessoa que encontra um mate, muitas vezes, é venerado como um deus, como em alguns casos da Grécia Antiga e do Egito Antigo. O mate pode ser humano ou não, e muitas vezes, ele morre junto com o lobisomem que convivia. – Ele parou e seus olhos voltaram á focar nos meus, com mais intensidade. – Você é a única pessoa corajosa o suficiente para bater de frente com minhas decisões. Você já me salvou várias vezes da morte, e vice-versa. Você foi a única pessoa pra quem me abri e contei todos os meus segredos e sonhos. Você é a minha mate. A minha companheira. Para sempre.

O silêncio que se instalou depois disso não era nada estranho, era reconfortante. Derek continuou a massagear minhas mãos enquanto eu fechava os meus olhos e tentava absorver o que ele havia acabado de me contar. Eu era um mate. Um companheiro de um lobisomem, que no caso tinha o nome de Derek Hale, o mesmo cara que chocou minha cabeça contra o volante do meu Jeep.

“Por favor, Deus. Eu imploro. Que isso não seja um sonho, por favor. Eu não me importo mais de ficar, eu só não quero ter que descobrir que tudo o que ele me disse era mentira. Por favor.”

–- Stella, eu...

–- Acho melhor ir embora, Derek.

Se já ouviu falar da expressão “cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança”, parabéns. Essa era a exata expressão facial de Derek.

–- Você está me rejeitando. – Aquilo não foi uma pergunta e eu notei que precisava ser cauteloso com a minha resposta.

–- Isso não é uma rejeição. – Boa, Stilinski.

–- Mas também não é uma aceitação. – Ih, fodeu.

–- Eu preciso de tempo, ok? Para clarear a minha mente. Eu acabei de escutar que o cara que estou a fim gosta de mim, mas não é de “mim” realmente. Ele gosta de mim mulher, não de mim homem.

–- Mas essa é você. E eu aposto que não mudou nada, sendo homem ou mulher. Você continua sendo a Stella sarcástica, bocuda e teimosa por quem me apaixonei. A minha Stella.

E lá vem de novo ele e esse papo de “Minha Stella”.

–- Eu posso ser sua Stella aqui – apontei para meu coração – mas não sou sua Stella aqui – apontei para minha cabeça – e isso faz uma enorme diferença.

–- Então deixa eu te ajudar, ao menos. – Ele estava desesperado, já caminhando de um lado pro outro na pequena cozinha. – Eu posso ir atrás de algum feitiço ou poção, sei lá, só... É que eu não quero ficar longe de você. – Ele se ajoelhou na minha frente e seus olhos piscaram, molhados.

”Senhor, será que é pecado pedir que eu nunca mais volte ou acorde para o meu eu normal?”

–- Eu vou pedir para Scott te ligar todos os dias falando sobre como eu estou e você pode vir me vigiar à noite, como lobo. Mas, por favor, vá embora. Por favor, Derek. Não faz com que isso se torne mais difícil do que já está sendo.

Ele, finalmente, pareceu pegar o que eu havia dito e levantou-se do chão. Não levantei meu rosto até ouvir o clique da porta no trinco, indicando que ele havia ido embora. Olhei ao redor e, pela primeira vez, me senti num vazio mesmo estando em minha própria casa.

Subi as escadas, degrau por degrau, e quando cheguei em meu quarto, apenas me joguei na cama, tentando fazer com que o sono chegasse antes das minhas lágrimas.

*

SPECIAL POV

Derek

A floresta nunca havia estado tão escura quanto hoje. A lua crescente brilhava no céu e a reserva se tornava viva, com sons vindo por todo canto. Geralmente, eu nem ligava para isso, mas com os eventos de hoje, passo á prestar atenção nas corujas, morcegos e outros bichos noturnos que vivem ali.

Paro quando avisto a mansão (recém reformada) e volto ao normal, pegando um punhado de roupas minhas que havia posto em uma árvore perto de onde estava. Visto a calça e a camisa em poucos minutos e corro, descalço, em direção à minha casa.

Isaac está na varanda, com os fones de ouvido no máximo. Ele gosta de fazer isso quando Boyd e Erica estão sendo meio... barulhentos demais. Sento-me nos degraus em frente à casa e ele retira os fones, desligando o iPod em seguida.

–- Chegou cedo. Achei que fosse dormir com a Stella.

Eu havia tentando bloquear qualquer pensamento que tivesse Stella como tema no caminho de volta, mas eu sabia que, assim que pusesse os pés aqui, seria bombardeado de perguntas.

–- Ela não estava bem hoje e me pediu pra vir embora. – Eu sabia que aquilo era apenas uma meia verdade, por isso fiz questão de falar com um tom mais dramático pra encobrir a mentira existente.

–- Aconteceu alguma coisa com ela?

–- Mais ou menos. Não é da sua conta.

Ele mordeu os lábios, claramente apreensivo, e voltou a ligar os fones em um volume mais razoável. Soltei um suspiro ao ouvir a música que tocava no iPod de Isaac. Era uma das favoritas de Stella. Lembranças dela dançando no meio da sala da casa dela, vestindo apenas uma camisa minha grande demais para ela e shorts de ginástica, com uma vassoura na mão enquanto eu observava tudo da mesa da cozinha encheram minha mente e eu sabia que Isaac estava sentindo o odor de tristeza que eu exalava.

–- Derek. – Tomei um breve susto quando senti uma mão no meu ombro, mas era apenas o loiro que estava sentando ao meu lado. – Sabe que pode confiar em mim, não sabe?

Sim, eu sabia. Assim como Isaac havia confiado em mim quando dei-lhe a mordida, eu confiava nele e nas suas decisões. Era uma espécie de contrato com benefício mútuo. Por isso, não hesitei em contar toda a história que Stella havia me contado além do que havia acontecido na cozinha depois que expliquei sobre mates. Ele ouviu tudo, bem atento, e quando terminei, ele suspirou antes de falar.

–-Ela tem razão, Derek. Aquela não é a sua Stella, aquela é uma pessoa no corpo da Stella. Um cara. Eu não estou te julgando, mas você realmente achava que depois de despejar tudo aquilo sobre mates ela iria se jogar nos seus braços de novo? Tudo bem que o cara é a fim de você, na outra dimensão ou seja lá de onde ele vêm, mas isso é muita coisa para conseguir digerir. Se ponha no lugar dele. Como ficaria se acordasse no corpo de outra pessoa, de um sexo diferente, e descobrisse que, além de estar preso em outra dimensão, você é mate de um lobisomem?

–- Perdido. – Respondi e ele afirmou com a cabeça.

–- Exatamente. Dê tempo ao tempo, Derek, e conseguirá sua Stella de volta. Se não der certo... Bom, sempre existe o plano B.

–- Que plano B?

–- Fazê-la desejar tê-lo perto dela, ou seja, faça ela ou ele se apaixonar de novo por você.

–- Você está lendo muitos livros de romance. – Retruquei e ele revirou os olhos.

–- Os livros são seus.

–- Mas eu não leio.

–- Que seja, Derek. Só não força a barra, ok?

–- Tudo bem. Obrigado, Isaac. – Agradeci e ele sorriu e eu sabia que ele estava feliz por ter conseguido arrancar um “obrigado” de mim. Ouvi barulhos dentro da casa e o casal apareceu na porta, pedindo a chave do meu Camaro e dinheiro para comprar comida.

Neguei até que joguei o cartão de crédito e as chaves nas mãos de Erica e subi para meu quarto. Ao entrar, me deparei com uma foto grudada com fita adesiva na porta do lado de dentro. Éramos eu e Stella no dia do meu aniversário. Tinha chovido bastante esse dia e acabamos ficando aqui, em casa, comemorando à nossa maneira. Na foto, ela estava sorrindo para a câmera, com uma das mãos segurando uma xícara de chocolate quente, enquanto com a outra ela segurava o celular para conseguir tirar a foto. Eu estava bem atrás dela, a xícara cobrindo boa parte do meu rosto enquanto meu braço livre estava preso em seu pescoço.

Arranquei a foto e olhei para a legenda logo abaixo:

“Happy Birthday, Sourwolf! ♥”

E foi assim, olhando para o sorriso dela, que passei a noite em claro, pensando em como trazê-la de volta.


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Notas finais do capítulo

Chorando estou T-T
Os feels já começaram, nossa.
NÃO ME MATEM, PLEASE!
Eu, realmente, espero que tenham gostado.
Críticas são bem-vindas!
Amo vocês, beijos!