The Name Is Stella Stilinski. escrita por buckyonce


Capítulo 2
II - Shopping.


Notas iniciais do capítulo

UAU!
Vocês são uns amores!
14 faves em 1 capítulo?! NHAAAAAAAAAAAAAA



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No final, nem eu e Scott fomos para a escola. Fomos ao cabelereiro, como eu tinha dito, e acabei por só aparar as pontas. Não me leve à mal, mas é que eu sempre tive cabelo curto e tenho certa tara por mulheres de cabelos longos e seria hipocrisia cortar o meu, mesmo não sendo “meu” de verdade. Ah, vocês entenderam. Logo depois, fomos à clínica veterinária de Deaton para saber se havia alguma coisa – poção, feitiço ou algum processo que colocasse minha vida em risco, como sempre – que me ajudasse, mas o máximo que conseguimos foi um “Sinto muito” e a probabilidade de que eu estivesse trancafiado em outra dimensão, onde tudo era a mesma coisa, porém eu era uma mulher.

–- Outra dimensão? – Perguntou Scott, depois de Deaton ter explicado detalhadamente o que ele achava ser uma “transfusão mental”, o que era bem simples: é tipo uma transfusão de sangue, só que ocorre com meu cérebro e não com minhas hemoglobinas. – Tipo, como emTron?

Bati minha mão na testa e revirei os olhos.

–- Não acredito que com tantos filmes mostrando outras dimensões, você fala logo de Tron.

–- Qualé, o filme é bom! – Ele retruca. – Meio doido, mas é bom!

–- Eu não vou mais discutir com você...

–- Stella, você sabe muito bem que...

–- Gente! – Deaton fala, a voz um pouco mais alta que a nossa, e nos calamos na mesma hora. – Nada de briguinhas infantis no meu consultório, por favor. Stella...

–- Stiles! – Solto e ele suspira.

–- Stella. Você sabe que eu acredito em você, mas todo o cuidado é pouco. Seu pai não sabe que há um Stiles na sua mente, portanto, acho bom começar à agir como uma mulher ou ele vai começar a considerar te levar para um terapeuta de vez.

–- Mas eu não sou uma mulher! – Esbravejei, levantando da mesa pequena demais para duas pessoas como Scott e eu, e comecei à andar pela sala. – Eu não sei rir baixo, não sei boas maneiras, não sei como cruzar as pernas ou falar com doçura. Tudo que eu sei é ser sarcástico e o mínimo possível do “Manual dos Homens com H Maiúsculo”, então não tem como eu ser uma mulher de verdade se eu mal sei como ser um homem de verdade, e...

Fui interrompido por mãos nos meus ombros e olhos de cachorrinho me fitando. Scott me balançava um pouco e eu notei que estava sem respirar por algum tempo.

–- Stella, respire.

Fiz o que ele pediu e concentrei-me no som da sua respiração pesada. Deaton estava no canto da sala, estudando todo o momento com olhos clínicos, até que eu já respirava normalmente.

–- Valeu, Scott.

Ele sorriu e eu sorri junto. Por um minuto, esqueci de como minha vida tinha virado do avesso desde manhã e percebi que, mesmo com as mudanças, Scott estava ali. Do meu lado. Como o melhor amigo que eu poderia ter.

–- Acho que já sei o que fazer. – Deaton falou e meus pensamentos foram interrompidos por sua voz. Ele foi até a mesa dele, tirou uma agenda – QUEM USA AGENDAS EM PLENO SÉCULO VINTE E UM?! – e folheou algumas páginas até parar em uma.

–- O que está fazendo? – Perguntei enquanto ele discava do celular algum número.

–- Chamando a ajuda. – Ele falou. – Lydia, aqui é Deaton que está falando.

*

Não foi fácil convencer Scott à me deixar ir com Lydia e Allison. Primeiro, porque eu não queria. Segundo, porque ele não queria. Terceiro, porque nenhum dos dois queria. Querem mais razões?

–- Isso é mesmo necessário? – Perguntei, pela enésima vez, à Deaton. Estávamos do lado de fora da clínica. O sol não estava tão forte – fazia cerca de 27º graus – então não hesitei em tirar a camiseta quadriculada que havia vestido, amarrando-a na minha cintura e deixando à mostra minha camisa preta simples. Lydia estava ao meu lado, conversando com Allison sobre lojas que deveriam ir, enquanto um dos braços de Scott encontrava-se na cintura da mesma. – Quer dizer, eu posso pesquisar na internet, e tem revistas sobre isso...

–- Stella, a única maneira de você se familiarizar com o universo feminino é fazendo parte dele. E não há nada mais prático e objetivo que um grupo de garotas com que possa sair e interagir.

Bufei e olhei para as duas, que agora olhavam algo no celular de Lydia. Presumi ser algum ator super gato ou coelhinhos fofos pela cara que faziam, mas Scott não estava nem aí, ou seja, poderia ser o último.

–- Alguém já avisou ao Derek? – Lydia indagou e eu grunhi. Nos últimos 17 anos de minha vida, eu tive uma paixonite aguda por Lydia Martin, rainha da escola com seus cabelos loiro morango, mas agora que estava no corpo de uma mulher, era tão diferente. Minhas mãos não tremiam como antes e meu coração não estava descompassado, o que podia significar duas coisas: ou eu havia morrido ou eu não estava mais a fim dela, o que me assustava expressar mesmo sendo pela mente.

–- Por quê deveríamos avisar ao Derek? – Perguntei e um silêncio se instalou. Olhei no rosto de cada um e fiz minha melhor cara de interrogação, que não era muito diferente da minha normal. – Então?

–- Acho melhor deixarmos para explicar isso depois, Stella. – Deaton falou.

–- Depois quando? Sabem que eu detesto quando escondem algo sobre mim. – Meu olhar cruzou o de Scott e ele pôs a mão no queixo, talvez se lembrando do soco que dei no rosto dele aos 10 anos porque ele havia escondido meu boneco do Batman.

–- Assim que chegar do passeio, eu te digo. – Scott respondeu e não pude deixar de sentir-me um pouco mais aliviado. – Prometo.

Concordei com a cabeça e Allison se afastou de Scott, dizendo que estava na hora. Fiz um muxoxo de reprovação e, depois de ameaças contendo flechas, entrei no Jeep com elas se apertando no espaço da frente.

–- Shopping? – Indaguei e Lydia me olhou com uma cara de “Óbvio!”. Suspirei e dei a volta no estacionamento, dirigindo em direção ao local. Fingi não ver enquanto Allison mexia no som do carro e botava em uma rádio qualquer, mas não pude ignorar a música que começou à tocar. – Por favor, galera! Beyoncé? Sério?

–- Cala a boca e canta. – Lydia comandou, com uma jogada de cabelo, e gritando “Girls!”junto com Allison junto com a cantora. No fim da música, eu já acompanhava o refrão e me matava internamente por não conseguir parar.

Sorte a minha que havia uma maratona de músicas da Beyoncé na estação até minha viagem acabar.

*

Rosa, definitivamente, não é a minha cor.

Até porque não havia nenhuma graça em ver uma branquela com blusa rosa. Nenhuma graça.

Meus braços já não aguentavam mais as várias roupas que as duas meninas jogavam pra mim. Calças, blusas, vestidos, macacões. Até biquínis. Onde eu usaria um biquíni em Beacon Hills?

–- Dá uma volta, Stel. – Allison pediu e eu revirei os olhos, dando mais uma volta.

–- Eu não gostei.

–- Mas é um short tão lindo! E ele mostra suas pernas e dá valor às suas curvas. – Ela fez um pequeno bico.

–- Isso não adianta comigo, Allison. Talvez com o lerdo do Scott, mas não comigo.

Agora foi a vez de ela revirar os olhos e, quando estava prestes a retrucar minha observação sobre seu namorado, eis que surge Lydia com algo com muito pano e muito vermelho.

–- Taram! – Ela gesticula com a mão desocupada na direção do vestido e eu arqueio uma sobrancelha.

–- O que é isso? – Falo cada palavra como se estivesse falando com uma criança e Lydia me dá uma olhada mortal como se não gostasse da minha atitude.

–- Seu vestido de formatura, dã! – Ela joga a peça na minha direção e eu quase deixo cair. Quase. – Se esqueceu que a festa é daqui à duas semanas?

–- Na verdade eu me esqueci, sim. – Apontei um dedo pra minha cabeça e ela deu mais uma de suas jogadas infalíveis de cabelo. – Transfusão mental, lembra?

–- Sendo ou não mulher no seu cérebro, você é uma mulher de corpo. Uma mulher que está prestes a se formar no colégio e ir para a faculdade de Berkeley. Isso significa que, querendo ou não, você vai ao baile, vai vestir esse lindo vestido, vai se achar bonita, vai votar em mim para rainha do baile e pronto. – Ela cruzou os braços ao terminar e eu olhei para Allison, a fim de que ela me ajudasse, mas ela apenas deu de ombros e voltou ao “sexting” com Scott. Eca. – Agora, vá se vestir.

Voltei ao provador pisando duro. Despi-me da blusa florada demais que havia experimentado e do short que Allison havia gostado e até tirei os tênis. Olhei para meu corpo apenas de calcinha e sutiã no espelho a minha frente e peguei o vestido, vestindo de cima para baixo já que ele não possuía zíper. Quando terminei de vestir, saí do pequeno cubículo sem olhar para o vidro e tive a satisfação de ouvir Lydia Martin arfar e soltar um pequeno “uau” quando me viu.

–- Tá tão ruim assim? – Perguntei, com os olhos fechados.

–- Por quê não olha e nos diz? – Allison falou e eu abri um dos olhos.

O vestido era vermelho e longo. Não havia decotes nem nada aparecendo, apenas uma transparência na parte de trás das costas adornada por desenhos prateados. Minha pele esbranquiçada dava o fundo perfeito, fazendo parecer que tinham sido colados. Ele não tinha mangas, e meus braços descobertos davam um ar feminino para o resto.

–- Acho que está bom, né? – Sussurrei.

–- Bom? BOM?! Isso está fantástico! Você vai ganhar a minha coroa desse jeito. Devolva!

–- Lydia! – Allison a repreendeu e eu ri. Decidi verificar o preço e quase que meus olhos pularam do meu rosto.

–- 700 DOLÁRES?! – Gritei e pus a mão na boca. – Não. Eu não posso comprar isso. É inaceitável. Além do mais, eu nem sei se vou ao baile, afinal eu não tenho par.

–- Claro que tem. É o...

–- Ninguém! – Lydia calou a boca assim que Allison a repreendeu pela segunda vez e eu revirei os olhos. – Stella, por favor. Você só vai pro seu baile de formatura uma vez na vida. Com ou sem acompanhante, é um grande dia pra você.

–- Além do mais, você não vai sozinha. Scott já combinou com Jackson e todos nós vamos de limusine, como nos besteiróis americanos. Por favor, Stel. – Lydia começou a suplicar e eu suspirei, me olhando mais uma vez no espelho. Eu, com certeza, me pegaria se visse uma garota assim, não tem como negar.

–- Tudo bem. – Desisti e elas começaram a dar pulinhos no meio do corredor enquanto eu pensava em uma boa explicação ao meu pai pela enorme fatura que chegará ao final do mês.

*

De banho tomado, barriga cheia e laptop na mão, eu já estava pronto pra dormir. Consegui encontrar uma calça de moletom e vesti-a, junto com uma regata da BHPD e sem sutiã. Meu celular vibrou e era o meu pai, me desejando boa noite e cuidado. Fiz uma careta na parte do “cuidado” e desci pra fazer chocolate quente, porque estava com vontade.

Ao chegar na cozinha, solto um grito desesperado ao ver ninguém menos que Derek Hale sentado na minha mesa.

–- PORRA, DEREK! – Gritei e pus a mão no coração, sentindo a batida rápida. – QUER ME MATAR DO CORAÇÃO?

Ele apenas deu de ombros e rosnou, como sempre.

–- O que você quer? – Perguntei, indo em direção aos armários para achar o achocolatado.

–- Por quê não me ligou hoje?

–- Porque eu não preciso. – Rebati e agachei para poder pegar a chaleira. – E por que eu deveria te ligar?

–- Fiquei preocupado o dia todo. – Ele desviou o assunto. Típico. – Tive que falar com Lydia pra saber onde estava.

–- Eu passei o dia todo com ela hoje. Nem queira saber o motivo. Por que não ligou pro Scott?

–- Eu liguei. E ele não me disse nada, o que acabou me deixando ainda mais preocupado.

Virei-me para responder-lhe à altura, mas ele já estava ultrapassando demais minha bolha de espaço, encostando seu enorme e quente corpo contra o meu. Senti meus mamilos enrijecerem e xinguei mentalmente pela traição corporal. Ele parecia estar no mundo da lua, porque não parava de me encarar, mas com algo diferente no olhar... Era preocupação de verdade.

–- Você está bem, Derek?

–- Nunca mais faça isso. Eu quase fiquei louco sem saber notícias suas. Por favor, nunca mais. – Ele sussurrou a última parte no meu ouvido e um arrepio passou por todo meu corpo. Com medo da minha voz mostrar o quanto estava alterada, apenas assenti com a cabeça e ouvi ele soltar um ronronar que vinha do seu peito.

Eu nunca mais iria esquecer a imagem de Derek Hale ronronando pra mim.

Seu rosto afastou-se do meu pescoço e nossas respirações encontraram-se no meio do caminho. Uma de suas mãos segurou, delicadamente, meu rosto enquanto a outra ia em direção à curva de minhas costas e me segurava ali. Assustei-me com o contato de sua mão quente na minha pele fria do chuveiro e, num impulso, minhas mãos foram em direção aos seus bíceps. Seus perfeitos e musculosos bíceps. Cala a boca, Stella. É Stiles. Tanto faz, só cala a boca.

Não notei quando nossos lábios chocaram-se um com o outro, nem quando o aperto em minha cintura aumentou. Eu nem conseguia pensar direito. Tudo o que passava na minha cabeça era: Derek Hale estava me beijando!

E... Pior.

Eu estava beijando ele de volta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Talvez próxima semana poste de novo, depende de vocês :3
Amo vocês, bom final de semana