Dead Girls Never Say No escrita por Hikari Ouji


Capítulo 4
O início do pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Após ser surpreendida pela personalidade ameaçadora de André, Sharon é sequestrada e levada para o meio do nada onde se surpreende com as reais intenções daquele que começara a gostar. E para piorar o pesadelo, ele não está sozinho.



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Sharon sentia suas pernas fracas enquanto era forçada a andar ao lado de André pelos becos escuros do litoral. Pensou em gritar, mas tinha medo do ser furada com a faca que ele ameaçava cutucando-a nas costelas. Sua cabeça doía enquanto tentava entender pra onde ele estava levando-a, embora nem precisasse pensar o que ele queria.

– Entra no carro – disse André empurrando-a contra a porta de um carro preto modelo fiat siena ano 2012.

– Vai me levar pra onde? - perguntou segurando o choro enquanto olhava para um machucado avermelhado na testa dele – André por que está fazendo isso?

– Cala a porra da boca e entra na merda do carro! - disse abrindo a porta e lançando-a no banco do passageiro.

No mesmo estante, um carro da polícia parou e suspeitou das atitudes de André.

– Tá tudo bem aí? - disse um deles saindo da viatura.

– Sim. Seu policia – disse André fingindo cara de bom moço – Minha namorada andou bebendo muito e perdeu a compostura.

Sharon pensou em dizer alguma coisa, mas a faca com a ponta encostada na sua garganta a impediu.

– Tome cuidado por ai – disse o policial.

– Ok. Boa noite! - André sorriu e assim que os policiais dobraram a esquina, ele pegou uma corda no porta luvas e amarrou as mãos de Sharon.

– Não! Não precisa fazer isso! Eu faço o que você quiser – disse Sharon chorando.

– Cala a boca! – disse André apertando o nó mais forte e fazendo Sharon exclamar de dor – Facilite as coisas. Hoje temos negócios a fazer.

– Como assim!? Negócios? - Sharon cada vez mais ficava nervosa com aquele sequestro.

– Hoje você vai ser nossa atriz pornô – riu.

André a amordaçou e em seguida entrou no carro.

– Merda essas drogas fazem meus olhos arderem – reclamou olhando-se no retrovisor. Em seguida cutucou o olho com o dedo indicador e em um movimento de pinça com o polegar retirou a lente que usava. Depois fez o mesmo no outro olho e as guardou em um porta lentes – Vocês não podem ver um moreno de olhos verdes que já ficam pegando fogo né – riu olhando para Sharon. Seus olhos eram castanhos e mudava sua aparência - Agora seja um boa menina e fica quieta – disse passando a mão nas pernas dela e depois girou a chave para ligar o carro que saindo a toda velocidade pelas ruas vazias do bairro.

Sharon tentava soltar as amarras de seus punhos, mas estavam muito apertadas. Sem escolha, encostou a cabeça no banco e deixou as lágrimas rolarem. Só havia visto e ouvido falar de sequestros na televisão. Nunca havia sido roubada na vida e agora estava prestes a ser estuprada, sabe se lá por quem. O pior de tudo era pensar que talvez ela nem saísse com vida dali. Numa última tentativa de escapar, ela consegue afrouxar e num acesso de fúria desferiu um soco na cara de André, que perdeu o controle do carro e quase saiu da estrada.

– Sua piranha! Olha o que você fez – disse passando a mão no nariz e tirando o sangue.

– Socorro! Socorro! – gritou Sharon assim que tirou o pano de sua boca e em seguida começou a bater em André que se segurava para não bater nos carros que vinham na direção contrária.

– Para...com... isso... filha da puta! - berrou André num acesso de raiva junto com um soco que a fez bater com a cabeça na janela e perder a consciência.

Quando Sharon deu por si estava amarrada e amordaçada em uma cama. Tentou acostumar os olhos à escuridão, mas era difícil. Parecia estar trancada em um quarto em algum lugar distante da cidade. Por alguns momentos não escutou nada a não ser o barulho de grilos em algum lugar lá fora. Sharon tentou se soltar, mas as cordas estavam muito bem amarradas. Sua cabeça doía, seus punhos ardiam e se sentia fraca. Tinha que dar um jeito de sair dali de alguma forma, mas antes que pudesse fazer algo o som de gritos de alguma mulher em algum lugar a assustou. Ela não estava sozinha naquele lugar e também não era a única que havia sido sequestrada. De repente, o som de alguém subindo a escada a assustou e como única alternativa decidiu fingir que ainda estava dormindo.

– Ela é a próxima – disse uma voz que Sharon pode identificar que era André – Prepara as coisas depois pra gente acabar logo com isso.

– Claro. Mas deixa pra depois. Tô cansadão – disse uma voz que fez o coração de Sharon saltar no peito.

– Quer um viagra Robinho? O prazo pra gente entregar essas merdas é até depois de amanhã.

– Calma. Nada como um bom banho pra recarregar as energias – riu Robinho saindo do quarto com André e trancando-a em seguida.

Sharon desejava que tudo aquilo fosse um pesadelo que estava tendo. Estava tremendo dos pés a cabeça e tentava nervosamente desatar os nós. André estava mantendo-a em cárcere privado por algum motivo além de sexual. E para piorar Robinho, aquele se dizia amigo, era seu cúmplice.

– “Será que vão me matar? Vão me estuprar e me jogar em alguma vala por ai? Mas o que eles querem. Que droga é essa que eles têm que entregar? Será que estão fazendo tráfico de mulheres” - pensava enquanto se esforçava em vão para tentar escapar.

Trancada naquele quarto era impossível de se saber onde estava e que horas poderiam ser. A janela mais próxima estava trancada com tábuas e o próprio lugar tinha um odor de mofo. Vez ou outra era possível ouvir passos, risadas e som vindo de alguma televisão no andar de baixo. Mas durante as próximas horas, a única coisa que Sharon pode ouvir foi o som do seu próprio choro abafado pela mordaça de pano que lhe fora posta. Exausta acabou adormecendo e só foi acordar quando bruscamente sentiu o rosto ser estapeado.

– Acorda Vadia – era André com um cigarro de maconha no canto da boca – Não que eu me importe com você, mas também não quero que morra desidratada.

O quarto estava iluminado por uma luz amarelada que vinha da lâmpada suja no teto. André estava do lado de sua cama enquanto lhe retirava o pedaço de pano que colocou em sua boca e se assustou quando ela gritou por socorro, mas logo repreendida com um tapa no rosto.

– Olha aqui. Tá vendo esse machucado aqui na minha testa – disse apontando com o indicador – Isso foi por sua culpa. Eu estava começando a sentir algo por você, mas você é um pé no saco. Você é um porre. Então cala a merda da boca ou vou acabar com você igual a como fiz com aquele carinha que se meteu comigo lá no carnaval.

– O … o que você fez com ele? - perguntou com medo de saber a resposta.

– Pergunta pra ele quando o encontrar no céu... Ou no inferno – riu soltando uma baforada no rosto de Sharon - Agora abra a boca e bebe a água que te trouxe.

Sharon começou a chorar ao pensar que de fato iria ser morta e André impaciente, a segurou apertando seu rosto e a força a engolir a água.

– Para com essa choradeira e encare os fatos. Agora descanse bem que amanhã será um dia cheio!

André soltou outra baforada em direção ao teto e depois voltou a observá-la.

– Que desperdício – disse passando a mão em sua perna – É uma pena você acabar desse jeito. Odeio quando faço isso com garotas bonitas, mas fazer o quê? Negócios são negócios – riu.

– O que vocês vão fazer comigo? - perguntou Sharon com coração acelerado.

– Vamos fazer você ver estrelas. Você deve ser uma daquelas piranhas que adoram tirar selfies exibindo os peitos. Ou então é uma daquelas que saem vestidas iguais a umas prostitutas baratas. Ficam mostrando a bunda crente que tá deixando os homens excitados, ai depois quando é estuprada reclama, dizendo que não merecia. Que não era sua culpa. Eu conheço muito bem esse tipo.

– Por que está dizendo isso pra mim? Por que eu?

– Eu não sou religioso, mas isso é como um confessionário. Digo o que penso, já que nunca mais verei tua cara. E foi você, por que você bancou a santinha. A garotinha difícil. Olha o jeito que você tá vestida. Tá pedindo pra ser levada pro motel – riu André subindo a mão até as roupas intimas de Sharon, que já estava ás lágrimas novamente - Se eu pudesse transaria com você agora. Mas tenho que esperar o chefe terminar de arrumar o equipamento. Aquela piranha lá embaixo fez questão de quebrar a porra da filmadora.

– Vocês estão filmando? - Sharon se sentia cada vez mais assustada com aquilo, mas uma parte de seu cérebro parecia querer mantê-la sã sobre o que estava acontecendo. Mas quanto mais tentava encontrar uma maneira de fugir, e entender a situação, mais seus olhos iam fechando.

– Sim gata. Você sabia que existem pervertidos piores do que nós ai fora? Nós recebemos uma nota preta só pra filmar vocês. Fazemos de tudo. Sexo, tortura... E de vez em quando recebemos pedidos especiais – disse tirando o cigarro de maconha da boca com o indicador e o polegar.

Sharon sentia o quarto girar. Estava zonza e aquele cheiro no quarto lhe estava causando náuseas. Seus olhos estavam pesados e suspeitou que o gosto estranho que sentiu quando ingeriu a água não era sangue. Tinha certeza que tinha sido drogada.

– Você tem sorte de eu estar te contando essas coisas. Acredite ou não eu sou o mais tranquilo do grupo. Em compensação eu sou o mais gato – riu se olhando num espelho quebrado na parede – Mas não se preocupa não. Antes de você morrer eu vou fazer você ter o melhor sexo de sua vida.

Logo depois disso tudo escureceu e Sharon foi sugada por turbilhão escuro repleto de gargalhadas e rostos de André e Robinho e outros caras que nunca havia visto na vida. Estava assustada e morrendo de medo de ser morta e nunca mais ser encontrada. Ainda não entendia por que estava ali já que era totalmente o contrário das pessoas que André falou. Se ela fosse aquele tipo de garota até entenderia, mas ela era uma pessoa tão tranquila. Uma garota que tinha sonhos, que tinha uma vida pela frente e que só queria encontrar seu príncipe encantado. Mas no meio desse turbilhão de medo tinha uma voz fraca que parecia encorajá-la a manter a calma e consciência enquanto lhe dizia incansavelmente; Você tem que sobreviver.

... Continua ...

(^_^)v

by Hikari Ouji


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