Dead Girls Never Say No escrita por Hikari Ouji


Capítulo 3
Lobo em pele de Cordeiro


Notas iniciais do capítulo

Sharon se prepara para um possível encontro com o príncipe André, por quem começa a se sentir apaixonada, mas nem tudo sai como planejado.



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– Ué? Cadê os meninos – perguntou Suellen ajeitando as asas de fada que usava.

– Eles foram resolver umas coisas e disseram que vão nos encontrar lá – disse Rafael agarrando-a pela cintura – Tá fantasiada de quê? Fada?

– Por quê? Gostou? Hoje sou a Sininho, meu ladrão – disse Suellen beijando Rafael que usava a fantasia listrada de ladrão.

– Adorei minha fada, ou melhor, sa-fada – riu – Vambora? Cadê Sharon?

– Já vou.

Sharon por um momento desanimou por André não estar lá, mas a animação voltou quando pensou que o encontraria mais tarde. Assim ajeitou o vestido curto cor de chumbo, com rendas nas mangas e na barra. Na cintura tinha uma fita branca com um laço grande. Usava meias longas até o joelho e uma sapatilha preta. Nem sonhando iria colocar salto tão cedo. Por último uma tiara com um laço enfeitado de brilhantes completava a fantasia. Uma última olhada no espelho para ver a maquiagem, depois pegou a bolsa minúscula que só cabia o celular e cinquenta reais, e em seguida saiu para irem comemorar o carnaval.

– Uau! - disse Rafael – Tá muito bonita.

– Tá linda amiga. Mas é muito comportado pra mim. Prefiro sair toda pelada mesmo.

– Mas eu sou uma menina comportada – riu Sharon

A viagem até o litoral demorou por causa do trânsito. Pareciam que todos haviam combinado de irem para o mesmo lugar. Quando chegaram próximo ao local do evento, Suellen e Sharon saíram do carro e foram se divertiam em um quiosque, enquanto que Rafael foi deixar o carro na casa de Robinho e as encontraria depois. Sharon não era o tipo de pessoa que gostava muito de grandes aglomerações, tinha que se distrair se não ficava sufocada. Além disso, o abuso de alguns homens era nojento. Por duas vezes sentiu passarem a mão em suas nádegas e na terceira o rosto de um folião ficou vermelha com um tapa que ela lhe acertou. Quando ela sentiu novamente que alguém estava muito próximo, se preparou para dar um soco quando viu que aquele rosto era conhecido.

– André!

– E ai gata – disse próximo o suficiente para sentir o cheiro de álcool em seu hálito.

– Então tá vestido de príncipe?

– Eu te disse que sou seu príncipe né – riu com seu jeito canalha de ser.

– Mas um príncipe sem coroa? - perguntou Sharon passando a mão em sua cabeça.

– É por que eu não sou um príncipe exemplar – riu piscando o olho.

Mais tarde, a tarde ensolarada foi dando espaço para algumas nuvens, mas o povo nem ligava para isso. As ruas continuavam cheias como se o mundo fosse acabar no dia seguinte. Sharon já estava exausta, totalmente o contrário da amiga que estava animadíssima. 90% das pessoas ali estavam á base de álcool. Pulavam, dançavam, gritavam, aproveitavam o dia para se divertirem ao extremo e a “beijação” estava solta. Provavelmente quando acabasse o carnaval nem se lembrariam quem tinham beijado.

– Mô, toma uma cerveja comigo – disse André pra Sharon.

– Mô? Perdeu o juízo – riu Sharon – Não obrigada. Nesse carnaval eu não vou beber.

– Por quê? - insistiu sentando ao seu lado na calçada e bebendo o líquido da latinha.

– Ano passado passei dos limites e fiquei mal a semana toda.

– Deve ter sido uma festa boa – riu André passando a mão no rosto dela.

– Tirando isso foi bom – disse cedendo ao carinho

– E onde estava seu namorado?

– Estávamos brigados. Aquele idiota.

– Mas nesse carnaval você não vai ficar sozinha.

Sharon sorriu, mas não era esse André que ela queria. Ela queria aquele André da noite anterior. Aquele que estava dentro do carro e parecia ser engraçado, tranquilo e parecia interessado em Sharon. Diferente desse André que quando bebia se tornava um homem que só queria saciar seus desejos. André novamente se aproximou e beijou seu rosto. Sua mão agarrou-a pela cintura, enquanto beijava-lhe o pescoço. Sharon não sabia se relutaria ou cedia aos encantos do príncipe. Sua boca tocando sua pele lhe produzia arrepios e fazia seu coração disparar.

– Para André – pedia tentando escapar da sedução.

– Eu sei que você está gostando.

– Eu não quero desse jeito.

– Ah é. Considera isso então como nossas preliminares.

– Com quantas garotas você já fez isso? - disse segurando um gemido.

– Com nenhuma que valesse a pena – disse ele mordendo o lóbulo da orelha de Sharon.

“Droga esse cara sabe como excitar uma garota” pensava Sharon se controlando para não enlouquecer, mas dessa vez ela se levou deixar pela tentação e no momento seguinte suas bocas se encontraram. Sharon sentiu os lábios de André, que de fato eram macios, tocarem os seus e deixavam o gosto de quero mais. Mas tudo parou quando Sharon sentiu as mãos de André subindo por sua perna e coxa. Estava indo rápido de mais, então ela se levantou e foi em direção á amiga que estava voltando de algum lugar com Rafael.

– Tá tudo bem com você Sharon, parece assustada? - perguntou Suellen enquanto o namorado dela dava uma cerveja à André.

– Sim. Tô bem – mentiu.

Cada vez mais a suspeita de que André queria somente uma noite de sexo aumentava. Toda hora ele tentava agarrá-la e tentar beijá-la. Por duas vezes quis agarrá-la contra um carro enquanto se esfregava em seu corpo. Sharon já sentia nojo daquilo. Ele estava passando dos limites. Estava bêbado de mais.

– Porra gata – disse num acesso de fúria – Você é muito difícil! Qual o seu problema?

Sharon se assustou com a explosão de André e se afastou quando ele tentou agarrá-la pelo punho. Por sorte um rapaz se meteu entre os dois e enfrentou André;

– Eu que pergunto qual o seu problema – disse o rapaz sem camisa com uma garrafa de vodka na mão – Isso lá e jeito de tratar mulher! Se põe no seu lugar babacão.

André olhou nos fundos dos olhos do rapaz e enfrentou de volta. A bebida já tinha tomado conta de sua cabeça.

– Quem é você seu merda. Cai fora da minha frente ou te meto a porrada.

– Ah é? Então vem na mão. Vem – disse o desconhecido em posição de briga.

No minuto seguinte André e o rapaz já estavam aos socos e chutes. Sharon foi puxada por Suellen para se afastar da confusão enquanto que Rafael tentava apartar a briga.

– O que aconteceu? Eu nem vi – perguntou Suellen dando uma garrafa d'água à Sharon.

– O André gritou comigo e aquele rapaz foi tirar satisfações com ele.

– Mas por que ele fez isso?

– Suellen, ele estava passando dos limites. Nós nos beijamos, mas ele quer mais. Toda hora ele fica me alisando.

– Esses amigos do Rafael. Tenho nojo deles. Quer ir embora?

– Não. Não quero acabar com o carnaval de vocês. A gente vai embora mais tarde mesmo, eu espero – disse ajeitando a faixa na cintura e a tiara na cabeça.

– Tem certeza? - perguntou Suellen – Ah lá vem o Rafael. Cadê o teu amigo encrenqueiro?

– Ele saiu puto da vida por ai. O cara também foi embora. Depois ele aparece.

Sharon respirou fundo e tentou se divertir com os amigos, mas o jeito que André agiu com ela não saia da cabeça. E agora tinha medo dele aparecer e querer pegá-la a força. Nem percebeu quando uma ambulância passou por entre eles de tão assustada que estava.

A noite já havia chegado e a festa continuava. Aquilo não ia acabar tão cedo. Suellen e Rafael andavam na frente comemorando e mais atrás ia Sharon que tentava aguentar firme a dor que sentia nos pés. Exausta parou no meio da rua pra tirar a sapatilha e por um segundo se perdeu dos amigos. Com o coração na garganta ela correu mais a frente, mas mesmo assim não encontrou por eles. Chegou a subir em um banco da praça para ver se os achavam, mas de fato estava perdida.

– “Jura que aqui não tem sinal?” - pensou consigo mesma quando a ligação do celular para Suellen não completou.

Sem escolha começou a andar pelas ruas por onde passou para ver se os via ou o sinal voltasse, até que chegou a um ponto da rua que já estava ficando deserto. Assustada voltou com passos apressados até que em uma esquina uma mão a agarrou e a puxou para um beco onde a pressionou contra a parede.

– Então a freira se perdeu dos amiguinhos? - disse em tom de deboche.

Sharon se assustou quando um carro passou e os faróis iluminaram aquele par de olhos verdes que conhecia. Era André e parecia furioso.

– André? O que você quer? Me deixa em paz.

– Cala boca piranha. Eu sei que você tá doida pra transar – disse passando a mão por entre as pernas da garota – E eu tô morrendo de tesão por você.

Sharon em um reflexo consegue dar um chute entre as pernas de André e correr pelo beco escuro gritando por socorro, mas antes que ela pudesse alcançar a rua, André a agarra pelos cabelos e tampa a boca dela com a mão.

– Olha aqui sua filha da puta – sussurrou no ouvido – É melhor você ficar quietinha se não as coisas vão piorar pra você.

– Socorro! - Sharon tentou gritar mais uma vez, mas as palavras saíram abafadas e com o som alto na praça ninguém ia ouvi-la.

– Eu disse pra calar a boca vagabunda – disse pressionando a garganta da garota com sua mão direita – Eu disse que você ia ser minha.

...Continua...

(^_^)v

By Hikari Ouji


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