A Fronteira Final escrita por Queen B


Capítulo 1
Capítulo 1 - Tyler


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu me arriscando em uma fanfic! Bem, eu estou animada e receosa, tem algum tempinho que planejo postar essa história sobre um tema tão querido.A capa é provisória e por enquanto, como cada capítulo será narrado por apenas um personagem, as capas irão estampá-los.Bom, é isso...Boa leitura!



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O som irritante do meu despertador toca e logo alcança meus ouvidos enviando uma mensagem clara em forma de bip: acorde! Com muito custo atendo ao chamado da máquina e desperto. Antes mesmo de fazer qualquer coisa, cesso aquele barulhinho irritante. Pronto, agora sim posso sair da minha cama, por mais quentinha que estivesse.

– Bom dia senhor Kirk! – uma voz estridente me saúda. Só então me toco que não estou mais no meu quarto e sim no apartamento do meu pai e aquela voz feminina era na verdade uma inteligência artificial que era uma espécie de mordomo.

– Hm...Bom dia Cortana! – devolvo o comprimento, ainda não estou totalmente acordado. Esfrego meus olhos até me acostumar com a luminosidade, mesmo assim meu corpo não está disperto o que me faz questionar quantas horas são, nove horas é cedo demais para mim. – Cortana, que horas são?

– Seis horas da manhã, senhor! – ela responde com tanta animação que desconfio que ela acha graça dos resmungos que solto depois de receber a resposta.Claro, porque inteligências artificiais mais antigas como Cortana possuem como hobby tripudiar de garotos inocentes como eu.

– Fala sério! Você sabe que eu não suporto acordar cedo e seis horas da manhã é praticamente de madrugada para mim, o Sol nem deve ter nascido!

– Desculpe senhor Kirk, seu pai ontem programou o despertador para essa hora do dia...

– Esqueça, agora já estou acordado mesmo, o jeito é tomar banho! E pare de me chamar de senhor Kirk, é Tyler. – odeio esse tratamento formal, só não odeio mais que acordar cedo.

Cato algumas roupas no armário e me dirijo ao banheiro pensando o que meu pai tem a ver com tudo isso. Ok, me encontro em sua casa, mas mesmo assim isso não justifica programar um despertador exclusivamente para mim. Tudo ficaria claro se eu me lembrasse do que aconteceu ontem a noite, mas simplesmente não consigo tudo parece um grande borrão preto e eu só posso estar com Alzheimer ou coisa do tipo. Até hoje só consigo me lembrar de alguns fatos que ocorreram durante a semana, nada muito importante como: saída do reformatório e alguns drinks em um bar qualquer.

Termino o banho e visto as roupas que peguei, são velhas para ficar em casa e relaxar no sofá assistindo a um programa qualquer. Totalmente confortáveis, leves e largas. Logo que saio do banheiro, um cheiro maravilhoso me atingi, ovos sendo fritos juntamente com bacons e para finalizar um suco de frutas sendo preparado. O odor é tão convidativo que não me resta escolha se não me dirigir para a cozinha correndo.

Lá me sento em um dos grandes bancos que rodeiam a ilha no centro da grande e equipada cozinha. Ela está cheia de equipamentos e utensílios tecnológicos que eu nem me atrevo a mexer, apenas deixou as máquinas realizarem seu trabalho. Meu último contato com tecnologia não foi nada bom. Há alguns anos eu fugi com uma pequena nave pelo interior do estado de Iowa, não parecia ser difícil manter a nave em pé e dirigi-la e tenho que confessar – que modéstia a parte – me sai muito bem no começo, parecia que pilotar estava nas minhas veias, porém as coisas começaram a complicar quando alguns patrulheiros me mandaram parar por excesso de velocidade e uso de veiculo não permitido em rodovias, o resto é história.

– Senhor Tyler? – Cortana me chama o que me faz dar um pequeno salto da cadeira. – Já lhe chamei diversas vezes, está com algum problema auditivo?

– Não e pare de me chamar de senhor! Apenas Tyler!

– Tyler, você não iria a escola hoje? – ela disse de um jeito mais informal, mas eu quase não ligo já que ela diz a palavra escola.

– Escola, que escola?

– Seu pai pediu, na realidade ordenou que você fosse para a escola hoje. – isso só podia ser uma grande brincadeira, afinal inteligências artificiais fazem brincadeiras o tempo todo e essa só é mais uma delas. Resmungo mais algumas coisas de sobre isso ser sério ou não, na tentativa de provar para mim mesmo que não tenho que ir para escola, não quando acabo de sair do reformatório. – Não é uma brincadeira, seu pai lhe disse isso ontem no jantar.

Minha mente finalmente decide funcionar e eu me lembro da noite passada. Ouço claramente a voz do Comandante Kirk dizendo “Amanhã você irá para escola da Frota Estrelar para conhecê-la, por mais que seja o último dia letivo do ano servirá para que você se habitue a escola que irá enfrentar no próximo ano, Tyler isso é uma ordem”.

Meu pai sabe que para lidar comigo é necessário pulso firme, boa parte disso tudo por minha causa, mas ele também tem sua parcela de culpa. A história seria outra se meu pai fosse mais presente, mesmo sendo o Comandante da U.S.S. Enterprise – um dos cargos mais altos de toda a Frota Estrelar – não justificava suas ausências nos dias de folga. Eu vivi minha vida inteira no interior com minha tia avó esperando e contando os dias para rever meu pai.

Contudo, as visitas eram raras. Minha tia avó dizia que a perda de minha mãe era algo complicado para ele principalmente quando o filho havia puxado muito dos traços de minha mãe, já que segundo ela eu havia puxado demasiadamente seu rosto e trejeitos. Bem essa é minha vida e esse sou eu, um garoto de dezessete anos sem pai nem mãe que já foi duas vezes para o reformatório.

Eu termino o café e vou me aprontar, colocando roupas mais apresentáveis. Se meu pai acha que vai me endireitar só porque estou prestes a entrar na escola da Frota Estrelar ele está muito enganado. Não vou perder minha sede por desafios, empreitadas impossíveis e ter que ficar obedecendo a ordens, possuir adrenalina nas veias é algo excitante que eu não estou disposto a abrir mão.

– Tyler, há uma pessoa te esperando na portaria. Ele se diz seu amigo e irá levá-lo para escola.

Essa afirmação me deixa surpresa e com certeza é estranho, amigo? Cheguei aqui ontem e já fiz fiz amigos? Espero que seja uma boa companhia para beber. Não me lembro de ter pedido a ajuda a ninguém – mesmo não sabendo onde fica a escola – é melhor descer e ver quem se trata, vai que meu pai contratou um motorista para mim.

– Ora, ora, se não é Tyler J. Kirk ou devo te chamar de TJ? – ele brinca logo que chego na portaria. Fico ainda mais surpreso com o dono da voz: Henry, ou melhor, Hank McCoy, um velho amigo que eu não vejo há muito tempo.

– Hank, o que você tá fazendo aqui, cara? – questiono – E dirigindo um carro desses!

Não deixo de ficar surpreso com a máquina que ele está dirigindo, poderia ser um modelo antigo que não se encontra mais nas ruas, mas com certeza não perdeu seu charme. Há quase cinco anos esse era o carro mais desejado do momento, todos queriam ter esse carro e agora ele simplesmente sumiu, me sinto com uma criança ao olhar para esse conversível ao vivo.

– Vim te buscar, seu pai me ligou ontem à noite pedindo para te apresentar a escola.

– Isso com certeza inclui ser minha babá também.

– Você vai ser sempre assim? Seu pai devia me pagar por ter que aturar um engraçadinho feito você! – ele diz e logo suspira desanimado e mal-humorado ao mesmo tempo, típico dos McCoys. – Vamos logo entre aí, serviço completo de babá do filho do papai também inclui chegar no horário.

– Não enche, McCoy!

Simplesmente não penso em mais nada no caminho e quando chego à escola. Em todos os horários eu fiquei em uma espécie de animação suspensa tentando fugir do gigantesco tédio – não foi uma tarefa muito fácil, nem mesmo as alunas conseguiram me animar – mas agora eu estava no auditório vendo as turmas mais novas apresentarem trabalhos. E mais uma vez minha atenção está voltada para as garotas, elas realmente conseguiam deixar a história da Frota Estelar – tema do trabalho – muito mais interessante. Pelo menos meu último ano escolar teria algum divertimento...

– Achou alguma coisa interessante, no palco? – Hank pergunta enfaticamente com uma das sobrancelhas erguidas.

– Sim, muitas coisas.

– Ok, só tira o olho da minha irmã, ela não é pra caras como você.

Henry é irmão de Ellie, ambos filhos de Leonard McCoy e Natalie Cliff. Há alguns anos eles vivem sem mãe e acredito que isso nos torna mais próximos, por compartilharmos a mesma dor, a única diferença é que eu nunca cheguei a conhecer minha mãe. Eu ainda era um bebê quando ela morreu em uma missão no espaço, uma missão liderada por meu pai na Enterprise. Ele ainda carrega essa culpa e por isso sempre tenta me distanciar de sua vida no espaço.

Já faz um tempo que não vejo Ellie. Da última vez que a vi, ela era uma garotinha irritante de doze anos que vivia atrás de mim e do irmão pronta para estragar qualquer coisa que nós fizéssemos. Hoje ela deve ter uns dezesseis anos e sua aparência deve estar próxima de sua mãe falecida, diferente de Hank que tem cabelos cor de areia, Ellie é loira.

– Bem, esqueci de te avisar. Hoje nós vamos comemorar o aniversário da Ellie, quer ir?

– Adoro festinha de criança... – ironizo com desdém.

– A Ellie cresceu, as coisas mudaram enquanto você esteve fora. Além do mais vai ser em um bar...

– Se você me der carona eu vou com muito prazer. Festa, bebida e sem Comandante Kirk no meu pé...Isso é que é vida!

Percebo logo em seguida que o clima fica pesado. Falar de pais nunca foi um assunto fácil. Henry tem uma ótima relação com Leo, assim como sua irmã, os três sempre estão juntos, unidos. O oposto da minha história com meu pai e por isso Hank está sempre tentando me fazer com que eu olhe pelo lado do Comandante Kirk, eu nunca consigo, nem quero. O simples fato de pensar em perdoar meu pai por todos esses anos de ausência está fora de cogitação.

No palco, um grupo acaba de finalizar a apresentação. Pelo que me parece o tema parece ser o mesmo para todos: as expedições no espaço, principalmente as feitas pela U.S.S. Enterprise. Presto atenção nos componentes do grupo e um sorriso me chama a atenção.

Só podia ser Ellie. Mesmo bastante mudada com todos esses anos ainda é possível reconhecê-la por conta do largo sorriso no rosto que parecia iluminar até a mais fria e opaca alma. Os traços de menina ainda estavam nela, mas começavam a dar lugar a de uma mulher em formação, eu mal posso acreditar que aquela garotinha chata está se tornando uma linda mulher.

– Bom crianças, continuem sentados e em silêncio, só falta mais uma apresentação – a minha primeira reação é relaxar na cadeira estofada e espero ser acompanhado por Hank e os demais alunos, para minha surpresa todos fazem exatamente o contrário, se endireitam na carteira com a postura mais ereta possível e esperam a próxima apresentação atentos, como se já soubessem o que está por vir. – Senhorita Lea, está pronta?

– Estou, quando a senhora desejar.

– Agora então.

– Está bem – a voz responde enquanto caminha para o centro do palco onde o projetor já começou a passar algumas imagens, ilustrações e textos. – Primeiramente bom dia a todos, eu irei falar sobre a nave mais importante de nossa frota, a U.S.S. Enterprise e os avanços tecnológicos que suas missões promoveram, na só para a frota e sim para o bem estar de todas as galáxias.

– Ela não é demais? – McCoy diz ao meu lado enquanto observa a garota mostrar seu trabalho através dos hologramas. Na realidade, ela não possui nada demais, nem mesmo suas roupas chamam a atenção – felizmente o colégio não exigia uniforme pelo menos não até o termino do ensino médio –, fora a forma impecável que se encontravam os trajes. Sua pele é bronzeada e seus cabelos são de um castanho tão escuro que chega a parecer preto e se encontram perfeitamente alinhados, desde as pontas até a franja na testa.

– Acho que alguém está apaixonado...

– Não é nada disso! Eu só fico admirado com ela consegue ser uma das mente mais inteligentes que eu conheço e só tem dezesseis anos, porém fora isso, ela é totalmente repugnante.

– Por quê?

– Porque ela é um cubo de gelo, mesmo quando ela não tenta ser, ela é um.

Não entendo a frase e prefiro ignorar, parando de falar com meu amigo. Ao prestar atenção na apresentação começo a entender o porquê daquela admiração de Henry pela garota. Assim como suas roupas e seu cabelo, o porte e até seu trabalho é irretocável. A explicação é totalmente clara e eu nem comento sobre os hologramas que são passados ao fundo pelo projetor.

– No setor de engenharia, um dos principais avanços e mais notáveis sem dúvida é o teletransporte através da dobra, realizado pelo renomado engenheiro da Frota Estelar Montgomery Scott.

– É claro que você sabe mais a respeito, não é Senhorita Lea? – a professora na primeira fileira pergunta, sua voz é dura e severa e ao mesmo tempo irritante, mesmo assim faria qualquer um tremer na base, contudo a garota de franja não perde a postura e permanece rígida e inabalável como se fosse um soldado recebendo ordens.

– Sim, a senhora deseja ouvi-la?

– Claro que sim, que pergunta é essa Senhorita Lea?

– Perdão Senhora Baker, eu não consegui compreender sua mensagem.

– Apenas prossiga Senhorita Lea!

– Essa menina é normal? Parece que ela senti a necessidade receber a aprovação da professora. – digo ignorando a aluna e a educadora lá na frente.

– Não, ela não é normal e eu daria tudo para vê-la se libertando dessa casca.

Simplesmente não consigo compreender mais nada. Hank diz coisas sobre cascas e cubos de gelo que não fazem nenhum sentido, nem mesmo aquela menina no meio do palco faz, a única coisa que faz sentido é: ela é estranha. Agradeço mentalmente quando o sinal toca indicando o final da aula e saio animado como a maioria dos alunos, agora é só aproveitar a folga.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da história, do TJ e do Hank! Me contem! Quero saber se preciso melhorar, se ficou ruim, se ficou bom! Amaria saber a opinião de vocês sobre essa fic!PS: O que acham de um Tumblr para que vocês conheçam melhor os personagens?? Tem muito ainda por vir! Muitos personagens filhos e parentes de gente conhecida, até mais!!