Descobrindo o Amor escrita por bia


Capítulo 4
Minha verdade




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/59377/chapter/4

Christian PDV
- Bom dia mãezinha! Ajuda-me a escolher a roupa perfeita para a escola hoje? – Mamãe foi me acordar e pedi a sua ajuda.
Ela abriu a cortina, a luz invadiu o quarto e senti uma alegria.
- Esta pedindo minha opinião para escolher uma roupa? O que aconteceu com o seu maravilhoso senso de moda? – perguntou ela, me lembrei do que falei um dia para ela quando deu um palpite sobre minha roupa.
- Você que escolhe minhas melhores roupas. – eu disse, ela me olhou pelo canto do olho, desconfiada.
- Quem é a garota? – não tem jeito, mamãe não deixa passar nada.
- Ai mãe, Emily é tão perfeita, fui a casa dela ontem, estudar geometria.
- Seja quem for se fizer meu filho estudar geometria sempre, eu apoio. – disse ela rindo, por algum motivo eu fiquei alegre, depois que eu cresci mamãe nunca mais rio de alguma coisa minha. – Que bom que você esta mudando, vocês estão namorando?
- Ela não gosta de mim. - eu disse olhando para baixo, mamãe colocou os dedos debaixo do meu queixo e ergueu minha cabeça.
- Desculpe filho, mas você tem uma péssima imagem. Se vocês estudaram geometria ela não deve ser igual às outras garotas que você saiu, ela deve ser diferente, então a trate diferente. Se você esta mesmo amando sabe o que fazer, deixe seu coração falar por você filho. – não tinha como não comover, depois que o tempo passou e eu fui fazendo tudo que fiz, mamãe nunca mais teve uma conversa assim comigo. Era diferente, como companheiros, agora ela esta sendo realmente amiga.
- Eu te amo mãe.
- Eu também te amo filho, estou gostando de ter você de volta. Agora venha, vou te ajudar com a roupa. – disse ela me puxando pela mão, para o closet. – Vamos mostrar a essa Emily como um MacCartney realmente é.

Emily PDV
- Emily, acorde filha. – Abri meus olhos lentamente, a luz me cegava após uma longa noite de sono.
Levantei da cama, fui escovar os dentes. Não tirava Christian da cabeça. Ele disse que nos veríamos hoje na escola, mas duvido que ele vira falar comigo. Mesmo assim eu tenho que ir bonita (como se isso fosse possível). Ontem percebi que ele é diferente, mas porque será que insiste a brincar com meus sentimentos?
- Mãe, se importaria de ir comprar comigo uma calça jeans? – perguntei, mamãe estava sentada na minha cama, me esperando.
Depois que Bruno cresceu, ela fica sempre comigo, agora eu era seu bebê.
- Você gosta de calça Jeans? – perguntou ela.
- Gosto mãe, mas você não compra por isso eu não tenho.
- Meu amor, não compro porque você nunca pediu. Agora que você me falou iremos comprar todas que quiser.
Minha mãe tem uma qualidade indiscutível: é compreensiva. Não preciso explicar ou insistir, só preciso dizer para ela me entender.
- Obrigada. – eu disse com um sorriso no rosto.
- Se você quiser pode pegar uma minha, hoje esta meio frio e você não tem. – ela disse, descendo as escadas.
Entrei na suíte principal, impecável como sempre. Depois que papai morreu, mamãe não bagunça mais o quarto, era um defeito dela que ele sempre reclamava. Sabe, ela fala que é passado, mas eu ouço. Ouço-a chorar de noite e sempre, antes de dormir, passa em frente da fotografia do casamento deles e lhe deseja uma boa noite.
Também sinto falta dele. Não choro tanto como antes. Tenho que mostrar que sou forte, mas a verdade é que foi o pior dia da minha vida, vê-lo no caixão. Lembro-me como se fosse ontem. Mas nunca foi o ontem que eu temia e sim o amanhã.
- Vamos amor, não vá se atrasar.
- Mamãe... Eu te amo tá?
- Ta bom meu amor. – Respondeu ela me abraçando e eu senti em meus cabelos a lagrima sincera que caiu de seus olhos.
Christian PDV
Mamãe que quis me trazer hoje na escola, pela primeira vez desde que repeti pela segunda vez. Dei lhe um beijo na bochecha e desci do carro. Estava, ali na entrada sentada no muro, minha namorada Nicole.
- Escuta aqui Christian MacCartney. Ontem eu te liguei cinco vezes e você nem me retornou, onde estava? – ela se colocou na minha frente, impedindo minha passagem.
- Nick, acho melhor a gente terminar. Não quero que se magoe por isso essa é minha decisão. – sua cara de superioridade não mudou, tentar ser diferente com Nicole não dava certo.
- É isso mesmo que eu queria, tem muitos outros homens melhores que você no mundo, ta!
- Sei disso, espero que seja feliz com eles. – dei as costas para ela. Continuei andando com a mochila, que pela primeira vez tinha material dentro, pendurada em um ombro só em direção ao armário de Emily. Ela ainda não chegou. Mas quando chegasse eu estaria ali, esperando pela doce garota rosada.
Eu a vi se aproximando, com uma calça jeans preta e blusa azul bebê, sem muitos detalhes, mas que a deixava sexy. Ela me viu e corou, foi nesse instante que recebi mais forças para lutar.
Ela chegou ao armário, abriu. Pegou seus livros.
- Olá. – Eu disse, não conseguia ficar sem falar com ela.
- Oi. – disse ela timidamente, andando em direção a sala de aula, eu a segui.
- Aquela aula foi muito útil, esta livre hoje de novo? – perguntei, me lembrando da lagrima brilhante que caiu ontem de seus olhos. Ela olhou para mim e continuou andando. Ta na hora de meu coração falar por mim. – Me desculpe Emily se não te agrado como gostaria. Mas a verdade é que desde a primeira vez que te vi não consegui parar de pensar em você e isso foi ontem. Não acredito em amor a primeira vista, não acredito nem em amor normal, mas a essa altura eu não sei nem mais o que eu sou. Achava que agradar mulheres era fácil, até conhecer você e meu objetivo passou a conquistar uma mulher em particular, para satisfazer meu coração. Queria que você gostasse de mim, queria ter você, sei que não sou eu quem você gostaria que estivesse dizendo isso, mas é você que eu quero, mais que tudo nessa vida. Pode me dar uma chance? – olhei em volta e estávamos na sala de aula, todos olhando para nós, já que eu falei meio alto de mais.
Foi um alivio botar tudo pra fora. Seus olhos estavam sem emoção.
- Na minha casa de novo? – perguntou ela sorrindo. Imediatamente eu sorri, ela estava disposta a me conhecer e descobriria meu melhor lado.
- Na sua casa é perfeito. – eu disse, ela se sentou na carteira dela e eu me sentei ao seu lado.
Ela me olhou e sorriu. Finalmente eu estava me sentindo melhor, a dor no peito foi sumindo e quando ela pôs os óculos à dor não existia mais.
Realmente ela ficava linda quando prestava atenção.
(...)
Chegou à hora do intervalo, eu ainda estava do lado dela, andando. Nós conversávamos sobre musica e ela ria. Quando ria mostrava seus dentes perfeitos e sua boca macia e apetitosa.
Sentamos-nos em uma mesa, ela não come nada de manhã e eu estava sem fome. Fiquei olhando para aqueles olhos cor mel. Eu queria sentir Emily.
- Posso segurar sua mão? – perguntei. Ela ficou sem expressão, seu olhar mostrava o vazio. Senti sua mão entrelaçando na minha.
Olhei para aquela troca de sentimento e me senti vivo pela primeira vez em muito tempo. Ela sorriu, sentia o mesmo. O pátio lotado e barulhento, mas naquele momento o único som que ouvi era de meu coração batendo forte no peito. Aquela dor foi substituída por uma nova, a dor da paixão. O fogo que arde e não se sente.
(...)

Emily PDV
Ele é tão perfeito e ao mesmo tempo tão impossível. O vazio não me contenta mais. Ele não me olha pelo canto do olho, como quem ama faz, não me deseja. Ele só quer aprender geometria.
Agora, lembro de seu olhar distraído naquela tarde, olhando para as paginas vazias de sua vida.
O tempo que passei com Chris me permitiu amá-lo e é por isso que não queria me envolver.
Agora, em vez de ensinar geometria, eu desejava seus lábios macios, os quais têm o inferior mais avermelhado que o superior. Ele é melhor do que eu imaginava. Não é aquele metido que eu não gostava, se mostrou carinhoso e compreensível. Chris é uma delicia.
- Ciao Nonna! – eu disse entrando em casa, vovó, como de costume, estava sentada no sofá da sala.
- Ciao Mi! – respondeu ela.
Subi para o quarto e coloquei minha mochila no armário. Fui ao banheiro lavar as mãos e prendi meu cabelo enrolado no elástico. Fiquei olhando. O que será que atraiu Chris em mim? Seria meu rosto? Minha cara? Acho que nada.
Desci as escadas e me deparo com Chris sentado na mesa do almoço com Nonna do lado.
- Christian, o que faz aqui? – perguntei um pouco espantada.
- Mi, que modos são esses? – perguntou vovó, colocando um prato para ele.
- Eu já comi, obrigado.
- Está tão magrinho, esses jovens. Comem uma bolacha e chamam de almoço. Vai comer mais então. – acho que é costume de vó enfiar comida nos menores.
- Bom, se é assim, eu como. – disse ele, aceitando o prato de comida que vovó pôs para ele.
Sentei-me a mesa.
- Nonna, onde esta mamãe? – perguntei.
- Sua mãe não vem almoçar, problemas. – disse ela me olhando e eu entendi, mamãe estava com Bruno.
- Esta muito boa essa macarronada, a senhora que fez? – olhei para Chris, ele estava com o prato na metade já.
- Não fale com a boca cheia, é feio e me chame de Nonna, já é da família. – disse ela com a sua cara de resmungona, mas como eu amo ela.
- Não Nonna, nós não...
- Desculpe Nonna, esta ótima essa macarronada. – Chris me interrompeu, olhou para mim e piscou. Eu corei, mas não devia.
- Eu sei, faço essa macarronada desde que nasci. – disse Nonna, recordando os velhos tempos.
Ela tem esse tom de resmungona, rabugenta, quando briga levanta os braços, mas eu amo muito ela. Não gosto de falar disso, mas prefiro Nonna à mamãe, talvez pelo fato de eu ser sempre à filha em segundo lugar.
(...)
Acabei e levei meu prato na pia, Chris já tinha terminado e Nonna estava lavando a louça.
- Não Nonna, deixa que eu lavo pra senhora. – disse Chris, pegando a esponja.
- Ajude seu amigo Mi. – disse ela, indo se sentar ao sofá da sala.
Fui lado dele, peguei um pano de prato e comecei a enxugar. Ele olhava para mim, dava para perceber. Terminamos, subimos as escadas e entramos no quarto. Ele fechou a porta.
Fui pegar meu material no armário, abri. Tirei um caderno e a apostila de geometria. Quando me virei, Chris estava a menos de dez centímetros de mim. Olhando intensamente em meus olhos. Assustei-me mais depois só olhei aqueles olhos castanhos.
Ele começou a passar as costas da mão na maça do meu rosto. A mão foi para a minha nuca, ele a segurou e começou a puxar minha cabeça pra perto da dele. Nossas bocas ficaram a centímetros de distancia. Nunca fui beijada, mas senti que Chris poderia ser o homem certo, talvez porque agora eu podia sentir meu coração pulando pra fora.
Eu parei, ele me olhou. Fui invadida pela insegurança, ele percebeu e me abraçou. Fiquei com a cabeça encostada em seu peito e Chris alisou meu cabelo. Uma lagrima escorreu, parece que finalmente encontrei alguém que me ame.
- Eu te amo minha pequena. – sussurrou ele.
Olhei para cima, aquilo foi lindo. E eu o beijei. Foi leve e surpreendente, senti sua língua dançando com a minha, não foi como eu esperava, foi mais!
Senti sua língua passar pelo meu lábio inferior e depois dar uma mordiscada. Minha mão estava em seu peito musculoso e sua mão estava uma em minha nuca e a outra no meio das minhas costas.
Chris finalizou com um selinho.
- Eu também te amo Chris. – eu disse baixinho, mas ele ouviu e sorriu. – Não estou muito a fim de ensinar geometria. – eu disse, fazendo careta.
- Não estou muito a fim de aprender geometria. Mas você com essa carinha fica mais linda ainda. – disse ele passando os dedos pelo meu rosto. Até que ele os repousou sobre meus lábios e eu os beijei.
(...)

Christian PDV
- O que quer saber sobre mim? – perguntou ela, estávamos sentados na cama.
- Tudo. – Realmente é tudo que eu quero saber sobre ela.
- Ok. Meu nome é Emily Scavone, tenho dezesseis anos e sou italiana. Nasci no Rio Grande do Sul e fui morar na Itália mais tarde. Meu pai morreu quando eu tinha dez anos. Voltei para o Brasil. Moro com minha mãe, com Nonna e com Bruno, meu irmão. E o cara mais bonito e fofo do mundo esta a fim de mim. – disse ela, me dando um beijo. Não consegui conter o sorriso que brotou nos meus lábios. – Sua vez agora.
- Ok. Meu nome é Christian McCartney, tenho dezoito anos e nasci aqui mesmo e moro aqui desde sempre. Moro com meus pais, sou filho único. Meu pai é dono de uma linha de hotéis no litoral. Estou a fim de uma garota e queria pedi-la em namoro, mas não sei como. – eu disse, esse não era o pedido mais romântico, mas Emily é tão perfeita que vai entender.
- Acho que eu posso aceitar. – ela disse sorrindo, eu a puxei para perto de mim, do meu lado.
Emily encostou a cabeça no meu ombro e eu comecei a passar as mãos em seus cabelos lisos e pretos. O perfume que sai deles é maravilhoso.
- Que bom, porque eu não sei mais viver sem você. – eu disse, ela levantou a cabeça e me olhou.
Eu a puxei para o meu colo, ficamos um de frente para o outro. Eu dei um beijo em sua bochecha, dei um beijo em seu queixo, fui para seu nariz, fui para a sua testa, para os seus olhos fechados e por fim finalizei na boca. Sua doce boca macia. Nossas línguas dançavam juntas.
- Nos conhecemos ontem Chris. – disse ela interrompendo o beijo.
- Não. Nós sempre nos conhecemos, só estávamos com pessoas erradas em lugares errados.
Ela me abraçou e foi ali que eu encontrei minha paz, parece que pela primeira vez eu estou sabendo aproveitar de verdade a vida.
- Me ajuda a nunca mais ficar com as pessoas erradas... Amor.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Oiew geente!
Aqui esta um capitulo mais o menos grande. Tem algumas coisas que vão se esclarecer ao longo da história.
Confesso que esse capitulo é meio melancolico xD
Postei hoje, pois vou viajar no carnaval, não me abandonem plis.
Prometo que vou fazer um capitulo maior da proxima vez.
Deixem recadinhos com opiniões, dicas e até reclamações.
Divirtam-se bastante nesse carnaval!
Tão gostando?
Beijinhos Bia.