Descobrindo o Amor escrita por bia


Capítulo 16
Encontros e desencontros da vida




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Emily PDV

   - Mas a gente ai sair hoje.

   - Eu sei, desculpa amor, mas eu tenho que ir fazer o pré-natal com a Nicole, bem ou mal esse bebê é meu também.

   - Ta bom Christian, a gente se fala depois.

   - Te amo ok?

   - Ok, tchau.

   Certo, a culpa não é só de Chris, mas está me matando. Não ele, mas ela. A Nicole está fazendo de tudo pra me afasta dele, como se ela tivesse o poder disso, pensando bem, em parte ela tem.

   É, agora eu percebo, estão unidos pelo bebê, uma criaturinha tão inocente que nem entrou no mundo ainda.

   Ainda bem que essa criança vai nasce logo, faltam duas semanas.

   Não, nunca que vou desejar o mau para ele

, nem espero. Afinal, tem coisa mais linda que eu bebê? Tão puro de pecados e inocente de alma, sem saber o que o mundo guarda para ele, mas mesmo assim sorrindo, sem explicar, somente pelo simples ato de ouvir as batidas do coração de sua criadora.

   Na verdade, eu tenho pena de Nicole, embora eu saiba que as pessoas falam isso quando estão com muita raiva das outras. Mas coitada, abandonada, só recebendo piedade e olhares espantados. Nova e grávida, que mundo ela se meteu.

   Não, eu não tenho pena dela, na verdade, ela merece. Talvez por ter feito tantas coisas ruins, ou por castigo de Deus, por não se dar ao valor.

   Mas, quer saber? Não vou ficar aqui pensando sobre ela.

   - Nonna, vamos tomar um sorvete?

   - Meu amor, eu estou com dor de garganta, chame Bruno, ele está no quarto.

   - Ok.

   Subi as escadas, abri devagar a porta do quarto de meu irmão.

   - Bruno, vamos sair?

   - Ufa, você esta aqui. Eu tenho uma festa para ir, e keke não pode.

   Pensei um pouco, o que eu tenho a perder? Iria ficar em casa mesmo.

   - Claro, vou me arrumar.

   - Não esqueça que é na casa da Sra. Massucato.

   Nossa, essa festa seria chique, com muito caviar e vinho. Era nossa professora do jardim, ainda conversamos com ela. Era extremamente rica, trabalhava por prazer, suas festas eram as mais cobiçadas.

(...)

   - Emily! Está linda querida, como você cresceu!

   - Você está ótima Beth.

   - E você Bruno, meu Deus, minhas crianças cresceram.

   - Como vai senhorita Massucato?

   - Muito bem, que educado. Fiquem a vontade. Bruno, está cheio de gatinhas pra você, hein garanhão, aproveita – e ela saiu da perto piscando.

   Olhei pro meu irmão, ele deu um suspiro e fechou a cara.

   - Pena que você já tem dono – eu disse, fazendo sair um sorriso torto nos seus lábios.

   - Preciso de uma bebida.

 

Bruno PDV

   Eu sai de perto, peguei uma taça de champanhe. A casa é maravilhosa como sempre. Fui para uma sacada que tinha como se fosse uma varanda.

   A noite estava ótima, com a lua quase vermelha, soltando fogo de paixão. Mesmo assim algo me machucava. Eu estava triste e desanimado. Sentindo-me um tanto solitário. E isso já faz tempo.

   Foi quando eu senti alguém se aproximando, a alguns metros de mim se encostou uma mulher. Incrivelmente lida ela é, seus cabelos encaracolados, caindo suavemente sobe seus seios, a cintura delicada e malhada, para baixo não era possível muitos detalhes, já que o vestido preto caia por cimas das coxas.

   Como é linda, seus olhos pretos, a boca tão delicada que me fazia estremecer. Pude sentir algo crescendo entre minhas pernas, sim era maravilhosa.

   Em suas mãos também havia um copo de champanhe, ela olhava a Lua.

   - Noite maravilhosa – disse ela, ainda sem tirar os olhos das estrelas.

   Meu rosto virou para frente de súbito, corei sem saber o que dizer.

   - Linda mesmo – respondi, com a voz meio fraca.

   Foi então que o silencio invadiu o lugar, eu não sabia o que fazer, era tão desconfortável.

   - Está sozinho? – perguntou ela, olhando para mim.

   - Estou com minha irmã.

   - Ah.

   - E você, está sozinha?

   - Eu nunca estou sozinha – respondeu, tomando um gole do champanhe.

   - Como assim?

   - As coisas são mais simples do que parecem...

   - Bruno!

   - Prazer, Alexandra.

   - Prazer. Mas então... Está com Deus?

   - É mais simples ainda.

   - Com você mesma?

   - Certo, pense. Hoje você esta do meu lado, amanhã outra pessoa estará, assim nunca estarei sozinha.

   Realmente é simples.  

   - É um jeito meio incerto de viver.

   - Eu não crio rotina, sou o tipo de pessoa que não sabe onde vai estar amanhã.

   - E é divertido?

   - Se você gosta de viver assim, então é legal. Só depende de você.

   E ela se virou, indo embora. Naquele momento eu percebi que precisava daquela pequena aventureira.

   - Alexandra! – gritei, indo atrás.

   - Pode me chamar de Alex – respondeu, sem se virar para me encarar.

   - Alex, quer dançar?

   - Porque não?

   Eu peguei aquela mão suave, ela largou a taça na mão de alguém e fomos para a pista de dança. Só tocava musica calma, ao som do violino e piano.

   Virei Alex em minha frente e coloquei lentamente minha mão em sua cintura. Ela entrelaçou os braços atrás do meu pescoço. Aproximei mais nossos corpos a ponto de sentir aquele perfume sensual. Ela balançava de modo sexy e atraente.

   - Você dança bem.

   - Aprendi no México – respondeu orgulhosa. Em seus lábios tinha um sozinho de alegria. Talvez a vida fosse boa para ela.

   - Você viaja bastante?

   - O tempo todo.

   - Deve ter bastante dinheiro então.

   - Com o pouco que tinha comprei uma moto. A cada parada faço um bico e dá pra gasolina.

   - Você viaja de moto?

   - Claro!

   - E quem vai com você?

   - Eu mesma.

   - Você gosta?

   - Eu já disse que sou o tipo de pessoa que adora uma boa aventura. Me da uma moto e um pouco de dinheiro e estou feliz. Vou aonde eu quero.

   - Sua mãe deixa?

   - E quem se importa? Ela não merece nada que conseguiu nessa vida – agora ela pareceu um pouco brava e triste. Talvez isso a lembrasse algo triste ou humilhante.

   Se esse assunto a machuca então não vou mais perguntar

   - Então... O que você faz da vida alem de viajar?

   - Não precisa mudar de assunto com medo, se você quer saber, eu respondo.

   - Não precisa.

   - Não me importo.

   - Certo, porque fala assim da sua mãe?

   - Ela nunca gostou de mim, só de minha irmã mais velha. Eu era sempre a ultima, logo depois das amigas. ‘Mamãe’ era alcoólatra e sempre que dava alguma coisa errada eu apanhava. Ela casou com um cara maconheiro e ele começou a me molestar. Depois que fui crescendo comecei a perceber que as pessoas falavam bem de suas mães, e eu não, então o problema era a minha mãe, não minha ingratidão. Sai de casa aos dezesseis anos, fui para a casa de uma tia. Comecei a trabalhar e larguei os estudos. Todos olhavam para mim e diziam: ”coitada, tão novinha e vai se entregar para esse mundo”. Mas eu não ouvia ninguém. Aos dezoito comprei um apartamento e uma moto. Agora eu só paro lá quando acabo de voltar de uma viajem e planejo a outra.

   Era esquisito como me deu inveja dessa vida. Sempre gostei de ser independente, mas algo me prendia. Agora eu sei como Emily se sente em relação à mamãe gostar mais de mim.

   - Mas me conte sobre sua vida.

   - Bem, não tem nada de especial. Nasci aqui mesmo, mais tarde fui morar na Itália com minha família. Meu pai morreu lá, então nós voltamos. E aqui estou desde então.

   - Parece monótono.

   - E é.

   - Você parece triste, o que houve? – perguntou, passando as costas da mão em meu rosto.

   Naquele toque eu senti toda aquela eletricidade de Alexandra passar pelas nossas peles.

   - Sabe quando você se sente solitário, com se estivesse no fundo do poço?

   - Sei.

   - Então. Com será que eu saio?

   - No meu fundo do poço tem uma corda. Coloque uma mola no seu fundo do poço.

   - Como assim?

   - Já te disse que as coisas são mais simples do que parecem.

   - Não entendo.

   - Bruno, eu uso a corda para me distrair, fico pulando lá no fundo do poço e quando que canso eu uso-a para subir. Assim meus olhos se acostumam com a escuridão e quando eu voltar lá de novo não vou sofrer tanto.

   - Ainda não entendo.

   - Eu curto a miséria para dar mais valor a vida.

   - Então quer que eu curte a miséria com a mola no fundo do poço?

   - Aprenda a pular e dará um salto tão grande que sempre vai sair do poço com facilidade. Simples, aprenda a sorrir e sempre estará feliz.

   - Seu modo de viver me confunde.

   - Mas minha cabeça está ótima – disse ela rindo, também não pude evitar sorrir – viu, está aprendendo a sorrir aos poucos.

   - Obrigado.

   Nossas alturas são similares, por isso não tive nem que abaixar nem levantar para aproximar nossos lábios. Ela não se queixou, só se aproximou também. Foi então que nós nos beijamos. Sim, seus lábios eram tão macios com aparentavam. Não tem o que comentar. Ela é maravilhosa.

   - Posso conhecer seu apartamento?

   - Se você subir na moto comigo e viajar mais de quatro dias.

   - Você não mora aqui?

   - Não, moro lá em Porto Alegre.

   - Está aqui em uma de suas viagens?

   - Sim, conheci uma senhora que foi convidada e ela me trouxe.

   - Gostaria de ficar?

   - Porque ficaria?

   - Para nos conhecermos melhor.

   Ela me olhou e sorriu.

   - É, porque não?

   - Pode ficar na minha casa.

   - E porque seria diferente? Não tenho onde morar mesmo!

   - Então você volta comigo hoje.

   - Não tem namorada né? – foi então que me lembrei de keke.

   Meu Deus, o que foi que eu fiz? E keke?

   - Não.

   - Tudo bem então.

   - Bruno, estava te procurando – disse Emily, chegando.

   - Oi Emily, essa é Alexandra. Ela vai pra casa com a gente.

   - Ã? Ta bom, olá, sou Emily.

   - Prazer.

   - Precisamos conversar Bruno – disse ela, já me puxando para fora.

   - Por acaso você estava beijando ela? – perguntou Emily.

   - Sim, eu sei... O Mike, mas ela é tão... Tão... Perfeita.

   - Olha Bruno, você sabe o que faz, a escolha é sua.

   - Por favor não conte, ela vai volta com a gente pra casa, mas é só hoje.

   - Tudo bem, mas não faça isso com ele, Mike não merece.

   Verdade, o que estou fazendo afinal?


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Notas finais do capítulo

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Desculpe a demora,
espero que gostem
Esse capitulo é só de Bruno
Beijinhos Bia



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