Descobrindo o Amor escrita por bia


Capítulo 14
Sangue de Amor




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Emily PDV

   Parece que agora tudo voltou em sua perfeita ordem, afinal, não se obriga um pássaro à parar de voar, ou um peixe a parar de nadar. Mandar-me parar de amar Chris era quase impossível, como pétalas de flores que nascem mesmo sem ninguém pedir e caiem sem ninguém querer. Era uma incógnita que eu não queria descobrir, porque estragar a mágica de um amor? Aquela magia de acordar todo dia e ter vontade de sorrir, mesmo não sabendo por quê. Você acorda esperando que ele esteja ali, do seu lado, dia após dia. O tempo vai passando e você percebe que precisa disso, precisa estar com ele, tornou-se um vicio.

   Agora tudo parece mais harmonioso. Porque, se a vida lhe dá limões, faça uma limonada. Sentir seus dedos deslizar sob a minha pele faz com que os pelos calmos e dormentes do meu corpo se levantem, elétricos e satisfatórios, pedindo por mais um toque. Fecho os olhos e tudo parece meu, só meu, meu mundo, minha vida, meu amor, minha magia, meu Chris, meu! Ninguém me deve nada e não devo nada a ninguém, já que esse é meu mundo.

   Algo me faz sair do meu transe, percebo que é meu pé úmido. Olho para baixo e vejo um tipo de água traiçoeira, é vibrante e duvidoso, sua cor forte e chamativa, cor de sangue.

   Chris ainda me abraça, no meio da rua, com tubos na veia e percebo que o sangue é seu. Não é como naqueles pesadelos, ou em filmes de terror que o sangue aparece do nada e ninguém pode explicar de quem é ou como chegou ali. É real. O sangue pingava de um dos tubos contados e enfiados na pele de Chris. Olhei atrás dele e estava um rastro de pequenas gotas vermelhas, que brilhavam com o reflexo do sol.

   - Chris, você esta bem? – minha voz saiu um pouco desesperada.

   - Estou meio tonto, mas se for por você então eu agüento.

   - Chris, você esta sangrando, temos que voltar para o hospital.

   - Emily, se for para morrer, então eu prefiro morrer aqui, com você.

   - Para de falar bobagens, você não vai morrer, vamos para o hospital, eu vou com você.

   - Vamos andando? Eu quero curtir o momento.

   O sangue que antes pingava, agora escorria em um vermelho brilhante e ardente, como um fio pendurado.

(...)

   - Ele vai ter que ficar aqui por mais um tempo, já estava com falta de sangue, agora ele está muito fraco – informou a enfermeira.

   Ela saiu do quarto, deixando eu e Vera sozinhas.

    - Mas quando ele saiu? Quando ele acordou?

   - Sra. McCartney, ele acordou quando a Sra. Saiu para descansar. Nós brigamos e sai andando para casa. Quando percebi, Chris estava vindo atrás de mim.

   - Mas porque vocês brigaram? O que aconteceu? – seus olhos mostravam desespero e preocupação.

   Ser a mãe de Chris deve ser difícil, ele já vez muita coisa, é desobediente, resmungão, briguento e metido a machão. Mas eu sei que dentro de toda essa pele de mulherengo existe uma boa pessoa, aquele que quando ama, ama incondicionalmente, quando ri, ri despreocupado. Aquele que trás alegria. Pode ser muito irritante às vezes, até inconveniente, mas faz falta, muita falta.

   - Não foi nada de mais, ele te explica depois.

   Chris estava com os olhos fechados, dormindo? Talvez sonhando. Navegando em seus pensamentos, a procura de um mundo melhor para se viver.  Sonhando em sua própria mente sem conseguir entender como é possível. Apenas organizando os pensamentos, que já estavam fora do lugar há muito tempo.

   Muitos fios saiam e entrevam em seu pulso. Pequenos tubos com um liquido hipnotizante e vermelho.

   - Emily! Estamos aqui. – olhei para o lado, desviando os olhos do brilhante liquido.

   - Oi gente – eu disse, cumprimentado Bruno e Mike.

   - Como ele está? – perguntou Mike.

   - Agora está pior, perdeu mais sangue ainda.

   - Mas como isso aconteceu? Ele saiu andando pela rua?

   - Depois eu conto, agora preciso de um banho. Eu já volto.

   Sai do quarto, eu só preciso esfriar a cabeça. Mas esfriar por quê? Afinal, Chris me ama, o que mais eu posso ter? 

 

Mike PDV

    Ele está deitado, com os olhos fechados. É difícil saber se ele realmente está bem. O rosto pálido e bipi das batidas do coração deixam um ar de morte. Mas o pior é ter que encará-lo e sentir ali dentro que eu não fiz nada para mudar o que aconteceu, ou que eu não estava ali para ajudá-lo. 

   - Ele parece tão doente.

   - Esquece isso Keke, pare de ficar se culpando.

   - Eu sabia onde ele estava, porque não fui atrás?

   - Você fez a coisa certa, ele precisa esfriar a cabeça. Chris vai melhorar com o tempo.

   Bruno se aproximou de mim, me abraçou.

   Ali eu sentia conforto.

   - Sou um péssimo amigo.

   - Não é não. Esquece isso amor. Se fosse eu no seu lugar, faria o mesmo – disse ele, me olhando e passando o polegar na minha bochecha.

   - Jura?

   - Claro Keke.

   Eu me estiquei um pouco, e dei um beijo em seus lábios. Sua língua é tão apetitosa, me deixa com vontade de ter seu corpo só para mim.

   - Gente, aqui não. Vocês estão no hospital.

   Essa voz me fez sorrir, olhei para o lado, ali estava Chris de olho aberto, com um sorriso enorme.

   - Volta a dormir! – disse Bruno, rindo junto de Chris.

   Fui ao lado de meu melhor amigo.

   - Que bom que está de volta, você faz falta.

   - Isso eu sei. Então, o que ta pegando?

   - É o que a gente pergunta. O que aconteceu?

   - Longa história, pergunta pra Emily, to com sono. Tchau, vou dormir.

   Ele virou de lado e apagou.

   - Esse ai ainda me mata.

   - Eu sei Keke, eu sei.

 

Emily PDV

   - Sua vez.

   - Tá, você prefere viajar para o Egito ou para a Europa?

   Eu pensei um pouco.

   - Egito.

   - Nossa, por quê? – perguntou ele indignado – acho que é a primeira garota que não quer ir para as lojas de Paris.

   - Prefiro o Egito.

   Ele estava deitado na cama do hospital e eu estava na poltrona do lado.

   - É por isso que eu te amo. Agora é sua vez.

   - Você prefere nunca mais sentir frio ou nunca mais sentir calor?

   - Pergunta difícil. Odeio sentir calor.

   - Sério? Eu odeio sentir frio.

   - Nós somos tão diferentes né? – perguntou ele, olhando para mim com aqueles olhos castanhos claros.

   - Mesmo assim nos damos muito bem, por isso te amo.

   Quando eu falei isso pude ouvir o bipi que controla as batidas do coração disparar. Ficou rápido, muito rápido. Olhei para o aparelho, Chris fez o mesmo e começamos a rir.

   Ele corou.

   - Você fica lindo quando cora.

   Isso fez o bipi acelerar mais ainda.

   - Para Emily, assim eu morro. Essa coisa está quebrada – disse ele, dando um sorriso de vergonha.

   - Não precisar ficar com vergonha, eu te conheço bem.

   - Não estou com vergonha, isso ta quebrado.

   - Não está não – eu disse, rindo.

   - Então põe no dedo para ver seus batimentos – disse ele.

   Na hora eu congelei, eu estava com o coração um pouco acelerado, mas isso sempre acontece na presença de Chris.

   Ele tirou o aparelho do dedo, e o colocou no meu, beliscou e firmou.

   Para a minha surpresa estava regular.

  - Emily, gostaria de dizer que eu te amo muito, e que tudo que aconteceu serviu de lição para mim. Eu errei ao achar que aquela noite, em Maceió, eu estava certo. Você é a pessoa mais importante da minha vida.

   O bipi acelerou de modo incomum e vergonhoso.  Chris olhou para mim e levantou uma sobrancelha, com ar de vencedor.

   - Você só disse isso para me envergonhar – tirei cuidadosamente o aparelho do meu dedo e coloquei do dedo de Chris.

   - Emily, o que eu disse é verdade, você não faz idéia do quanto a amo.

   O bipi começou a aumentar.

   - Certo, isso é chato!

   Disse ele, tirando também o aparelho do dedo e colocando na maca.

  - Bom, voltando. Você ficaria surpresa se descobrisse o quão importante seu rosto é para mim. Palavras são poucas, eu preciso do seu sorriso.

  Eu queria dizer algo carinhoso, como ‘eu te amo’, mas nada saiu. Em vez disso dei a ele o que ele precisava, afinal, não era meu sorriso?

 

Christian PDV

  Ela sorriu. Aquilo bastava para continuar vivo, aquilo é a minha sobrevivência. Não preciso de comida, de carinho, de objetos fúteis ou da escola. Eu só preciso de seu sorriso.

  - Sim, eu só preciso disso.

  Emily aproximou seu rosto do meu, sentia sua respiração. O cheiro de seus cabelos, esse sim é um cheiro que merece ser guardado. Doce e suave, como seu rosto.

  - Eu também te amo – Era a cara dela, fazer algo que eu não espero. Achei que ela colaria nossos lábios em um beijo profundo e saciável, mas ao em vez disse ela simplesmente sussurrou a centímetros da minha boca essas palavras.

  Sim, isso foi bom, mas o beijo que finalmente veio após foi maravilhoso, inexplicável e maldoso, já que não são só seus lábios que eu quero.

  - Com licença.

  Desgrudamos-nos rapidamente quando a enfermeira entrou no quarto.

  - Bom Christian, amanhã você já vai receber alta. O médico passará para um rápido exame final.

  - Que maravilha. Obrigado Serena.

  Ela se retirou, olhei para Emily e ela sorriu.

  - Que ótimo Chris, vamos comemorar na minha casa amanhã!

  É desse entusiasmo que sentia falta. Pois é o seu sorriso que ilumina minha escuridão. Quando os pensamentos falham e é do perigo que sinto falta, eu me lembro de sua face rosada, seu corpo ardente e de seu lábio viciante.


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Notas finais do capítulo

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Oiiew Gente!
Bom, aqui está mais um capitulo, meio curtinho mais é o que eu posso fazer em semana de prova =/
Algumas coisas vão se esclarecer devagar..
Espero que gostem Quem está gotando ai? Beijinhos Bia