Descobrindo o Amor escrita por bia


Capítulo 11
Sumiu !




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Emily PDV

   - Emily? Pronta? Já estou aqui em frente. – disse ele.

   - Ok. Já estou indo.

   Desliguei o celular, Caio já estava na frente da minha casa, me esperando. Ouvi uma buzina e me assustei, ele já podia dirigir? Olhei pela janela, um conversível preto me esperava, bela carruagem cinderela.

   Olhei-me pela ultima vez no espelho. Uma calça jeans simples e uma blusa rosa. Chris sempre dizia que o rosa combina comigo, talvez isso me ajude a lembrá-lo quando Caio estiver me beijando.  Não sou mais criança, Chris me ensinou a crescer antes da hora, e agora, graças a ele, eu sei que Caio quer muito mais do que assistir um filme.

   Peguei o dinheiro e enfiei no bolso, carregar bolsa não é comigo, me sinto como se fosse um peso nas costas.

   Desci as escadas correndo, sem ver o ultimo degrau pisei em falso. Cai no chão. A casa estava vazia, Bruno saiu com Mike, mamãe sumiu com Nonna, agora estou esborrachada no chão, sem ajuda!

   Levantei devagar, meus joelhos estavam doloridos. Levantei a calça lentamente, para ver o estrago. Com minha pele sensível a batida já estava vermelha, mais tarde ficará bem roxa.

   Fui meio mancando para a porta e abri. Eu vi Caio, e desejei que fosse Chris. Até quando isso vai durar? Porque não consigo parar de pensar nele? Porque só eu insistia em ficar presa a ele enquanto ninguém mais estava?

   - Nossa você demorou hein, em compensação está muito gostosa!

   Homem asqueroso. Estou começando a pegar nojo de Caio, é a mesma sensação de alguém que não lhe agrada em nada. Alguém que você chega perto e deseja não ter de aturar sua face nojenta e antipática.

   - Então, vamos ao cinema? – perguntei, querendo desviar a atenção dele de mim.

   - Estava pensando em pular o cineminha e ir direto para a minha casa, assim eu te mostro como ela é por dentro. Meu quarto é lindo. – ele começou a passar a mão em minha perna.

   - Tudo bem. – eu disse.

   Sei que ele esta querendo outra coisa além de mostrar as fotografias antigas. Porque é quando menos esperamos que tudo pode acontecer, um simples toque, ou uma simples risada pode mudar o futuro. Eu aceitei esse amistoso convite, talvez seja o maior erro da minha vida, mas o que eu tenho a perder? Não tenho nada mesmo.

   Caio com certeza voltou mais safado. Adentrando seu quarto eu podia ver fotos de modelos e mulheres nuas, aquelas que mostram seu corpo com simplicidade, como se fosse normal estar sem roupa, afinal, foi assim que nascemos.

   A cama era de casal, um quarto um tanto arrumado, cheiroso e muito sedutor. Eu teria caído em seu truque se não fosse pelo meu ódio repentino por Caio.

   Ele se sentou na cama e bateu no edredom do seu lado, me chamando.

   - Não quer se sentar?

   - Tudo bem.

   Sentei-me ao seu lado, nossas pernas se encostando. Ele começou a passar a mão em minha coxa. Eu gelei na hora, percebi o que estava fazendo, minha mão começou a tremer, minha face ficou rosada, do jeito que Chris ama.

   - Acho que vou querer um copo d´água. – eu disse tentando me afastar dele.

   - Me deixe molhar seus lindos lábios, vem cá. – disse ele pegando minha cabeça e puxando para perto da sua.

   - Eu prefiro um copo d´água.

   - Esquece a água Emily!

   - PARA CAIO! – ele já estava me beijado a força. Seus lábios asquerosos sendo pressionados contra os meus.

   - Qual é garota? – perguntou ele segurando com força meu joelho machucado, senti uma pontada de dor.

   - Está machucando Caio!

   - Para de ser toda delicadinha, vai, me beije – disse ele me segurando com força, apertando mais meu joelho.

   - Está me machucando! – gritei, virando um tapa em seu rosto.

   Com o impacto sua cabeça virou, ele olhou em meus olhos e senti que naquele momento eu iria apanhar. Levantei-me, com pressa.

    - Vou embora. – eu disse saindo pela porta.

   - Vai embora sua vadia.

   Atrás de mim escutei barulho de coisas sendo chutadas e objetos sendo jogados. Eu só quero ir pra casa.  

   Sai porta a fora, lagrimas começaram a escorrer, como eu sou idiota!

   Não conseguia parar de chorar. Comecei a andar, minha casa ficava longe, mas se eu não começasse a andar nunca chegaria. De noite as ruas ficam sombrias, os barulhos assustam, as pessoas são estranhas, não é confiável andar sozinha de noite pelas ruas de qualquer cidade.

   É frio, solitário até para quem está acompanhado.

   Mas, como eu disse, se eu não começar a andar logo nunca chegarei.

 

Christian PDV

   A noite é fria e solitária, está cada vez mais difícil sobreviver nesse mundo. Mas quando amanhece eu posso tirar um punhado de calor do sol.

   In the night, I hear 'em talk,
the coldest story ever told
Somewhere far along this road, he lost his soul
to a woman so heartless...
How could you be so heartless?
Oh... How could you be so heartless?

   Não me canso de ouvir essa musica, talvez seja porque ela combina tanto comigo.

   - How could you be so heartless?

   Na escuridão nada é visível, mas a silueta de alguém se aproxima.

   - O que faz aqui?

   - Pensa que eu não sei onde você se esconde toda vez que some?

   - Desculpe, você parece melhor que a outra.

   - A outra seria a Emily?

   Não é possível responder tal pergunta.

   - How could you be so heartless? – continuei a cantar enquanto ela olha minha cara de bobo despreocupado.

   - Eu te amo.

 

Emily PDV

   - Mi, acorde. Você não sabe o que aconteceu.

   Olhei para cima, estavam Bruno e Mike em cima de mim. Eram quatro olhos me olhando constantemente.

   Sentei na cama, meus pés ainda doíam pela longa caminhada de ontem.

   - O que aconteceu?

   - Chris sumiu já faz dois dias. A ultima vez que o viram foi no treino, chamaram até a policia.

   Lembrei daquele dia que Chris me viu com Caio na arquibancada e senti uma pontada de culpa. Ele fugiu? Sequestrado? E agora, onde ele está?

   - Emily? Emily! Está me ouvindo?

   - O que disse? – perguntei, saindo do meu transe.

   - A policia quer te interrogar.

   Policia? Por acaso eles acham que eu o sequestrei?

   - Por quê?

   - Porque vocês namoraram por um bom tempo.

(...)

   - Olá Emily, eu sou o policial Antonio, vou te fazer algumas perguntas. – Disse um homem alto e magro.

   Não tinha estilo nenhum, era simples, com uma calça jeans velha e uma camiseta branca. Não usava óculos, o cabelo sem graça e caído, um tênis Nike, é a única marca que usa.

   - Tudo bem. 

   - Então vocês namoravam. Porque terminaram?

   Espera, ele vai fazer perguntas pessoais?

   - Foi uma briga.

   - Estamos cogitando a idéia de que ele fugiu, você sabe por quê?

   Eu fazia uma pequena idéia.

   - Não.

   - Qual era a relação dele com os alunos do colégio?

   Chris passava mais tempo comigo do que com qualquer um, então eu não sabia ao certo como era, se eles brigavam ou outras coisas.  

   - Era boa.

   - Emily, você não está ajudando muito, você tem que nos dar mais detalhes. – pediu ele, engrossando a voz e anotando coisas em seu caderno - Depois que vocês terminaram, ele começou a namorar outra pessoa?

   Eu sei que ele voltou com a Nicole.

   - Não.   

   - Tem idéia de onde ele pode estar?

   - Não.

   Essa foi a primeira verdade que contei.

   - Sabemos que ele se envolveu com brincadeiras perigosas, como o BumBumCar.

   - BumBumCar? – perguntei, parecendo inocente.

   - Carrinho de bate-bate com carro de verdade.

   - Porque ele estragaria seu carro?

   - Tudo bem, se souber de mais alguma coisa entre em contato.

   Ele se levantou, colocou a mão no bolso e tirou um cartão. Deu-me. Peguei e olhei, tinha seu nome e o telefone.

   Do que ele saiu de casa peguei meu celular e disquei o numero de Chris.

   - Alô...

   - Oi Chris, escute eu nã....

   - Haha, te peguei, deixe uma mensagem após o sinal... Biii.

   Era só a caixa postal.

   - Oi Chris, onde você está? A policia está atrás de você, volte, por favor. Precisamos conversar.

   (...)

   - Chris, por favor, me ligue, eu preciso muito falar com você.

(...)

   - Chris, onde você está? Vamos conversar, por favor.

(...)

   - Chris, volte, sua mãe está sofrendo muito, pare com isso.

(...)

   - Chris, eu te amo, volte, por favor.

   Mais uma mensagem. Ninguém faz idéia de onde ele pode estar, a policia continua me interrogando, Mike continua procurando e eu, bem, eu já perdi as esperanças de tê-lo de volta.

   As horas foram ficando longas, os dias pareciam semanas, e as semanas ficaram incontáveis. Eu sentia muito mais falta de Chris agora, que eu não o via em nenhum lugar. Na escola fizeram uma faixa enorme, escrito: “Chris, volte!”. Mas ninguém tinha certeza que estava ali para ver.

   Estava na hora de esquecer Chris, já que ele se esqueceu do mundo.

   Mais uma semana se passou. E não se tem noticia dele.

 

Christian PDV

   De manha é onde eu posso respirar com mais tranqüilidade, é quando os bichos não ficam de tocaia, esperando que você saia do esconderijo. É quando o calor consegue aquecer meu coração.

   - Eu trouxe comida, não vai querer?

   - Tanto faz.

   - Chris, eu me preocupo com você. Pare de ser infantil, coma alguma coisa.

   - Eu não agüento mais, quero ir pra casa.

   - Chris, e o que a gente combinou? Não quer dar uma lição neles?

   - Não. Quero voltar a ver minha mãe, quero voltar a ver Emily, quero sair daqui.

   - Ela não te ama Chris! Ela esta com o Caio. Venha, me beije.

   Eu não pensei e a beijei na hora. Foi como água no deserto, comida na África, foi um desespero.

 

Emily PDV

   - Vamos Emily, levante!

   - O que aconteceu?

   Não conseguia pensar direito. Alguém me sacudia na cama. Era Bruno.

   - Acharam Chris.

   Levantei na hora, pulei da cama, coloquei qualquer roupa.

   - Onde ele está? – perguntei, colocando o sapato.

   - No hospital.

   - Por quê?

   - Também não sei, vamos.

   (...)

   - Olá Sra. McCartney, como ele está?

   - Ola Emily, ninguém tem noticias. Ele estava jogado na porta de casa, todo ensangüentado.

   Meu coração se apertou, deve ser horrível para uma mãe, com o filho desaparecido, vê-lo jogado na porta de casa, machucado. Ela chorava, sem derramar uma lagrima, era o exemplo de força.

   Vimos o medico chegando e todos nós levantamos.

   - Como ele está Doutor?  - Perguntou a mãe de Chris.

   - Bom, pelo que parece ele cometeu suicídio, mas está melhor agora. Perdeu muito sangue, está se recuperando. Daqui umas semanas ele vai estar melhor. Se quiserem podem ir vê-lo.

   - Obrigada Doutor.

   Entramos todos na sala. Ele estava deitado dormindo. Foi como respirar depois de horas na água. Lindo com sempre, estava abatido, com olheiras, e muitos tubos entrando em seu pulso.

   Mas eu sorri, afinal, ali estava ele, depois de tanto sofrimento e angustia, depois de chorar tanto e desejar que fosse tudo um pesadelo eu sabia que agora ele estava seguro e sorri. Ali estava ele, a pessoa que eu mais amo.   


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Notas finais do capítulo

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Oiew Gente!
Os capítulos estão saindo rápido pois daqui alguns dias começam as provas oficiais e eu vou postar devagar.
Espero que estejam gostando, tenho muitos planos para essa história
Estou muito feliz com os comentários, são ótimos =D
Beijinhos Bia



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