Doce Fruto de um Passado Amargo escrita por XxLininhaxX


Capítulo 29
POV Milo


Notas iniciais do capítulo

Yooo pessoinhas XD
Tudo bem com vcs? Passando pra deixar mais um cap aqui XD!! As coisas vão começar a esquentar um pouco, a partir de agora XD!! Espero q gostem ^^

Qria agradecer demais os reviews q me deixam ^^!! Fazem meu dia mto mais feliz e me inspira a continuar escrevendo ^^!! Vcs são uns amores!! Please, continuem me contando o q estão achando e podem dar sugestões ^^!!

=**
^^v



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O caminho para o hospital tinha sido torturante. Um silêncio sepulcral se instalou entre nós. Eu estava tentando entender o que acontecera desde que Hyoga saíra de nosso quarto até o momento que o vi novamente. Ele estava sorrindo, parecia tão confortável em nossa brincadeira. Até então eu ainda não acreditava que ele me chamou de pai. Pai! Eu sempre quis ouvir aquilo. Era o único sonho que ainda não tinha realizado. Não que eu fosse daquelas pessoas mimadas que não ficava satisfeito enquanto todos os desejos não fossem realizados. Muito pelo contrário. Eu era muito satisfeito com tudo que conquistara na vida, sentia muito orgulho de ter chegado ali com meu próprio esforço e dedicação. Sim, eu era ambicioso, mimado não. Desse modo, eu não poderia reagir de forma diferente. Eu estava a um passo de realizar mais um sonho. A questão era que as coisas com Hyoga sempre eram muito incertas. Num momento ele me chama de pai e no outro já está evitando me encarar. Eu entendia que aquilo podia ter sido um pouco constrangedor, afinal ele nem se acostumara ainda com o pai biológico. Que dirá com outro pai que ele nem esperava ter. Mas, novamente, era claro sua vontade de lutar contra qualquer forma de aproximação. E isso já estava começando a me incomodar. Se eu percebesse que ele fazia isso por falta de jeito, tudo bem. Mas eu sabia que tinha um motivo bem mais profundo. E era algo extremamente relevante, que talvez afetasse nossas vidas num futuro próximo. Quanto mais eu pensava nisso, mais incomodado eu ficava. De qualquer forma, toda aquela situação apenas me fez ter certeza de uma coisa; eu já amava aquele moleque. A forma como meu coração se aqueceu quando ele me chamou de pai foi simplesmente indescritível. Tão indescritível quanto o dia em que eu ouvi “eu te amo” pela primeira vez da boca de Camus. Claro, foram sensações completamente diferentes, mas ambas foram impactantes. Impactantes o suficiente para me fazer perceber meus sentimentos com mais clareza.

Chegamos ao hospital. Hyoga se encarregou de empurrar a avó na cadeira e Camus e eu fomos à frente. Logo que entramos, Camus pediu para que Hyoga esperasse na recepção com a senhora Valéria e ele se encarregaria dos papéis da internação. Como Hyoga parecia desconfortável com a minha presença, resolvi dar um pouco de espaço para ele e fui atrás de Camus.

— Você não consegue ficar longe desse hospital, não é Camus? – era Shaka, que vinha ao nosso encontro, nos cumprimentando.

— Acredite, gostaria de estar bem longe daqui. Mas, infelizmente, não será possível. – respondeu meu marido.

— O que o traz aqui hoje? Não parece que veio trabalhar mesmo.

— Vim internar a avó de Hyoga.

— Como?

— Fiz alguns exames nela e descobri que está com um tumor no cérebro. – Shaka se assustou com aquela constatação.

— Sinto muito por isso. E como Hyoga reagiu à notícia? – ele perguntou, meio que já sabendo a resposta.

— Ele ficou muito abalado. Mas é difícil dizer qualquer coisa vindo de Hyoga. – Camus falou, com um olhar um pouco triste.

— Por que diz isso?

— Achamos que Hyoga está escondendo algo de nós. – foi minha vez de falar. – Inclusive, queríamos te perguntar algumas coisas.

— Digam e verei no que posso ajudar.

— Como você e Mu lidaram com Ikki? Sabemos que ele teve um passado ruim, assim como Hyoga. Pensamos que talvez sua experiência pode nos dar alguma luz em como lidar com Hyoga. – falei novamente e Shaka suspirou.

— É complicado, Milo. No início era muito difícil lidar com Ikki. Ele só começou a reagir positivamente quando paramos de tratá-lo como se ele fosse alguém digno de pena. Mas, de qualquer forma, tivemos que dar o espaço que ele precisava. Não sei com relação à Hyoga, mas forçar a barra com Ikki nunca foi a melhor solução. Porém, não saberia dizer que esse é o melhor caminho a se adotar com Hyoga. São experiências completamente diferentes em pessoas completamente diferentes. Mas vocês estão suspeitando de alguma coisa que está deixando-os preocupados?

— Temos suspeitas e já o questionamos. – Camus falou.

— Mas ele se recusa a dizer qualquer coisa. E, seja lá o que for, está impedindo que ele se aproxime de nós. Ele claramente se força a manter certa distância. – complementei.

— Também tem o fato de que ele está muito instável. Grandes variações de humor, além de chorar muito. Essa noite tivemos que fazê-lo dormir conosco, caso contrário ele passaria a noite em claro, chorando sozinho na sala.

— Entendo. – Shaka suspirou. – Bom, eu não sei como posso ajudá-los. Se querem a minha opinião, talvez seja melhor pressioná-lo a falar. É só intuição minha, mas Hyoga não parece ser igual a Ikki, nesse sentido. Pela maneira como o vi agindo e pelo que vocês estão falado, parece que ele está silenciosamente pedindo ajuda. Como ele está se forçando a manter distância, significa que ele quer, mas algo o impede. É diferente de Ikki, que agia de forma automática, por conta dos traumas que viveu.

Camus e eu nos entreolhamos. Estávamos inseguros de fazer aquilo, mas parecia ser a única solução. A questão é ter que fazê-lo justo naquele momento. A avó de Hyoga acabou de ser diagnosticada com um tumor no cérebro. Claro que Camus não quis dar sua opinião para Hyoga ou para a própria senhora Valéria. Mas eu conhecia meu marido muito bem para saber que a situação não era nenhum pouco favorável. Ele também não me dissera nada, porém suas atitudes e gestos falavam bem alto. Eu estava torcendo para que não fosse o pior cenário, mas a senhora Valéria já tinha a idade avançada. Era difícil não pensar no pior. Se eu estava pessimista, imaginava Hyoga. Era algo muito delicado. Não sabia se forçar Hyoga a dizer algo em meio a toda aquela situação seria o correto a ser feito. Mas também não sabia se deixá-lo carregar aquele fardo tão pesado era o ideal. A verdade é que se ele colaborasse, não seria tão complicado. O que será que precisávamos fazer para que ele confiasse em nós? Se eu mostrasse o quão influente eu era, será que ele sentiria menos receio? Afinal, ele estava claramente com medo de alguma coisa ou alguém. E toda essa recusa só me fazia acreditar que se existia mais alguém nessa história, provavelmente era alguém bem perigoso.

— Bom, eu tenho alguns pacientes para atender agora. – disse Shaka, me tirando de meus devaneios. – Se precisarem de qualquer coisa, podem me chamar. Caso queiram conversar mais sobre o assunto, posso ver com o Mú um horário. Vocês podem ir lá em casa e conversaremos com mais calma. Mú lida melhor com essas questões do que eu. Talvez ele tenha uma visão diferente de mim.

— Agradecemos sua ajuda, Shaka. Eu e Milo precisamos sentar e conversar sobre algumas questões. As coisas se complicaram um pouco, agora que a senhora Valéria será internada. – respondeu Camus

— Entendo. Quando tiverem se organizado, me avisem. Acredito que ir um pouco lá em casa será bom para Hyoga. Pelo que vocês falaram, ele está muito sensível e o ambiente hospitalar não é lá o melhor para alguém nesse estado. Será bom para que ele possa espairecer um pouco.

— Muito obrigado pelo convite, Shaka. Vamos mantendo notícias. – falei.

— Sendo assim, até breve.

Ele se despediu e saiu hospital adentro.

— Vou terminar de preencher o pedido de internação. Não quer me esperar junto com Hyoga e a senhora Valéria? – Camus me perguntou.

— Eu até gostaria, mas estou sentindo Hyoga um pouco arredio comigo. – respondi, um pouco chateado, fazendo meu marido suspirar.

— Se eu tinha alguma dúvida com relação ao fato de Hyoga estar se forçando a não se aproximar de nós, tudo foi esclarecido hoje. Quando você foi tomar banho, eu passei no quarto dele, para chamá-lo para tomar o café da manhã. Ele estava chorando e batendo a cabeça na parede com certa força. – fiquei chocado com aquela notícia. – Ele machucou a lateral da cabeça, provavelmente fará um hematoma. Se eu tivesse demorado mais um pouco, poderia ter aberto uma ferida.

— Mas... eu não entendo, Camus. Por que? Você acha que ele ficou assim por ter me chamado de pai?

— Eu não sei, mon ange. Ele parecia bater a cabeça na parede sem sequer perceber o que estava fazendo. Ele estava tão absorto em seus pensamentos, que nem notou minha presença no quarto até que o impedi de continuar. É como você disse, ele parece estar forçando, e muito, para não criar laços conosco.

— Acho que Shaka tem razão, Camye. Precisamos forçá-lo a nos contar. Eu era contra, mas do jeito que as coisas estão indo, quem sabe o que esse garoto ainda fará. Sei que o momento não é o mais apropriado, mas se esperarmos muito poderá ser tarde demais.

— Eu sei, Mi. – Camus suspirou. – É muito bom ter você ao meu lado nesses momentos. Sinto que será muito difícil pra mim. Só de saber que você estará comigo, já me sinto mais calmo e confiante.

Sorri para meu marido. Apesar de sua dificuldade em lidar com situações que exigem maior esforço emocional, ficava orgulhoso do progresso que ele tivera. Há alguns anos, Camus não lidaria com essa situação tão bem quanto agora. Quando o conheci, ele era extremamente fechado. Algumas pessoas o achavam grosso, por sua extrema sinceridade e objetividade. No início ele nem gostara de mim. Nós dois vivíamos discutindo e, confesso, eu amava provocá-lo. Só para vê-lo perder a compostura e agir como alguém mais humano. E foi nessas brincadeiras que acabei me apaixonando por ele. Aos poucos fomos nos aproximando um do outro e ele foi se abrindo mais para mim. Conheci o lado de Camus que ninguém sonhara que existia. E a cada nova descoberta, eu apenas me apaixonava mais. Até agora Camus continuava me surpreendendo. E eu me alegrava e amava cada cantinho que ainda não havia conhecido daquele homem.

Fiquei observando meu marido enquanto ele terminava de preencher os formulários. Assim que ele terminou, entregou para uma das recepcionistas. Quando ela viu Camus, pegou o telefone e ligou para alguém. Ela disse algumas coisas e desligou. Virou-se para Camus e informou que logo viriam buscar a senhora Valéria e encaminhá-la para o quarto. Camus agradeceu e voltamos para perto de Hyoga e senhora Valéria.

— Daqui a pouco virão buscá-la, senhora Valéria. – disse Camus.

— Obrigada, senhor Camus. – senhora Valéria respondeu, sorrindo docemente.

— É a primeira vez que fica em um hospital como esse, senhora Valéria? – perguntei, apenas para não ficar aquele silêncio sepulcral de novo.

— É sim, senhor Milo. Onde morávamos não tinha um hospital com uma estrutura dessas. E mesmo que tivesse, não teria dinheiro para tal.

— Mas é a primeira vez que fica internada?

— Por incrível que pareça, é sim. – ela continuava sorrindo, como se não fosse grande coisa.

— Mas olha só quem eu vejo aqui! – fomos interrompidos por uma voz que eu conhecia muito bem. – Achei que detestasse hospital, Milo!

— Deba! Quanto tempo, meu caro! – virei-me para cumprimentar meu amigo. – E sim, eu detesto hospital. Mas tive que vir para acompanhar essa moça aqui.

— Ora, ora! Senhora Valéria, não é? – ele perguntou e ela afirmou com a cabeça. – Conheci essa moça ontem. Agora eu serei o responsável por cuidar dela durante sua estadia aqui, que esperamos ser breve.

— Tomara, meu caro. – eu respondi.

— E esse jovem? Quem é? – Aldebaran perguntou, virando-se para Hyoga.

— É nosso filho. – eu respondi orgulhoso.

— Oi? Filho? – Aldebaran se virou para Camus. – É só você sair de férias que aparece cheio de novidades, não é Camus?! – ele falava com humor.

— Deixa de ser enxerido, Deba. – Camus também falou com humor, fazendo Deba gargalhar. – Você é muito barulhento pra alguém que trabalha em um hospital.

— Acredite, os pacientes gostam! Não é à toa que sou o enfermeiro mais requisitado. Mas, não vão me apresentar direito para o mais novo membro da família?

— Hyoga, esse é nosso amigo, Aldebaran. Ele é enfermeiro aqui no hospital. E, Deba, esse é Hyoga. – apresentei.

— Prazer, garoto! – Deba falou, bagunçando os cabelos de Hyoga.

— Prazer, senhor Aldebaran. – Hyoga falou de maneira polida, fazendo Aldebaran gargalhar novamente.

— Não esperava menos do filho do Camus; super educado. Mas vamos levar essa mocinha para o quarto dela agora.

Aldebaran tomou o controle da cadeira de rodas e começou a guiá-la. Nós o seguimos. Aquele hospital era enorme e um dos melhores de toda a França. E Deba, com certeza, era o melhor enfermeiro que eu já havia conhecido. A senhora Valéria estaria em excelentes mãos. O que era bom, pois não acreditava que Camus permitiria que Hyoga dormisse no hospital com a avó. Do jeito que Hyoga estava, era muito arriscado deixá-lo sozinho com ela. Ainda mais porque a senhora Valéria não teria como ficar de olho nele. Nem poderíamos pedir isso pra ela. Queríamos que ela se recuperasse e saísse dali o mais rápido possível.

Não demorou muito para que chegássemos ao quarto. Entramos e logo Aldebaran tratou de ajudar a senhora Valéria a deitar-se na cama.

— Aqui estão as roupas do hospital, senhora Valéria. Quando quiser vesti-las, sinta-se à vontade. Se precisar de ajuda é só me chamar, ok? – Aldebaran falou, entregando as roupas para a senhora Valéria.

— Muito obrigada, meu jovem. – ela respondeu.

— “Meu jovem”! Estou vendo que a senhora vai levantar ainda mais minha auto estima. – ele dizia com humor, fazendo-a dar uma risada de leve.

— Só não dê muita moral para ele, senhora Valéria. Senão ele vai ficar insuportável. – falei, provocando meu amigo.

— Olha só quem fala. – respondeu Aldebaran.

— Cortando um pouco o assunto, Deba, você sabe se o dr. Shura está de plantão? – meu marido interrompeu.

— Acredito que sim, Camus. Quer que eu o chame para você? – perguntou Aldebaran.

— Se puder me fazer mais esse favor, ficaria agradecido.

— Seu desejo é uma ordem.

Aldebaran pediu licença e saiu do quarto.

— Quem é dr. Shura, Camye? – perguntei.

— É um colega que gostaria que desse a opinião no caso da senhora Valéria. Ele é especialista nessa área e tem mais experiência que eu em cirurgias como a que ela terá de passar.

— Você tem alguma suspeita? – perguntei desconfiado.

— Não é bem uma suspeita. Eu queria confirmar algumas coisas. Mas não quero afirmar nada sem antes ter certeza.

Olhei para Camus me perguntando se ele realmente não sabia mais do que estava falando. Acredito que ele me contaria, mas não ali, diante da senhora Valéria e de Hyoga. De qualquer forma, eu sabia que Camus não diria nada enquanto tivesse qualquer sombra de dúvida sobre o caso da senhora Valéria.

Como que lendo meus pensamentos, Camus se aproximou de mim e passou as costas de sua mão suavemente em meu rosto, me olhando de maneira significativa. Ele queria que eu não pensasse muito sobre aquilo. Estava tentando me tranquilizar. Desviei um pouco o olhar para fitar Hyoga e a senhora Valéria, que pareciam não prestar muita atenção no que acontecia ao redor. Hyoga segurava a mão da avó de maneira firme, enquanto conversavam sobre alguma coisa. Fiquei olhando para os dois daquele jeito e meus olhos chegaram a marejar. Eu esperava que nada de ruim acontecesse. Eu estava começando a me acostumar com Hyoga e, também, com a senhora Valéria. Ela era uma senhora muito humilde e simpática. Era fácil se apegar a ela. Eu conseguia, sim, imaginar uma vida da qual ela fazia parte. E pensar em todo o sofrimento que ela passou na vida?! Os sinais em seu rosto denotavam a vida, provavelmente, difícil que ela tivera. Ao ouvir todo o sacrifício que ela fez para que pudesse cumprir a promessa que fizera à Natássia, não tinha como não querer dar a ela todo carinho que merecia. Não me admirava nenhum pouco o quanto Hyoga era apegado a ela. Ainda mais porque fora ela quem criou Hyoga até aquele momento. Mesmo debilitada, ela é quem estava lá para ele. Pela forma como ele olhava para ela, percebia-se que ele entendia perfeitamente o quanto deveria ser grato. Não só por todos os anos de dedicação, como também pelo fato de que fora ela quem conseguira fazer com que Hyoga conhecesse o pai biológico, realizando o sonho de Natássia.

Voltei meu olhar para Camus. Ele sabia que eu estava preocupado. E também sabia que não tinha muito o que fazer com relação a isso. Ele também estava preocupado, era perceptível. Mas eu via em seus olhos certa resignação. Depois de tantos anos convivendo com Camus, eu conhecia muito bem aquele olhar. Era algo que dizia que ele faria tudo que estivesse ao seu alcance, mas a situação já não dependia mais somente dele. E ele mantinha essa resignação justamente para que não se sentisse culpado do andar das coisas. Era uma responsabilidade muito grande nas costas de uma pessoa. Não me admirava que Camus fosse um excelente médico. Uma pessoa um pouco mais emotiva não suportaria aquela profissão. E, ao mesmo tempo, a profissão acabava moldando a pessoa para que ela agisse de maneira mais frívola. Caso contrário, acabaria sendo consumida por uma explosão de sentimentos a cada paciente que não conseguisse salvar.

Saí de meus devaneios ao ouvir batidas na porta. Logo entrou um sujeito com a expressão extremamente séria. Ele passava o ar de ser completamente responsável, uma pessoa que entendia seu lugar e sua missão. Era alto, cabelos negros e pele branca. Não parecia ser francês, mas também não saberia dizer de onde poderia ser.

— Dr. Shura, muito obrigado por ter vindo. – meu marido foi ao encontro do homem, estendendo a mão para cumprimentá-lo.

— Imagina, dr. Camus. É um prazer ajudá-lo. – ele era bem cortês e tinha um sotaque forte.

— Gostaria da sua opinião no caso dessa paciente, em específico.

Camus aproximou-se da cama da senhora Valéria, juntamente com o dr. Shura.

Não se aproxime dela!

Para a surpresa de todos, Hyoga se pronunciou de maneira exaltada. Até então eu não tinha percebido, mas Hyoga encarava o dr. Shura com muito ódio nos olhos. Apesar disso, podia ver que suas mãos tremiam. O que estava acontecendo? Será que Hyoga conhecia ele? Não acreditava ser o caso, pois o dr. Shura olhava para Hyoga completamente confuso. Camus também estava confuso.

Hyoga, contenha-se! Com quem pensa que está falando?— Camus o repreendeu, voltando-se para o dr. Shura. – Essa é a senhora Valéria. – ele continuou, ignorando o estado de Hyoga.

— Prazer, senho...

O dr. Shura estendeu a mão para cumprimentá-la, mas Hyoga deu um tapa na mão dele antes que ele pudesse encostar nela.

Hyoga! O que pensa que está fazendo?— Camus estava começando a se exaltar.

O que VOCÊ pensa que está fazendo? Pensei que nos protegeria!— Hyoga respondeu, também alterado.

Do que raios está falando?

— Com licença, dr. Camus. Seria melhor que eu retornasse outra hora? – dr. Shura interrompeu.

— Não, por favor. Peço desculpas por isso. – Camus voltou-se para mim. – Milo, por favor, tire Hyoga daqui.

O que?— Hyoga falou, revoltado.

Eu nem disse nada. Apenas pedi licença ao dr. Shura e peguei Hyoga pelo braço. Ele se desvencilhou de mim com certa agressividade.

Não me toque! Não vou sair daqui! Não vou deixar minha avó com esse...— eu tampei a boca de Hyoga, evitando que ele dissesse qualquer coisa mais para irritar Camus.

Segurei Hyoga um pouco mais forte e o joguei sob os meus ombros facilmente, como se estivesse carregando um saco de cimento. Ele se debatia bastante, me dando socos nas costas e gritando para que eu o soltasse. Afinal, o que diabos estava acontecendo ali?

Continua...


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