Your Selection - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 69
Príncipe Mikhail


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! Por favor, me perdoem pela demora, por todos esses meses... mas eu cheguei num momento em que nenhuma das minhas ideias parecia boa. Então eu pedi ajuda de uma leitora (que veio me cobrar >—>), diny, e ela me ajudou. Obrigada diny!



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Capítulo 68

Príncipe Mikhail

Olhou ao redor, a destruição por todos os lados do palácio, um pátio enorme e soldados em suas poças de sangue. O fedor de carne podre era nauseante e as selecionadas gemeram, cobrindo suas faces perante o horror da putrefação. Um campo de batalha permanecia pouco tempo como “uma carnificina” e logo passava a ser uma carniça, com moscas de sangue sobrevoando os ferimentos dos mortos ou raposas espertas arrancando pedaços aqui e acolá dos corpos. Sorte tinha o vitorioso, por permanecer com as armas de seu adversário e recuperar as próprias espadas. Muitos diriam que a munição gasta na luta valia mais que a vida dos soldados.

— Santo Deus... – Mikhail murmurou, enquanto se aproximava de um corpo. Era um homem comum, possuía cabelos louros como ouro e pele branquíssima feito papel. Seus olhos vidrados fitavam os céus. Tentou não se incomodar com as moscas que sobrevoavam o cadáver.

— É inverno, o que esses bichos fazem aqui? – perguntou um dos guardas que vieram com eles. Mikhail ergueu seus olhos para o grupo. Eram sobreviventes. Mas o castelo de seu amigo não parecia abrigar qualquer sobrevivente. Riske havia se aposentado fazia dez anos, o velho não tinha inimigos, ele vivia sozinho com sete criados e três guardas. Como havia 30 corpos de homens armados em seu chão? Quem ele teria provocado, quem estava atrás dele? O mesmo que matou seu pai, é claro, o homem que queria governar a Eurásia. Ele provavelmente estava atrás dos herdeiros, os príncipes que tinham direito ao trono.

— Riske! – gritou, numa tentativa de tudo não passar de... um mal entendido.

Nikolai se apressou com os guardas para tentar encontrar qualquer sobrevivente, mas era vã esta esperança. O cheiro, as moscas, o sangue seco... Tudo indicava que o que havia acontecido ali se passara em mais de dois dias. Mikhail sentiu o vento trazendo o cheiro de cinzas e a neve começando a se acumular sobre os telhados.

Riske!

Então de repente as portas do castelo se abriram com um estrondo e o disparo foi ouvido, outro e outro, diversas vezes. Mikhail se atirou ao chão, envolvendo a própria cabeça. Os disparos pararam quando os gritos começaram. Era a voz de uma moça, e ela gemia, chorando.

Mikhail ergueu o rosto voltado para o castelo. Riske e mais dois homens parados. O velho olhava o grupo, conversando com seus companheiros. Ele então começou a caminhar em direção a eles. Nikolai estava ajoelhado ao lado da menina atingida. Natalia. Mikhail sentiu um grande soco em seu coração, ele sendo esmagado lentamente. Começou a caminhar em direção a Riske sem perceber.

— Mikhail? – o senhor perguntou, cerrando os olhos para vê-lo – É você...?

Ele então cuspiu sangue, quando Mikhail o atingiu com um soco preciso. O velho saiu cambaleando, e implorou para seus homens não atirarem no príncipe da Eurásia. Mikhail estava pouco se lixando que Riske fosse ou não um velho amigo da família ou o tivesse salvado quando nasceu. Só queria acabar com a raça daquele idiota. A menina ainda gemia de dor. Dor.

Segurou-se para não socá-lo mais uma vez.

— Você atirou em nós! – gritou, e Riske se encolheu.

— Desculpe, meu príncipe, eu... pensei que fossem eles.

— Eles? Quem? Aqueles que fizeram essa atrocidade? – indicou o pátio cheio de corpos – Onde você estava? Por que está tudo assim? Me responda!

— É claro, Vossa Alteza. O homem que se intitula herdeiro legítimo do trono, da linhagem dos Romanov. Ele diz ser o último do sangue da família e está assentado no trono de seu pai, no castelo carbonizado. Ele enterrou os restos de seu pai e mandou escrever “Usurpador” em sua lápide. Um louco. Ele está atrás do senhor, Vossa Alteza, e de seu irmão. Quer matá-los para por um fim a linhagem e assumir o reino.

— Mas depois de mim e Nikolai, está Isaac. – respondeu, achando uma idiotice tudo aquilo – Ele jamais conseguiria matar todos os herdeiros, pois todas as famílias estão de algum modo unidas.

— Meu príncipe, não subestime a ganância dos homens! Quando menos se espera, eles perdem sua humanidade e se tornam monstros. – Riske disse, segurando seus ombros. Um filete de sangue começou a escorrer por seu queixo, e Mikhail se sentiu culpado por aquilo. – Não há segurança, meu príncipe, seu pai está morto e por pouco eu também estaria junto dele.

— Preciso de abrigo, Riske, comida e fogo. E um médico – Mikhail acrescentou, acusatoriamente. Riske balbuciou um pedido de desculpas. 

Eles entraram no castelo, percorreram as escadas em direção ao subsolo e se abrigaram nos quartos dos criados, onde Riske montara seu forte. Havia comida para pelo menos um mês e medicamentos para todos. Mikhail organizou-os, repassando as sopas enlatadas e as garrafas de água. Encontrou mantas quentes e esticou colchonetes no chão, para que os mais cansados dormissem. Nikolai se agarrava a menina ferida, mesmo que Riske o estivesse enxotando dali. Por fim, o irmão aceitou e se sentou ao lado de sua namorada.

Natalia... havia conversado com ela há menos de duas horas... como é que agora ela estava assim, trincando os dentes, o sangue manchando todas as suas vestes... era horrível. Riske, como um médico real, cuidou rapidamente do ferimento, retirou a bala e limpou, recosturou a pele e deu a menina algo para passar sua dor. Ela adormeceu docemente.

— Quando eles vieram para cá? – Mikhail perguntou assim que Riske terminou de limpar as mãos.

— Há três dias. Desistiram quando mataram todos os soldados que seu pai enviou. Eu me abriguei aqui com meus homens e os criados. Eles pensaram que eu estivesse morto e se foram.

— Meu pai enviou homens para você? – Mikhail tentou ligar os pontos.

— É claro. Não é de hoje que a União vem sofrendo revoltas, o rei já tinha noção de tudo, mas provavelmente escondeu isso de você e seu irmão. Ele era amoroso demais e protetor demais, manteve-os isolados de seu próprio reino, a par das rebeliões nas maiores cidades. Ele já sabia que alguma hora iriam tentar tirá-lo do trono, e tratou de cuidar de seus amigos mais próximos – Riske disse, fúnebre – Ele os deixou no Japão com um propósito: mantê-los a salvo do que estava por vir. Ele sabia que os rebeldes aproveitariam a viagem para se reunir diante do castelo.

— Mas se meu pai sabia, por quê não pediu ajuda a minha tia, ou o Imperador da China?

— Ele pediu. Infelizmente não lhe deram ouvidos. – Riske suspirou. – Meu príncipe, é melhor tirar essas coisas da cabeça e descansar. Todos vocês enfrentaram um longo caminho até aqui.

Mikhail não queria, mas aceitou.


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Notas finais do capítulo

Não irei mais demorar meses para os próximos! Isso eu prometo. Beijos da Meell e muito obrigada por todo o seu apoio e por me aguentar até aqui.