Your Selection - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 62
A Revolta dos Esquecidos


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Capítulo 61

A Rebelião dos Esquecidos

“Os povos da América desejam apenas ter o pensamento livre para criar e mãos livres para construir, e poderão triunfar do momento difícil que atravessa o mundo” – Josué de Castro

Jennifer Lawrence feat. James Newton Howard – Hanging Tree

– Rápido! Fechem todos os portões de entrada, tranquem a evasão da água, não deixem um lugar por onde estes desgraçados possam entrar. – Noah Arauto, rei da América do Norte ordenou. Do outro lado das mesas, em frente as telas do computador, seus homens monitoravam as câmeras, prontos para atirar nos rebeldes que se mostrassem despreparados. O que eram todos.

A revolta começou gentilmente nos confins do mundo: o Sul da América do Sul. Espalhou-se como fogo na plantação, alcançando proporções catastróficas mesmo para os soldados tão bem treinados e a munição de sobra. As pessoas morrem facilmente, mas é difícil matar todas quando só podemos mirar em uma por segundo. Noah sabia o que deveria fazer, afinal conquistou a Inglaterra com este propósito. Toda a família, incluindo os Capet estavam já nos submarinos de guerra, prontos para viajar até a Inglaterra. Ele só precisava dar os últimos comandos e deixar que os computadores fizessem todo o trabalho.

Respirou fundo, colocando as mãos na cintura e olhando os gráficos. Em algumas câmeras era possível ver os rebeldes avançando com armas precárias, feitas de latas de lixo, tochas, vassouras quebradas e até mesmo garfos e facas de cozinha. Era tudo o que eles tinham, para era o suficiente para invadir a sede. Os soldados estavam quase todos já na Inglaterra. Os rebeldes sul-americanos descobriram-nos despreparados para um combate e assim podiam se aproveitar disso. Mas Noah tinha certeza de uma coisa: a América não cairia por causa deles. Haviam sobrevivido a uma Guerra que destruíra parte do mundo e ainda a uma doença considerada incurável, encontraram a cura. Estavam seguros da Praga, da fome e de seus inimigos. Só precisavam abandonar de vez a América para enfim se estabelecerem na Inglaterra e lá começarem um novo governo. A Península lhes daria cobertura, enquanto o rei estivesse louco pela cura de sua doença enlouquecedora.

– Senhor, os caminhos subterrâneos estão todos prontos. Temos de ir agora, ou seremos deixados. – informou um dos jovens cientistas. Assentiu para ele e deu o comando para que todos colocassem suas máquinas no automático e corressem para salvar suas vidas. Estavam a serviço da família real, eles e os soldados. Haviam descoberto a cura da doença, mas ainda não desfrutaram dela.

– Os Tratados de Paz com a Península foram estabelecidos e logo seremos reconhecidos como Reino Americano da Inglaterra. – o jovem voltou a falar, ofegante pela corrida pelos subterrâneos do palácio. Noah sabia muito bem que aquilo era uma grande piada para os ingleses, mas quem realmente daria a gargalhada seria ele.

– A França está negociando com a Península e a China uma proposta de casamento de cada rei, provavelmente a Península ganhe. A União já foi conquistada por Romanov, ele também apoiará o senhor. O que nos resta é China e Japão, porém eles irão se curvar, ou sentirão o gosto do sangue e da Praga. – o jovem falava com brilho nos olhos, como se tudo fosse muito divertido. Noah sentia-se enojado.

– É claro que aceitarão. O príncipe inglês, ou melhor, Rei Adam I, mande-lhe uma carta de afastamento – sorriu – A Inglaterra não precisa mais de um garotinho inexperiente para governá-la. Deixe-o como um visconde.

– Visconde? Mas... Ele é de família influente, senhor. – o jovem piscou os olhos – Ao menos um duque...

– Duque? Dê poder o suficiente a ele e verá um usurpador querendo tomar nosso trono tomado. – sorriu, adorava esse trocadilho. – Barão. Somente. E se for esperto se contentará com tomar conta de algum castelo afastado.

O jovem assentiu, anotando isso em sua planilha digital. Noah odiava aquela tecnologia barata, mas era o que sobrara da guerra. Já vira coisas muito mais brilhosas que aquelas. E pensar que muitas pessoas não tinham sequer um computador em casa... Era deplorável. Alcançaram o submarino e adentraram-no. Imediatamente a porta foi fechada e ele se desconectou dos tubos submarinos do castelo. Noah viu seus netos e seu filho, junto da esposa, estavam observando os corais no fundo do mar. Pois que fizessem isso, antes de pensarem no que os rebeldes iriam fazer ao lugar que eles sempre chamaram de lar. Não era tão triste quanto parecia. Noah já havia visto destruições maiores, perdas maiores. Mas deixar a América era como deixar sua mãe, ainda com os braços abertos e o colo ali, quente e confortável. Demoraria para se acostumar com a Inglaterra, mas era tudo pelo bem de sua família e principalmente pelo bem do reino. Seu reino era feito de soldados e homens sem sentimentos, devia-lhes tudo o que tinha, pois eles dariam a vida em combate para protegê-lo do que quer que fosse. Noah sabia que destruíra qualquer natureza humana neles, porém não admitiria que fosse totalmente sua culpa, pois eles haviam se inscrito ainda jovens para o treinamento.

“Venham para a América e não morra de fome, de praga ou assassinado, mas vire meu leão domesticado”. Sorriu. Era uma proposta irrecusável.

Sophia acenou, sorridente. Odiava aquele cabelo louro pintado. Odiava aquela boca escandalosamente vermelha. Odiava tudo em sua esposa, porém avançou até onde ela estava. A velha apontou para fora da janela do submarino, um cardume de peixes se espalhava a medida que passavam ao seu lado. Ela sorria, animadamente, como se a viagem fosse realmente adorável. Suspirou e a deixou sozinha com seu sorriso forçado. Seus netos eram mais amáveis que ela. Ao menos os tinha por amor. Will não ergueu os olhos quando se aproximou dele. Noah aprendera a respeitar o canto autista de seu segundo neto. Thommas, o adotado, apenas o olhou de soslaio e logo voltou a encarar a filmadora que tinha em mãos, o menino sempre fora um amante do cinema antigo, aquele que costumavam fazer tanto. Noah se lembrava dos diversos filmes que assistira com suas namoradas de verdade, aquelas que ele amara.

Pate ergueu os olhos e sorriu-lhe, um sorriso sarcástico, de quem diz “Esperando um abraço, velho?”. Suspirou. Seus netos não o amavam, sua esposa era uma ótima atriz e seu filho... Não atreveu a olhá-lo. Deveria estar se esforçando ao máximo para não gritar. Noah sabia que ninguém queria estar abandonando a América, mas que escolha tinham? Finalmente encontraram a cura para a Praga e podiam salvar o mundo de uma extinção. Entretanto antes tinham de conseguir algo em troca: dinheiro, comida, soldados, um reino... Tudo o que fosse necessário para a sobrevivência.

Respirou fundo novamente. Não havia nada que pudesse fazer agora. Pegou um dos livros que colocou na mochila de viagem e abriu-o na página marcada.


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Notas finais do capítulo

Bom, bom. A história está ficando bem grande e havia MUITA coisa ainda que eu queria fazer, mas como está ficando massante (e eu sei que sim!), vou terminar a história em alguns capítulos. Quero desde já agradecer a todas que se mantiveram firmes na leitura e principalmente por me apoiarem nos meus momentos difíceis! :3 Amo vocês!