I always loved you escrita por Just for Stana


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Gente, sei que esta angustiante, mas esta acabando. ;)



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Jack estava mantendo Castle seu prisioneiro há um mês. As primeiras duas semanas o escritor passou em um quarto pequeno e abafado onde só havia um colchão velho, uma torneira enferrujada e um buraco no chão, para eventuais necessidades. Uma vez a cada três dias, era jogado no chão sujo e cimentado um pequeno sanduíche que Rick só conseguiu engolir para tentar manter-se vivo.

A água disponível ali também não era uma boa opção. Era cor de barro, com um gosto travoso que Castle a maioria das vezes usou apenas para tentar se refrescar do calor do ambiente praticamente sem refrigeração. Em apenas três dias seu corpo clamava por líquido, então ele ingeriu a água de péssima qualidade para encontrar algum alívio.

Alguns dias depois, entretanto, episódios de febre e vômitos repousaram sobre o escritor com toda a sua potência. Passava os dias contorcendo-se com dores abdominais e as noites eram veladas por intensos calafrios e espasmos musculares. Ao final da segunda semana, Castle estava quase que mortalmente enfraquecido.

No início da terceira semana o pão foi jogado mais uma vez no quarto de Rick. Ele arrastou-se com dificuldade para o suposto alimento e tentou mastigar. Quase não conseguiu engolir devido à amargura da mistura da massa com sua escassa saliva. Ao terminar arrastou-se de volta para sua cama quando sentiu que seu fôlego estava sendo arrancado de seus pulmões. Seu coração conseguiu estímulo para disparar e Castle sentiu-se incendiar por dentro. Gemidos confusos e desesperados ecoaram por aquele precário ambiente até que o escritor desmaiasse em um lamento: “Kate...”

Em questão de segundos a porta do quarto abriu-se violentamente e um homem grande e forte de cabelos loiros e olhos azuis adentrou o ambiente. Desferiu alguns chutes no corpo inanimado de Castle pra confirmar o seu estado e sua própria maldade. Ao vê-lo completamente imóvel arrastou seu corpo cansado e desidratado para outro lugar. Com pouco esforço o grande homem conseguiu colocar o parceiro de Beckett em cima de uma maca num outro compartimento muito semelhante à uma sala de cirurgia exceto pela precariedade e imundície do local.

Jack cuidou de amenizar o estado de Castle aplicando soro intravenoso e alguma medicação para aniquilar o efeito da substância que o escritor havia ingerido através do suposto alimento. O objetivo mórbido de Jack era deixar Castle forte o suficiente apenas para que ele pudesse resistir a novos maus tratos. O enfermeiro gostava de brincar com a vida das pessoas e o poder que sua habilidade com medicamentos lhe proporcionava. A maioria do tempo ele se sentia o próprio Deus.

A quarta semana seguiu com Castle sendo tratado e ao mesmo tempo atormentado com as drogas que Jack injetava em seu corpo, além das amarras que continham seu corpo com firmeza para evitar possíveis imprevistos. Rick era um homem forte e se não fosse a covardia daquele monstro ele poderia ser facilmente subjugado. O escritor alternava rapidamente entre estados de extrema euforia antes de desmaiar lentamente dopado ficando em estado praticamente vegetativo.

Em um ou outro delírio Castle sussurrava repetidas vezes o nome de Kate e perguntava-se se ela estaria fora de perigo. A última lembrança que tinha da detetive era dela ainda no hospital recuperando-se de quase ter morrido envenenada por Jack. Aquele bastardo estava maltratando todo mundo, mas Rick se alegrava de agora ele mesmo ser a vitima e não sua musa.

Então o que parecia ter sido um momento de alivio se transformou em seu maior pesadelo quando um fio de lucidez tomou conta de sua consciência e Rick pode ouvir Jack sussurrar em seu ouvido que havia machucado Alexis. O coração de Castle convulsionava dentro de seu peito e seu cérebro processava informações confusas e inacabadas, mas um sentimento ele discernia bem: dor.

Através de sua visão embaçada e de seu desespero o escritor pode perceber nas mãos de Jack um celular que quase que imediatamente foi colocado em seu ouvido. Do outro lado da linha ele conseguiu processar aquela voz em pânico, mas ainda doce. A voz de Kate.

Rick tentou argumentar de acordo com suas possibilidades, mas ele conhecia bem aquela mulher. Sabia que ela não desistiria dele, assim como ele jamais desistiria dela. Mas ele tinha medo, por ela, por sua família. Ela também era sua família agora e ele sequer podia suportar o pensamento de perdê-la ou de colocá-la em perigo mais uma vez. Infelizmente para Castle agora era tarde demais. Beckett já estava com aquele monstro.

Kate entrou no carro com Jack, para uma viagem que talvez não tivesse volta. Não se importava se com isso pudesse salvar a vida de Castle. Entretanto, ela não tinha garantia de nada. Beckett tentava descobrir para onde ele a estava levando para talvez assim poder avisar de alguma forma seus amigos. Então se lembrou que provavelmente ambos estavam mortos. Seu coração despedaçado contraiu e ela não pode controlar mais as suas lágrimas de dor.

– Oh, meu amor, não chore assim – disse Jack. - Já estamos quase chegando. Muito em breve estaremos juntos para sempre.

Jack debochava sorridente enquanto passava uma das mãos asquerosas pelo lado interior da coxa de Kate. Ela tentou afastar-se do toque dele, mas foi impedida pelo cinto de segurança. A reação dela despertou ainda mais o desejo infame do maníaco.

– Meu amor, é bom saber que ainda mexo com você, e isso me deixa ainda mais excitado. Você não tem ideia das coisas que você também faz comigo – ele disse enquanto Kate se remexia tentando encontrar uma forma de tirar a mão dele de cima dela.

– Você está ansiosa, eu entendo. Também estou muito ansioso para sentir você em mim novamente. Vamos conversar um pouco então. O que você sentiu quando ouviu a minha voz no celular de Castle?

A cabeça de Kate virou como um chicote em direção ao motorista e então seus movimentos cessaram. Ela ficou o encarando alguns segundos em silêncio, com o coração assustadoramente disparado. Beckett se lembrou que seu celular ainda estava com ela. Jack ficou tão vidrado no corpo de Kate que e em suas armas que não percebeu o aparelho. Ela pensava que talvez pudesse tirar vantagem disso, mas como? Não querendo que ele percebesse o que ela estava arquitetando. respondeu a pergunta.

– E-Eu senti amor – ela sussurrou, referindo-se aos seus momentos com Castle, mas Jack não precisava saber disso.

Beckett se perdeu mais uma vez em suas lembranças ouvindo longe o riso eufórico do maníaco. Ela permanecia de olhos fechados, perdida em suas lembranças, agradecendo mentalmente por Jack não ter tentado tocá-la mais uma vez. Permaneceu alguns minutos assim, quando mais uma vez a voz do homem ao seu lado a despertou mais uma vez, só que agora com a notícia que ela tanto queria.

– Chegamos, meu amor...

Kate nem ao menos esperou o carro ser desligado, abrindo imediatamente a porta do veículo tentando sair. Infelizmente a mão de Jack foi mais rápida e a puxou de volta para dentro agarrando-a pelo braço. A detetive virou-se a tempo apenas de sentir uma picada em sua veia. Seu coração falhou uma batida, desacelerando subitamente, e ela sentiu sua vista escurecer enquanto aquele líquido denso era injetado em seu corpo.

– O-o que v-você fez? – Beckett gemeu ofegante e com a garganta pesada.

– Nada, meu bem. Apenas acalmei você. Não seria bom você estar nervosa ao ver Castle – Jack explicou alisando os cabelos e o rosto dela, desligando o carro em seguida.

O enfermeiro ajudou Kate a sair do carro e então ela tinha que apoiar-se nele para caminhar. Entraram em um lugar que ela não saberia descrever devido às suas condições. Seus passos eram trôpegos, a respiração parecia que ia falhar e sua visão tinha um embaçamento oleoso que se renovava cada vez que ela piscava. O lugar era escuro, e então Kate estava mais uma vez completamente dependente daquele louco.

Alguns minutos vagando pelas trevas e Jack abriu uma porta revelando uma sala absurdamente iluminada. Beckett tentou proteger os olhos, mas devido à lentidão de seus movimentos, não obteve sucesso. Uma sensação de desmaio veio sobre ela, forçando-a a apoiar-se com mais força sobre Jack, fazendo-o sorrir. Quando recuperou seu equilíbrio ela encarou aqueles olhos azuis olhando diretamente para ela. Diferentemente dos olhos de Castle, o olhar de Jack não tinha vida.

Ele a fez caminhar alguns passos lentamente, literalmente carregando seu corpo. A droga, a intensidade da luz, e a proximidade do corpo de Jack a estavam irritando, e um gemido escapou de sua boca. Os saltos de Beckett faziam algum barulho e toda aquela movimentação despertou a atenção de mais alguém naquela sala. Kate ouviu seu nome ecoar vagamente pela sala, como um delírio, e isso colocou-a imediatamente em alerta. Tentou ajustar um pouco mais sua visão e quando o viu, seu coração se derreteu perdendo o compasso pela milésima vez.

– Cas-tle... – ela conseguiu sussurrar.

Impulsionando seu corpo para frente Beckett tentou correr em sua direção, mas mesmo se Jack tivesse permitido, seu corpo completamente dopado cairia sem hesitar no chão. Ele a deteve com os dois braços colocando-a agora no campo visual de Castle. Rick estava sóbrio o suficiente para perceber toda aquela movimentação e estava preparado para novas torturas. Entretanto, ele não estava preparado para a pior de todas elas: ver a mulher que amava nas mãos daquele maníaco.


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