I always loved you escrita por Just for Stana


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oiee!!!

Sorry por não postar antes, é que tive um probleminha aqui. rsrsrsrsrsrsrs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/593661/chapter/17

Kate permaneceu alguns segundos tentando não perder o equilíbrio. Aquela conversa ao telefone estava segurando-a e quando a ligação caiu ela sentiu como se seu corpo inteiro quisesse desabar. Beckett não conseguia respirar direito. Sentiu uma estranha sensação de estar sumindo e ao mesmo tempo como se algo estivesse inflando dentro dela a ponto de fazê-la explodir.

Alguém fez com que ela se sentasse novamente. Ofereceram um copo com água gelada para que ela bebesse, mas não tiveram muito sucesso. As mãos dela tremiam sem controle salpicando a água do copo, e ao tentar beber sua garganta travou e o liquido simplesmente não desceu. Beckett colocou de volta a água dentro do copo numa ânsia de vômito, mas seu estômago estava vazio.

– A-Alexis... ? – Kate se surpreendeu ao conseguir falar algo.

– Kate... tenha calma. Quem era no celular? – Lanie falou docemente com ela.

– Era o Jack... E-Ele está com Castle... – Kate choramingou. – Ele ainda está vivo, mas está muito ferido. Jack disse que ele só aguentaria algumas horas.

– Nós ouvimos você dizer que iria encontrá-lo... – Ryan disse.

– Sim, e-ele disse no Central Park, mas não disse a hora. Eu tenho que ir agora mesmo, ele já pode estar lá e... – a detetive falou levantando-se.

– Você não pode ir sozinha... – Montgomery começou, mas Kate o interrompeu.

– Senhor, eu prometi, e não quero envolver mais ninguém nisso. Vou ver como Alexis está e depois irei para lá. Sozinha. Alguém pode me dizer em que quarto ela está? – Kate resmungou irritada percebendo que ninguém ainda havia se dado conta da pressa que ela tinha.

– Alexis?! – Beckett disse mais alto, com a voz mais firme.

– Kate... – Esposito começou falando. – Ela vai ficar bem, mas você precisa se acalmar.

– Eu preciso o quê? – ela sorriu nervosamente, percebendo pela expressão de todos que havia algo errado. - O que vocês não estão me contando?

– Ela... está viva... mas o caso dela ainda é um pouco delicado. Perdeu muito sangue e o risco de infecção é grande devido ao lugar e a forma em que a achamos... – O olhar e a voz de Esposito estavam tristes de uma maneira que Beckett nunca tinha presenciado.

– C-Como assim?? – o coração de Beckett pulou.

– Nós a achamos... – Ryan tentou começar. – Bem, um cara a encontrou... na... numa... lixeira...

– O quê????

Beckett não podia acreditar no que estava ouvindo. Alexis havia sido encontrada por um gari, que acidentalmente olhou dentro da lixeira antes de encaixar as correntes para o guindaste ser acoplado. Pelo estado em que a moça estava ele pensou que estivesse morta, e ligou imediatamente para a polícia que, pela descrição recebida, repassaram a localização para Ryan e Esposito.

Em menos de cinco minutos os rapazes chegaram ao local para encontrar uma Alexis amordaçada, mãos e pés amarrados e praticamente sem roupas. Milagrosamente ela sobreviveu aos machucados e ao frio intenso da madrugada. As poucas peças que a cobriam estavam sujas de sangue e seus pulsos estavam recobertos com gaze. Aparentemente, Jack, tendo conhecimentos médicos, não quis provocar uma hemorragia mortal na menina. Pelo menos isso.

Beckett não estava tão pronta para ouvir isso quanto queria ou tentava demonstrar. As imagens de Castle, Martha, Alexis e dela mesma se projetaram em sua mente, uma por cima da outra e sua consciência entrou em colapso. Kate viu as pessoas falando com ela, olhando-a preocupadamente, mas ela não entendeu o porquê de não conseguir ouvi-las. Na verdade, eles estavam tentando fazer Beckett despertar de um estranho estado de inconsciência, uma espécie de transe que a desligou da realidade por aproximadamente duas horas.

– Meu Deus... Castle! – Kate gritou levantando-se subitamente da maca em que repousava.

– Kate, por favor, espere! – Lanie tentou forçar a amiga a permanecer quieta.

– Alexis... Onde ela está?

– Ela está acordada e quer ver você. Mas ela não pode te ver assim. Por favor, você precisa se acalmar – Lanie tentava controlar Kate.

Beckett ignorou o pedido da amiga e partiu em direção à filha de Castle. Conseguiu o número do quarto com alguém de branco que ela não conseguiu processar, já que não quis esperar Lanie dizer onde a menina estava. Encontrou a menina deitada na cama, descansando com a cabeça para o lado. Ao ouvir o som da respiração ofegante de Kate, Alexis virou a face pálida com alguns arranhões e deu um pequeno sorriso de alívio.

Aquele gesto de Alexis trouxe um pouco de vida para Kate e ela sabia que, apesar do terror que a moça deve ter experimentado, tudo ficaria bem. Apesar dos arranhões espalhados por todo o seu corpo e a forma humilhante em que havia sido deixada, não havia sinais de violência sexual ou qualquer outro tipo de abuso. Mais um momento de pausa para o sofrimento.

Kate abraçou a menina tão forte quanto podia sem machucá-la, mas as lágrimas não rolaram com a intensidade que exigiam. Alexis ainda estava meio letárgica pelas drogas que corriam por suas veias, mas correspondeu ao gesto da detetive.

– Eu sinto muito, Alexis. Por favor, me perdoe.

– Kate... Não... Não é sua culpa – a voz da menina falhou de início. - Fique tranquila, eu estou bem...

– Ele machucou tanto você... Seus cabelos... Seus pulsos... – Beckett lamentava horrorizada.

– Eu não me lembro de nada, Kate... – Alexis falou confusa, mas não demonstrava nervosismo. - Eu não vi nem senti nada disso...

– Você não se lembra de nada?

– Não... Me lembro que você estava comigo no quarto e eu peguei no sono... E só... Não faço ideia de como vim parar aqui ou como fiquei machucada assim.

A detetive suspirou sentindo que isso de alguma forma era reconfortante. Alexis não havia presenciado mentalmente o que aquele bastardo havia feito com ela. A filha de Castle desmaiou segundos depois de o Enfermeiro Jack aplicar uma dose pesada de um sedativo cirúrgico. Felizmente ela não sentiu seus cabelos serem reduzidos pela metade nem seus pulsos serem cortados enquanto Jack utilizava-se do sangue dela para compor a cena de horror que ele tinha planejado.

Alexis também não soube quando ele tirou suas roupas, a amarrou incomodamente e a arrastou pela rua grossa e fria, esfolando sua pele cor de rosa e jogando-a finalmente na lata de lixo. Quando ela acordou já estava em segurança no hospital, sentindo-se levemente dolorida, ainda enfraquecida pela perda de sangue e com um leve torpor pelos medicamentos administrados.

– Kate... Alguma notícia do meu pai? – Alexis perguntou temerosa.

– Alexis... eu... – A detetive pensou se deveria ou não dizer. – Eu não sei se eu devo dizer isso...

– Por favor, Kate... Não me esconda nada, ficar sem saber de nada é muito pior.

– O enfermeiro Jack ligou... Ele... está com o seu pai. Ele ainda está vivo... – Kate foi interrompida pelo suspiro de alívio da menina.

Alexis percebeu que havia algo errado, com a voz e a expressão de Beckett. Ela não parecia feliz, mas sua face tinha uma sombra de densas trevas.

– A...lexis.. eu preciso encontrá-lo. – Kate atropelava as palavras tentando formular algo útil. - Eu não sei o que aquele homem pode fazer com ele e eu... Eu não sei o que eu faria se... se...

– Tenha calma, eu sei que você vai encontrá-lo – a menina sussurrou tocando as mãos de Beckett com uma de suas mãos. – Meu pai sempre disse que você é extraordinária no que você faz e acredito nele.

Apesar de ser jovem, a menina estava provando ser muito forte e corajosa. A detetive viu aquela mão suave e machucada tentando acalmá-la e isso lhe deu forças. Ela tinha que fazer algo por sua família, por si mesma, por Castle. Ela já tinha perdido muito tempo e amaldiçoava-se por ter sido tão fraca. Uma enfermeira entrou no quarto para trocar o soro e aplicar a medicação. O corpo da filha de Castle ainda precisava de cuidados. A ruivinha começava a adormecer e Kate aproveitou esse momento para se despedir e sair.

– Kate... – Alexis disse já incrivelmente sonolenta.

– Diga Alexis... – disse, fazendo um carinho no cabelo ruivo.

– Apenas prometa que não vai se machucar... - os olhos azuis então fecharam-se e a policial permaneceu em silêncio.

– Eu amo você, Alexis – disse Kate dando um beijo em sua testa.

Beckett estava aliviada por tê-la de volta, mas como seu coração e sua mente bombeavam de maneira insana apenas um nome, não ousaria prometer nada. Ela faria de tudo para encontrar Castle. Tudo mesmo. Antes mesmo que pudesse sair do quarto, Kate viu a presença de Lanie novamente seguindo-a. O olhar tenso de Kate se encontrou com o olhar preocupado de Lanie e elas permaneceram assim alguns minutos.

– Lanie, por favor, eu preciso que você fique aqui com Alexis e Martha. Eu tenho que dar uma saída e... não sei que horas poderei voltar.

– Kate... o que você está querendo fazer? Se matar? – Lanie protestou.

Beckett ponderou alguns minutos. Ela estava fora de si, apavorada e não conseguia raciocinar direito. Pretendia encontrar-se sozinha com o maníaco e pensava em sua mente que de alguma forma isso o faria libertar Castle. Esperava apenas que não fosse tarde demais, pois segundo o telefonema mais cedo, o escritor tinha apenas algumas horas de vida.

– Lanie... – Kate passou a mão trêmula pelos cabelos. - Não estou querendo me matar, mas sinceramente não me importaria se isso ajudasse a salvar Castle – a detetive falou tentando passar pela amiga.

– Kate, você não está pensando – Lanie a segurou pelo braço. - Assim que ele colocar as mãos em você, ele vai matar Castle e te usar como seu brinquedinho particular.

– Lanie, por favor, me solte! – a detetive fazia força contra a mulher. - Não tenho tempo para pensar... Ele está com Castle... Ele ainda está vivo, mas não sei por quanto tempo mais ele vai conseguir aguentar. Ele me salvou mais de uma vez, milhares de vezes... Eu não posso simplesmente deixá-lo morrer.

– Não Kate, você não pode, mas entenda... assim você vai matar vocês dois. – Lanie a impedia com seu próprio corpo aumentando o tom de voz. - Não vou deixar você sair daqui!

– Que droga, Lanie! Saia do meu caminho, agora! – Beckett gritou sacando a sua arma e apontando para sua melhor amiga.

Lanie congelou imediatamente não acreditando no que estava vendo. Nunca em toda sua vida tinha estado sob a mira de um revólver e jamais passou pela sua cabeça que a primeira vez seria pela arma de sua amiga. Dor, desespero, mágoa, angústia, impotência, e medo corriam pelas veias daquele corpo enfraquecido, porém determinado da detetive. As mãos de Kate tremiam, havia lágrimas em seus olhos e a voz de Castle chamando o nome dela ecoava em sua mente. A médica legista não se moveu mais e deixou que a mulher passasse por ela. Em seu coração, Lanie se apavorou com um pensamento que lhe ocorreu.

Kate saiu do quarto ignorando Ryan e Esposito que vinham investigar a confusão que ecoou pelos corredores do hospital. Esposito, suspeitando que algo estava errado, disse para Ryan segui-la enquanto ele mesmo foi falar com Lanie. Apesar do escândalo Alexis permanecia dormindo pelos sedativos e o detetive pode ver Lanie chorando ardentemente com as mãos no rosto, sentada no sofá.

– O que aconteceu, Lanie? Nós ouvimos as vozes lá de fora. – Esposito perguntou preocupado.

– E-Ela... Ela apontou uma arma para mim – disse a médica aos prantos.

– O quê?!

Lanie contou os detalhes da conversa para o amigo e ele chegou preocupado à mesma conclusão. Kate nunca foi uma mulher descontrolada, mas os últimos meses a haviam desgastado por completo. Seus amigos tinham medo que a mesma crise que lhe acometera no período da morte de sua mãe pudesse estar voltando agora com uma carga ainda maior. Assim, estaria de volta também a obsessão, as noites sem dormir, os ataques de pânico, a sede de vingança, as terapias... E se nenhuma terapia fosse o suficiente? E se os remédios e todo o resto não pudessem ser capazes de curá-la? Beckett poderia ficar presa nisso para sempre... Louca.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I always loved you" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.