I always loved you escrita por Just for Stana


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Bom por hoje são esses 3 capítulos, até amanhã. :*



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Kate bateu à porta do quarto da filha de Castle, por educação já que a porta estava entreaberta. Alexis estava envolvendo um travesseiro com os braços, na esperança de preencher o vazio que a corroía por dentro. Beckett sentou-se ao lado dela devagar e em silêncio. A menina imediatamente aceitou o conforto disponível nos braços da detetive.

Martha demorou-se na cozinha alguns minutos a mais organizando as coisas e então subiu para o seu quarto para ficar sozinha. Não estava em condições de ir ver Alexis. Não daquele jeito, não naquele dia. Kate permanecia tentando consolar Alexis afagando os cabelos ruivos da menina. Não havia palavras para serem ditas ali, então permaneceram em silêncio na companhia uma da outra.

– Meu pai está morto não está? – Alexis suspirou derrotada

– NÃO! não, Alexis, não diga isso – respondeu a detetive, não querendo admitir tal possibilidade.

– Eu sei, eu sinto. Eu vi o que aquele monstro fez com você em duas semanas. Meu pai já está com ele há um mês e...

– Alexis por favor... – Kate interrompeu apreensiva. - Precisamos ter esperanças. Ainda não temos provas de nada.

A filha de Castle estava com medo, mas sabia que uma hora ou outra teria que encarar essa dura realidade. A dura realidade de não ter mais seu pai ali. Ele iria querer que ela continuasse a sua vida, porque era o que ele mais gostava de fazer: viver. A mente de Alexis rodava e se coração moído tentava continuar batendo.

Apesar da dor, sabia que não estava sozinha. Ali com ela estava um dos maiores exemplos de força e coragem que conhecia: Detetive Katherine Beckett. Mesmo que para ela agora fosse apenas Kate, ela sabia que poderia contar com ela em qualquer momento.

– Kate? – ela chamou com a voz densa.

– Sim? - A menina demorava a responder então Kate falou mais uma vez. - O que foi, Alexis?

– Como é perder alguém da família?

A detetive suspirou fundo levemente. Algo dizia a ela que a menina iria perguntar exatamente aquilo. Não a culpava por ter tocado nesse assunto ainda tão delicado, mesmo depois de tantos anos. Ela entendia o quão Alexis estava perdida com a possibilidade de perder seu pai, e sabia que não estava sendo nada fácil.

– É ruim, muito ruim... – Kate começou procurando as palavras certas. - Você sente muitas coisas ao mesmo tempo. Raiva, mágoa, rancor, desespero... Você nunca supera isso... – Mais um suspiro abafado e então ela continuou. – Mas um dia você acorda e então percebe que você não se importa mais de carregar isso com você.

O silêncio dominou novamente aquele quarto e não demorou muito para o cansaço abater Alexis e ela adormecer ali mesmo, com a cabeça no colo de Kate. A detetive organizou a menina em sua cama, retirando-se dali com o cuidado de não despertá-la. Antes de sair, deu um beijo carinhoso em seu rosto.

Beckett desceu as escadas e encontrou a casa vazia. O vazio de um ambiente nunca a havia assombrado tanto. Ela estremeceu e o frio a atravessou com violência de tal forma, que a única coisa que restava fazer era sair dali. Subiu as escadas novamente, indo pelo corredor em direção ao seu quarto. Mas não estava sozinha ali.

As lembranças daquele corredor ainda eram vivas. A primeira vez que andou até a direção do quarto dele veio subitamente em sua memória. Continuou caminhando até que se deu conta que estava diante do quarto de Rick. Segundos se passaram e então ela suspirou.

– Um mês...

Até então Kate tinha evitado entrar ali. Já era difícil demais lembrar de todo o resto. Mas a saudade de tê-lo novamente em seus braços a consumiu. Entrou por aquela porta, fechando-a em seguida, como se adentrasse o passado: ela o via movimentar-se por todo o quarto, a voz dele ecoando em sua cabeça. Um leve sorriso quis se manifestar, quando ela olhou para a cama dele. Lembrou-se de seus abraços, de seus beijos, de seu amor. Observou todo aquele ambiente, abraçou a si mesma e gemeu. Aquele lugar parecia agora tão frio.

Um suspiro profundo e uma lágrima escorreu pelo rosto dela. Não podia mais esconder. Não havia mais como ter esperanças, Castle estava morto. Beckett caminhou até uma foto de Rick que estava ali próximo a sua cama. O sorriso dele era tão pacífico, cheio de vida e ao mesmo tempo com um brilho intenso e sedutor. Mais uma lágrima rolou daqueles olhos verdes, embaçando o sorriso de Castle, e ela cuidou de limpá-la dali, mas então seguiram-se outras e não houve mais controle.

Kate escondeu-se em algum lugar entre a cama e a parede, chorando ardentemente com o rosto entre os joelhos, abraçada àquele porta-retrato sem vida. Finalmente ela se permitia expressar todo o medo, raiva, angústia e principalmente a saudade que impedia seu coração de bater. Ouviu de leve a porta do quarto se abrir e por um momento realmente pensou que pudesse ser ele. Mas não era.

Ela afundou-se novamente em sua bolha e ficou ali, buscando algum sentido que pudesse fazê-la sair algum dia daquele quarto. Kate ouviu passos lentos em sua direção. Seu desespero a consumia tanto que ela realmente imaginava Rick se aproximando, tocando-a, passeando a mão em seus cabelos, falando com ela.

– Oh meu amor, não chore... Eu estou aqui.

Beckett demorou apenas dois segundos para processar a imagem de um homem agachado junto à ela, acariciando seu rosto. Ela tentou se levantar depressa, mas ele foi mais rápido e a impediu segurando-a pela nuca.

– Cuidado. Você não quer acordar sua família, quer? – o homem falou calmo e suave. Beckett apenas acenou com a cabeça. – Muito bem, vamos nos levantar devagar, ok?

Levantaram-se lentamente, a detetive com a respiração presa pela proximidade com que o homem estava dela e ele com um sorriso duvidoso nos lábios. O homem tinha porte alto, era loiro, com grandes olhos azuis e também tinha uma arma nas mãos. Isso fez com que Kate não desse passos em falso.

Quando finalmente se colocaram de pé, ele a beijou pelo pescoço, brincando com sua língua em sua pele até finalmente sussurrar em sua orelha: “Eu sempre amei você.” Essa era a frase deles. Dela e de Rick e o nojo a percorreu com tamanha intensidade que ela se desvencilhou dele conseguindo tomar-lhe a arma. As mãos dela tremiam, um sorriso diabólico pairava no rosto do homem e então de repente a arma disparou.

A bala atravessou o coração do homem e embora o sangue tivesse espirrado de uma maneira incomum pelo quarto, ele permaneceu encarando-a com aqueles olhos demoníacos e azuis. Na hora do tiro, alguns respingos atingiram o rosto de Kate, que levantou uma das mãos para limpar. Ela observou o sangue em suas mãos e quando olhou novamente para o homem que sangrava ajoelhado à sua frente, seu corpo se derreteu. Beckett havia matado Castle.

Seu corpo se estremeceu e seu olhos se incomodaram com a súbita luminosidade do local. Kate ainda estava sentada no chão, e tudo não havia passado de um terrível e assombroso pesadelo. Ela olhou no relógio e percebeu que estava atrasada para levar Alexis para o último teste. Saiu então pela porta do quarto de Rick que estava meio aberta, caminhando lentamente até o quarto da garota que aparentemente não havia acordado também.

Beckett empurrou a porta e perdeu a noção de sua existência. Nem em todos os anos de sua vida policial e todas as cenas de crimes bizarras que já tinha presenciado, nunca tinha visto algo tão devastador. O quarto todo estava em ordem, até mesmo as janelas estavam fechadas. Mas Alexis não estava lá, sua cama estava horrivelmente banhada com sangue, rastros se sangue arrastado pelo chão e algumas mechas de cabelo ruivo também podiam ser identificadas.

– A-A-Alexis... – ela suspirou pesadamente e notou que sua voz teve um eco imediato.

Kate virou-se e notou que Martha também observava a mesma terrível cena que ela. A expressão da mulher era de profundo terror e ela entrou imediatamente em pânico. Beckett tentava controlá-la mas estava sendo humanamente impossível conter o surto da senhora Rodgers. Primeiro seu filho, e agora sua neta. Nada mais restava para ela.

Tudo aconteceu muito rápido e então subitamente a mãe de Castle estava inconsciente no chão. A detetive finalmente conseguiu olhar no rosto daquela mulher. Seu rosto estava pálido, lábios levemente arroxeados e não demorou para Beckett perceber que além de Martha não responder, estava completamente sem pulso e também não respirava. Imediatamente ligou para a emergência, antes de iniciar os primeiros socorros.


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