I always loved you escrita por Just for Stana


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Hey!

Mais 3 capítulos para vocês apreciarem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/593661/chapter/13

Castle estava inconsciente, perdendo muito sangue. A corda que o prendia pelas mãos e o mantinha pendurado acima do chão arrebentou e ele caiu pesadamente no chão. Beckett chutou a porta com força e encontrou-o caído ali. Correu até ele, mas parecia ser tarde demais. Rick foi esfaqueado várias vezes e tudo o que brotava de seus lábios era sangue, o vapor de sua respiração moribunda e o nome agonizante de sua musa. O sangue dele inundou suas finas mãos, suas roupas, seus lábios, sua alma.

– Castleee!!!! – gritou Kate ainda na cama do hospital.

Beckett despertou do seu terrível sonho, trêmula e suando frio. Por algum motivo, ela sentia que aquilo podia não ter sido apenas um sonho. Olhou ao seu redor e diferente das tantas outras vezes que acordou naquele hospital, ela se deu conta que estava sozinha. Onde estariam Martha e Alexis? E Castle, por que não o via? Justamente agora que ela precisava vê-lo mais do que nunca, tocá-lo e ter a certeza de que ele estava bem, por que ele não estava lá?

A detetive não conseguiu ficar parada em sua angústia e resolveu ir em busca de respostas. Levantou-se devagar, ainda meio cambaleante e arrastando o suporte do soro que ainda escorria para sua veia, foi em direção à porta do quarto. Pela janela de vidro, não via nada a não ser um hospital vazio. Parecia que ela ainda estava sonhando. Mais alguns passos, apoiando-se na parede, e então viu algumas pessoas.

Martha estava abraçada com Alexis, enquanto Lanie as observava com uma expressão preocupada. Ryan e Esposito estavam lá também naquela pequena sala, mas ocupavam-se cada um com seu celular em ligações que soavam uma urgência preocupante. O quebra-cabeças que havia se formado na mente de Kate foi concluído. Algo de muito ruim deveria ter acontecido e, pela expressão de todos, a vítima era Castle. Quando esse pensamento lhe ocorreu, um golpe de gelo estremeceu seu corpo ainda fragilizado.

– Oh meu Deus, Kate... – Lanie disse chamando a atenção de todos para a amiga que estava pálida como cera.

Os detetives correram e fizeram-na sentar em um sofá próximo antes que desabasse sobre suas próprias pernas. Seu olhar perdeu-se em algum ponto no chão e sua mente vagou por locais sombrios como se não houvesse retorno. Seu coração disparado parecia bombear sangue gélido e o frio do pavor percorria suas veias tornado-a ainda mais trêmula e fria. A voz suave, porém preocupada de Lanie, a chamou de volta para a dura realidade.

– Kate... – a ME tentava encontrar as palavras certas para dar a notícia.

Beckett levantou os olhos para encontrar os da amiga, tentando decifrar a mensagem contida neles. Tentou alguns segundos, mas sua cabeça rodava rápido demais para que ela entendesse qualquer mensagem que não fosse alta e clara.

– C-Castle... e-ele... – A voz da detetive tremia de tal modo que ela não conseguiu terminar a frase com seu pensamento. – O que acon-teceu?

– Ele não voltou, Beckett – Ryan finalmente revelou. - Está desaparecido desde ontem à noite.

– Achamos as coisas dele jogadas em um beco, e... – Esposito decidiu falar logo tudo de uma só vez, mas hesitou no final.

– E o quê? – Beckett perguntou, tentando não entrar mais em pânico.

– E... junto delas tinha um bilhete – Lanie suspirou.

– Q-Que tipo de bilhete? O que dizia? Me falem de uma vez!

“Como você está se sentindo hoje, minha Nikki? Saudades” – Esposito recitou.

Isso soou como uma bomba aos ouvidos da detetive. Castle foi levado pelo mesmo bandido que a havia sequestrado, deixando um bilhete como prova de que era um novo ataque. Kate fechou os olhos em um suspiro doído. Suas lágrimas lutavam para sair, mas ela incrivelmente conseguiu segurá-las. Tentou manter o controle, mas infelizmente não era tão forte assim. Num acesso de fúria arrancou o soro ainda conectado em sua mão e levantou-se depressa, sendo impedida de sair correndo pelos amigos.

– Me soltem, eu preciso sair daqui! Preciso encontrá-lo! – Kate se debatia com sua pouca força.

– Kate, por favor, pare. É isso que ele quer. Ele quer que você se desespere e então ele terá os dois – Lanie se esforçava em tentar acalmá-la.

– Mas eu não posso ficar aqui! Não posso deixar que ele... morra – ela não se conteve mais e desabou em um choro desesperador.

Beckett sentiu seu corpo ser envolvido por braços trêmulos e um corpo que convulsionava tanto quanto o dela. Era a filha de Castle buscando consolo mútuo. A detetive permaneceu ali alguns minutos e então entendeu que precisava reunir forças para cuidar da família de Rick. Da sua família.

– Alexis, eu sinto muito. Eu... nós vamos encontrá-lo, eu prometo – Kate falava tentando olhar para a garota.

– Eu estou com muito medo... tenho medo de perder meu pai – Alexis murmurava.

– Não fique assim... eu... eu... – A detetive parou para não repetir a promessa que ela não sabia se poderia cumprir.

Segundos depois a doutora entrava na sala, procurando por Kate, já que ela não estava no quarto. A mão da detetive estava sangrando pela forma abrupta como ela retirou a medicação da veia, então a médica sugeriu que voltasse para o quarto para refazer o curativo. Felizmente era o último dia de Kate no hospital, estava recebendo alta naquela manhã. Infelizmente Rick não estava lá para acompanhá-la com sua presença insubstituível.

Kate foi para casa junto com Martha e Alexis, enquanto Lanie e os outros tiveram que voltar para o trabalho. Tanto a mãe quanto a filha de Castle estavam imensamente abaladas. o que fazia o clima naquele carro ficar sufocante e desesperador. Beckett também estava atordoada, mas não podia demonstrar, então respirava olhando ora para suas mãos, ora para a janela. Não havia palavras que pudessem modificar a terrível tristeza que emanava de dentro daquele veículo.

Chegaram ao apartamento e o silêncio e a ausência já esperavam por aquelas mulheres. Estavam as três perdidas, sem rumo, sem ação. Rick era o pilar daquela família e sem ele estavam desnorteadas. Movimentavam-se roboticamente, tentando fazer algo com sentido e útil. Tentaram acomodar Kate em seu quarto, pois ainda precisava descansar. Ela havia recebido alta, mas isso não significava que estava totalmente recuperada, ainda que dissesse o contrário.

Certificadas de que Beckett estava “bem”, Alexis foi para o quarto chorar, e Martha escolheu como companhia uma garrafa de uísque, e também seguiu para seu aposento. Kate permaneceu ali sentada olhando a janela, e o vento frio da manhã e aquele silêncio mórbido quase a fez surtar. Saiu andando pelo corredor da casa descendo as escadas lentamente. Sentou-se no sofá, olhando ao redor, e o vazio a assombrava sem piedade.

Abraçou uma das almofadas, encolhendo-se ali. Sua visão estava turva, sem cor, o ambiente estava banhado por uma imensa escuridão. Talvez fosse o fato de as janelas ainda permanecerem fechadas desde a noite anterior. Ou podia ser apenas a escuridão de dentro de sua alma. Ela queria Rick ali, agora. Queria o bem, sorrindo com ela, fazendo charme, provocando-a, beijando-a.

Mais uma vez seus olhos passaram pela cozinha. Lembrou-se da presença dele ao lado dela e de sua primeira noite juntos. Sua mente ainda recordava o cheiro dele, e por um momento achou que ainda podia senti-lo impregnado naquelas almofadas, que tinham servido de travesseiro para os dois há algumas noites. Sentiu-se devastada, desejando morrer apenas pelo pensamento de perdê-lo. Esquecendo-se do quê ainda a mantinha em sã consciência, Beckett chorou.

Permaneceu alguns minutos perdida na dor de não poder protegê-lo, de não poder trazê-lo de volta com um simples estalar de dedos. Sentiu medo. O medo terrível de reviver a insuportável dor de perder alguém subitamente. Quando finalmente estava conseguindo encarar a perda de sua mãe, o destino lhe rouba Castle dessa maneira. Beckett também pensava em Alexis, em como ela suportaria tudo aquilo e em como Martha iria resistir à terrível dor de perder um filho. O único filho.

Precisava ser forte por elas, por eles, por ele. Rick sempre lutou por ela, salvando-a das garras da morte inúmeras vezes. Ela não podia se render, não agora, não sem tentar. A inconformidade brotou por seus poros e então levantou-se, indo lavar o rosto. No caminho, viu uma foto de Castle sorridente com Martha e Alexis. Tomou a foto em suas mãos, acariciando-a alguns segundos, desfrutando das boas lembranças.

Beckett sorriu momentaneamente e levou a foto até seus lábios beijando-a. Um beijo molhado de saudade. Era uma promessa, um pacto, uma dívida. Apesar de tê-lo visto um dia antes, a incerteza de não saber quando ou se ainda iria vê-lo arrebatou seu coração mais uma vez. Pegou sua bolsa, onde havia algum dinheiro dentro e saiu, fechando a porta com cuidado. Antes, deixou um pequeno bilhete.

“Sinto muito, mas não posso ficar aqui. Preciso de notícias.
Estou bem, não se preocupem.
Amo vocês.
Kate.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I always loved you" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.