I always loved you escrita por Just for Stana


Capítulo 11
Capítulo 11




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A cirurgia foi um sucesso e Beckett passava bem. Como já tinham os resultados dos exames em mãos, os médicos puderam agir de maneira mais rápida, evitando um choque hipovolêmico (perda de sangue em excesso) mais grave e irreversível. Apesar disso, Castle não conseguia sorrir. Mais uma vez a vida dela ameaçada, mais uma vez ele quase a perdeu e isso o fazia se sentir inútil. A doutora então começou a contar detalhes sobre o quadro clínico de Kate:

– Os exames revelaram a presença de uma substância rara, venenosa, que mata em poucos dias, quase que silenciosamente. Geralmente as vítimas ignoram os sintomas corriqueiros procurando um médico apenas no último estágio, o da hemorragia, quando muitas vezes já é tarde demais.

– Veneno? – Alexis perguntou.

– Mas como isso aconteceu? – Martha disse.

– Não sabemos ao certo, mas quem fez isso sabia do poder dessa droga e quis definitivamente mathar a detetive. Se não fosse o episódio febril dela ontem à noite jamais saberíamos. – disse a mulher de jaleco branco.

– Isso é impossível. Eu estava o tempo todo com ela. Ninguém estranho se aproximou. – Castle argumentou nervosamente.

– Os remédios! Era a única coisa que só ela estava tomando, não era? – Lanie pensou em voz alta.

– Mas nós demos a ela como fazemos com alguns de nossos pacientes. – A doutora respondeu.

– Talvez tenham sido trocados? – Ryan questionou.

– Precisaríamos de uma amostra para análise. – Lanie disse olhando pra Rick.

– Quem é o responsável pela distribuição da medicação? - Esposito perguntou.

– Enfermeiro Jack, mas ele foi demitido ontem. - A doutora disse se sentindo acuada.

– Ontem? Por quê? – Alexis indagou.

– Bem, isso é estranho dizer, mas nós... Namorávamos. – A médica explicou constrangida. - Terminamos há dois meses atrás, e ele ficou muito diferente, revoltado, na verdade. Trabalhávamos juntos, mas isso não estava mais dando certo. Começamos a ter problemas e ele foi transferido para supervisionar a farmácia.

– Desculpe, vocês o quê? – Castle disse sem acreditar.

– Eu me lembro que na época em que a Detetive Beckett deu entrada aqui, ele ainda cuidava de alguns pacientes meus. Ela foi a última paciente minha com quem ele teve contato. Ele estava estranho, perturbado, sempre observando, rondando. Ele começou a ter problemas com outros colegas e alguns pacientes estavam reclamando dele. Então ele foi transferido, mas eu sempre o encontrava por aqui, como se tivesse me procurando. Isso estava me assustando, ele parecia outra pessoa, mas achei que fosse algo da minha cabeça. Mais ou menos um mês depois, ele se limitou a ficar por lá, então achei que tivesse se conformado.

– Não era atrás de você que ele estava vindo... – Castle lamentou em voz baixa, porém audível.

– Não? Como? O que você está querendo dizer? – A médica perguntou confusa.

– Sim... Provavelmente ele estava seguindo ela. Ele pode ter sido o responsável pelo que aconteceu à detetive, e rondava para saber se ela podia ou não reconhecê-lo. – Esposito teorizou.

– Ou para tentar terminar o que havia começado. – Ryan completou.

Um silêncio de suspense pairou naquele lugar como se uma bomba tivesse caído sobre a mente de todos. A mente de Castle rodava e ele se sentiu ficando novamente sem fôlego, suas pernas amolecidas. Sentou-se imediatamente.
Era a peça que estava faltando no quebra-cabeças, tudo aparentemente começaria a se encaixar. Tinha que ter sido alguém do hospital. Alguém com acesso aos medicamentos que ela recebeu. Alguém com acesso ao quarto dela para ter deixado o bilhete. Alguém com conhecimento em área cirúrgica pra ter acesso àqueles instrumentos. Um filme passou na mente de Rick lembrando-o do primeiro surto de Kate. Ele havia acabado de chegar, ela estava ali no chão depois que o enfermeiro veio e... O enfermeiro...

– Ela sabia, meu Deus, ela sabia. Por que eu não a ouvi? Por quê? – Rick se lamentava.

– Doutora, precisamos de todas as informações que a senhora puder nos dar sobre este homem.

– Sim, vou providenciar a ficha dele agora mesmo. Mas eu ainda não consigo acreditar. Ele sempre gostou dos livros de Castle. Disse que havia entrado na carreira porque gostava de fazer parte dos que lutam pela saúde e segurança das pessoas. Então eu dei a ele o livro Heat Wave e ele se apaixonou porque o fazia se lembrar de como eu era forte e independente e também de como ele me chamava quando estávamos sozinhos. Não queríamos o nosso relacionamento sendo tema dos corredores do hospital então o mantínhamos em segredo.

– E como ele a chamava? – Ryan perguntou, imaginando a resposta.

– Doutora Nicole Hawk... - Alexis disse olhando pro jaleco da médica e depois para seu pai.

– Nikki... – Castle suspirou processando a mensagem.

– Nikki Hawk. Mas... – Ela pareceu lembrar de algo importante. - Depois do livro ele passou a me chamar Nikki Heat, Minha Nikki Heat.

Achada a peça que faltava tudo pareceu tão lógico que se odiaram amargamente por terem deixado escapar. Castle não podia acreditar no que tinha acontecido. E dessa vez bem debaixo do seu nariz. Ele estava revoltado consigo mesmo.

– Papai, não foi culpa sua. – Alexis tentava consolá-lo.

– Não foi culpa de ninguém, filho. – Martha sentou-se ao lado dele. - Precisamos manter a calma. Mais longe já estivemos de pegar esse bandido.

– No que depender de mim, farei de tudo para que vocês o encontrem o mais rápido possível. – Dra. Nicole disse com convicção.

– É melhor vocês irem para casa. – Castle disse pra mãe e filha, quando conseguiu respirar. - Vou ficar com ela aqui. Posso ir vê-la não é doutora?

– Vai adiantar eu dizer que não, Sr. Castle? – A médica deu um leve sorriso contrariado.

– Você sabe que não. – Ele respondeu retribuindo a expressão.

Rick seguiu para o quarto onde Kate se recuperava da cirurgia. Ryan e Esposito acompanharam a doutora pra verificar as informações sobre o suposto suspeito. Martha e Alexis foram para casa tentar descansar. Castle a viu, ainda sedada, mas se alegrou por saber que o pior já havia passado e que em breve estaria bem e voltando para casa. Ele a beijou, tocou seu rosto, suas mãos, se lembrando de como ela o fazia feliz. Sua vida nunca mais foi a mesma desde o dia em que a conheceu. Ela o completava e seria impossível viver sem ela.

Kate permaneceu sedada algumas horas, reagindo bem ao tratamento pós cirúrgico. Novamente a companhia de Castle era fixa ao seu lado. Passou a noite ali com o pensamento rodando, criando teorias, revivendo mentalmente cada detalhe do caso. Observava a chuva da janela do hospital imaginando se podia simplesmente piscar os olhos e sair de toda aquela situação, levando-a com ele. Entre um pensamento e outro olhava para ela, ali tão serena e imutavelmente bela. Quando ela finalmente estaria segura? Quando essa tortura iria ter fim? Ele a viu se mexer e se posicionou mais perto, ainda de pé, apertando a sua mão. Beckett abriu os olhos lentamente, não por completo, mas conseguiu ver a imagem de Castle meio embaçada. Tentou falar algo, mas Rick a interrompeu.

– Shh, por favor, não fale nada. Apenas descanse. – Ele disse acariciando seu rosto.

Ela desistiu de tentar falar, vendo que realmente não ia conseguir. Fechou os olhos novamente dando um suspiro cansado, com uma leve expressão de dor. Ver aquela expressão no rosto de Kate foi simplesmente horrível para Rick, que não conseguiu segurar suas lágrimas. Elas rolaram lentamente pelo rosto dele, enquanto ele continuava passeando as mãos pelos finos traços do rosto de Beckett querendo apagar todo vestígio de dor do seu semblante.

– Eu te amo, Rick. – Ela conseguiu balbuciar, já adormecendo.

– Eu também te amo, Kate. – Ele disse, inclinando-se e beijando levemente os lábios dela.

Uma pequena lágrima escapou dos olhos de Kate, mesmo fechados, rolando pelo seu rosto delicado, seguida por outra de volume ainda maior. Uma lágrima de Castle.


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