I always loved you escrita por Just for Stana


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Oie!

Mas uma sequencia de 3 capítulos.



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Castle e Beckett passaram a manhã inteira no precinto revisando cada arquivo do caso tentando encontrar algo que talvez pudesse ter passado despercebido. A denúncia anônima levou os rapazes a descobrirem, mais uma vez, nada. Voltaram frustrados e cansados. Tentavam confabular teorias, junto com Kate e Rick, mas nada fazia sentido na mente deles. Nunca tinham de deparado com algo tão difícil de investigar. Era um caso aparentemente sem solução que em mais alguns dias estaria sendo arquivado. Isso era inadmissível para todos, mas para Castle era insuportável pensar que o responsável por agredir sua musa ainda continuaria solto podendo atacá-la novamente a qualquer momento.

Todos os contatos pareciam inúteis, as pistas eram como poeira que se dissipava no ar e nada trazia uma estrada segura a ser trilhada. O cansaço abalava a todos, especialmente quando se lembravam do que havia acontecido com a detetive. Em seus pensamentos, não haviam sido bons o suficiente para encontrá-la na primeira vez e temiam que não fossem novamente capazes de evitar outro ataque. A última ameaça, deixada por aquele bilhete, tirava o sono de todos os que estavam envolvidos naquele estranho e tenebroso caso.

Kate estava ainda um pouco abatida, tossindo algumas vezes, o que na visão dela confirmava ser apenas uma virose. Um arrepio às vezes lhe corria pela espinha, seguida de uma falta de ar, mas ela tentava disfarçar, especialmente para Castle. Ele providenciou uma xícara de chá para tentar fazê-la sentir-se melhor. Já era 1 da tarde e Beckett sempre procurava um jeito de enrolá-lo um pouco mais, mas achou melhor parar de abusar. Afinal, seu estômago já começava a doer.

– Está na hora de irmos. - Ele disse já imaginando a resistência dela.

– Sim, vou pegar meu casaco. – Beckett falou prontamente.

– Você está bem? Não vai tentar me convencer a ficarmos aqui? – Ele disse surpreso.

– Não, hoje não. – Ela respondeu sorrindo docemente.

Saíram juntos para almoçar. A detetive sentiu sua visão oscilar algumas vezes, mas nada que um rápido balanço de cabeça não resolvesse. Estava com fome, se sentia fraca e cansada e então tomou um dos braços de Rick como apoio. Ele passou a mão pelas mãos dela sorrindo e retribuindo o gesto de carinho. Ela sorriu de volta, ainda que palidamente. Caminharam alguns minutos de braços dados, procurando algo interessante para comer. Chegaram num lugar que exalava um cheiro muito bom de comida e resolveram entrar. Fizeram o pedido, e Rick devorava seu alimento enquanto Kate apenas beliscava. O que havia acontecido com seu apetite?

– Kate, você não está comendo nada. Não gostou do que pedimos? - Ele perguntou.

– Não, a comida está ótima. Apenas não consigo engolir mais nada. - Ela disse entristecida.

– Se esforce um pouco mais. Você não pode ficar de estômago vazio. Beba pelo menos mais um pouco de suco. – Ele disse, empurrando o copo para mais perto dela.

Ela obedeceu ingerindo o líquido com uma certa aflição. Seu coração estava disparado e ela sentia que a qualquer momento poderia colocar tudo pra fora. Colocou um guardanapo na boca e respirou fundo tentando manter o alimento acomodado dentro de si.

– Está tudo bem?

– Sim. Apenas um outro enjoo, mas já passou. – Ela mentiu. - Vamos pedir a conta?

– Vou pedir e vamos ao hospital agora.

Saíram do restaurante de mãos dadas, descendo a escadaria, e Rick percebeu o caminhar lento e meio cambaleante de Kate, que havia perdido completamente a cor. Ele a envolveu pela cintura, ajudando-a a alcançar o táxi mais próximo. Ele poderia ter ficado com raiva por ela ter mentido para ele, mas nesse momento apenas um sentimento o consumia: preocupação. O balanço daquele veículo atormentava ainda mais o interior da detetive, que suava frio, sem palavras, com os olhos fechados expressando dor e a cabeça encostada no ombro de Castle que segurava a sua mão. A respiração dela era profunda porém rápida, e ela pressionava as mãos dele com força. Um enorme engarrafamento adiante deles anunciava que o pesadelo estava apenas começando. Castle estava consumido por tão grande medo que não percebeu que, pela quinta vez, seu celular tocava insistentemente. A ligação era da médica de Kate que havia recebido os resultados dos exames. Sua voz parecia urgente, mas devido ao ruído das buzinas dos protestos dos carros, não pode entender muita coisa.

O táxi estava parado, e quando tudo parecia não poder ficar pior, um gemido tirou a atenção de Castle do telefone. Mãos trêmulas abriram a porta do carro, e a detetive posicionou metade do seu corpo para o lado de fora. Uma sequência de espasmos expulsava o conteúdo do interior de seu estômago em alta velocidade. Rick estava paralisado, descorado, processando a terrível cena. As contrações eram intensas, incrivelmente dolorosas e logo o vermelho assumiu a coloração da poça que se formava ali. Não havia controle e cada vez mais sangue era perdido. Em poucos minutos Beckett enfraqueceu por completo voltando-se pra dentro do carro quase sem consciência. Rick a chamava pelo nome sentindo a respiração superficial dela e o pulso enfraquecido. Ela não respondeu, apenas adquiriu uma palidez mórbida, lábios acinzentados, enquanto seu olhar se perdia nos olhos dele. Rick tentou desesperadamente mantê-la acordada, mas ela acabou desfalecendo no banco de trás.

Gritos e lágrimas de dor ecoavam por aquele veículo enquanto Castle sacudia o corpo amolecido de sua musa. O clamor do escritor se misturou ao som da sirene de uma ambulância que passava ao lado deles pedindo passagem aos demais carros. O motorista do táxi a seguiu, mesmo infringindo a lei, fazendo finalmente o carro andar na esperança de que não fosse tarde demais. Acompanhando o ritmo da ambulância, chegaram ao hospital e a doutora ainda estava no telefone da recepção tentando nova ligação pra Castle, quando o viu entrar na emergência do hospital com uma Kate inconsciente em seus braços trêmulos. Os olhares ansiosos de ambos se encontraram temendo que o pior já tivesse acontecido. A médica entrou em ação rapidamente, acionando sua equipe e providenciando uma maca para a paciente. Haviam muitas pessoas de branco ao redor dela trabalhando com pressa, manipulando seringas, fios e tubos. Rick acompanhava a movimentação perplexo, ouvindo termos médicos desconhecidos, mas foi surpreendido por um enfermeiro que pedia para ele se retirar. Obedeceu o comando lentamente mas não antes de ver um desfibrilador entrar em ação no corpo da detetive. Minutos de angústia se apoderaram da equipe que seguiu para o centro cirúrgico tentando salvar a vida daquela mulher.

A equipe da recepção entrou em contato com a família ao perceber que nitidamente o escritor estava abalado demais para avisar alguém. Castle estava em choque e ignorou a chegada de sua família e dos amigos do precinto. Horas de pânico atormentaram a vida de todos reunidos ao lado de Castle, Alexis e Martha. O escritor permanecia sentado em meio a todo aquele silêncio, massageando suas próprias mãos, tentando aliviar a angústia que atormentava seu peito. A cada minuto um nó na garganta o impedia de respirar e ele puxava um suspiro profundo tentando manter o controle de si mesmo. Seus olhos ainda guardavam aquela última cena agora embaçada pelas lágrimas silenciosas que escorriam nervosamente pelo rosto dele. Mentalmente ele fazia uma tímida e ao mesmo tempo desesperada oração. Alexis permaneceu ao lado de seu pai tentando confortá-lo, com a cabeça encostada no ombro dele, apesar do medo sufocante dentro de si mesma. O ar daquela sala de espera havia se tornado rarefeito em extremo para cada um dos indivíduos naquele pequeno ambiente.

Mais meia hora obscura e uma movimentação do lado de fora da sala demonstrou que alguma notícia talvez estivesse chegando. O coração de Castle batia tão rápido que chegava a deixá-lo tonto e enjoado. Com a imagem da médica a sua frente, ele sentiu seu coração congelar em uma contração. Tudo parecia acontecer em câmera lenta e as vozes eram confusas aos ouvidos do escritor, que não conseguia compreendê-las. Então viu um sorriso, abraços e expressões de alívio que o tiraram daquele transe sombrio e emudecido. Ele permaneceu sentado com seu corpo ainda trêmulo, mas finalmente voltou a sentir o gosto do ar em seus pulmões.


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