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Todos gostam das manhãs de domingo para descansar, dormir mais do que o comum, tirar o estresse da semana. Mas Kurt amava as manhãs de domingo para fazer caminhadas, já que grande parte da população de Nova York estava dormindo, as ruas eram um pouco mais calmas. Mas naquela manhã, ele não iria caminhar sozinho.

– Bom dia! – Kurt ouviu uma voz atrás de si.

– Blaine! – Ele sorriu e cumprimentou o moreno. – Bom dia.

– Tudo bem? – Kurt pegou dois copos de café, e entregou um para Blaine, que arqueou uma sobrancelha. – Como sabe o meu pedido?

– Você pediu ontem na minha frente. – Kurt sorriu. – Tenho memória boa.

– Oka, isso pode ser um pouco assustador. – Blaine sorriu, tomando o seu café.

– Eu estou bem, aliás. E você? – Eles sentaram na mesma mesa dos dois dias anteriores.

– Muito bem. – Blaine sorriu. – Não se atirou na frente de nenhum carro no caminho até aqui, não é?

– Não, eu só faço isso quando quero fugir dos encontros. – Blaine o encarou.

– Então você não queria fugir desse encontro? – Blaine sorriu torto.

– Isso é um encontro? – Kurt sorriu também.

– Me diga você, cherry. – Kurt gargalhou com Blaine imitando o seu sotaque.

– Nunca mais imite meu sotaque. – A gargalhada dos dois tomou conta de todo o estabelecimento.

– É, ele só fica bem em você. – O castanho sentiu suas bochechas esquentarem com o olhar que o moreno lhe lançou.

– Eh, então, Blaine, por que Nova York? – Kurt estava tentando mudar o assunto, pois não queria que o moreno notasse a cor de suas bochechas.

– Bom, eu sonho com Nova York desde que eu era pequeno. – Blaine tomava o seu café calmamente. – Dizia para os meus pais que quando eu me formasse na Dalton, viria para cá e estudaria na Juliard. – Ele sorriu. – Como pode ver, uma parte do plano falhou.

– Juliard não aceitou você? – Kurt arqueou uma sobrancelha. – Pelo pouco que eu pude ouvir no hospital, você canta muito bem e toca muito bem. – Ele olhava sério para Blaine.

– Eu fui aceito em Juliard, mas fui aceito para artes cênicas, e eu acabei mudando de ideia. E para não esperar mais um ano até poder me candidatar na Juliard novamente, fui para a NYU. – Blaine sorriu. – Mas nunca tentei Juliard de novo.

– Artes cênicas. – Kurt sussurou. – Rachel faz artes cênicas na NYU. – Blaine arqueou uma sobrancelha. – Minha colega de quarto.

– Ah. – Ele concordou com a cabeça. – Eu sonhava com Broadway, mas na última hora percebi que minha verdadeira paixão era a música, e como eu gostava de surpreender as pessoas com ela. – Kurt sorriu ao ouvir aquilo e lembrar de Blaine no hospital.

– Por isso você toca para as crianças. – Blaine concordou. – Mas você pretende ser que tipo de músico?

– Quero compor músicas para filmes, aquelas que fazem com que todos se emocionem. – O moreno soava sonhador. – Sabe aquele curta que os alunos de cinema fizeram no ano passado?

– O de terror ou o de romance? – Kurt arqueou uma sobrancelha.

– Qualquer um dos dois. – Blaine esperava asioso a resposta de Kurt.

– Bom, eu vi os dois. – Kurt sorriu.

– Eu fiz a trilha sonora deles. – O mais baixo disse, orgulhoso de si.

– Você está falando sério? – Kurt se aproximou de Blaine.

– Sim. – Blaine estava estranhando a reação de Kurt.

– Eu ajudei a produzir o curta de romance, Rachel atuou como a principal. – Kurt estava pasmo. – Eu fiquei encantado com as músicas para a trilha, e quando perguntei quem as havia feito, ninguém me respondeu. – Kurt bateu na mesa, involuntariamente.

– Não precisa bater na mesa, ela não tem culpa. – Blaine sorriu. – Eu não acredito que você gostou das minhas músicas.

– Gostei? – Kurt aumentou o tom de voz. – Eu ouvi Meia Noite durante duas semanas seguidas, o dia inteiro. – Blaine estava boquiaberto.

– Você só pode estar brincando. – Os dois sorriam surpresos com o acontecimento.

– É, acho que era meu destino conhecer você naquele acidente, porque tivemos muitas chances de nos conhecer antes. – Kurt sorriu e viu Blaine sorrir também.

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Por volta das onze horas da manhã, depois de mais de duas horas conversando no café e caminhando pelas ruas de Nova York, Kurt e Blaine voltaram para suas casas. Rachel ainda estava dormindo, então ele pode sorrir a vontade enquanto cozinhava. Já Blaine não teve a mesma sorte, pois assim que chegou em casa Wes o esperava sentado no sofá.

– Até que enfim você chegou. – Wes encarou Blaine.

– Por que você está aqui, Wes? – Blaine perguntou sorrindo.

– Eu precisava falar com você. – O garoto observou Blaine com os olhos semicerrados. – Onde você estava?

– Fui dar uma volta. – O moreno largou seu casaco sobre a poltrona ao lado do sofá e sentou-se.

– Sozinho? – Wes questionou.

– Não, com Kurt. – O garoto deu um pulo.

– Blaine, é o terceiro dia seguido que você vê esse garoto, e é por isso esse sorriso no rosto? – Blaine não respondeu. – Se você me disser que ele é perfeito, eu vou bater em você.

– Mas ele é perfeito. – Wes levantou-se e deu um soco no braço de Blaine. – Ai!

– O que aconteceu da última vez que você disse isso? – Wes tinha olhos escuros, e Blaine sentia-se intimidado por eles.

– Eu fui magoado. – O moreno disse sem animo e com os ombros curvados.

– Ótimo, apenas lembre-se disso. – O garoto voltou a se sentar no sofá.

– Mas faz muito tempo, Wes. – Blaine disse e o amigo lhe encarou novamente. – Jeremiah é muito diferente de Kurt.

– Hm, mesmo? – Wes sentou-se reto no sofá e começou a contar. – Jeremiah gostava de sair para tomar café, Kurt também. Jeremiah flertava contigo, pelo que entendi, Kurt também. Jeremiah dizia amar as suas músicas, se Kurt gostar delas, é mais algo em comum. – Blaine baixou a cabeça. – Ótimo, eles gosta, não é? – Wes suspirou. – Blaine, você é precioso demais para esse mundo, você não pode se apaixonar por esses caras porque eles são legais com você. Talvez Kurt só esteja procurando um amigo.

– Eu não estou apaixonado, Wes. – Blaine disse sério.

– Tudo bem, mas estou te alertando sobre os perigos. – Ele levantou aos mãos em rendição. – Eu sou seu melhor amigo e eu só quero que as coisas deem certo para você, e eu preciso abrir os seus olhos. Os caras de Nova York não querem compromisso, você viu aquele filme sobre isso.

– Primeiro, eu também não quero compromisso, segundo, Kurt não é de Nova York. – Blaine suspirou. – Pare de me tratar como uma criança, Wes. Eu sei que eu fui muito burro com Jeremiah, mas isso faz muito tempo, era o meu primeiro ano aqui. Eu sei me cuidar, e eu não estou apaixonado pelo Kurt, eu quero ele apenas como o meu amigo.

– Tudo bem. – Wes disse declarando a discussão por encerrada. – O que vamos almoçar?

– Eu não sei. – Blaine olhou em volta. – Pizza? – Ele deu de ombros.

– Pizza.

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Quando Rachel acordou o almoço já estava pronto e Kurt trabalhava em um de seus projetos para a faculdade. Era um quadro, que na visão de Rachel, estava cheio de borrões de tinta, mas para Kurt, aquilo fazia todo o sentido do mundo.

– O almoço está pronto, Bela Adormecida. – Kurt disse sem tirar os olhos do quadro.

– Você já comeu? – Rachel parou ao seu lado.

– Já, duas horas atrás. – Ele pegou o pincel e traçou uma linha no meio dos borrões.

– Eu dormi tanto assim? – Rachel esfregou os olhos com as mãos.

– Sim. – Ele franziu o cenho, e traçou outra linha, abrindo um sorriso.

– Como foi o encontro com Blaine? – Ela foi até a cozinha.

– Bom, muito bom. – Ele continuou sorrindo.

– Vocês se beijaram? – Ela voltou para a sala, com um prato de comida.

– Claro que não, Rachel. – Ele finalmente tirou os olhos do quadro. – Blaine e eu somos apenas amigos. – Ele sorriu. – Preciso de amigos homens que não estejam interessados em sexo.

– Interessante. – Rachel riu. – E ele sabe disso?

– É claro. – Ele confirmou, mesmo não tendo certeza de sua resposta.

Então ele pegou o seu celular e digitou uma mensagem.

Poderíamos tomar um café pelo quarto dia seguido? – Kurt.