Nothing Is How Looks Like escrita por BabyMurphy


Capítulo 3
Encontros Marcados.


Notas iniciais do capítulo

Eu sumi, eu sei, mas eu estava sem internet em casa. Agora eu voltei e eu espero que vocês gostem.



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3

Logo que Kurt chegou em casa depois de passar no hospital, Rachel o xingou por não ter a avisado que estava saindo, e isso a deixou muito preocupada. Apesar de Kurt explicar que avisou, mas a garota estava dormindo e apenas resmungou, ela não acreditou.

– Eu disse que estava indo ao hospital e a sua resposta foi “huumhumhaeahm”. – Ele reproduziu o resmungo da garota.

– Eu jamais faria um som como esse. – Rachel cruzou os braços.

– Mas você fez. – Kurt foi até a cozinha e pegou uma maçã.

– Tudo bem. – Ela parou e observou Kurt. – O que tinha de especial naquele hospital?

– Além de um médico maravilhoso e Blaine? Nada. – Kurt caminhou até a sala, sentando no sofá.

– Blaine? Ele é tipo um perseguidor que fica te catando por Nova York? – Rachel parou em pé na frente de Kurt.

– Não, ele é uma pessoa boa demais que toca para as crianças do hospital nos sábados. – Rachel ficou de boca aberta.

– Ele é uma boa pessoa, isso é... estranho para um novayorquino. – Rachel sentou-se ao lado de Kurt.

– Ele não é natural de Nova York. – Kurt modeu sua maçã.

– Vocês foram tomar café de novo? – Rachel olhou séria para Kurt.

– Você sabe como eu amo café, e ele é uma ótima pessoa para se conversar. – Kurt defendeu-se.

– Tudo bem, me conte tudo. – Kurt suspirou e começou a contar.

– Então todos os sábados pela manhã você vai até o hospital e toca para aquelas crianças? – Eles estavam na mesma cafeteria do dia anterior, na mesma mesa, com os mesmos pedidos de café.

– Sim, elas passam meses, ou até mesmo anos trancadas lá. Uma distração é boa às vezes. – Blaine deu de ombros e tomou um gole de café.

– De onde você é? – Kurt franziu o cenho.

– Nova York. – Blaine sorriu.

– Mentira. – Kurt se debruçou na mesa e encarou Blaine.

– Por que não posso ser um novayorquino? – Blaine também se debruçou, os garotos ficaram muito próximos.

– Você é bom demais para ser de Nova York. – Kurt olhava no fundo dos olhos dourados de Blaine.

– Isso é um elogio? – Blaine sorriu travesso, olhando no fundo dos olhos azuis esverdeados.

– Talvez. – Kurt sorriu torto. – Ninguém ajuda um estranho quando sofre um acidente, se você tiver sorte, o motorista irá te dar bola. Ninguém acorda cedo em um sábado só para tocar para crianças. – Kurt ainda olhava fundo nos olhos de Blaine.

– Me chame de ninguém, então. – Blaine gargalhou.

– Muito engraçado. – Kurt se debruçou ainda mais, ficando apenas alguns centimetros longe do moreno. – De onde você é?

– Ohio. – Blaine sorriu. – Westerville, Ohio.

– Hm, Westerville, Ohio... faz música. – Kurt parou pensativo. – Se você me disser que era um Warbler, eu juro que...

– O quê? – Blaine sorriu, endireitando-se na cadeira.

– Oh, mon dieu, você era um Warbler. – Kurt começou a gargalhar.

– Sim, eu era um Warbler e tenho muito orgulho disso. – O moreno cruzou os braços.

– Sinto muito por nunca terem chegado as nacionais. – O castanho sorriu vendo a expressão de surpresa e tristeza no rosto de Blaine.

– Como você sabe disso? – Blaine debruçou-se mais uma vez sobre a mesa.

– Rachel, minha colega de quarto era de um coral rival de vocês. New Directions. – Kurt tomou o último gole de seu café.

– Ah, os malditos New Directions que não deixaram nós irmos para as nacionais. – Blaine parecia um pouco magoado.

– Desculpe. – Kurt pegou em sua mão e olhou fundo nos seus olhos. – Não queria acabar com os seus sonhos.

– Você também fazia parte do coral? – O moreno arqueou uma sobrancelha, e tentou ignorar a mão de Kurt sobre a sua.

– Não, mas a sua reação foi ótima. – Kurt gargalhou. – Blaine Anderson, um menino da Dalton.

– Como eu caí nessa? – Blaine sorria com o erro.

– Também não sei, ontem mesmo eu te disse que era de Paris, e isso não é algo que se esquece fácil. – Kurt gargalhou.

– É, não tem como se esquecer quando você tem um sotaque desses. – Blaine olhou fundo nos olhos de Kurt enquanto tomava o seu café.

Kurt terminou de contar sua conversa com Blaine para Rachel, é óbvio que ele não contou tudo. Pois sabia que iria contar tudo com um sorriso bobo no rosto quando o moreno elogiou o seu sotaque, ou o seu sorriso. De todos os caras com quem ele tinha saído nesses quatro anos em Nova York, nenhum deles se comparava a Blaine.

– E o resto? – Rachel ansiava pela continuação.

– Ah, não importa. – Kurt sorriu. – Depois do café eu vim para casa.

– Não quer contar, não conte. – Rachel deu de ombros e levantou-se. – Então, você ainda tem aquele encontro hoje?

– Eu não posso ir em um encontro com isso na cara. – Kurt apontou para o curativo. – Nenhum cara vai querer fazer sexo comigo assim.

– Então fique em casa com a sua melhor amiga vendo músicais. – A garota sorriu para ele com olhos de cachorrinho.

– Parece que eu não tenho mais nada para fazer, não é? – Ele foi até seu quarto colocar seu pijama mais uma vez, era sábado, fim da manhã e ele não tinha absolutamente nada para fazer.

Assim que trocou de roupa voltou para a sala, onde Rachel já havia posto o primeiro filme. Kurt sentou ao seu lado e pegou o pote de sorvete de sua mão, e também uma colher. Eles faziam isso com muita frequência, era como um ritual. E Kurt sabia que passaria mais uma semana inteira malhando para perder aquelas calorias. Ele foi ver a hora e percebeu algo em seu telefone.

Agora você também tem meu número. – Blaine.

17 chamadas perdidas – Mãe.

Ele deu um pulo e discou o número de sua mãe. Chamou umas quatro vezes até que uma voz, furiosa, atendeu. Ela sequer deu oi para Kurt, soltou logo um discurso sobre como Kurt estava sendo irresponsável vivendo sozinho.

– Kurt, eu não acredito que você deixou Quinnie sozinha naquele encontro, ela te esperou por horas. – Sua voz transmitia a raiva.

– Eu tive motivos para não ir, oka? – Kurt tentava falar, mas a mãe não o ouvia.

– Não existe motivos, Kurt, não minta para mim. – Elizabeth era doce, tão querida com todos, mas quando se irritava, ela parecia Molly Weasley xingando Rony quando ele roubou o carro do pai.

– Eu fui atropelado ontem, mãe. – O outro lado da linha ficou em silêncio. – Acabei cortando a testa e não quis aparecer lá daquele jeito.

– Você está bem, ma belle? – Sua voz tinha voltado ao tom natural.

– Sim, mamãe. – Kurt estava mentindo, óbvio, mas ele não iria contar sobre o café com Blaine.

– Ah, querido, podemos remarcar o encontro, então? – Sua voz era tão calma, que Kurt acabava ficando calmo.

Ele sentia falta de casa, e de sua mãe. A mulher sempre deu tudo para ele, assim como o seu pai. O castanho odiou ter sido trancado em casa durante a sua adolescência, mas ele amava os pais, e por mais que quisesse a sua liberdade, ele ficou devastado ao deixa a bela Paris.

– Não, mamãe. – Kurt disse e continuou rápido antes de a mulher dizer algo. – Eu não gosto de Quinn desse jeito, e nunca vou gostar.

– Qunnie é tão boa, meu filho. – Ela suspirou. – Ela é um ótimo partido para você.

– Se eu fosse hétero ela seria uma excelente escolha.

Kurt nunca tinha dito aos pais sobre ser gay, ele tinha medo de não ser aceito. Mas já estava na hora, faziam quatro anos que ele morava em Nova York e ele precisava se livrar dos encontros com as mulheres que sua mãe julgava decentes. O silêncio da mulher o deixou nervoso.

– Kurt, por que você nunca me contou que era gay? – Ela sussurrou.

– Kurt é gay? – O castanho ouviu a voz do pai.

– Sim, querido. – Ele ouviu o barulho do telefone sendo tirado das mãos da mãe.

Machot, por que nunca nos contou isso antes? – Burt estava calmo, como sempre.

– Eu tinha medo. – Kurt olhou assustado para Rachel, que tinha dado um pulo ao ouvir o amigo dizer que não era hétero.

– Querido, nós te aceitamos de qualquer jeito. – Burt disse e Kurt sorriu.

– Todos esses anos eu podia estar te mandando homens incríveis. – Ele ouviu sua mãe e riu. – Querido, foram quatro anos disperdiçados. – Kurt pode ouvir os pais rindo.

– Nós te amamos, Kurt. – Burt disse e os olhos de Kurt encheram-se de lágrimas.

– Eu também amo vocês. – Sua voz estava embargada.

– Não chore, kiddo, eu vou procurar por belos homens para você. – Sua mãe parecia animada agora.

– Mamãe, não precisa. Eu me viro muito bem sozinho. – Kurt riu.

– Nós já temos um genro? – Burt perguntou, um pouco animado demais para o gosto de Kurt.

– Não, papai. - Kurt não estava gostando do rumo da conversa.

– Kurt, use proteção, meu amor. – O castanho agora estava corando.

– Tudo bem, chega vocês dois. Tchau. – Kurt ouviu seus pais se despedirem e desligou o telefone.

Ele estava completamente corado, e Rachel sorria. A garota o abraçou. Ela sabia como Kurt tinha medo de contar para os pais sobre sua verdadeira sexualidade, ele temia que os pais não o aceitassem e acontecesse como com vários caras que são expulsos de casa e da família. Mas fora tudo o contrário, sua mãe pensava em lhe conseguir encontros, seu pai estava feliz. E foi com essa felicidade dos pais que ele decidiu fazer o que fez.

Será que podemos tomar um café pelo terceiro dia seguido? – Kurt.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Me digam o que acharam, oka?
Até semana que vem.
xoxo'



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