17

"Então, você e Kurt são oficialmente um casal agora?" James perguntou, enquanto assistia Blaine cozinhar.

O moreno odiava estar na cozinha, sempre comprou comidas prontas ou jantava fora, mas depois que James chegou, ele não podia dar essa vida ao menino, ele merecia comida de verdade. Blaine tentava fazer comidas saudáveis, de forma que o menino não percebesse que haviam vários legumes ali, mas nem sempre ele obtinha sucesso.

"Sim, hoje completamos um mês juntos." Ele sorriu para o garoto. "Almoço está pronto."

James pegou seu prato, que havia sido servido por Blaine. Ele observou a comida, não com uma cara muito satisfeita, comeu. O moreno estava na expectativa, esperando o menino dizer se sua comida estava boa.

"Hm." James resmungou. "É bom que você consiga fazer sucesso com a música, para poder pagar uma cozinheira."

"Muito engraçado." Blaine tirou o prato de James, que começou a rir.

"Pessoas nascem com talentos, Blaine, você só não nasceu com o talento de cozinhar." O moreno encarou o menino.

"Se continuar com essas atitudes, vou te por de castigo." James sorriu para Blaine.

"Você não faria isso." E então olhou Blaine nos olhos.

"Não me desafie." Blaine olhou nos olhos de James.

"Eu chamo o Kurt se você me por de castigo." O menino cruzou os braços.

"O que ele tem a ver com isso?" Blaine riu.

"Toda família teu o pai que é legal, e você claramente não está sendo ele." James levantou e saiu correndo, rindo, achando que Blaine iria atrás de si.

Mas Blaine mal conseguia se mover. O fato de que James os chamou de família, de certo modo, o pegou de surpresa, e fez com que seu coração enchesse de alegria e gratidão. Ele sabia que a avó de James poderia chegar a qualquer momento, porém ele não conseguia, neste instante, pensar em deixar o menino.

b

Kurt estava sentado em sua mesa, rodeado por folhas. Os seus olhos estavam pesados e escuros. Suas provas finais estava chegando e ele não queria arriscar ir mal em nenhuma delas, a tarefa mais difícil era decifrar o quadro, mas ele havia conseguido isso graças a Blaine.

"Kurt, você precisa de um tempo para respirar." Rachel parou na porta do quarto, observando o amigo.

"Eu não posso reprovar em nada, entendeu?" Ele mal olhou para a amiga.

"Parece que você está com medo de tirar os olhos destes livros." A garota riu, mas não teve nenhuma resposta. "Olha, hoje você fecha um mês com Blaine, e sequer ligou para ele."

'Eu falei com ele, vamos jantar às 20hrs no apartamento dele." Mais uma vez, ele mal olhou para Rachel.

"Então, já são quase 18hrs, pegue suas coisas e guarde. Tome um banho e vá dar uma volta antes, para desestressar e estar bem para a grande e longa noite que terão." Quando Kurt virou para Rachel, ela viu que seu estado era ainda pior do que ela imaginava.

"Tudo bem." Ele fechou os livros e levantou-se.

" Certo, por que não vai buscar um café para nós, assim você já da a sua caminhada para esfriar a cabeça." Ela sorriu, enquanto Kurt revirava os olhos.

Ele então saiu, em direção a cafeteria. Devido às horas em que passou estudando, sua cabeça estava latejando. Ele entrou no estabelecimento, comprou um café para Rachel e outro para ele. Pegou um pedaço de bolo para cada e então saiu novamente.

Enquanto caminhava, Kurt só pensava no remédio que iria tomar em casa, para poder se livrar desta dor de cabeça. Sua visão estava ficando turva, e parou por um instante na rua, segurando-se em um pilar.

b

James passou a tarde estudando, pois esse era o único castigo que Blaine conseguia pensar. Enquanto isso, o moreno estava ajeitando as coisas para seu jantar com Kurt, ele iria pedir Kurt em namoro, oficialmente, pois ele sabia o quanto aquilo era importante para o castanho.

"Você não vai cozinhar para Kurt, vai?" James parou ao lado de Blaine. "Porque você sabe.."

"Já para os estudos, James." Blaine o olhou sério. Agora.

Assim que o menino saiu, Blaine começou a rir. Ele estava gostando de brincar de ser pai, e estava amando ter James na sua volta. Antes a casa era vazia demais, e até parecia ser mais fria. A vida de Blaine era fria e vazia antes de James e Kurt aparecerem, na verdade, o moreno sentia como se antes não houvesse vida. Tudo começara a valer a pena agora.

Ele estava ajeitando tudo para o jantar. A mesa, as flores, a comida já estava encomendada em um dos restaurantes que Kurt falou que amava. Em uma hora Wes viria buscar James. Blaine entrou no banheiro e ligou o chuveiro, tudo o que ele precisava para relaxar agora era um banho quente.

"Blaine, James e eu estamos indo." O moreno ouviu a voz de Wes.

"Tudo bem, divirtam-se." Wes sorriu.

"Você também, mas não esqueça a proteção." Blaine ouviu as gargalhadas do amigo se distanciarem, e logo após o barulho da porta se fechando.

Blaine não se importou com a demora no banho, ele sabia que Kurt sempre se atrasava, e tudo estava pronto. Por longos minutos ele apenas fechou os olhos e deixou a àgua morna correr por seu corpo, sentindo como se sua alma estivesse sendo lavada, todo o peso de suas costas indo pelo ralo.

Quando o moreno estava vestindo suas calças, ouviu o telefone tocar. Vestiu depressa sua camisa e foi até a sala. Estranhou o número que viu na tela.

"Alô, Rachel?" Blaine disse ao atender o telefone.

"Blaine?" Sua voz estava fraca.

"Tudo bem?" Ele estranhou o estado da garota.

'Sim, só..." Ela parou e Blaine pode ouvir sua respiração. 'Você pode vir ao hospital? Não precisa se preocupar, não é nada grave."

'O que aconteceu?" Blaine começou a caminhar pela casa, pegando suas chaves e documentos.

"Kurt desmaiou na rua." Ele pode ouvir um resmungo ao fundo.

E assim, com o coração acelerado, Blaine desceu as escadas depressa.