O Sangue do Olimpo - a "continuação do fim" escrita por ImperadorSagamante500


Capítulo 9
Lxvii


Notas iniciais do capítulo

Então, como eu disse, vamos ter mais uma boa dose de Solangelo nesse capítulo que infelizmente já é o penúltimo... :( Mas ficou bem legal, espero que gostem, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/593358/chapter/9

LXVII

NICO

Os Romanos não viram problema em dormir no chalé de Hades, quer dizer, Frank poderia dormir no chalé de Ares, mas ele preferiu se aconchegar à Hazel num colchão a ter que ouvir os roncos daqueles grandalhões parrudos. O dele próprio já devia ser o suficiente. Ele e Reyna até se assustaram um pouco com a decoração macabra do chalé, com cores escuras e uma quantidade excessiva e brega de caveiras e diamantes, mas já estavam acostumados com o jeito de Nico. E estar acostumado com Nico era basicamente estar acostumado com o próprio Patrono do chalé, o deus dos mortos. Eles já estavam de pijamas e já iam se deitar para dormir, até que uma batida na porta os deteve.

– Quem será à essa hora? - perguntou Reyna.

– São quase duas da manhã. O Acampamento todo não devia estar dormindo? - questionou Frank.

– Eu tenho um palpite. - disse Nico, e foi abrir a porta. E quando o fez, descobriu que acertou em cheio, o radiante filho de Apolo Will Solace estava parado na sua porta, o mesmo que ele passou do patamar de amigo para namorado. - Will? Por que não está dormindo? Já é madrugada.

– Oi, Nico. - Ele deu um sorrisinho como se uma das estrelinhas do céu tivesse descido à Terra e se juntado a ele. - Você foi na festa do Percy e isso acabou custando toda uma noite nossa juntos. Então, sabe, apesar de estar com sono, eu esperei pra poder te ver um pouco. - Ele ficou com as bochechas meio avermelhadas. - Senti sua falta, Gasparzinho.

– Ah, Will, tem horas que você é muito grudento. Mas eu até que gosto disso em você. Também senti sua falta.

– Bom saber. - Will o agarrou pela cintura de surpresa e começou a enchê-lo de beijos, a maioria na boca. Nico sentia cada beijo dele irradiar pelo seu corpo como uma onda de calor de verão, fazendo-o se esquecer da noite fria e úmida do lado de fora, esquecer até mesmo que tinha platéia no quarto.

– Ei, Ei, Will. Vai com calma. - ele deu umas risadinhas. - Temos companhia hoje. - Só então ele conseguiu se soltar de Nico e perceber que Hazel, Frank e Reyna os olhavam meio sem graça. Ele ficou ainda mais vermelho e começou a esfregar o cabelo com vergonha.

– Desculpe, pessoal. Acho que me empolguei um pouco.

– Está tudo bem, Will. - disse Hazel, meio meiga. - Fiquei muito feliz de saber do seu relacionamento com o meu irmão. Vocês combinam perfeitamente. Um casal extremamente fofo!

– Valeu, Hazel. Mas pelo jeito vocês devem ter percebido que eu só vim aqui pra ficar com o Nico, então vou deixar vocês dormirem.

– Mas, Will, por que você não foi à festa? - perguntou Frank.

– Não sei. Vocês são vistos como os semideuses mais poderosos daqui. A "grande tripulação do Argo II", entendem? Achei que eu iria ficar deslocado. Então acabei não indo.

– Ah, que besteira, Will! - disse Nico. - Metade desse Acampamento não teria sobrevivido sem os seus dons. Literalmente.

– Eu sei. Foi bobeira minha. Vou deixar vocês dormirem. Boa noite, pessoal.

– Boa noite. - disseram os outros. Nico foi com ele até a porta do chalé.

– Só pra você saber, os Romanos vão embora amanhã. - disse Nico a Will. - Jason e Piper vão viajar para Malibu também. Percy e Annabeth devem ficar o resto do verão curtindo a casa nova dele e Calipso provavelmente vai querer conhecer Nova York inteira antes do fim do verão, ou seja, a partir de amanhã você vai ter quanto tempo quiser pra se agarrar em mim feito chiclete. - Will puxou sua camisa e lhe deu mais um beijo.

– Tchau, Darth Vader.

– Boa noite, Estrela cadente. - Nico então fechou a porta.

***

A caravana de Reyna rumo à Nova Roma partiu pela manhã. Percy e Annabeth apareceram só no dia seguinte para se despedir deles. Jason e Piper iriam para a Califórnia naquela tarde, portanto foram logo para os seus chalés arrumar as malas. Calipso e Leo também estavam presentes, e observaram a marcha partir junto de Nico, Percy e Annabeth. O que rendeu espaço para mais algumas piadinhas de Leo.

– Então, vocês dois ficaram na casa depois da festa?

– Sim. - disse Percy, tranqüilo.

– Tipo, sozinhos? A noite toda?

– Sim, Leo. Por quê? - Annabeth já o olhou com um ar mais desconfiado.

– Ah, sabe, então vocês, assim, aproveitaram o espaço para fazer algo um pouco mais... Caliente?

– Leo! - repreendeu Calipso. - Respeita a intimidade dos amigos! Que indelicadeza! - Nico acabou dando um risinho da cena. - Vamos, mi amore, quero conhecer Nova York, lembra?

– Sim, flor do dia... - então foram juntos até onde estava Festus. Percy e Annabeth ficaram meio sem graça no início, mas agora riram um pouco da cena, depois se despediram de Nico e voltaram para o seu novo "ninho de amor".

Então era isso, cada um está seguindo com sua vida tranquilamente. E Nico ficou mais uma vez sozinho, mas não era uma solidão triste e cheia de mágoa, mas sim uma solidão calma, tranqüila e relaxante. Ele poderia deitar na grama do Acampamento e curtir a mesma, mas não queria, pois tinha uma plantinha do amor para fazer crescer.

Como o Verão já estava quase no fim e a guerra contra Gaia havia acabado, a maioria dos semideuses já estavam de folga das atividades diárias ou foram dispensados de suas missões. E ficavam perambulando pelo Acampamento fazendo o que simplesmente queriam. E a descoberta e a amizade feita com o Acampamento Júpiter só aumentou ainda mais a famosa "rede de paqueras" dos semideuses.

Will estava em uma roda com os seus irmãos do chalé de Apolo que tocavam todo tipo de música que era pedido pela galera. O próprio Will não tinha muitas habilidades musicais, sua bênção de Apolo era a parte médica, ou pelo menos era o que ele achava. Nico caminhou até Will e ele se levantou da roda na mesma hora e foi de encontro a ele.

– Aí - gritou Nico. - Por que vocês não tocam uma música da Lady Gaga pro seu irmãozinho Will? É a cara dele, não acham? - Os instrumentistas de Apolo caíram na gargalhada.

– E pro nosso amigo gótico, Nico, talvez uma Madonna. Já que ele é da 3ª idade. - Nico tascou um beijo nele, sem medo ou vergonha, o que deixou Will quase brilhando.

– Aí, Raio de Sol, sabe que nesses anos todos que eu fiquei preso entre o Cassino Lótus e o Mundo Inferior eu meio que perdi algumas coisas, sabe?

– É, tipo, uns 70 anos da história do planeta. - Nico passou os braços pelo pescoço dele.

– Então, por que você não vai lá pro meu chalé pra você me contar tudo o que aconteceu?

– Eu tenho cara de professor de história? Fala com a Annabeth.

– Bobo! Não, quero saber da parte artística mesmo. Filmes, livros, músicas...

– Ah, sim, saquei. - Will pensou um pouco. - Qual o seu estilo de música favorito?

– Quando eu passei a escutar rádio na minha vida pela primeira vez ainda tocava Bethoveen nas rádios mais populares. Mas confesso que estou começando a gostar daquele que é bem pesado, duro e tem bastante guitarras... Qual é mesmo o nome?

– Rock 'n' Roll ?

– Esse aí mesmo! Gostei desse.

– Pois então venha comigo. Ninguém vai te apresentar melhor iniciação ao Rock melhor que eu, seu filho de Apolo favorito. 1ª parada: Guns and Roses!

***

O chalé de Hades era um lugar que realmente combinava com Rock 'n' Roll, com sua decoração sombria e cheia de caveiras. Will correu até seu chalé e pegou um monte de DVDs e discos de vinil de bandas de rock famosas, e também de alguns outros estilos, pois ele achava que Nico deveria gostar de tudo um pouco.

– Prontinho. - disse Will e espalhou a pilha que tinha nos braços pelo chão do chalé. Ele pegou um vinil da banda Guns and Roses e pôs para tocar em uma vitrola a qual nem mesmo Nico tinha reparado no próprio quarto. - Prepare-se para sentir o que é o solo do Slash em Sweet Child O'Mine.

O som da guitarra começou a tocar na vitrola e invadiu o quarto de Nico até ele se sentir animado o suficiente para levantar e puxar Will para dançarem. Eles rodopiaram no quarto e pularam até todos os minutos de pura guitarra elétrica acabarem, e então ser substituída por uma melodia lenta e um tanto romântica.

– Essa é November Rain. – disse Will. - Provavelmente a música mais lenta deles. - Nico fez uma cara meio triste e se sentou no chão. - O que foi, Nico?

– Logo assim que eu descobri que gostava do Percy e fugi do Acampamento viajei pelas sombras e acabei parando em um píer numa praia de Miami. Devo ter ido pra perto do mar por estar pensando em Percy, mas quando eu cheguei lá e me deparei com a água, desandei a chorar...

– E então?

– Então meu pai, Hades, apareceu. Foi a primeira vez que o vi desde que ele me colocou no Cassino. Ele disse que sabia dos meus pensamentos, conseguiu perceber os meus sentimentos. Na hora, fiquei com medo. Mas ele ao invés de me reprimir como achei que faria, ele me abraçou e disse que me amava muito e que estaria sempre comigo. Foi a única vez que recebi carinho dele. E logo depois ele foi embora e tinha uma loja de discos perto do píer, e o gerente botou essa música para tocar nos auto falantes. Então todas as vezes que eu ouço essa música, eu lembro desse dia. - Ele fechou os olhos e uma pequena lágrima escorreu por sua bochecha. Nico sentiu um certo calor perto de seu corpo e abriu os olhos, Will estava com o rosto a centímetros do seu, e aproveitou a oportunidade para lhe dar um beijo cheio de carinho.

– Nico, - ele disse o olhando no fundo dos olhos dele e segurando seu rosto com as mãos. - minha bênção de Apolo não é a da profecia. Mas uma coisa eu sei sobre a nossa vida: Se nos prendermos ao nosso passado ele nunca nos deixará viver o presente e nem almejar nada para o futuro. Uma vez, um dos meus irmãos poetas me disse: O passado é como uma âncora. Te prende num lugar pra sempre, a menos que você quebre as correntes. - Ele encostou sua testa na de Nico. - Você precisa deixar o seu passado para trás, Nico. Se não você não irá viver sua vida. Eu sei de todos os seus medos e sei que não vai ser fácil pra você amar alguém de novo. As poucas pessoas que te amaram na vida se foram, eu sei. Mas você precisa se entregar a esse sentimento de novo. Porque esse é o sentido de estar vivo.

– Como vou saber quem são as pessoas certas? E se eu sofrer tudo isso de novo? Eu não quero me sentir vazio como um fantasma novamente.

– Não! Você não vai passar por tudo isso de novo. Eu não vou deixar!

– E como você vai impedir que aconteça?

– Eu não sei quanto aos outros, mas quanto a mim eu tenho certeza!

– Por quê, Will?

– Porque eu te amo! - Houve um longo momento de silêncio. A música já havia trocado e Will aproveitou o intervalo e tirou o disco da vitrola. Depois olhou para Nico novamente, com os olhos marejados. - Eu te amo, Nico di Angelo. Por mais que doa, essa é a verdade. Não quero ficar com você porque tenho pena do seu sofrimento. Quero ficar com você porque eu amo tudo em você. Eu me completo com o seu jeito de ser. Luz e Sombras, lembra? Dia e Noite, Claridade e Trevas. Eu amo até o jeito como você me irrita com essa sua baixa auto-estima, a qual eu não consigo me desviar de ver você sofrendo. - Mais silêncio dele. - Já disse tudo. Estou disposto a te amar, e eu sei que você sente o mesmo. Mas e você, Nico? Está disposto a se amar?

Nico fez uma cara furiosa, Will poderia ter se assustado e saído correndo, mas se resignou a ficar ali. Nico deu passos largos e raivosos até ele, mas ao invés de gritar com ele ou lhe bater como ele achou que faria, Nico o agarrou e lhe deu um abraço intenso, com o rosto escondido em seu peito. Nico começou a chorar de verdade, com soluços, e em meio as lágrimas, ainda agarrado a Will, ele disse:

– Desculpa, Will. Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Você é a alegria de todos os meus dias. Meu sol particular. Eu quero me libertar disso tudo e seguir em frente, mas preciso tanto da sua ajuda. Eu preciso tanto de você, Will.

– Eu vou te ajudar. Sempre. - Nico levantou os olhos e encontrou os de Will.

– Eu também te amo, Will. Amo muito. - Então lhe deu um beijo. Nico já havia beijado Will várias vezes desde que começaram a namorar, mas aquele foi diferente. Tinha um quê de liberdade, como se todos os ressentimentos de Nico se dissolvessem nele. Ele não podia descrever melhor sensação que aquela. Eles retiraram as camisas um do outro e voltaram novamente ao ponto onde terminaram a noite do primeiro dia de namoro. Eles olharam um para a pele do tórax do outro e depois focaram nos olhos. Os olhos negros de Nico disseram aos azuis de Will: - Acho que já passamos bem mais de cinco minutos de namoro, não? - Will entendeu o trocadilho e acabou dando um sorriso malvado.

Will levantou Nico no ar e o agarrou as pernas dele por volta de sua cintura e depois o deitou na cama. Will desceu dando beijinhos por toda a barriga de Nico enquanto tirava a calça dele, e então as próprias, depois a nudez completa. Nico se virou na cama de costas para ele, e Will se agarrou a elas como se fossem partes da cama, uma cama tão boa que Will não queria soltar até estar cem por cento satisfeito.

Nico ainda parecia não estar acreditando que finalmente encontrou alguém para amar, depois da morte da mãe, de Bianca, do que sofreu por Percy, por tudo que sua vida de semideus de Hades lhe fez sofrer. Naquele momento ele podia estar sentindo um prazer imenso na cama com Will, mas todos os seu nervos estavam voltados para as sensações do amor. Ele nunca havia sentido nada mais reconfortante. Então finalmente ele pôde voltar a acreditar em finais felizes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, conseguiram não infartar? HAHAHAHA brincadeira... Agora vai vir um epílogo na voz do Leo, me perguntaram por que não na voz do Percy, mas depois vocês vão entender o porquê... Até logo o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Sangue do Olimpo - a "continuação do fim"" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.