O Sangue do Olimpo - a "continuação do fim" escrita por ImperadorSagamante500


Capítulo 5
Lxiii


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo direto do forno da minha imaginação... HAHAHAHA dessa vez do nosso amigo emo, gótico e rockeiro, Nico... Boa Leitura!



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LXII

NICO

Nico fez jus ao seu sobrenome, pois depois do analgésico que Will havia lhe dado, ele dormiu como um anjo na enfermaria. Ser filho do deus dos mortos fazia com que ele tivesse boa habilidade para lidar com fantasmas. Mas não foi isso que ele demonstrou ao acordar dando um berro ao ver Leo Valdez parado em frente à sua cama.

– AH! - ele saiu das cobertas com um pulo. - Caramba, Leo! Que susto! Depois dizem que eu é que pareço uma assombração. - Leo deu uma risadinha.

– Bom dia pra você também, Gasparzinho. Não está surpreso em me ver de volta dos mortos?

– Os outros já te falaram. Nem eu e nem Hazel conseguimos te detectar. E eu vi você chegando com Festus e Calipso antes de vir pra cá. Já entendi tudo.

– É, eu sei, só estou brincando. Esperei você acordar pra te pedir desculpas pela roldana na sua cabeça. Tive que voar de Paris à Manhattan com o Festus exausto, quando ele chegou aqui as engrenagens dele começaram a soltar peças pela cidade toda. Mas agora ele está descansando e estou dando peças novas a ele. Desculpa aí, cara.

– Tudo bem. - Nico deu um sorriso. - Fico feliz por ter a tripulação do Argo II reunida outra vez. - Will apareceu na enfermaria com alguns instrumentos para curativos, provavelmente eram para Nico.

– E aí, Leo. - disse Will, com um bom humor que parecia natural dele. Ele foi até a cama de Nico. - Bom dia, Nico.

– Fala, Doutor Will. - disse Leo. - Muito trabalho aqui na enfermaria ultimamente?

– Não muito. A maioria dos feridos da batalha contra Gaia já estão melhores e nos seus respectivos chalés. O único que me deu trabalho de última hora foi o nosso amiguinho gótico aqui. - Leo riu.

– Ei! - protestou Nico.

– Fico feliz que tenha visitado Nico, Leo. Mas preciso trocar os curativos dele.

– Sem problemas. - disse Leo e começou a sair do quarto. - A propósito, gostei do peitoral, Darth Vader. - Nico olhou pra si mesmo e só agora percebeu que estava só de cueca. Qual é o problema que os curandeiros e médicos tem com roupas?, pensou Nico. Leo foi embora antes que percebesse suas bochechas ficando coradas de vergonha. Will se sentou na cama atrás dele e começou a fazer os procedimentos de troca de curativo em sua nuca. Will realmente é um bom médico, Nico quase não sentiu dor alguma durante o processo.

– Onde você estava quando a peça bateu na sua cabeça? Nem te vi durante a tarde.

– Estava na praia, conversando com Percy.

– E era algo tão íntimo de vocês pra se afastar assim?

– Na verdade, um pouco. Conversamos sobre algo que aconteceu logo depois da batalha contra Gaia. Mas especificamente sobre algo que aconteceu comigo...

– Já acabei, Nico. - Ele se virou na cama para olhar para Will. - Você já pode voltar pro seu chalé se quiser. Mas, Nico, o que aconteceu com você?

– Não sei se ainda estou pronto pra dizer... - Nico se levantou e começou a vestir suas roupas, sua calça jeans escura e uma blusa preta com caveiras desenhadas.

– Mas Nico, eu sou seu amigo, eu queria que soubesse que pode contar comigo sempre que quiser.

Nico olhou novamente para Will, a presença daquele garoto era como um raio de sol depois de uma nevasca, quente e acolhedor, pronto para te abraçar e te envolver como um bebê. E também não era só isso, Will foi a pessoa que mais apoiou Nico, dando uma dura nele e querendo sua amizade por livre e espontânea vontade. Ele estava pronto para ir embora da enfermaria quando se virou no corredor, respirou fundo e disse:

– Eu me apaixonei, Will. Eu me apaixonei pelo Percy. - e foi embora sem nem ver a reação dele.

***

Nico ficou o resto da tarde no seu chalé, saiu apenas para almoçar, ele não queria se encontrar com Will novamente. Queria apenas ficar um pouco sozinho pensando nas consequências de ter se assumido para Will. Se ele voltaria um dia a vê-lo, se o Acampamento inteiro já não sabe que ele é gay, se, se e mais se... Ele já estava acostumado com a solidão, mas algo dentro dele não queria voltar para ela. Ele já estava sentindo saudades de ter companhia, saudades dos amigos, saudades de... Will. Ele poderia ter ficado mais horas e horas se remoendo, mas uma batida à porta do seu chalé o deteve.

– Nico, sou eu, Annabeth. - mais algumas batidas. - Abre pra mim. - Ele o fez.

– O que foi, Annie?

– Estava dormindo?

– Não exatamente.

– Ainda bem. Posso entrar?

– Claro. - Ele abriu a passagem para ela. Annabeth se sentou em uma poltrona de couro perto da lareira, Nico, por estar mais à vontade, se sentou no tapete felpudo. - Mas o que te traz aqui? Deve estar querendo saber da conversa que tive com Percy, não?

– Não exatamente. Mas foi bom você ter me falado nisso. Está tudo bem entre vocês agora?

– Sim. Por mim já estava antes. Ele que ficou muito surpreso com a idéia de eu gostar de meninos. - Annabeth riu do comentário.

– Que bom então. Mas o que eu vim falar era sobre o... Will.

– O que tem ele?

– Ele está preocupado com você. Disse que te procurou a tarde toda, mas que provavelmente você estaria no seu chalé. Então eu disse a ele para vir aqui te ver, mas ele disse que provavelmente você não o receberia por causa de algo que aconteceu na enfermaria hoje de manhã. Não entendi o que ele quis dizer, mas aqui estou eu. Pode me contar o que aconteceu.

– Contei a verdade a ele, Annabeth. Me... assumi pra ele. - ele respirou fundo.

– Isso é bom, não é?

– Será mesmo? E se todo mundo já sabe o meu segredo? E se o Acampamento me rejeitar por causa disso? Eu sou uma aberração, Annie!

– Não, não é! Para com isso, Nico. Você é o herói de Roma, um dos semideuses do Argo II e quem sabe um dos mais poderosos desse Acampamento todo! Todo mundo te respeita e você mesmo sabe do que é capaz de fazer pelos seus amigos. E você não vai jogar fora tudo o que você conquistou por causa de outra paixonite, ainda mais uma que é correspondida.

– Como assim?

– Eu sei que você gosta do Will, Nico. E nem preciso ser filha de Afrodite pra saber isso. E tenho uma péssima notícia pra você, garoto das sombras, ele também gosta de você. Finalmente você vai poder se entregar à dor doce e cruel que é amar alguém.

– Como você sabe disso?

– Os filhos de Atena costumam ser extremamente observadores. A observação é o começo do processo científico, e isso não se aplica só a detalhes físicos, mas sentimentos também, principalmente quando se conhece a pessoa, como eu conheço você e Will.

– Annabeth, peça a Will para vir aqui quando encontrá-lo, ok?

– Será um prazer. - ela se levantou da poltrona e saiu do chalé de Hades.

Nico não sabia exatamente o que ia dizer a Will quando encontrá-lo. Mas estava pronto para dizer o que precisava. Ele foi tomar um banho para clarear suas idéias, a água fria do chuveiro o acalmava. Seu coração estava acelerado de expectativa. Quando saiu do banho, ele vestiu uma camiseta regata qualquer obviamente da cor preta e um short vermelho. Ao sair do banheiro, o efeito da chuveirada foi embora na mesma hora, pois seu coração deu um pulo ao ver Will já parado no meio de seu chalé.

– Cara, qual é o seu problema? - disse Will, Nico nunca o viu irritado de verdade, aquilo era uma novidade assustadora e um tanto... fofa. - Eu te procurei a tarde toda! Fiquei preocupado com você! Achei que você fosse se matar depois de ter me contado aquilo...

– Não me culpe, tá? Achei que você nunca mais fosse querer me ver depois de saber dos meus "gostos".

– E por quê eu faria isso? Que tipo de amigo eu seria se te rejeitasse por causa disso? Quantas vezes mais eu vou ter que dizer que... - Nico agarrou sua camiseta do Acampamento e o puxou para um beijo, longo e apaixonado, do tipo que ele nunca imaginou que viveria. Mas a pior parte, é que Will retribuiu o beijo, se abraçando a Nico e o acompanhando. - O que foi isso? - disse ele, meio ofegante e de olhos fechados.

– Que tal passarmos uma borracha nisso te oficializando como mais do que meu amigo, hein? - disse Nico, com um risinho malvado na cara.

– Eu te adoro, Gasparzinho.

– Eu também, Raio de Sol. - dessa vez o beijo partiu de Will, com bastante ardor. Eles tiraram as camisas um do outro e Will jogou Nico em sua cama e se agarrou a ele e lhe deu mais beijos. Quando Will conseguiu parar e olhar para Nico por um instante, lhe fez uma pergunta:

– Posso dormir aqui com você?

– Pode. Mas só isso tá? Acho que cinco minutos de namoro é muito pouco tempo para pensar em sexo. - Will riu e deitou na cama com ele. - Não vai buscar um pijama? - Will tirou a bermuda que estava usando e ficou só de cueca.

– Pronto. Já estou de pijama.

Eles se aninharam um ao outro e se deram mais uns beijos e foram dormir, a pele quente e ensolarada de Will contra a fria e úmida de Nico.


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Notas finais do capítulo

Eu não disse que ia ter Solangelo... Amei escrever sobre eles... A próxima da vez será nossa Pretora favorita Reyna... Até breve :)



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