O Sangue do Olimpo - a "continuação do fim" escrita por ImperadorSagamante500


Capítulo 4
Lxii


Notas iniciais do capítulo

Hey, people! Eu disse que não ia demorar a voltar, não disse? Taí mais um novo capítulo, dessa vez, teremos o lado romano da coisa com nossa linda Queen Hazel... Boa leitura!



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LXII

HAZEL

Hazel nunca pensou que fosse sentir tanta falta do mar. Mas não era de qualquer mar, era especificamente o mar da Califórnia. Por mais que se sentisse enjoada navegando, o azul do Oceano Pacífico era uma extensão de sua casa. Sempre que se sentia triste, e o templo de Plutão não lhe trazia boas lembranças, ela subia o vale até onde Término não enchesse o saco e ficava olhando o sol se pôr brilhando sobre as águas como diamantes. Ela queria ter ficado naquele vale até mais tarde, mas sabia que não poderia.

– Hazel, vamos. - Michael Kahale, filho de Vênus, a chamou. - A cerimônia de iniciação de Frank é daqui a pouco.

– Tudo bem. - ela disse e se levantou, pelo menos o motivo de sair dali não era ruim. Na verdade, era maravilhoso.

Hazel perambulou pela cidade de Nova Roma à procura de um vestido ideal para a cerimônia. Além de ser uma dos Centuriões do Acampamento Júpiter, ela era convidada de honra do homenageado, no caso Frank Zhang. Ela acabou optando por um vestido de seda vermelho que fez um contraste muito bonito com sua pele cor de chocolate, mas a intenção dela era mais chamar a atenção de Frank. Os filhos de Marte sempre têm uma certa queda pela cor vermelha. Ela o pôs no corpo e partiu para o fórum.

A cerimônia foi linda. Reyna fez um belo discurso sobre a história dos preconceitos que ele e Hazel superaram juntos e também relembrou as aventuras que passaram juntos a bordo do Argo II. Frank foi aplaudido de pé pelos legionários e por alguns "penetras" do Acampamento Meio-Sangue que vieram junto com eles para conhecer Nova Roma. Uma festa foi dada ao final da cerimônia em homenagem ao novo Pretor Frank, Hazel reparou que Michael Kahale puxou Reyna para fora da festa, o que a fez dar risinhos. (Safadinhos, pensou Hazel), ela nem reparou quando Frank apareceu do seu lado.

– Oi, Pretor Zhang, que honra ver o senhor. - ela disse, irônica.

– Prazer em revê-la, Centuriã Levesque. - ele disse, e depois riu. Ele se aproximou dela e passou uma mecha de seu cabelo para trás de sua orelha. - Você está linda. - Por um segundo, Hazel pensou que ele a beijaria, mas ele fez algo diferente, ele pegou sua mão. - Vem comigo pra fora da festa. Quero te mostrar uma coisa na cidade. - ela nem pensou duas vezes antes de segui-lo.

Hazel e ele caminharam por várias ruazinhas de paralelepípedos pelo meio da cidade de Nova Roma, até que chegaram a uma pequena praça na região da cidade onde se localizavam as casas das famílias nobres, um conjunto de lindas casas com até três andares e belos jardins que passavam de geração à geração pelas famílias de semideuses e seus legados, todas terminando na mesma praça que tinha um chafariz em homenagem à Vênus. Como se eles a pusessem ali para abençoar o amor dos casais e das famílias que moravam ali. A luz da lua cheia batia nas pequenas vertentes de água, formando pequenos arco-íris. Com certeza era uma das regiões mais bonitas da cidade. Frank pediu à Hazel para se sentar na beira da fonte com ele.

– Por que me trouxe aqui? - Hazel perguntou. Frank apontou para uma das casa em frente à fonte.

– Quando estávamos na Grécia, e eu encontrei meus ancestrais, eu consegui mais do que aquele veneno. - disse Frank. - Meus ancestrais me disseram que o legado da minha família é muito grande e que percorreu o mundo. Mas quando chegamos à América, os mitos gregos já não eram mais cultuados e eles precisavam de um lugar onde pudessem guardar sua herança em segurança. E o lado grego, o Acampamento Meio-Sangue, não possuía cidades como Nova Roma para abrigar construções hereditárias, então o único lugar que restou para abrigar a herança da minha família é aqui em Nova Roma, mais especificamente naquela casa.

– Então está me dizendo que aquela casa... É sua?

– Sim. Então eu conversei com Reyna, e como de qualquer jeito os Pretores não moram junto dos Legionários, ela deixou que eu assinasse a escritura da casa e me mudasse pra cá para tomar conta dela.

– Então você vai morar sozinho?

– Claro que não. Você vem comigo? - Hazel se surpreendeu com a idéia.

– Mas, Frank, você é Pretor, eu sou Centuriã. Somos menores de idade ainda, não podemos casar, muito menos morar juntos. Deuses, imagina o que todos vão... - Frank pôs as mãos no rosto dela e a beijou, bloqueando todos os seus argumentos. Não houve variações de intensidade ou carícias, apenas o toque dos lábios, e a maravilhosa sensação de estar um perto do outro sem ter que fugir correndo de monstros.

– Hazel, por favor... - Frank falou com segurança depois de se soltar dela, não havia mais barreiras entre eles para que ele ainda parecesse o garoto desajeitado que ficava nervoso perto dela. Não depois de tudo o que passaram juntos. - Não jogue fora sua felicidade pelo preconceito dos outros. Você é a prova viva de que não se deve ligar para o que os outros pensam, de como as palavras machucam. Eu quero morar com você porque eu sou mais feliz com você. Porque você me completa. Porque eu amo você, Hazel. E acima de tudo porque você é minha melhor amiga. Eu não passaria por metade das coisas pelo o que passamos sem você do meu lado. - ele secou uma lágrima que escorreu pelo rosto dela com o polegar. - Ei, não precisa chorar.

– Precisa sim. - ela disse, meio rindo, meio chorando.

– Por quê?

– Repete a antepenúltima coisa que você me disse. - Frank fez as contas, deu um sorriso e disse novamente:

– Eu amo você, Hazel. - ela ficou tão feliz que praticamente pulou em seu colo e lhe deu um abraço.

– Eu também te amo, Frank. - então dessa vez foi a vez dela de beijá-lo. Eles se entregaram ao beijo por completo, ao doce movimento das bocas. Não havia para Hazel sensação mais maravilhosa do que poder abraçar e beijar seu namorado sem medo ou vergonha, afinal, não havia mais ninguém naquela praça mesmo. Quando conseguiu se livrar dos lábios dele, apenas encostou sua testa na dele e continuou a encará-lo, seus olhinhos escuros e meio puxados nas pontas contra os dourados dela. - Você vai ser sempre meu melhor amigo, Frank. Não me imagino mais sem você.

– Então você aceita minha proposta?

– Claro que sim! - eles iam se beijar de novo, mas um estampido vindo da fonte chamou sua atenção. Eles pularam da beirada de mármore apreensivos, achando que poderia ser mais algum tipo de bomba. Depois respiraram de alívio ao perceberem que era só mais uma mensagem de Íris. O rosto de Jason apareceu em meio à uma nuvem de fumaça colorida.

– Oi, gente! - ele disse.

– Jason! - disse Frank. - Que bom te ver, cara!

– Pois é. Como estão as coisas por aí? Já se oficializou Pretor?

– Sim. - disse Hazel no lugar dele. - E foi uma cerimônia linda.

– Que ótimo. Mas não tenho muito tempo e tenho que dar uma ótima notícia pra vocês...

– O quê? - do nada o rosto de Jason sumiu e deu lugar a um garoto latino magrelo com um sorriso debochado na cara.

– EU VOLTEEEI!!! - gritou Leo. - Se vocês acharam que eu ia morrer fácil assim vocês estão muito enganados!

– LEO! - Hazel e Frank gritaram seu nome ao mesmo tempo. Mas a felicidade de Hazel era tanta que ela desandou a falar: - Você está bem? Onde você esteve esse tempo todo? Por que eu não consegui sentir mais você? Está ferido, queimado, com algum osso quebrado? Eu estava tão preocupada...

– Relaxa, Hazel. O Tio Leo aqui tem seus truques. - ele deu um sorriso. - Mas pra responder suas perguntas, sim eu estou perfeitamente bem, sem nenhuma anomalia a não ser minha tradicional cobertura sabor graxa. E eu estava em Ogígia, consegui reencontrar Calipso e a libertar da ilha. Estamos finalmente juntos agora.

– Que ótimo, Leo. - disse Frank. - Assim finalmente você para de dar em cima da minha namorada.

– Não é minha culpa se todas as gatinhas se amarram no meu incrível charme latino caliente. Mas é sério, Hazel, desculpa por ter te deixado preocupada, já recebi um tapa na cara de Piper por isso.

– Muito bem feito! - gritou Jason do fundo da imagem. Hazel e Frank riram.

– Bom, o tempo da mensagem está acabando. Jason e Piper vão viajar pra Califórnia na semana que vem, eles querem se dar uns pegas na mansão do pai dela em Malibu. Depois disso eles devem passar aí em Nova Roma pra visitar vocês. Depois o resto de nós deve ir aí pra Nova Roma também, quem sabe não fazemos uma mega festa pra sacudir essa cidade, hein?

– Seria ótimo. - disse Frank. - Vocês são muito bem vindos aqui. E tenho certeza de que minha colega Pretora Reyna concorda comigo.

– Ok, Mulan, não precisa dessa pompa toda... - Frank riu. - Bom, foi ótimo ver vocês pessoal, até mais.

– Tchau, Leo! - Hazel jogou um beijo pra ele e a fumaça se dissipou no mesmo instante.

– Eu pareço mesmo com a Mulan? - Frank perguntou. Hazel deu uma risadinha da pergunta e o beijou de novo.

– Se isso for sinônimo de beleza e força, vocês são idênticos. - ela se soltou dele e deu pulinhos de alegria. - Não acredito que Leo está vivo! Eu sabia que ele tinha algo na manga! Sempre soube!

– É, isso é ótimo mesmo. Mesmo depois de todo o charme que ele já jogou pra cima de você, eu passei a gostar daquele nanico latino. - Frank passou a mão por trás da cabeça, meio tenso. - Então, Hazel, já está tarde, então, não sei, já que você aceitou morar comigo, você podia... sei lá... talvez... - ela lhe deu um selinho rápido.

– Vou buscar meu pijama e algumas roupas minhas na Quinta Coorte e já volto. - E partiu rumo ao vale.

Hazel entrou na Quinta Coorte como uma sombra, ao bom estilo Nico, não queria acordar seus antigos colegas. Rapidamente fez uma mala com o que era mais necessário, seus itens pessoais e seu pijama. Depois ela faria o resto da mudança. Ainda teria que contar aos outros a novidade que moraria com Frank em Nova Roma na casa da família dele.

Voltou da Quinta Coorte andando rápido, a ansiedade de querer voltar pra Frank a fazia andar mais rápido. Frank já havia entrado na casa, ele deixou a porta aberta para que Hazel entrasse. A casa era muito bonita, cheia de ladrilhos e mobília de estilo clássico. Tinha dois andares, onde no segundo só haviam quartos e banheiros, deviam ter uns cinco quartos e três banheiros. E no primeiro, os outros cômodos, as salas de estar e de jantar, a cozinha e a saída pro jardim. O quarto onde Frank decidiu ficar era uma suíte, Hazel adivinhou porque ele estava tomando banho no banheiro interno.

Hazel então foi para outro banheiro no corredor e trocou seu belo vestido vermelho pelo seu pijama e escovou os dentes. Quando voltou ao quarto, Frank já tinha saído do banho. Só que ela se esqueceu que ele dormia só de cuecas, o que a deixou um pouco envergonhada ao ver a cena. Frank sorriu ao ver ela no quarto.

– Onde vai dormir? Tem vários quartos aqui. Pode escolher um se quiser.

– Eu escolho esse.

– Mas eu já vou dormir aqui, então... - ela se aproximou dele e lhe deu outro beijo.

– Meu lugar é exatamente onde você estiver.

Frank ficou tão feliz com a declaração dela que a pegou no colo e a pôs na cama como uma princesa. Ele pegou um cobertor e os cobriu juntos e depois passou a beijá-la novamente. Hazel não deu indícios de que queria algo mais do que beijos, ainda era cedo para mais. Frank entendeu e não forçou a barra. Hazel se aninhou a ele e teve a melhor noite de sono de sua vida.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? calma que ainda tem muito mais! Agora é a vez do Nico