O mistério do Iris escrita por strangeland


Capítulo 6
A história de Demetria




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Cap. 6 – A história de Demetria

O caminho era cheio de pedras, musgos, teias de aranha... Aquela escadaria deveria ter mais ou menos a mesma idade da cidade olímpica, e o fim da escada, do ponto de vista dos três, era bem distante.

Após descerem tudo, Lara pôde perceber um hall retangular parecido com o da entrada e, adiante, uma sala enorme iluminada de amarelo. Havia uma coisa que se assemelhava a uma fonte, adjacente à parede do fundo. Curiosamente, a tal fonte não possuía nenhuma água, mas um feixe de luz que saía de parede,  a cor era como se fosse ouro desbotado, ou algo assim. O feixe de luz era bem difuso, e era um tanto quanto irreal aquilo. Ao redor daquela sala havia alguns bancos de pedra, esqueletos no chão e desenhos e inscrições nas paredes.

— O que aconteceu aqui? – Von Croy perguntou num tom aterrorizado com os esqueletos no chão.

— Tem uma coisa escrita na parede – Lara disse sem tirar os olhos da parede – Não toquem em nada enquanto eu não ler isso.

Jeffrey se afastou um pouco de Lara e Von Croy com medo, ainda olhando pra parede.

“Uma vez, Heraklion estava à beira de uma guerra. O exército azul estava contra o exército amarelo. Porém, a grande deusa Hera escolheu uma mortal para ser digna do poder de Íris, digna de ser uma nova mensageira. O nome dela era Demetria. Ela ganhou o...” – e então a voz de Lara sumiu por alguns segundos – “... o transporte de Íris.” – e Lara percebeu claramente que estava escrito Ίρις μεταφορά , e era isso o que estava escrito em Angkor Wat. Aquele “Ίρις με” faltava o “ταφορά”.

— Hum... – disse Von Croy.

— “Demetria se tornou a nova mensageira de Hera e Iris. Usou o transportador para Heraklion para evitar a guerra. Mas foi inútil. E Demetria ficou desaparecida desde então, assim como o transportador. Eu temo que ela morreu e o transportador foi roubado. Dioros” – Lara terminou de ler. – Então o nome verdadeiro do Iris é... tipo... transportador. O fato dela ter morrido tão cedo fez com que ela ficasse quase apagada da história da Grécia.

— Mas isso não explica porque o Iris foi parar no Camboja. Por que ele estava lá com palavras gregas no pedestal. – Von Croy disse.

— Ele foi roubado. Imagine quantas vezes isso aconteceu com ele! Olha a quantidade de esqueletos nessa sala! Roubo atrás de roubo, ele deve ter parado em Angkor Wat para ficar escondido ou algo assim.

— Agora, o que é isso? – Von Croy foi se aproximar daquela estranha fonte com uma luz amarela onde era possível ver as poeiras passando por ela. – Tem algo escrito aqui também. “O transportador é limitado, o poder precisa se restaurado, mas usado corretamente”. Eu estou tão cansado desses avisos idiotas.

Lara pegou o “transportador” e andou até aquela estranha fonte. O posicionou embaixo da luz e afastou as mãos. O Iris estava rodando naturalmente desafiando a física, e sua faixa fina vermelha em um dos pratos cinza, estava mudando de cor. Aquele vermelho apagado deu lugar a um amarelo quase neon. Era como se o Iris tivesse recarregado sua energia, como se ele fosse algum tipo de bateria. Ela o retirou da luz.

— Incrível... – Jeffrey disse se aproximando – então essa luz amarela vai fazer com que isso possa se teletransportar de novo? – perguntou curioso.

— Eu acho que sim – a inglesa respondeu.

Jeffrey começou a rir quase de forma descontrolada.

— Vocês não conseguem perceber o que ISSO significa?! – ele ria mais – Vamos ficar rico pra sempre, Werner! Esqueça todas aquelas máquinas! Estamos diante de um poder sobrenatural que só nós temos! Imagine o que nós... – e então ele se interrompeu para pensar.

— Você não está falando sério, né? – Lara perguntou – Eu acho que você não está a par da gravidade do assunto.

— Como assim, nós?! – Von Croy começou a falar – O Iris, ou transportador, tanto faz, é MEU. Vocês dois entenderam? MEU! Eu, particularmente, não ligo pra dinheiro. Agora, senhorita Croft, me passe o MEU artefato.

— Me desculpe, Werner, mas eu não vou fazer isso. – Lara disse bem séria, segurando firme o artefato, que já não rodava mais pela interferência de suas mãos.

— Eu acho que posso resolver seu problema, querida – Jeffrey puxou uma pistola que estava escondida embaixo da camisa. Apontou a arma para Lara com a mão direita e estendia a mão esquerda. Ele estava numa distância de 2 metros e meio dela.

Lara ficou em choque. Suas armas não estavam guardadas nos coldres que ficam presos em suas coxas como ela sempre faz quando viaja sozinha para alguma floresta no mundo. Não sabia o que fazer na hora.

Jeffrey se aproximou, mas Lara começou a dar passos para trás.

— O que você pensa que está fazendo? Passe esse negócio pra mim agora!

E então, Lara fechou os olhos e foi teletransportada. Jeffrey atirou, mas o tiro apenas acertou a parede oposta. A indignação era bem visível no rosto do americano. Enquanto isso, Von Croy estava numa posição entre abaixado e em pé, assustado com a atitude de Jeffrey.

—_________________________________________

Quando Lara abriu os olhos, estava no hall de sua casa. Olhou ao redor e pode ver Winston sentado no sofá de frente para a lareira, lendo o livro “A Guerra dos Mundos” de H. G. Wells.

— Winston?

O velho levou um susto, quase largando o livro no colo. Olhou rapidamente para trás e pode ver Lara ali, com o Iris nas mãos.

— Milady! Que susto a senhorita me deu! – e então o velho se levantou do sofá.

— Winston, eu não tenho tempo agora. Eu preciso voltar para Grécia o mais rápido. Eu usei o Iris para vir aqui. – ela explicou finalmente.

Winston olhou para o jeito como ela segurava firmemente o artefato nas mãos.

— Por que veio aqui e por que precisa voltar tão rápido?

— É Jeffrey, aquele sócio, amigo, sei lá do Werner. Ele enlouqueceu. E é capaz do Werner enlouquecer também. Não tenho tempo pra explicar – ela dizia enquanto andava rápido em direção às escadas. Correu diretamente para seu quarto.


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