O mistério do Iris escrita por strangeland


Capítulo 2
Angkor Wat revisitada




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Capítulo 2 – Angkor Wat revisitada

Lara já estava de malas prontas para o compromisso que havia feito com Von Croy. Quando estava impacientemente parada em frente à porta de casa olhando o relógio de pulso, a limusine de Von Croy chegou à aquela mansão. Ela se apressou em entrar no carro e jogar a mochila de qualquer jeito em cima do banco. Von Croy resmungou algo em alemão, mas Lara não quis dar atenção para isso.

– Quem é ele? – ela perguntou de forma mal educada, apontando para um homem de terno azulado ao lado de Von Croy.

– E eu achava que os ingleses eram os mais educados – Von Croy debochou. – Este é Jeffrey Hastings. Meu maior investidor nas indústrias Von Croy. Aquela “tecnologia de ponta”, que você mencionou, consegui graças a este homem.

– Prazer em conhecê-la – Jeffrey disse. Estendeu a mão para que Lara fizesse o mesmo, e ela fez.

– Como o Iris é de nosso interesse, Jeffrey insistiu em nos acompanharmos – Von Croy estava apoiado em sua bengala e olhava pela janela.

– É sempre ótimo ter alguém para ficar só olhando enquanto duas pessoas fazem o trabalho sujo de cavar, não é, Werner? – disse Lara sem se preocupar em expressar qualquer educação ou simpatia com aqueles dois homens.

Von Croy ignorou o que Lara disse e começou a reclamar:

– Eu não acredito que vou ter que voltar àquele lugar de novo. Isso é um gasto do meu dinheiro.

– Não é minha culpa se você não soube pesquisar direito, Werner. Talvez você esteja ficando velho. O que você fez na última vez que procurou saber do Iris? – Lara perguntou.

– Na biblioteca próxima a Angkor, há pouquíssimos relatos sobre o Iris. Ninguém sabe a localização dele, é completamente secreto, precisa de uma energia... e só. Mais nada. Foi uma sorte ter achado naquele dia.

– Você se esqueceu da vingança que cairia em cima daquele que pegasse o Iris.

– Bobagem – Von Croy revirou os olhos.

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Chegando ao Camboja, Lara tinha duas esperanças. A primeira era de que Von Croy não pesquisou corretamente sobre o Iris no Camboja. A segunda era de que a completa história dele não estaria neste país. Havia ficado horas trancada num avião com Von Croy e ficaria mais tempo encarando Von Croy agora dentro de um carro.

– Vamos primeiro para o museu. Tenho um conhecido lá. Talvez seria melhor você ouvir por ele a história desta vez – disse Von Croy.

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Na biblioteca, Von Croy tentava usar a sua pouca simpatia com um homem (com quase a mesma idade dele) chamado Sarit Chey, um dos responsáveis por aquele museu. Enquanto Sarit fazia perguntas pessoais para Von Croy, o americano Jeffrey já não agüentava o calor daquele país. Lara não estava confortável com a presença inesperada de Jeffrey na busca das origens do Iris. Já não basta Von Croy ter a tendência a quebrar as regras por ganância, ter um amiguinho de Von Croy testemunhando tudo não era uma boa idéia.

– Sarit, trouxe algumas crianças comigo hoje. Quero que conheça Lara Croft e Jeffrey Hastings.

– Prazer em conhecê-los! – Sarit disse em inglês

Lara e Jeffrey responderam, mas Jeffrey se apressou em fazer um monte de perguntas sobre o local, como se ele fosse uma criança visitando um museu pela primeira vez.

Após Sarit responder todas as perguntas de Jeffrey, que não eram relacionadas sobre o Iris, Von Croy exigiu uma reunião interna improvisada apenas para ele, Lara e Sarit. Os três se reuniram num escritório do museu enquanto Jeffrey esperava pelo lado de fora.

– Então, meu caro Von Croy, em que posso te ajudar? – Sarit perguntou. – Está de volta por causa do Iris?

– Exatamente. Mas dessa vez quero que diga tudo que já me disse para esta moça. – Antes que Sarit perguntasse algo, Von Croy voltou a falar – Ela é do tipo teimosa.

Lara ficou séria ao comentário de Werner e sentou-se na cadeira em frente à mesa, esperando que Sarit fosse sentar na outra cadeira a qualquer momento.

– Oh, o Iris... Tão desconhecido e tão misterioso. – Sarit pegou um livro na estante e sentou-se na cadeira de frente para Lara.

Ela tentou ler o título do livro, mas não conseguiu, já que ele foi posto rapidamente na mesa e folheado por aquele homem.

– O Iris é tido como uma lenda aqui no Camboja. Nos registros que encontramos sobre o Iris nesses quase 800 anos, já que os boatos da sua existência surgiram após Angkor Wat, não há nem desenhos sobre o formato. – Sarit virou o livro para Lara e apontava algumas linhas para ela, mesmo ainda não parando de contar a história. – Dizem que seu formato é “curvas e um círculo” e nada mais. É completamente difícil adivinhar um formato de tal relíquia com apenas essas informações – Sarit riu.

Lara desviou o olhar do livro para Von Croy, que estava em pé. Voltou a prestar atenção em Sarit.

– “O Iris precisa se manter em segredo. Aquele que precisa trabalhar com o Iris, precisa da energia do arco-íris”.

– Espera... Energia do arco-íris?

– Sim. Estranho, não? Arco-íris não possui energia. – Sarit agora puxou o livro para si e o folheava – Há muitas teorias de que o Iris poderia ser uma referência à divindades, possa ser um provérbio... Acreditam que o círculo é o sol e as linhas, as nuvens.

Lara ficou intrigada, mas não queria contar seus pensamentos. Pediu para olhar o livro de novo, que estava em inglês. Leu as pouquíssimas informações da “lenda do Iris”. Pediu para se retirar com Von Croy e se despediu de Sarit.

Quando estavam na entrada da biblioteca, Von Croy disse:

– Alguma idéia veio à sua mente, senhorita Croft?

– Sim. Veio. A energia do arco-íris pode estar ligada à mitologia nórdica, ou algo assim. A Bifrost é um grande exemplo de arco-íris na cultura mitológica... – Lara hesitou – Bom...

– Ah, sim... Mas os países nórdicos estão muito longe deste lugar quente e de sua escrita em sânscrito. Aqui é uma cultura completamente diferente, Lara. Você não acha que já considerei a Bifrost? Já sim! Mas nem o próprio Iris tem cara de nórdico, não acha? E com tanta informação da mitologia nórdica, o Iris teria seu nome em algum lugar escrito.

Lara ficou séria. Usou um pouco de tempo para pensar e disse:

– Nesse caso, eu voto em “Déjà vu”.

– O que?

– Déjà vu. Eu preciso ter acesso ao local onde você pegou o Iris. Nossa única esperança.

– Você se lembra por onde tivemos que passar para chegar até aquele lugar, que agora deve estar cheio de pedras?

– Werner, por acaso se lembra de alguma coisa semelhante ao arco-íris nele? – Lara ignorou completamente a pergunta de Von Croy, e agora o encarava séria.

– Não! Tudo aconteceu tão rápido. Aquele negócio flutuando, se mexendo... Eu fiquei pendurado pelo meu pé... Quando aquele tipo de redoma começou a se fechar, tudo ficou muito escuro. – a raiva de Von Croy começava a aparecer – eu caí de qualquer jeito num lugar onde eu não podia enxergar nada!

– Mas como... – Jeffrey tentou fazer uma pergunta, mas foi interrompido por Von Croy.

– Depois de um tempo com tédio no escuro, você acaba sentindo um pouco de loucura, senhorita Croft. Eu apenas segurei o Iris de qualquer jeito e me imaginei fora daquele lugar. A única coisa que lembro foi daquele típico raio amarelo sair de dentro da bola vermelha me atingir. Quando percebi, já estava do lado de fora. – Von Croy fez uma pausa. – Infelizmente, nem com toda tecnologia das indústrias Von Croy, não consigo estocar a energia dentro do Iris. Já fazem 13 ou 14 anos que ele não produz a mesma energia daquele dia. Sim, ele pode teletransportar alguém, mas só perto das máquinas de energia. O mistério de como ele pode reter energia dentro de si é... – Von Croy desistiu de continuar a frase e apenas suspirou de frustração.

– Respondendo sua pergunta anterior: sim, eu me lembro. E como não tivemos tempo de olhar bem, temos que voltar lá – Lara olhou séria para Von Croy e Jeffrey. Estava determinada a ir aquele lugar com ou sem eles.

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Após cansáveis horas procurando pela saída mais próxima do lugar onde o Iris era guardado, após horas empurrando pedras, Lara, Von Croy e Jeffrey chegaram ao local certo.

– Não mudou muita coisa – disse Werner, que agora olhava as pedras com desprezo.

– Werner, você tem idéia se em algum canto desse lugar possui ouro? – Jeffrey perguntou ainda um pouco deslumbrado com aquele simples lugar – Lugares assim devem estar repletos de ouro – e então ele procurou tatear a parede mais próxima.

Von Croy olhou para Lara por alguns segundos. De repente, se arrependeu por ter trago ele. E enquanto Jeffrey falava sozinho, Werner encarava o pedaço de chão redondo fechado por aquele tipo de redoma cortada, que um dia o prendeu. Decidiu que não iria fazer praticamente nada ali. Iria apenas esperar que Lara se virasse ali.

Lara, por outro lado, estava esperando a mesma reclamação de Von Croy quando o encontrou vivo com o Iris na mão. Ela passou pela pedra que havia o aviso que Von Croy ignorou uma vez.

– Veja, a pedra com as inscrições está bem aqui – Lara deu um leve chute nela, já que a pedra havia ganhado algumas pedras vizinhas por causa do desmoronamento. – E, mais uma vez, aqui diz que a vingança cairá sobre aquele que fosse tirá-lo do lugar.

Jeffrey agora estava assustado. Von Croy nunca havia mencionado qualquer tipo de maldição do Iris.

– Vingança? – perguntou Jeffrey assustado – A relíquia tinha uma maldição?

– ô... Hocus Pocus antiga. – Von Croy revirou os olhos pra cima Seu desprezo por aquele aviso se repetiu ali de novo. – Historinha pra boi dormir.

– Então você realmente não acredita nisso? – Jeffrey perguntou à Von Croy

– Já se passaram uns 13 anos, sei lá. Se fosse pra acontecer, já teria acontecido. Ou o fato daquilo ter fechado já me fez pagar o preço.

– Mas, no geral, você realmente acredita nessas coisas?

Antes que Von Croy pudesse responder, Lara se intrometeu na conversa:

– Já leu algum livro de Shakespeare, Sr. Hastings? Já leu Hamlet?

– Não.

– Em Hamlet, Shakespeare escreveu “Há mais coisas entre o céu e a Terra, Horácio, do que sonha nossa vã filosofia” – Lara deu um sorriso de lado, sexy mesmo sem ter a intenção – Se até Shakespeare disse isso... – Ela fez uma pausa – É basicamente o lema das faculdades de arqueologia.

Jeffrey preferiu ficar calado. Lara se aproximou da alavanca que abriria aquela redoma protetora do pedestal. Puxou-a e, para sua surpresa, funcionou perfeitamente. De repente, aquilo estava se abrindo. Um completo déjà vu. E quando Lara se aproximou do local onde supostamente uma ponte teria que estar ali, percebeu que a ponte estava destruída.

– Eu acho que vou tentar pular até ali – Lara gritou para Von Croy.

– Oh... Boa sorte, Lara. Infelizmente, hoje em dia, uso uma bengala e não pulo como antigamente – disse Von Croy ao se sentar em uma das pedras daquele local.

Lara se afastou, correu e pulou. Infelizmente, o pulo não foi o suficiente para fazê-la cair em pé, então teve que se pendurar na beirada. Von Croy e Jeffrey demonstraram sinal de preocupação, mas logo Lara estava em pé ali. Quando ela se aproximou do pedestal do Iris, procurou minuciosamente por qualquer informação ali. Na parte de trás do pedestal, se deparou com algo escrito. Se agachou e aproximou o rosto. Pode ver algo escrito ali. Ficou surpresa e admirada por encontrar uma mísera pista. E enquanto passou os dedos ao redor do que estava escrito, ficou mais surpresa ainda. Seu rosto estava imóvel por um momento.

– Você estava certo sobre uma coisa, Werner – ela gritou após se levantar. – Estava certo sobre eu estar errada.

– O que você descobriu? – ele perguntou aflito.

Lara voltou a olhar o que havia descoberto antes de falar novamente.


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Notas finais do capítulo

Um pouquinho de suspense entre o segundo e terceiro capítulo pra vocês ficarem curiosos mesmo. ^.^
Não gosto muito de escrever nas notas, mas esta é minha segunda fic da Lara, e a primeira que não é considerada uma grande zoeira. Então estou me orgulhando muito dela.



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