O mistério do Iris escrita por strangeland


Capítulo 1
O poder da influência


Notas iniciais do capítulo

Os acontecimentos desta história acontecem depois do Tomb Raider 2 e antes do Tomb Raider 3. Logo, toda aquela história no momento "presente" no Tomb Raider 4 entre Lara e Von Croy no Egito e bla ainda não aconteceu. Bom, quem conhece as histórias do Tomb Raider, sabe do que estou falando.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/593339/chapter/1

O mistério do Iris

Capítulo 1 – O poder da influencia

Lara Croft estava lendo “Othello” de Shakespeare em seu quarto na mansão quando foi interrompida por Winston, que bateu a porta do quarto chamando pelo nome dela.

– Entra! – disse Lara, pousando o livro devagar na cama.

– Lady Croft, receio que a senhorita tem um convidado inesperado.

Lara olhou para o relógio que ficava na parede do quarto. 20:00h.

– E quem é? – ela perguntou.

– É Werner Von Croy, Milady. E eu acredito que ele não está muito contente. Ele trouxe alguns homens como companhia.

Lara desviou o olhar para o chão. Suspirou. Enquanto Lara pensava naquela situação, Winston interrompeu o silêncio perguntando se ela atenderia Werner ou não. Antes que Lara respondesse, ela puxou alguns travesseiro da cama e pegou uma arma e deixou a outra escondida embaixo de outro travesseiro. Winston se espantou um pouco com aquela cena.

– Você está certo, Winston. Werner não está muito contente. Provavelmente, ele está aqui pelo Iris.

– Então ele descobriu que a senhorita o roubou?

– Provavelmente.

Ela escondeu a arma nas costas, presa na cintura da calça comprida que estava usando naquele momento. Decidiu receber Werner o mais rápido possível, sem trocar de roupa nem nada.

– Vamos – ela disse para Winston.

O cabelo de Lara estava preso num rabo de cavalo que já estava meio frouxo, caindo nas costas. Ela desceu as escadas da mansão e abriu a porta principal. Reparou em uma limusine que estava estacionada no portão principal. Acionou o botão do painel de segurança do portão na parede da mansão, e logo em seguida aquela limusine preta estava entrando e estacionando perto da entrada principal.

Lara esperava quase na entrada. De repente, bateu um flashback do que havia acontecido quando ela trouxe pra casa a adaga de Xian. Homens de Marco Bartolli haviam invadido sua casa na intenção de recuperar a adaga de Xian. Foi à noite, Lara estava de roupão... De repente sentiu um leve medo de algo assim acontecer de novo.

Werner saiu do carro com um homem de terno, com aparência de segurança/guarda-costas. Quando Winston iria dizer olá para Von Croy, Lara interrompeu falando:

– É um pouco tarde para uma visita, não acha, Von Croy? A hora do chá é às 17h.

– Certamente. Mas não estou aqui para tomar chá, Senhorita Croft. Estou aqui para falar de negócios. Se não se importar, queria discutir isso sentado num sofá. – Von Croy disse com aquele sotaque alemão.

Lara deu as costas para Von Croy e caminhou em direção à sala de estar da mansão, deixando Winston ali perto de Von Croy, com a porta principal aberta. Winston rapidamente disse para Von Croy acompanhá-lo, e assim ele fez junto com seu guarda-costas, que parecia até uma sombra dele. Quando Von Croy chegou acompanhado de Winston, percebeu que Lara estava séria, sentada num sofá. Winston parou na entrada da sala assim como o guarda-costas de Von Croy.

Werner sentou-se no sofá e apoiou as duas mãos na bengala que sempre usava o tempo todo.

– O que você quer, Werner? – Lara perguntou, embora sabia a resposta.

– Bom, você com certeza deve estar ciente sobre o roubo que houve nas industrias Von Croy, certo? Meu Iris foi roubado – ele fez uma pausa – por uma mulher. A única pessoa que poderia roubar seria alguém que já o conhecia. E como foi uma mulher... – Von Croy olhava ao redor como se ele tivesse contando alguma fofoca sem menor importância – não é difícil de adivinhar que foi você, Lara. – Houve uma pausa – Você sabe que pode ser presa por isso? Eu quero meu Iris de volta!

– E eu queria que o Iris fosse seu pra sempre, se você não fosse tão descuidado, Werner.

Von Croy riu.

– Eu, descuidado?

– Você e eu sabemos que você tem uma tendência a quebrar regras e cair nas armadilhas dos artefatos que você explora por aí. Por exemplo, você ignorou as inscrições que diziam perto da alavanca que abria aquele local onde o Iris estava escondido lá em Angkor Wat. E você quase nos matou.

– Oh, não me lembre de Angkor Wat, senhorita Croft – ele disse colocando ênfase no fim. – Nesse dia, a senhorita me abandonou lá para ter uma morte claustrofóbica e escura, “yá” (ja = sim em alemão).

– Eu já te disse que eu não te deixei lá para morrer! Eu tentei procurar ajuda no mesmo tempo que o lugar começou a desmoronar. Como eu iria me aproximar de você com tanta pedra caindo do teto?!

Lara sentiu uma exaustão momentânea com aquela conversa. Não era a primeira vez que ela discutia sobre Angkor Wat com Von Croy. Naquela época, Lara tinha apenas 16 anos e os dois viajaram para o Camboja, onde Lara iria aprender muito sobre arqueologia com o famoso Von Croy. Infelizmente, Von Croy ignorou qualquer aviso do local e tentou roubar o Iris, um artefato muito peculiar. Com formato de dois pratos e uma esfera, onde todos se mexiam ao mesmo tempo e desafiavam a gravidade, ficando parado onde o deixasse no ar. Se não fosse pelo fato de parar no ar, o Iris não teria o mínimo vestígio de um artefato poderoso. E quando Von Croy sobreviveu ao enclausuramento do “cofre” do Iris e ao desmoronamento do local, Lara teve que ouvir a reclamação e o rancor daquele homem por anos. E, como sempre, Lara desmentia o fato de ter abandonado Von Croy, mas sempre parecia inútil alegar sua inocência.

– Não eram tantas pedras assim – Von Croy debochou. – O Iris acabou salvando minha vida mais rápido.

– Não fale como se eu nunca tivesse te ajudado! Você quase morreu na África e eu salvei sua vida.

– Lara, por favor. Chega de passado. Eu achei o Iris, ele é meu. Você roubou algo meu e eu vim pacificamente pedir de volta.

– Werner, eu roubei o Iris de você logo após que fiquei sabendo que você, finalmente, havia descoberto um meio de dar energia ao Iris. Me desculpa, mas se fosse qualquer outra pessoa tentando descobrir o teletransporte através de ciência seria uma coisa, mas você usar um artefato como o Iris para causar teletransporte através de toda aquela sua tecnolgia de ponta é um aviso de perigo. Você é uma pessoa bem azarenta.

– Ok. – Von Croy suspirou – então você está sendo cuidadosa, evitando que eu possa fazer qualquer coisa de ruim. E qual é seu plano depois disso? Você rouba algo que é meu e interrompe minhas pesquisas e fica por isso mesmo? Se você não quer devolver o Iris, você terá que me dar algo tão valioso quanto ele.

Veio à mente de Lara a Adaga de Xian, que ela guardava agora no seu cofre. Mas seria tolice trocar o Iris pela adaga. Entre ver Von Croy usando o teletransporte e transformando alguém em dragão, seria pior vê-lo enfiando aquela adaga em qualquer pessoa e transformando seja lá quem for num dragão chinês enorme. Pensou em várias coisas. Infelizmente, apenas a Adaga e o Scion seriam considerados poderosos na mesma categoria que o Iris, mas ela não daria nenhum dos dois para ele.

– É sério? Você aceita trocar o Iris por outro artefato?

– Por outro artefato poderoso – ele corrigiu.

– Werner – Ela agora tinha um tom de voz preocupado e calmo – encontramos o Iris naquele lugar por acaso. Não fomos lá procurando pelo Iris exatamente. Não sabemos muita coisa sobre ele. Mais de 10 anos se passaram e a única coisa que você descobriu foi que o Iris precisava de uma energia específica para funcionar. Você, realmente, não tem medo dos efeitos colaterais que ele pode causar? Não tem medo dele ter um poder pior dentro dele? Sua curiosidade pode fazer com que muitas pessoas naquele prédio morram por causa daquilo.

– Ok, você está certa. E o que você sugere? Vamos todos desvendar o mistério do Iris. E depois? Você vai me devolver a qualquer custo?

– Você iria querer o Iris a qualquer custo mesmo sabendo que ele pode te matar?

– Ele é meu, Lara. Eu só não iria usá-lo se fosse nesse exemplo. E não seja hipócrita. Você tem artefatos perigosos que não usa. Por que eu não teria também? Tem inveja do teletransporte porque é algo mais simples? – Von Croy riu.

– Eu proponho um trato – Lara disse. – Eu te devolvo o Iris se soubermos mais do Iris. Se eu decidir ficar com o Iris no fim, eu te darei um raro bestiário. Não tem poderes como o Iris, mas, se você lê-lo, verá que é bem importante.

___________________________________________________

Lara e Von Croy terminaram a conversa sobre o Iris, e Von Croy havia dito que pagaria as passagens para o Camboja. Porém, quando Von Croy estava prestes a sair da mansão, ele disse:

– Senhorita Croft, permita-me dizer que tive que ter uma garantia para esse trato novo. Quase me esqueci. Eu achei que seria justo roubar algo seu, já que você tem algo meu. Felizmente, o que eu roubei de você tem mais valor sentimental do que meu Iris. – E então ele tirou do bolso um relógio de bolso que possuía um C na parte de trás. Lara ficou completamente furiosa ao ver o relógio de seu pai nas mãos de Von Croy.

– Como você conseguiu isso? – ela perguntou furiosa, quase indo puxar o relógio da mão de Von Croy e agredí-lo.

– Acredito que você tinha mandado o relógio para um conserto, não foi? – ele riu e contemplou o relógio rapidamente – Mas não se preocupe. Agora há uma garantia de que você não vai jogar o Iris dentro de qualquer vulcão, ou sei lá o quê. Não se preocupe, quando tudo isso terminar, eu te devolverei o relógio de Richard Croft, “yá”.

Von Croy virou-se e começou a andar até o carro. O guarda-costas de Von Croy encarava Lara intensamente, como se estivesse prevendo que ela iria partir para agressão física a qualquer momento. Não demorou muito para que os dois estivessem dentro da limusine, prontos para ir embora dos terrenos da mansão Croft. Von Croy abriu a janela do carro apertando um botão na porta, na parte interna do carro. Ele estava apoiando a bengala dentro do carro. Aproximou o rosto um pouco para fora e disse:

– Se você sabe roubar, eu também sei roubar – e sorriu ao ver a cara séria de Lara. Fechou o vidro da limusine e foram embora.

Winston estava aflito com aquela situação toda. Viu Lara ir em direção à cozinha e a seguiu.

– Milady? Milady?

– Sabe, Winston? Às vezes, eu realmente queria que Von Croy tivesse morrido naquela bosta daquele lugar em Angkor Wat – ela disse com raiva, enquanto pegava uma garrafa d’água da geladeira e colocava na mesa. Pegou um copo de vidro e o encheu de água.

– Milady, se acalme. Mas como ele conseguiu roubar aquele relógio na loja de Willbury? Tem uma segurança ótima...

– Winston, Von Croy é competitivo, vingativo, rancoroso e pretensioso. Não sei como ele soube do relógio, mas ele fez isso pra provar que também “sabe roubar algo”. – Lara bebeu um pouco de água – Mas eu vou dar um jeito nisso tudo. Eu vou saber tudo sobre o Iris e vou pegar meu relógio de volta.

Winston ficou em silêncio por alguns segundos.

– Eu me lembro de quando Lord Croft o havia polido uma vez e me disse que aquele relógio seria seu um dia, mas só se ele tivesse passado em, pelo menos, um país de cada continente. – Winston ficou triste, lamentando a ausência de Richard Croft naquele momento.

– Exatamente.

Lara andou lentamente até Winston. Viu ali uma das poucas pessoas que a viu crescer, envelhecer. Ela o abraçou.

– Tome cuidado com Von Croy, milady.

– Eu vou ter – ela disse enquanto se afastava de Winston. – Agora, eu tenho que preparar minhas coisas. Vou ter que viajar para o Camboja.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!