Escolhas do coração escrita por Achyle Vieira


Capítulo 9
Capítulo 9 - Desmaio


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!
Chegou mais um capitulo e espero que vocês gostem!
Boa leitura!



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Comecei a caminhar rumo às escadas, precisava saber onde papai esta, vi uma criada passando, parei ela e perguntei onde estavam os meus pais, e pra minha sorte os dois estavam no mesmo lugar, no jardim. Fui para o jardim e parei em frente à mesa onde estavam meus pais e os pais de Felipe. Direcionei meu olhar para meu pai e falei que Vaiolet tinha me batido. Meu pai se levantou espantado com o que eu disse e perguntou o que tinha acontecido. Minha mãe tomou a frente e me mandou ir para o quarto.

Será que ela sempre me tratará assim?

Vaiolet e ela estavam me tratando como a pior inimiga que alguém poderia ter. Lembrei-me do que ela me disse em frente à biblioteca “Você não vai estragar meus planos”.

Me deu vontade de sair correndo dali, tinha certeza que se me virasse veria Vaiolet com um sorriso nos lábios. Mas não daria esse gostinho a ela. Resolvi apelar para a única pessoa naquele lugar que não me decepcionaria.

Eu: Pai... — Foi apenas o que consegui falar diante da vontade de chorar.

Ele pediu licença aos pais de Felipe para conversar conosco e pediu que Felipe ficasse com os pais dele, pois ele queria ir conosco. Sabia que ele não me decepcionaria. De todas as certezas que eu tinha naquele momento, a certeza de que meu pai lutaria para colocar tudo no lugar era a mais forte de todas.

Caminhamos seguindo os passos do meu até a biblioteca. Nenhuma de nós falou nada, ele virou-se de costas para nós e pousou as duas mãos na cintura. Minha mãe deu um passo à frente e começou a falar.

Eliza: Deixe-me conversar com elas. Você já tem muitos problemas com as guerras...

Robert: Não! — interrompeu-a e se virou para nós passando a mão direita nos cabelos. — Que tipo de rei eu seria se não conseguisse colocar as coisas dentro do meu palácio em ordem, e que tipo de pai eu seria se não conseguisse resolver um problema na minha família.

Todas nós ficamos em silêncio novamente. Sabia que meu pai queria resolver as coisas, mas estava claro que ele não sabia quais palavras usar para resolver uma briga entre meninas. Resolvi tentar ajudá-lo.

Eu: Papai foi um mal entendido...

Eliza: Cale-se! — Interrompeu-me. —Tem consciência da vergonha que nos fez passar? O que o príncipe vai pensar da futura esposa se acreditar no que você falou?

Eu: Ele não vai precisar acreditar no que eu falei, pois ele viu a tapa que ela me deu. — Dirigi meu olhar a Vaiolet, que estava de braços cruzados, fazendo bico.

Vaiolet: Você mereceu. — Resmungou

Robert: Chega! — Gritou. — Nem parece que vocês duas são irmãs. — Passou a mão pelos cabelos novamente e se dirigiu para mamãe. — Tenho certeza que Esh tem plena consciência que o príncipe é noivo de Vaiolet e que não se insinuaria para um rapaz comprometido. — Vaiolet deu um passo à frente.

Vaiolet: Mamãe me disse que viu os dois de mãos dadas na escada.

Não acredito no que ouvi. Não estávamos de mãos dadas! Ele apenas segurou minha mão por uns três segundos.

Dei um passo à frente e me direcionei para mamãe, que estava do lado de papai.

Eu: Mãe... Você falou isso a ela?... Nós não estávamos...

Eliza: Ele estava segurando a sua mão. — Acusou.

Eu: Sim... Mas foi só isso, não estávamos de mãos dadas. Ele esbarrou em mim e segurou minha mão por uns três segundos e me desejou “bom dia” — menti na parte do “bom dia” — , só isso. Não vejo motivos para ir correndo até Vaiolet para dizer isso...

Vaiolet: Você quer roubá-lo de mim. — Interrompeu-me.

Por que ela tem que ser tão insuportável?

Virei-me pra Vaiolet e me preparei para dizer a ela a única coisa que minha mãe não podia interferir.

Eu: Vaiolet, uma dama nunca deve interromper outra enquanto está falando, seja mais educada e me deixe terminar de falar.

Voltei meu olhar novamente para mamãe e continuei.

Eu: Continuando o que eu estava falando... Não vejo motivos para ir correndo para Vaiolet para dizer isso se ela mesma disse que não ama o noivo.

Robert: Isso é verdade Vaiolet?

Ela ficou calada, o que só confirmou os que eu disse. Papai passou novamente as mãos pelos cabelos.

Robert: Então... Quer dizer que você deu uma tapa na sua irmã por causa de um rapaz que nem ama?

Eliza: Tenho certeza que isso não vai voltar a se repetir. — Respondeu no lugar de Vaiolet. — Temos visitas esperando por nós, não podemos os deixar esperando. — Colocou a mão direita sobre o ombro de papai. — Vamos terminar com isso.

Papai olhos nos olhos de mamãe e pude ver que estava exausto daquilo. Ele não falou nada, apenas fechou os olhos por um momento e assentiu.

Então era isso? Nada resolvido.

Ele saiu da sala deixando a porta aberta.

Eliza: No final isso tudo não deu em nada e você ainda está de castigo Eshley. — Falou e se dirigiu para a porta, no mesmo momento em que Vaiolet deu uma risadinha. Mamãe já estava saindo da biblioteca quando papai esbarrou nela.

Robert: Desculpe querida. — entrou na biblioteca novamente. — Tinha esquecido uma coisa: As duas estão de castigo e só sairão dele quando fizerem as pazes. — Terminou de falar e saiu novamente.

Eu não tinha nada a perder, estava de castigo de qualquer forma... Mas foi engraçado ver a cara de indignação que Vaiolet fez. Vaiolet foi para perto de mamãe e elas saíram juntas da sala.

Eu fiquei ali. Parada. Digerindo tudo o que aconteceu...

Depois de dez minutos decidi subir para o meu quarto. Não iria descer para almoçar. Conclui que iria tomar aquele banho que tinha planejado antes.

~***~

Acabei não almoçando, perdi a fome. Dei um cochilo durante a tarde já que estava proibida de fazer qualquer atividade relacionada a diversão. Fui acordada pelas minhas criadas por volta das cinco horas da tarde para elas me arrumarem para o jantar.

Eu: Não estou com fome. — Resmunguei.

Marta: Mas Alteza, a senhorita não comeu nada durante a tarde.

Eu: Se eu comer vou acabar colocando tudo para fora depois. Não estou com fome.

Ela olhou para Emma e em seguida para mim novamente.

Marta: Então, deixe-nos apenas mimá-la Alteza.

Ela pediu com um entusiasmo que não pude negar. Pedi a Emma para avisar aos meus pais que eu estava indisposta para o jantar.

Tomei banho e vesti uma camisola de seda, cor verde. Emma pediu para fazer minhas unhas, enquanto que Marta brincava com meu cabelo fazendo vários tipos de tranças.

Deixei meus pensamentos irem até Felipe. Acho que fui um pouco grossa com ele, mas estava com tanta raiva que a única justificativa que achei para o que minha mãe e minha irmã estavam fazendo foi culpá-lo. Sei que a culpa de tudo não é só dele, pois seu eu não o tivesse beijado nada disso teria acontecido.

A memória do nosso primeiro beijo me veio à mente e não pude deixar de me arrepiar ao lembrar os beijos que ele me deu no pescoço. Será que com Pedro seria assim? Pedro. Não entendi porque aquela pergunta me veio à cabeça. Não pensava mais nele com tanta frequência agora, o que eu sentia antes por Pedro era bem diferente do que o que eu sinto agora. E o que sinto quando estou com Felipe é diferente do sentimento que sentia por Pedro há algum tempo atrás. Está tudo tão confuso.

Depois de sair dos meus devaneios decidi ir dormir para me desligar daqueles pensamentos. Pedi para que Marta e Emma fossem descansar, pois queria ficar sozinha.

Não foi nada fácil dormir, virei de um lado para o outro na cama várias vezes até finalmente pegar no sono.

Senti uma mão nos meu ombro e abri um pouco os olhos para ver quem era. A luz que entrava pela sacada me fez piscar algumas vezes. Tive a impressão de ter dormido apenas alguns minutos.

Emma: Desculpe Alteza, mas devo arrumá-la para o café da manhã.

Eu: Não vou descer para tomar café. —Resmunguei. — Por favor, só me acorde daqui a uma hora. — Acho que fui um pouco grossa, mas não liguei. Apaguei novamente, vencida pelo cansaço.

~***~

Não sei por quanto tempo dormi. Senti uma dor aguda no estomago que me fez despertar, ao abrir os olhos vi Marta e Emma sentadas no canto do quarto. Novamente a dor veio, trazendo com ela uma vontade de vomitar enorme. Levei as mãos ao estômago, pulei da cama e corri cambaleando para o banheiro.

Só deu tempo de me abaixar em frente ao vaso sanitário, a vontade de vomitar veio mais forte e eu coloquei tudo pra fora, apesar de não ter comido quase nada ontem.

Marta e Emma correram para o banheiro preocupadas.

Marta: Ai meu Deus! Emma, corra, chame o rei...

Quando não tinha mais o que colocar pra fora as náuseas pararam, mas a dor no estomago não.

Marta: Alteza, a senhorita está bem?

Eu: Estou... Não se preocupe, acho que fiquei um pouco fraca por não ter comido. Ajude-me aqui. — Falei me levantando.

Marta me ajudou a levantar. A dor tinha já tinha diminuído um pouco, mas minha cabeça começou a doer e minhas pernas estavam como gelatina. Já de pé, disse que poderia ir para a cama sozinha e pedi que ela limpasse o que sujei.

Marta: Não se preocupe alteza. Tem certeza que está bem?

Assenti com a cabeça e sai do banheiro para que ela pudesse limpar. Quando cheguei ao pé da cama minha vista escureceu, levantei a cabeça e vi meu pai entrar no quarto assustado seguido por Emma.

Robert: ESHLEY! — Gritou.

Minha vista escureceu novamente. A única coisa que senti antes de apagar e ficar com o corpo inerte foi braços ao redor da minha cintura e apaguei.


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de favoritar, comentar, compartilhar, acompanhar, etc.
Até o próximo capítulo!
Beijos,
A. Singer