Escolhas do coração escrita por Achyle Vieira


Capítulo 16
Capítulo 16 - Dança


Notas iniciais do capítulo

Hi people! Feliz Páscoa atrasado.
Espero que gostem do capítulo e não me matem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/593296/chapter/16

Depois do convite ridículo que Vaiolet fez na frente de todos sento em um dos assentos reais, não queria que tivesse acontecido isso, mas Vaiolet conseguiu o que queria. Tentava demonstrar que estava feliz, mas vi que não estava funcionando muito bem quando a rainha Charlot chegou perto de mim e perguntou se eu estava me sentindo bem.

Eu: Só estou um pouco cansada. — Ela balança a cabeça positivamente.

Um silêncio paira sobre nós durante alguns longos e infinitos segundos. Gostaria muito de saber o que ela estaria pensando naquele momento. Vejo uma ruga de preocupação aparecer em seu rosto e seu olhar fixa o chão de mármore.

Charlot: Desculpe não ter lhe dado nada de presente, mas só soube do seu aniversário hoje de manhã.

Eu: Não precisa se preocupar com isso.

Charlot: Preciso sim, em breve todos nós faremos parte de uma família só. — sorri — Hoje de manhã falei com Charles ao telefone e pedi que ele comprasse seu presente.

Não falamos mais nada, apenas ficamos observando as pessoas dançando no meio do salão. Algum tempo depois papai veio e me chamou para dançar com ele, dançamos por alguns minutos e depois voltei ao meu lugar. Uma criada chega ao ouvido da rainha Charlot e cochicha algo que a faz sorri e levantar rapidamente. Ela me pede licença e sai do salão.

Um rapaz se aproxima de mim e se apresenta como Ivens, ele me chama para dançar e eu aceito, pois não queria ficar sentada durante minha festa inteira. Durante nossa dança Ivens me fala que é filho de um dos conselheiros de papai. Ele é muito simpático e divertido, conversamos bastante durante nossa dança, e logo depois ele me apresenta ao pai dele que também me convida para dançar. Danço um pouco com o pai dele, mas não entendo bem que tipo de dança o pai dele estava dançando, piso no pé dele várias vezes até que finalmente Ivens se aproxima novamente.

Papai pede a atenção de todos durante minha segunda rodada de dança com Ivens, a música para e todos esperamos que papai fale. Ele diz que dois convidados de honra acabaram de chegar e pede que eles entrem no salão.

E lá está Felipe, entrando graciosamente no salão de festas. Meu coração se enche de alegria ao vê-lo. Ele entra sendo seguido por outro rapaz mais alto e um pouco mais forte que ele, com os cabelos levemente curtos e jogados para trás. Felipe corre os olhos discretamente por todo salão até seus olhos se encontrarem com os meus, não consigo evitar o sorriso, mas ele não parece estar muito feliz e desvia o olhar. Vaiolet se joga nos braços dele em um abraço e desvio o olhar antes que alguém perceba que estou olhando como uma boba para ele.

O que será que aconteceu para ele estar daquele jeito? Acho que não deve ser nada de mais.

A música começa a tocar novamente, mas eu não estou com vontade de dançar mais, só quero ir pra perto da minha família — que é onde Felipe está. Peço licença a Ivens e vou para perto deles. Papai conversa calorosamente com Felipe e o outro rapaz. Vaiolet e mamãe cochicham baixinho como se estivessem espantadas com algo e logo depois se juntam a Charlot em uma conversa discreta e curiosa.

Observo o rapaz ao lado de Felipe, de longe eles parece totalmente diferentes fisicamente, mas de perto consigo identificar algumas semelhanças entre os dois. E então, compreendo o porquê dos cochichos entre Vaiolet e mamãe. Ele é irmão de Felipe, não tenho a menor dúvida..

Aproximo-me de papai como quem não quer nada e cumprimento os dois rapazes. Olho para Felipe, mas ele não me olha nos olhos e fecha a cara. O que será que está acontecendo? Decido sair de perto dele antes que minha curiosidade fale mais alto e eu pergunte o que Felipe tem ali mesmo, mas papai não deixa.

Robert: Esh, você poderia fazer companhia a eles enquanto eu converso com sua mãe por alguns minutos?

Eu: Sim papai. — ótima hora para perguntar o que Felipe tem. Espero papai se afastar o suficiente e tomo coragem para perguntar — Você está bem Felipe?

Felipe: Sim. — reponde secamente.

O que ele tem? Vejo quando o outro rapaz da uma leve cotovelada no braço dele.

Felipe: Este é meu irmão, Gabriel.

Gabriel pega minha mão atrevidamente e planta um beijo.

Gabriel: É um prazer conhecê-la, princesa Esh.

Eu: Meu nome é Eshley. — Digo e tiro minha mão do domínio dele.

Vaiolet se aproxima de nós e abraça Felipe, fala alguma coisa no ouvido dele – o que me deixa furiosa – e ele sorri.

Gabriel: Você me daria a honra desta dança? — Ele pergunta tirando minha atenção do casalzinho.

Aceito sem hesitar, não quero ficar ali nem mais um segundo. Seja lá o que Felipe tenha não me importo mais. Eu estava aqui, morrendo de saudade dele e ele nem me olha direito e de uma hora pra outra fica íntimo de Vaiolet deixando ela falar ao ouvido dele.

Eles continuam lá sorrindo e eu continuo fuzilando eles com os olhos. Felipe olha para mim e depois volta a conversar com Vaiolet. Argh!

Gabriel: Se você continuar assim, vou ser ter que te ensinar a dançar. — diz depois do quarto pisão que dou no pé dele.

Eu: Desculpe.

Ridículo.

Gabriel: Você é linda. — sussurra no meu ouvido provocando arrepios.

Paro nossa dança abruptamente. Quem ele pensa que é para fazer com que eu me arrepie?

Eu: Agradeço o elogio, mas não lhe dei o direito de ser atrevido comigo. — Dou as costas para ele e começo a andar, olho ao redor e saio discretamente do salão.

Vou para o jardim, preciso de um pouco de ar fresco, pois definitivamente estou estressada. Sento no banco e fecho os olhos tentando me acalmar.

Ouço passos amassarem a grama e abro os olhos para ver quem é. Pedro se aproxima com Emma ao seu lado.

Pedro: Você nos convida para a festa e nos deixa sozinhos. — resmunga brincando.

Emma dá uma leve tapa em seu braço repreendendo-o. Sorrio para eles.

Eu: Desculpem, mas eu precisava de um pouco de ar fresco.

Pedro: Percebemos. ­

Fecho os olhos e respiro fundo o aroma das flores ali presentes, depois abro os olhos novamente. Pedro e Emma continuam de pé.

Eu: Não me obriguem a voltar para lá. — Digo porque sei que eles estão esperando que eu volte para a festa.

Pedro: Esh, você vai deixar de curtir seu dia?

Quando ele me chama de Esh lembro de Gabriel. Argh! De repente comecei a odiar esse apelido.

Eu: Não me chame de Esh — cruzo os braços — Aquele atrevido me chamou assim.

Pedro: Não me obrigue a te levar para lá a força.

Respiro fundo e me levanto. Emma sorri para mim e Pedro estende o braço para que eu segure.

Caminhamos para dentro do palácio novamente, Pedro entre mim e Emma. Quando entro no salão de festas vejo papai de pé, com papeis na mão.

Robert: Aí está ela! — Fala olhando para mim — O projeto foi ideia da Eshley.

Todos no salão aplaudem. Papai estava falando do projeto, aposto que ele vai me perguntar onde eu estava.

Caminho em direção a parte principal do salão onde papai está, agradeço a algumas pessoas no caminho e quando finalmente chego ele pergunta no meu ouvido onde eu estava. Respondo que estava precisando de um pouco de ar fresco, mas ele me conhece o suficiente para saber que esse não era o motivo pelo qual eu sai.

Robert: Tem certeza que é só isso? Você parece um pouco... estressada.

Eu: Estou bem pai! — forço um sorriso — Não se preocupe.



Quando finalmente a festa termina todos estamos cansados. Minhas pernas não aguentam ficar nem mais cinco minutos constantemente em pé, meus pés não aguentavam mais aqueles sapatos. Todos foram embora e só ficamos eu, papai, Vaiolet e nossos hospedes. Mamãe disse que estava com dor de cabeça e antes mesmo da festa acabar ela se retirou, disse que passaria na enfermaria para tomar algum remédio e depois ia se deitar.

Felipe continua não me dando atenção e Vaiolet continua grudada nele. Gabriel fica me encarando o tempo todo, ele não sabe nem ser discreto. Ele me irrita. Não sei porque, mas não gosto nem um pouco dele.

Saio do salão para ir na enfermaria saber o resultado do exame de Emma, acho que estou tão ansiosa quanto ela. O sol já tinha desaparecido do horizonte, mas algumas nuvens de tom alaranjado revelava alguns raios que ainda estavam visíveis.

Quando viro um dos corredores perto da enfermaria sinto uma mão me puxar pelo braço, foi tão brusco que até doeu um pouco. Ergui minha mão e nem pensei duas vezes, deu um tapa no rosto do indivíduo sem nem olhar quem era. Gabriel exclama um “Ai!” baixo, soltou meu braço e no mesmo momento passa a mão no rosto.

Gabriel: Isso doeu, sabia? — disse ainda passando a mão no rosto.

Eu: Bem feito! Você também me machucou, seu atrevido. — passo a mão no meu braço, onde está vermelho.

Gabriel: Desculpe-me. Minha intenção era só lhe dar um susto.

Eu: Ogro! — Falo baixinho pensando alto.

Gabriel: O que disse?

Eu: Não é da sua conta!

Ouço cochichos no outro corredor e reconheço a voz da mamãe. Tento ouvir melhor, mas Gabriel fala e não consigo entender direito.

Eu: Shiii! — Pouso meu dedo indicador nos lábios dele. — Está ouvindo isso?

Gabriel: Ouvindo o quê? — pergunta sem entender.

Ouço passos vindo no corredor. Corro até uma das janelas puxando Gabriel junto comigo, arrasto uma das cortinas pesadas da janela e me escondo atrás do tecido grosso junto com Gabriel.

Gabriel: Se queria ficar sozinha comigo, por quê não disse logo? — Ele se aproxima o suficiente para que nossos narizes se toquem.

Empurro-o e ele sorri. Idiota!

Eu: Fica calado seu idiota. — sussurro.

Os passos se aproximam mais de nós, Gabriel se aproveita da situação e se aproxima mais de mim. Minha vontade é dar outro tapa nele, mas faria barulho e não quero que ninguém perceba que nós estamos aqui.

Escuto a voz na mamãe novamente:

Eliza: Eu já vou. — pausa — Você sabe... Eu estou com dores de cabeça — escuto ela dar uma risadinha.

Neilan: Melhoras para você, então.

Eu estou louca ou ouvi bem? Ele disse 'você'? Não sabia que ele tinha essa intimidade com mamãe.

Eliza: Até outra hora Neilan. — Diz e começa a caminhar.

Vejo quando ela passa por nós, torço para que ela não se vire, porque se o fizesse iria nos ver.

Depois que ela se vai espio por uma pequena brecha na janela para ver se Dr. Neilan ainda está lá, mas ele não está.

Gabriel: Podemos nos beijar agora?

Quem ele pensa que é? Ogro! Nem para pedir um beijo ele é romântico.

Eu: A única coisa que terá será outro tapa, seu atrevido. — O empurro e saio de trás das cortinas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que tenham gostado do Gabriel.
Desculpem a demora. Até o próximo capítulo.
Kiss.