Escolhas do coração escrita por Achyle Vieira


Capítulo 15
Capítulo 15 - Convite


Notas iniciais do capítulo

Olá floreanos! Me desculpem por não ter postado ontem, mas a internet não estava ao meu favor.
Espero que gostem e não me matem mentalmente.



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Depois que terminei de tomar banho levei Emma até a enfermaria, Dr. Neilan parecia desconfiado, como sempre. Ele já estava me irritando com suas perguntas antiéticas.

Neilan: Os resultados só chegarão amanhã de manhã alteza. — Diz depois de pegar uma amostra do sangue de Emma.

Eu: O.k. Eu mesma virei buscar.

Neilan: Sim, alteza.

Caminho com Emma até a porta, peço para que ela espere um pouco do lado de fora e volto minha atenção para Dr. Neilan.

Eu: Não diga o resultado do exame a ninguém, por favor.

Neilan: Sim, alteza.

Eu: E não entregue os exames a ninguém, só a mim.

Ele concorda e eu caminho para a porta, mas antes de sair ouço a voz do Dr. Neilan me chamar e viro-me em direção a ele.

Neilan: Sei que esse assunto não é da minha conta e nem quero me intrometer. Mas, por quê está ajudando essa criada? — pergunta como se estivesse com nojo ao pronunciar a palavra.

Chega! Isso já passou dos limites.

Eu: Tem razão, esse assunto não é da sua conta. — respondo secamente — E aquela criada — o imito — vale muito mais do que você. Apenas faça o que eu pedi. Entendeu?

Neilan: Sim, alteza. — reponde depois de alguns segundos.

Saio da sala dele a passos pesados. Quem ele pensa que é?

Emma vem até mim e pergunta o que aconteceu, digo a ela que não foi nada. Não quero que ela se sinta humilhada por aquele doutorzinho.

Volto para meu quarto e peço para Emma chamar Marta. Argh! Já vi que meu dia não vai ser nada bom.

Marta entra no quarto alguns minutos depois me dizendo que meu vestido já está pronto, peço para vê-lo mas ela diz que não poço, só poderei vê-lo no dia seguinte. Confesso que fiquei um pouco ansiosa para vê-lo, tenho certeza de que elas fizeram um ótimo trabalho.

Digo que vou ajudá-la, mas ela protesta e diz que não precisarei me incomodar com nada porquê já está tudo pronto. Sei que ela está fazendo um ótimo trabalho mesmo sem eu acompanhar tudo de perto, confio em Marta e sei que não me decepcionarei com ela. Ela, mais do que ninguém, sabe do que eu gosto.

Peço para ela trazer meu café da manha e como no quarto, não quero ver os olhares desconfiados de mamãe e Vaiolet. Já basta o estresse que tive com Dr. Neilan.

O dia abafado não permite que eu fique no quarto, o calor está a todo vapor. Só espero que amanhã não esteja assim.

Amanhã é o meu dia, nem acredito!

Vou para o estábulo ver como está Zangado. Quando chego Pedro está no meio de uma fileira de dez cavalos, ele escova o quarto cavalo da fila tão concentrado que nem percebe minha chegada. Tapo os seus olhos com minha mãos.

Pedro: Emma.

Tiro as mãos de seus olhos.

Eu: Errou feio! — sorrio.

Ele sorri para mim e volta a pentear o cavalo. Procuro Zangado entrei os cavalos, mas não o vejo.

Eu: Zangado não está aqui?

Pedro: Não. Meu pai acabou de sair com ele, ele estava precisando respirar um pouco de ar fresco.

Preciso conversar com ele sobre o ocorrido com Emma, mas não sei se ela falou com ele sobre as suspeitas que ela tem. Tenho que ser cautelosa para não ser intrometida, pois sei que o assunto tem que ser resolvido entre os dois. Mas se Emma estiver mesmo grávida eles vão ter que achar uma saída rápido.

Eu: Você conversou com Emma esses dias?

Pedro: Sim, por quê? — responde distraidamente.

Eu: Sabe por quê ela está doente?

Ele respira fundo e passa a mão pelo cabelo.

Pedro: Ela te falou sobre a suspeita que ela tem, não foi? — Concordo — Não era pra ter acontecido — sussurra.

Eu: Ei! — Coloco a mão em seu ombro — Não pense assim. Não foi certo o que fizeram, mas você tem que ver o lado bom.

Pedro: E qual é o lado bom? Se ela estiver grávida estamos perdidos. Não vou me perdoar.

Eu: Pedro, você fala como se um bebê fosse a pior coisa do mundo. Você não pode se culpar, você não fez isso sozinho.

Pedro: Você não entende Esh, somos muito jovens. Não faço a menor ideia de como se cria um filho.

Eu: O essencial você já tem, um emprego.

Pedro: Não terei mais. Se ela estiver grávida vou perder meu emprego e fazê-la perder o dela.

Eu: Você acha que eu deixaria isso acontecer?

Pedro: Não depende de você Esh. — Ele vai até o primeiro cavalo da fila, o puxa pela rédea e o leva até uma das baias.

Sei que ele está estressado com tudo isso, mas ele não pode se culpar sozinho. Nem existe a certeza ainda, é apenas uma suspeita.

Volto para o castelo um pouco irritada. Se ele não queria ser pai não deveria ter feito coisas que fazem um filho.

Emma vestiu o uniforme e está ajudando Marta, decido ir ajudá-las também. Passo a tarde ajudando elas a carregar toalhas de mesas e a louça para o salão de festas. Quando a noite chega estou um caco, carregar cinco caixas cheias de pratos de porcelana e cinquenta toalhas de mesas acabou comigo. Se eu fosse uma criada certamente não aguentaria o trabalho pesado que elas tem que fazer.

Se não fosse Emma eu teria dormido com as roupas que fiquei durante todo o dia. Ela me convenceu a ir tomar um banho antes de dormir, mesmo depois de eu protestar várias vezes com gemidos cansados e choramingar. Confesso que acho que ficamos mais próximas depois da manhã de hoje, ela nem usa mais as formalidades, o que é uma coisa boa. Espero que continuemos assim e nos tornemos boas amigas.

Pego no sono assim que ela sai do quarto, mesmo sabendo que amanhã vai ser um longo e agitado dia.



~***~



Marta: Shii! Não faça barulho — cochicha — Você vai acordá-la.

Mecho-me na cama e viro-me de barriga pra cima para ver o que está acontecendo. Marta está perto do guarda-roupa, ela apoia o peso do corpo na porta assim que eu me viro. Ela olha pra Emma, que pede desculpas silenciosamente e vem até mim. Sento-me na cama e espreguiço-me.

Marta e Emma: Bom dia alteza! — dizem juntas.

Eu: Bom dia! — retribuo — Vejo que está melhor Emma.

Emma: Sim alteza.

Eu: Por favor, pare de formalidades. — Peço e ela concorda com a cabeça.

Levanto-me e a aproximo mais de Marta para lhe abraçar e chamo Emma para se juntar ao abraço. Depois de agradecer a elas por me fazer companhia e me ajudar com tudo quando eu preciso pergunto o que elas estavam escondendo dentro do guarda-roupa. Mas elas me avisam que não devo chegar perto pois é uma surpresa, concordo mesmo morrendo de curiosidade para ver o que tem ali dentro.

Vou para o banheiro e escovo os dentes, Marta não me deixa tomar banho dizendo que os sais que eu usarei ainda não chegaram, acho uma besteira mas concordo com ela. Apenas troco de roupa e desço para comer.

Quando chego na sala de jantar papai está sentado no assento principal falando algo no ouvido de um dos mordomos. Ele se levanta e dispensa o mordomo assim que me vê sentando em um dos assentos. Mamãe olha insatisfeita e Vaiolet – que está sentada ao lado de mamãe – cruza os braços. A rainha Charlot olha para mim com um sorriso tímido nos lábios. Por um momento o sorriso dela me fez lembrar de Felipe e meu peito aperta com a saudade que eu sinto.

Robert: Eu peço que todos fiquem de pé. — ele espera pacientemente enquanto ficamos de pé e torna a falar quando o fazemos — Hoje é uma data muito especial como todos aqui presentes já sabem. Quero oferecer um brinde a minha filha Eshley e desejar-lhe um feliz aniversário.

Pego minha taça de champanhe e acompanho os outros ao brinde. Logos depois o nosso café da manhã é servido e fico muito contente por isso, meu estômago estava praticamente roncando de fome.

Como meu café da manhã lentamente e quando a sobremesa é servida aprecio lentamente cada pedacinho da torta de chocolate. Enquanto fecho os meus olhos para saborear mais ainda minha sobremesa, deixo cada pedacinho do meu corpo voltar as lembranças da minha infância, quando nada mais importava além das minhas bonecas, quando minha felicidade não dependia de outra pessoa, quando o único homem que eu amava era meu pai.

Abro os olhos e expulso aqueles pensamentos da minha cabeça ates que ele comece a me deprimir. Quando termino de comer vejo que todos já saíram da mesa de jantar, menos papai e eu. Olho para ele e ele sorri.

Robert: É impressão minha ou a sua torta está mais saborosa que a minha? — brinca.

Eu: Acho que eu estava com mais fome que o senhor.

Robert: Eu percebi.

Sorrio e pego o guardanapo para limpar os lábios, depois bebo um pouco de água. Papai continua me observando e eu acabo ficando sem jeito. Levanto-me para voltar para o meu quarto mais sou interrompida por ele.

Robert: Sei que você ficará ocupada o dia todo, mas poderia passar no escritório daqui a vinte minutos?

Eu: Sim. — Ele sorri e eu me retiro.

Volto para o quarto e quando abro a porta demoro para reconhecer ele. Deixou de ser meu quarto para ser um mini salão de beleza. A escrivaninha está com uma maleta cheia de maquiagens e assessórios para cabelo, minha caixa de joias está ao lado da maleta. A cama está repleta de fotografias de todos os tipos de penteados. Uma poltrona que antes não estava no quarto ocupa lugar em frente ao espelho. Ao lado da cama tem outra maleta fechada, essa é a que Emma trás quando peço para ela limpar e pintar minhas umas. Normalmente esse tipo de coisa é usado no salão real, mas acho que elas decidiram me ajudar aqui.

Marta e Emma saem do banheiro assim que me ouvem entrando no quarto, Emma saltita animadamente e me guia para o banheiro onde Marta está acrescentando sais na água da banheira, logo depois pega uma tigela com pétalas de orquídea em cima da bancada da pia do banheiro e joga aos poucos todas as pétalas dentro da banheira.

Eu: Vocês trouxeram isso tudo para meu quarto enquanto eu tomava café? — pergunto incrédula.

Marta: Pedimos a ajuda de algumas empregadas e de dois soldados.

Concordo com a cabeça.

Emma: Agora a Srta. já pode tomar o seu banho.

Eu: Não posso agora, papai pediu para eu passar no escritório dele.

Saímos do banheiro e elas começaram a me mostrar as fotos que estavam em cima da cama, como ainda faltava cinco minutos para ir ao escritório de papai decidi olhar algumas daquelas fotos, acabei escolhendo um dos primeiros penteados que vi. Era um tipo de coque trançado que deixava a franja e alguns cachos soltos.

Depois desci para o escritório de papai, talvez ele quisesse acrescentar alguns detalhes no projeto. Bati na porta ansiosa e escultei a voz dele me pedindo para entrar. Entrei e o vi sentado na cadeira com alguns papeis na mão, me aproximei dele e o abracei.

Eu: Obrigado pelo brinde! Eu estava tão concentrada na torta de chocolate que esqueci de agradecer ao senhor.

Robert: Tudo bem minha pequena. Sente-se, quero tratar de negócios com você.

Dirigi-me a uma das duas cadeiras em frente a mesa dele e me sentei.

Eu: E se me chamou para vir até seu escritório é porque que falar do projeto das flores não é? Quer acrescentar alguma coisa?

Ele ficou calado por alguns segundos e me passou os papeis que estavam na mão dele, peguei os papeis e percebi que não se tratava do projeto.

Eu: O que é isto? — pergunto sem ler os papeis.

Ele hesita por um momento e respira fundo antes de falar.

Robert: É seu presente de aniversário.

Folheei cada papel, eram três folhas de papeis que continha um assunto que eu não estava entendendo bem. Algo sobre unir reinos me chamou a atenção no meio daquelas palavras sem sentido.

...A união será selada através deste documento, incluindo consentimento total de súditos.

Os nomes incluídos neste contrato não poderão ser retirados depois de assinarem ou cumprirem a observação.”

Não li todos aqueles papeis, mas passar os olhos naqueles parágrafos me fez procurar os nomes que estavam incluídos. Não achei nenhum, apenas espaços em braços no local onde deveriam estar dois nomes.

Eu: Pai... o que...

Robert: Antes que você fique brava — fala me interrompendo — quero que saiba que pensei muito antes de te dar isso como presente de aniversário.

Eu: Mas o que é isso tudo? Eu não estou entendendo... — começo a ficar nervosa — pensei que tinha me chamado aqui para falar do projeto.

Robert: Não precisa pensar nesses papeis agora — ele estende uma das mãos pedindo os papeis — amanhã falamos disso.

Entrego os papeis a ele com medo do que posso descobri sobre aquilo se insistir que ele me explique.

Eu: Só não vou insistir porque sei que esses papeis vão me irritar e não quero que isso aconteça, não hoje. — me levanto para me retirar da sala, mas papai me chama.

Robert: Pequena, acha que eu iria te chamar aqui só para te dar um monte de papeis como presente de aniversário?

Fico calada, pois foi exatamente isso que eu pensei a alguns segundos atrás.

Ele vai até um dos armários que ficam ao lado da mesa dele e abre uma das portas, tirando uma caixa retangular de trinta centímetros de dentro e vem até mim.

Robert: Feliz aniversário, minha pequena Esh.

Eu: Obrigada! — digo, mesmo sem abrir o presente.

Retiro o laço dourado que envolve a caixa e abro-a, dentro dela tem um colar de brilhantes acompanhado por uma pulseira. Mesmo sendo de brilhantes o colar era simples, papai sabe o meu gosto e fez a escolha certa. Sorrio para ele em forma de agradecimento e ele retribui com um abraço.

Antes de sair do escritório de papai peço a ele que peça ao um dos mordomos para encomendar dois ternos para Pedro e o pai dele e um vestido para Marta, ele acha uma boa ideia e faz isso na mesma hora. Depois volto para o quarto e vejo mais coisas em cima da cama, no lugar de tantas fotos como antes agora tinha apenas algumas, dando lugar a aparelhos de beleza do salão real.

Emma me vê entrando com a caixa do colar na mão e vem até mim.

Emma: Como foi? — Pergunta se referindo a minha ida ao escritório de papai.

Eu: Um pouco confuso, mas ganhei isso. — Abro a caixa e mostro a ela o colar e a pulseira de brilhantes.

Ela vai até a maleta de esmalte, abre-a, pega algo de dentro e vem até mim.

Emma: Como não tenho dinheiro para comprar nada caro a única coisa que posso lhe dar é isso, mas é de coração. – Ela me entrega um pequeno broche com o brasão de Florea. Fico tão feliz por saber que alguém se importa comigo além de meu pai, pois não é de presentes caros que se mostra carinho, mas sim com pequenas demostrações no dia a dia, pequenos detalhes que fazem a diferença na nossa vida. – Eu sorrio e abraço-a — Eu sei que você já é acostumada a ver esse brasão, mas nunca vi nem um desses em suas coisas e acho que você se preocupa tanto com todos nós e com o futuro de Florea, então comprei.

Eu: Obrigada! Eu adorei. — Digo e percebo que Marta não está conosco — Onde está sua mãe?

Ela faz uma careta como se tivesse acabado de se lembrar de algo.

Emma: Ela foi chamar o cabeleireiro, pediu para que eu te ajudasse a se arrumar.

Sabia que a festa começaria às 14 horas, mas ainda estava muito cedo para me arrumar, nem tinha almoçado, mas Emma insistiu que eu apenas relaxasse e deixasse que ela e Marta me ajudasse e eu não questionei, gostava de receber os cuidados delas, sempre estiveram do meu lado quando eu precisei, Marta sempre me deu colo quando eu chorei e agora tenho a certeza que se algum dia eu precisar do ombro de Emma para chorar ela não hesitará em ajudar.

Pedi a Emma que ela fosse avisar a Pedro que eu queria a presença dele e do pai dele na minha festa e que dessa vez não teria desculpas, pois eu já tinha encomendado o terno dos dois. Depois que ela saiu eu fui para o banheiro tomar meu banho.

Ouvi quando Marta bateu na porta dizendo que o cabeleireiro e a manicure já estavam a minha espera, mas não sei quanto tempo eu demorei dentro da banheira. Estava tão relaxante que nem me preocupei com o horário. Comecei a pensar em como tudo mudaria dali em diante, seria tudo mais difícil e eu teria que ser mais responsável, mas eu conseguiria vencer os obstáculos.

Não sei porque papai escondeu de nós que Felipe não é filho único e nem porque ele não é o herdeiro do reino dele, mas sei que tem um motivo por trás disso tudo e eu quero descobrir qual é. Talvez eu deva perguntar a papai agora que Felipe e o rei Charles não aqui, ou talvez não.

Termino o banho e saio do banheiro. Marta está explicando algo ao cabeleireiro aos sussurros e Emma procura algo dentro da maleta de esmalte com uma moça que aparentar ter uns vinte e três anos.



Depois de tanta discussão pela cor do esmalte e da maquiagem venço todos pelo cansaço, sei que é meu aniversário de dezoito anos, mas não preciso me arrumar como se eu fosse me casar.

Sento na poltrona e deixo que Henrico – o cabeleireiro – cuide de meu cabelo e Candcy limpa minhas unhas dos pés enquanto como o meu almoço. Marta sai do quarto com Emma dizendo que vai pegar os meus sapatos.

Depois de terminar de comer passo mais uma hora sentada naquela cadeira, nunca pensei que um coque trançado demorasse tanto pra ser feito. Candcy terminou seu trabalho deixando minhas unhas lindas e simples, sem chamar muito a atenção. Quando eles saem do quarto ficamos apenas eu, Marta e Emma novamente, elas pedem para eu fechar os olhos enquanto tiram meu vestido do guarda-roupa e o faço.

Quando abri os olhos fiquei de boca aberta, aquele certamente era o vestido mais lindo que eu usaria em toda a minha vida – acho que fui meio exagerada -, o tecido é brilhoso mas adequado – nada que ofusque ninguém -, deixando a cor creme parecida com a superfície de uma pérola. Ele tem um decote coração e não tem mangas, nem alças.

Marta e Emma me ajudam a vestir o vestido e a calçar os sapatos – que foi feito exatamente para usar com aquele vestido. Paro na frente do espelho e me observo, é como se a garota dentro dele fosse uma versão mais bonita de mim.

Todos que estiveram dentro do meu quarto hoje fizeram um excelente trabalho, não posso me esquecer de recompensá-los por todo o carinho e dedicação que tiveram por mim hoje.

Ouvimos batidas na porta, o mordomo entrega um cabide coberto por uma capa petra a Marta. Ela abre o zíper da capa e vejo seus olhos brilharem ao ver que tem seu nome no papel que está alfinetado no busto do vestido. Ela vem radiante até mim e me abraça.

Marta: Obrigada! Muito obrigada!

Eu: Você acha que eu deixaria você fora de uma das comemorações mais importantes da minha vida? — Marta me solta e fica olhando para o vestido – que por sinal é muito bonito – encantada — O que está esperando? Vá se arrumar! — ordeno brincando com ela.

Marta: Tem certeza de que não vai precisar de mim?

Eu: Tenho. Você está liberada o resto do dia.

Ela agradece mais uma vez e sai do quarto.

Emma senta-se na sua cadeira habitual no canto do quarto, olho nos olhos dela e vejo que ela está decepcionada, sabia que ela ficaria assim quando visse o vestido de Marta, por isso não encomendei um vestido para ela.

Fui até meu guarda roupas e abri as portas.

Eu: Emma, pode me ajudar aqui?

Ela vem até mim e eu peço para ela pegar um dos meus vestidos. Alguns podem até me achar uma idiota por querer dar um dos meus vestidos a Emma, mas o que vou dar a Emma eu nuca usei. Quis dar a ela algo que demonstrasse agradecimento por ela confiar em mim para contar segredos e por mostrar que nem todos estão do meu lado por eu ser apenas uma princesa.

Pego o vestido e digo a ela que vá se arrumar antes que se atrase.

Emma: Este é pra mim? — concordo — Mas... Ele tem pedrinhas de rubi no busto.

Eu: Emma, você gastou seu dinheiro para comprar um presente para mim, comprou o que podia comprar e não se importou por ser um simples broxe. E realmente não era apenas um broxe, você me deu sinceridade e carinho, não vejo outra forma de retribuir. Apenas use-o e depois de hoje faça o que quiser com ele, ele é seu.

Ela me agradece e sai do quarto para se trocar. Fico sozinha no quarto esperado para descer, por um momento o nervosismo me invade, mesmo estando acostumada a participar de eventos parecidos com ele. Não sei o porquê, mas sinto como se o dia de hoje fosse mudar o resto da minha vida e é isso que me deixa nervosa.

Talvez, ao chegar aos dezoito anos a gente fique assim, preocupada com o que vai acontecer com a nossa vida no futuro.

Ouço batidas na porta que me tiram dos meus devaneios, abro a porta e papai entra no quarto. Ele está muito bonito, com seus trajes tradicionais de rei e um sorriso no rosto, mas ainda mais bonito do que os outros dias.

Robert: Você está linda! — diz e beija minha testa.

Eu: Obrigada papai!

Desço para o salão de festas com papai. Quando chego lá vejo que Pedro e seu pai já estão sentados em uma das várias mesas posicionadas no salão, eles estão limpos e bonitos, os ternos lhe caíram bem. Vou até eles e os cumprimento e peço para que aproveitem a festa. Logo mais pessoas chegam, confesso que algumas eu nem conheço, mas sei que são sócios do meu pai e outros são parentes distantes da família de mamãe.

Quando todos os convidados chegam papai faz outro brinde para mim e pede que todos desfrutem da festa, vejo que ele olha para os lados como se estivesse procurando alguém e para na porta do salão, sigo o olhar dele e vejo mamãe e Vaiolet entrando. Mamãe cochicha algo para Vaiolet e as duas vem para perto de mim e papai.

Eliza: Desculpem o atraso. — diz depois de pedir a atenção de todos — Mas estava resolvendo algumas coisas com minha filha — olha para Vaiolet. — A grande maioria aqui presente sabe que me breve teremos um casamento na nossa família — Nem no meu aniversário mamãe dá trégoa .— Peço que minhas duas filhas se aproximem — Fala tão gentilmente que nem parece a minha mãe. – As aparências realmente mudam uma pessoa. Nos aproximamos dela, fazendo com que ela fique no meio de nós duas. Vaiolet está com um sorriso falso no rosto. ­— Vaiolet tem um convite a fazer. Feliz aniversário minha filha. — Fala com um sorriso malicio nos lábios.

Um convite? Era só o que me faltava!

Vaiolet: Eshley, estou muito feliz por você, quero te desejar um feliz aniversário e tenho um presente para lhe dar, sei que você amará. — Ela olha para todos no salão e depois olha para mamãe. Eu fico apenas esperando que ela fale. — Quero que você seja a minha dama de honra!

Desgraçada! Ela planejou tudo. Fez isso na frente de todos para eu não rejeitar.

Olho para o salão de festas e vejo rostos felizes e encantados. Será que ninguém percebe que ela é uma cobra?

Vaiolet continua olhando para mim com seu sorriso falso, esperando minha resposta. Papai também demonstra estar feliz, aposto que ele acha que Vaiolet está fazendo isso para se desculpar.

Eu: Claro que eu aceito! — entro no jogo dela. Não posso deixar que ela estrague o meu dia.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Espero que tenham gostado. Até o próximo capítulo!
Beijoooos doces!



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