Escolhas do coração escrita por Achyle Vieira


Capítulo 13
Capítulo 13 - Bônus


Notas iniciais do capítulo

Olá Floreanos! O capítulo de hoje será um bônus.
Ele é um pouco grande porque é o único que esse personagem terá.
Espero que gostem!



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Emma.

Depois de ajudar a princesa Eshley a se trocar para o passeio com o rei, eu e mamãe arrumamos o quarto dela e fomos para a cozinha descansar um pouco e comer. Aqui no palácio as refeições são divididas em turno, mas os turnos refeições sempre variam.

Terminei de almoçar, peguei alguns morangos e fui para o estábulo, já que a princesa ia passar a tarde ocupada nós estávamos com tempo livre.

Eu: Pedro? — Chamo-o ao entrar no estábulo.

Ele coloca a cabeça para fora de umas das baias de cavalo e faz um sinal para que eu me aproxime. Vou até ele e vejo-o espalhando um saco de palha pelo chão da baia.

Eu: Estou atrapalhando? Se estiver muito ocupado eu volto outra hora. — Me encosto da meia-porta da baia.

Pedro: Não, tudo bem. Você não atrapalha, sabe disso. — respondeu, deixando uma ruga de preocupação transparecer.

Ele terminou o que estava fazendo e se aproximou. Me afastei da porta para que ele passasse.

Eu: Aconteceu algo? Você parece... preocupado com alguma coisa.

Ele encolheu os ombros e se aproximou, envolveu minha cintura com seu braços musculosos. Atrapalhei-me um pouco para envolver o pescoço dele porque estava com morango nas mãos.

Pedro: huum... Esses morangos são para mim?

Eu: Sim. Na verdade eu trouxe para nós, mas como eu sei que você come muito acho que nem vai sobrar para mim. — Provoco-o.

Um sorriso malicioso atravessa seus lábios e fico um pouco desconcertada. Um dos motivos por eu ter me apaixonado por ele foi esse sorriso e ele sabe disso, por isso ele sorri assim, pra me provocar.

Pedro: Eu tenho uma ideia para você comê-los junto comigo.

Eu: E qual é?

Ele afasta-se um pouco de mim e eu o ofereço os morangos que estão na minha mão, ele pegou o maior deles e aproximou-se de mim novamente, segurou meus pulsos e me imprensou contra a parede com seu corpo, soutou os dos meus pulsos para colocar metade do morango em sua boca e depois voltou a segurá-lo. Ele diminuiu a distancia entre nossos rosto, quando ele chegou perto o bastante com o morango eu entreabri os lábios. Minha respiração estava desconcertada e meu coração parecia que sairia pela boca. Ele encostou o morango nos meus lábios e eu o mordi.

Depois que comemos o morango ele me beijou agressivamente imprensando meu corpo com o seu, sua boca tinha gosto de menta misturado com morango, é delicioso. Ele me soltou quando ficamos sem fôlego.

Pedro: acho que vou querer dividir outro morango com você...

era tentador ouvi-lo falar isso, mas eu precisava saber o motivo da sua preocupação, quero poder ajudá-lo.

Eu: É tentador, mas não fuja do assunto. — Apanhei os morangos que tinham caído da minha mão durante o beijo — Você não me falou com o que está preocupado.

Pedro: Não é nada. Coisas da minha cabeça.

Eu: Pedro, quando vamos ser honestos um com o outro? Você sempre me esconde as coisas porque acha que pode resolver tudo sozinho, quero ajudar também.

Pedro: Também não é assim. Eu não quero resolver tudo sozinho, até porquê mesmo se eu quisesse resolver eu não conseguiria, dessa vez não depende de mim.

Eu: E por que está preocupado?

Pedro: Eshley veio aqui hoje...

Eu: Princesa Eshley. — o interrompo — Pensei que ela tivesse ido passear com o rei, ela veio aqui? — ele concordou com a cabeça.

Pedro: Ela me contou algumas coisas que vem acontecendo com ela e eu fiquei preocupado, só isso.

Eu: Mas eu te falei o que aconteceu com ela nos últimos dias. — Não o compreendi.

Pedro: É, mas ela veio aqui e me contou algumas coisas... sobre sentimentos entende.

O quê? E desde quando ela fala sobre sentimentos com você?

Eu: E o que ela falou sobre sentimentos para você ficar tão preocupado? — Perguntei, deixando transparecer o incomodo que aquela pergunta me fazia.

Pedro: Não sei se tenho permissão para falar isso para você, ela é minha amiga e não quero perder a confiança dela.

Eu: E o que eu sou sua? — alterei o tom — Eu também sou sua amiga. Sou eu que trago comida pra te mimar, eu que venho aqui todos os dias te ver, eu que te faço companhia a maior parte do meu tempo livre.

Pedro: Mas ela é minha amiga! — alterou o tom também — Você gostaria que eu falasse algo seu para ela se nem te consultar se podia ou não?

Eu: Mas eu sou sua namorada! Você poderia ao menos confiar em mim.

Pedro: Não somos namorados Emma...

Eu: O quê? — o interrompo — Não somos oquê? E o que aconteceu durante os últimos dias entre nós?

Pedro: Eu sei, mas não te pedi em namoro. Falei que precisava colocar meus pensamentos no lugar.

Eu: Você ainda a ama, não é?

Ele ficou calado, apenas respirou fundo. Esperei por infinitos segundos, mas ele não respondeu.Quem cala consente.

Dei as costas pra ele e fui em direção a saída do estábulo. Cafajeste! Ele ainda a ama, me usou para esquecê-la. Que tola eu fui em pensar que ele nutriria algum sentimento por mim, que ele olharia para mim como olha para ela. Eu sou apenas uma criada e ela... uma princesa.

Pedro: Emma... Espera!

Continuei caminhando, não quero vê-lo nunca mais. Ele usou meus sentimentos, me declarei como uma boba pra ele e ele apenas me usou. Desgraçado!

Pedro: Emma, se você não parar agora eu vou te carregar para dentro daquele estábulo a força!

Parei e olhei para ele.

Eu: Não ouse tocar em mim, ou eu grito!

Voltei a andar a passos largos. Ele não tentaria nada agora.

Voltei para o castelo sem nem me dar o trabalho de olhar para trás para ver se ele me seguia. Entrei pela cozinha e fui para meu minúsculo quarto, passando por mamãe e algumas criadas que estavam conversando. Mamãe perguntou o que aconteceu enquanto eu passava por elas, mas não respondi.

Me joguei na minha pequena cama de solteiro e desatei a chorar. O pior é que eu não conseguia odiá-la, ela é tão boa comigo e com mamãe que não tem como ter raiva.

Mamãe entrou no quarto e sentou-se em algum espaço que sobrava na cama.

Marta: O que aconteceu querida? — alisou minhas costas — Vocês brigaram?

Eu: Não quero vê-lo nunca mais. — resmunguei em meio ao choro.

Marta: Calma meu amor! Foi apenas uma briga, depois vocês se entendem.

Eu: Não mãe, não vamos nos entender. Ele me usou.

Marta: Não me diga que aquele moleque te desrespeitou, porque se ele fez isso eu...

Eu: Ele não me desrespeitou.

Marta: Então o que foi meu amor?

Enxuguei as lágrimas e me sentei na cama.

Eu: A senhora lembra-se que um dia eu falei que eu e ele estávamos conversando e ele deixou escapar que amava a princesa Eshley?

Marta: Lembro, mas isso foi a muito tempo.

Eu: Eu sei, mas quando eu cheguei lá hoje vi que ele estava preocupado com algo e perguntei o que era, ele não quis me dizer, mas eu insisti. Ele falou que ela foi vê-lo hoje e que estava preocupado porque ela falou com ele sobre sentimentos.

Marta: E qual é problema querida? Todo mundo sabe que eles são amigos desde pequenos. É normal amigos desabafarem um com o outro.

Eu: Mas ele não quis me dizer e eu insisti, disse que era pra ele confiar em mim porque era namorada dele e ele disse que não somos namorados.— comecei a chorar novamente.

Marta: Vocês terminaram? — Balancei a cabeça negativamente — Como não?

Eu: Nós nunca fomos namorados mamãe, pelo menos não para ele. Enquanto para mim era um namoro, pra ele era apenas... — procurei as palavras — beijos e abraços.

Mamãe ficou calada, apenas me abraçou. Passei alguns minutos chorando no ombro dela e então peguei no sono.

Acordei com mamãe me chamando para voltarmos para o quarto da princesa Eshley. Não queria ir, vê-la só me lembraria mais de Pedro.

Eu: Diga que estou doente mãe, não quero sair daqui.

Marta: Meu amor, você tem que ver que ela não tem culpa de nada. Temos que fazer nosso trabalho ou você quer ser rebaixada a trabalhar na cozinha?

Eu: Não é isso mãe. Não estou colocando culpa em ninguém. Mas vê-la só me fará sentir mais raiva dele.

Mamãe conseguiu me convencer a ir. Quando chegamos no quarto ela já estava tomando banho, mamãe pediu desculpas várias vezes por não termos chegado na hora, mas a princesa Eshley estava tão desanimada que nem se importou.

Enquanto a ajudávamos a se trocar me perguntei se Pedro tinha falado alguma coisa a ela sobre nossa briga de hoje a tarde. Mas acho que não porque ela não estava me tratando com indiferença, nem algo parecido. Parecia estar desligada a tudo que se passava ao seu redor.

Quando terminamos de arrumá-la ela saiu e nós fomos as pressas para a cozinha porque nós estávamos atrasadas para o nosso turno refeição. Estava morrendo de fome.

Comemos e voltamos para o quarto da princesa Eshley. Cinco minutos depois ela chegou e a ajudamos a se trocar. Mamãe insistiu para que ela nos deixasse fazer tranças em seu cabelo para animá-la, mas ela não quis.

Quando eu e mamãe estávamos descendo as escadas para ir para a cozinha o príncipe Felipe nos parou e perguntou se Eshley ainda estava acordada, dissemos que sim e ele nos pediu para que não contássemos a ninguém.

Marta: Não se preocupe com isso alteza. Apenas peço que coloque um sorriso no rosto dela, ela está muito cabisbaixa.



Quando cheguei em meu quarto encontrei uma folha de papel dobrada ao meio em cima da minha cama. Peguei e li:

Por favor não fique chateada comigo. Pode vir no estábulo assim que puder? Vou estar te esperando. Apenas confie em mim e prometo que confiarei em você.”

Mesmo sem ele ter colocado seu nome, sabia que era dele. Eramos um dos poucos que trabalhavam no castelo que sabíamos ler e escrever. Princesa Eshley fazia questão que eu a acompanhasse nas aulas quando éramos mais novas. Só parei de ir quando a rainha me proibiu, mas quando isso aconteceu eu já sabia ler e escrever muito bem. Aposto que foi Eshley que o ensinou a ler e escrever também.

Não sei se devia confiar nele, foi o que fiz durante todo esse tempo mas ele nunca fez o mesmo comigo. Abri a porta do quarto e olhei para fora para ver se mamãe ainda estava por ali conversando com alguém. Ela não estava.

Peguei o papel e botei no bolso do vestido, peguei uma lanterna dentro do pequeno criado-mudo ao lado da cama. Sai do quarto e olhei para um lado e para o outro, só estavam algumas empregadas que tinham acabado de ser dispensadas e alguns soldados se preparando para começar a fazer a ronda pelo palácio. Andei discretamente até a porta dos fundos e sai. Fui para o estábulo torcendo para que nenhum soldado que estava fazendo a ronda visse a luz da minha lanterna.

Quando estava chegando perto do estábulo um soldado me parou, em seu peito estava uma plaquinha com seu nome gravado SOLDADO MACARTNEY. Ele me disse que era amigo de Pedro e que ficaria vigiando do lado de fora e que não nos incomodaria.

Entrei e vi Pedro encostado na parede com o pé apoiado nela. Ele veio até mim e sorriu, se aproximou para me abraçar mais não deixei.

Eu: Nem pense em tocar em mim, não é porque eu vim que deixei de estar com raiva de você.

Pedro: Tudo bem. Posso pelo menos tampar seus olhos? Preparei uma surpresa para você. — Concordei com a cabeça.

Ele me guiou a passos curtos pelo estábulo, não fazia a menor ideia pra onde ele estava me levando. Ele tirou as mãos dos meus olhos. Ele tinha tirado toda a palha do chão de uma das baias e forrado um lençol chão. Sobre o lençol estavam os morangos que deixei para trás hoje de manhã e duas fatias de pudim de leite.

Pedro pegou minha mão e sentou-se sobre o lençol me levando junto com ele.

Eu: Por que fez isso tudo?

Pedro: Para pedir desculpas. — Me deu vontade de me jogar em cima dele e enchê-lo de beijos, mas aí me lembrei que ele ama outra.

Eu:Olha Pedro, não precisa me pedir desculpas. Eu ent...

Ele pousou o dedo indicador sobre meus lábios.

Pedro: Shii... Só me escuta, tá bom.

Eu: O.k — sussurrei.

Pedro: Eu sei que te dei uma má impressão de mim hoje de manhã, mas você precisa acreditar em mim, eu não a amo mais.

Eu: E você concluiu isso agora? Porque quando que quando eu te perguntei você não respondeu. Por que acha que falar isso vai me fazer mudar de opinião?

Pedro: Confia em mim, só isso. Eu sei que eu fui um burro em ficar calado, mas quando você saiu daqui o medo de perder veio sobre mim. Eu não posso ficar sem você Emma.

Acho que meu coração parou quando ele disse isso. Só queria ouvir ele dizer aquelas três preciosas palavras, mas ele não disse.

Eu: Porque acha que eu devo acreditar em você?

Pedro: Porque você é muito importante pra mim.

Eu: Importante como? Pra você beijar e abraçar pra es... — ele me interrompeu com um beijo.

Pedro: Espera um instante. — Ele saiu da baia e alguns segundos depois a luzes se apagaram. Procurei a lanterna em cima do lençol e a liguei quando achei. Ele voltou e sentou-se na minha frente. — Assim está melhor.

Eu: Não pense que fazer isso vai mudar alguma coisa. — Cruzo os braços.

Pedro: Olha, eu sei que você está chateada porque eu fiquei calado quando você me fez aquela pergunta, mas você tem entender... Quando você me perguntou se eu ainda a amava, na verdade você estava querendo saber se eu te amo e eu não respondi porque eu preciso ter certeza. Você não sabe, mas todas as noites antes de dormir eu torço pra darmos certo, porque nada deu certo na minha vida antes e você sabe disso. — Os olhos dele procuravam os meus em meio a escuridão iluminada apenas pela fraca luz da lanterna — Torço para conseguirmos lutar juntos e derrubar todas as barreiras. Ninguém torce mais pela gente do que eu. Sempre tento dar o meu melhor, mas me desculpa se as vezes eu falho. Desculpe-mepor nem sempre demonstrar meus sentimentos, mas as vezes o medo de me entregar totalmente a uma pessoa é mais forte e essa coisa de demonstrar sentimentos não é comigo, mas eu te garanto que eles são os mais lindos. Perdoe-me por falhar tanto com você.

Meus olhos marejaram. Cada palavra que ele me disse guardaria no meu coração pelo resto da minha vida, não importa quanto tempo eu vivesse. Mas eu precisava ter uma certeza maior. Ele se declarou e falou palavras bonitas, mas não disse as que eu queria que dissesse.

Eu: Pedro, isso é lindo e eu sei que você falou sinceramente, mas eu preciso mais que isso. Não posso amar sozinha em uma relação, se é que temos uma.

Pedro: Eu sei, por isso te chamei aqui e preparei tudo isso. Eu quero te provar que não existe outra na minha vida. Você... você quer ser minha namorada?

Meu coração parou naquele momento. Nenhuma mágoa que eu sentia poderia ser maior que a alegria que eu estava sentindo.

Eu: Esse é o pedido de desculpas mais lindo que alguém poderia fazer — envolvi meus braços em seu pescoço e o beijei —. É claro que eu aceito ser sua namorada — sussurrei em meio ao beijo.

Ele envolveu minha cintura com seus braços e puxou pra mais perto de si.

Pedro: Eu te amo... — Sussurrou, quase como um suspiro.

Uma ideia passou pela minha cabeça e não pude deixá-la passar.

Eu: Então prove... Apenas me ame.

Pedro: Emma... Não podemos...

O Beijei novamente, apertando seus braços. Me joguei nos braços dele me entregando cada vez mais ao nosso beijo, ele apertou mais minha cintura e levou uma das mão a minha nuca.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! O que acharam do capítulo? O que acham da Emma?