Escolhas do coração escrita por Achyle Vieira


Capítulo 12
Capítulo 12 - Reconciliação


Notas iniciais do capítulo

Olá floreanos! Aqui estou novamente.
Espero que gostem do capítulo!
Desculpem qualquer erro, mas o capítulo está sem revisão.
Boa leitura!



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No jantar ele ficou o tempo todo olhando, desviei o olhar várias vezes. Vaiolet parecia feliz ao lado dele, com o sorriso radiante nos lábios. Talvez eles devessem ficar juntos, eu estava sendo apenas uma barreira no caminho deles.

O pior de tudo é ter que ficar aqui vendo tudo acontecer, sem nem ao menos poder protestar. Só espero que esse casamento aconteça logo e eles possam voltar para o Reino do Sul. Talvez eu devesse dizer a papai que pretendo me casar, não posso mais ficar com ele na cabeça. Isso só vai atrapalhar.

Tenho que manter o controle, chega de ficar chorando por bobagens. Quando Vaiolet casar eu é que vou ter que segurar as pontas por aqui e assumir meu papel de princesa sucessora do trono. Vou ter que me casar e governar Florea. Chega de sofrer por amores que não se importam comigo.

Todos nós terminamos de jantar e cada um foi para seus aposentos, menos papai e rei Charles que foram para o gabinete real. Eu fui para o meu quarto, estava louca para tirar o vestido apertado que minhas criadas fizeram para mim e ir direto para a cama, dormir.

Depois que elas me ajudaram a me trocar, insistiram para fazer tranças em meu cabelo e me mimarem, mas eu disse que estava muito cansada e liberei-as para irem dormir. Elas protestaram um pouco e então saíram do quarto, me deixando sozinha com meus pensamentos.

Alguns minutos depois que elas saíram ouvi batidas fracas na porta, por um momento me perguntei se elas tinham esquecido de algo, mas tudo parecia estar em seu devido lugar. Pronunciei um 'entre' baixo, esperando que elas entrassem.

Felipe abriu a porta hesitante e entrou, fiquei surpresa, não esperava que ele viesse falar comigo depois do que aconteceu e muito menos esperava que ele viesse ao meu quarto. Ajeitei-me na cama e puxei o edredom um pouco mais para cima.

Felipe: Oi. — Diz ao chegar perto da cama.

Eu: Oi — falo seca —. O que faz aqui?

Felipe: Não estão precisando mais de mim no gabinete, disse a eles que ia para o meu quarto descansar, mas no meio do caminho mudei de ideia e decidi vir aqui conversar com você.

Eu: Não temos nada para conversar. — Cruzo os braços.

Felipe: Não? Você age daquela forma sem nem ao menos me dar uma chance para me explicar e acha que não temos nada para conversar?

Hesito por um momento antes de responder. Minha vontade é de abraçá-lo e de dar uma bofetada nele ao mesmo tempo. Queria poder me jogar nos braços dele sem pensar no que poderia nos acontecer, queria que padecemos ficar juntos sem hora pra acabar. Mas eu não quero confundir as coisas e também não quero que ele confunda as coisas e se arrependa depois.

Eu: Não. — Respondo por fim, mesmo sabendo que temos muito o que conversar.

Felipe: Mas você vai me ouvir querendo ou não. — Ele puxa a cadeira da escrivaninha ao lado da cama e senta-se. Pega minha mão, mas eu puxo-a. — Você age como uma criança as vezes, sabia?

Eu: Não me importo com o que você pensa.

Ele fica calado por alguns segundos, pega minha mão novamente e dessa vez eu não a puxo.

Felipe: Você saiu de lá e nem me deu a chance de explicar porque eu estava daquele jeito.

Eu: Você explicou porque estava daquele jeito. Você queria que eu ficasse como? Eu acreditei em você, acreditei em nós. Uma hora você diz que me quer e outra hora fica irritado com Vaiolet por causa dos preparativos do casamento. Como você queria que eu ficasse?

Felipe: Queria que você tivesse esperado eu falar tudo.

Eu: Não estava com vontade de saber os planos de vocês para a lua de mel. — Ironizo.

Felipe: Você é tão cabeça dura sabia? — levanta-se e passa uma das mãos pelo cabelo, caminha pelo quarto e para onde estava novamente. Ele hesita por um momento e então continua: — Eu estava caminhando quando encontrei Vaiolet no jardim, então ela começou a falar de algumas coisas sobre o casamento, nós discutimos e ela saiu irritada. Quando você chegou eu estava chateado daquela forma porque sua irmã disse que você será a dama de honra dela. — Fiquei em choque quando ele falou. Dama de honra? — Eu disse que não, que não queria que você fosse a dama de honra, mas ela insistiu e disse que não vai mudar de ideia. Eu acabei me irritando com a insistência dela e a ordenei que nã...

Lágrimas brotaram dos meus olhos, ele parou de falar e sentou-se ao meu lado na cama, envolveu meu rosto de beijos e enxugou as lágrimas que insistiam em continuar caindo. Eu sabia que tinha um dedo de mamãe nessa história, ela queria vingar-se e me amedrontar.

Felipe me envolveu com seus braços e eu me aninhei neles. Queria me jogar nos braços dele, mas não imaginava que seria dessa forma, em prantos. Passei alguns minutos chorando em seus braços.

E imaginar que eu fiquei com raiva dele por ele ter brigado com Vaiolet. Ele só estava tentando fazer com que ela não me magoasse e eu acabei me magoando sozinha e magoando ele também.

Eu: Desculpe por ter ficado irritada com você...

Felipe: Não se preocupe com isso, já passou.

Eu: Eu te tratei mal e fui injusta com as palavras que disse, me desculpe.

Felipe: Está bem, mas quero ver um sorriso nos seus lábios antes de ir. — Ele move os braços em torno da minha cintura e cutuca minhas costelas tentando me fazer rir, sem sucesso — Você não tem cócegas?

Faço que não com a cabeça. Ele se aproxima do meu rosto, penso que ele vai me beijar no rosto, mas ele encosta os lábios na minha orelha e sussurra:

Felipe: Já que você não tem cócegas, talvez eu tenha que arrepiá-la. — Diz e mordisca minha orelha.

Minha pele eriça ao sentir seus dentes. Ele faz uma trilha de beijos da minha orelha até minha bochecha. Quando chega no canto dos meus lábios ele para e me olha nos olhos.

Felipe: Uma vez eu ouvi uma certa música e me perguntei quando usaria a letra dela. Agora eu sei com quem usar — sussurra —. Ela diz: que tal nós dois encoleirados, voando livres, lado a lado, criando raízes... Que tal a gente junto sem hora pra acabar, o que a gente tem é mais do que um sentimento... — Cantarola aos sussurros.

Seu hálito bate no canto dos meus lábios me provocando, não resisto e sorrio. Ele sorri e encosta nossos lábios.

Ele me beijou carinhosamente, um beijo que era quase um suspiro. Uma de suas mãos tocou minha cintura, enquanto a outra escorregava pelo meu cabelo. Ele me puxou mais para perto de si e eu envolvi meus braços em torno de seu pescoço.

Não sei por quanto tempo nosso beijo durou, mas por mim passaria a eternidade naquele beijo maravilhoso. Nos soltamos quando ficamos sem fôlego. Ele procurou meus olhos e sorriu novamente.

Felipe: Tenho que ir — falou quebrando o encanto e nos trazendo de volta a realidade —, mamãe vai ficar preocupada se eu não passar no quarto dela para dar boa noite.

Eu: Tudo bem. Cuidado com os guardas, acho que eles devem estar fazendo a ronda pelo palácio, seria constrangedor se eles vissem você saindo do meu quarto.

Felipe: Acho que se Vaiolet me pegasse saindo daqui ia ser pior. — Brinca.

Eu: Não tenha dúvida.

Felipe: Vou ter que voltar para o sul por alguns dias — Fala surpreendendo-me. —, mas não vou demorar muito.

Abaixo a cabeça, triste. Porque ele tem que ir logo agora que nós estamos bem um com o outro?

Felipe: Ei, não fique assim. É só por alguns dias, meu irmão está precisando de mim lá.

O que foi que ele disse? Irmão? Desde quando ele tem irmão? Sempre pensei que ele fosse filho único. Acho que ele percebe que eu fico surpresa, porque ele fica com expressão confusa, esperando que eu fale alguma coisa.

Eu: Você tem um irmão?

Felipe: Tenho... Você não sabia? — Faço que não com a cabeça. — Quando nossos pais fizeram o acordo de casamento há um ano atrás, meu pai falou para seu pai que meu irmão não estava de acordo, pois estava concentrado em treinamentos militares e não queria casar agora. Meu pai não pôde obrigá-lo, então ele conversou comigo e eu aceitei.

Será que Mamãe e Vaiolet sabem disso?

Não acho que papai esconderia isso de nós, então ele deve ter apenas esquecido de mencionar esse detalhe na notícia do casamento.

Eu: Papai não nos disse nada, acho que ele esqueceu.

Ele concorda, se levanta e me dá um selinho nos lábios.

Felipe: Boa noite, Esh.

Eu: Boa noite.

Ele sai do quarto e eu fiquei lembrando do que aconteceu aqui. Os beijos, os toques... Ele foi tão carinhoso. Não perguntei quantos dias ele vai ficar ausente, mas vou sentir saudade, mesmo que ele só se vá por 24 horas.

O sono custa a chegar, fico com um sorriso bobo nos lábios por um tempo, não sei exatamente quanto. Oque está acontecendo comigo? Nunca agi assim por causa de um beijo. Ah claro! Quase esqueci: eu não tenho muita experiência com beijos.

Durmo com a lembrança do nosso beijo, só espero que tenhamos mais momentos assim.



Na manha seguinte, acordo com o barulho da movimentação no quarto. Abro os olhos e vejo Marta e Emma limpando o quarto.

Emma: Bom dia alteza! — Fala radiante.

O que será que Pedro fez para ela estar assim? Mas, de certa forma eu estou do mesmo jeito.

Eu: Bom dia! — Cantarolo.

Levanto-me e vou para o banheiro escovar os dentes. Espero Marta vir me ajudar com o banho, mas ela nem bate na porta, acho que não quer me incomodar. Não me importo, hoje estou de bom humor! Preparo meu banho com sais de orquídea Cattleya Walkeriana, meu favorito. Deixo a água envolver meu corpo e relaxo.

Quando saio do banheiro após tomar banho vejo Marta com um três pequeno cupcakes em uma bandeja. O que está acontecendo?

Eu: Já é meu aniversário?

Marta: Não alteza, mas ele está perto e hoje fizeram cupcakes para a sobremesa do café da manhã e trouxemos esses. Desculpe se fomos intrometidas trazendo três.

Eu: Não se preocupe com isso. O que estamos comemorando?

Emma: Seu aniversário é daqui a alguns dias, alteza.

Daqui a alguns dias? Já! Eu nem me lembrava!

Comi com elas e elas me perguntaram que tipo de vestido eu gostaria que elas fizessem para a festa, pedi que elas me surpreendessem, sabia que podia confiar nelas para esse tipo de coisa.

Terminei de comer e desci para tomar café, não queria ficar com apenas um cupcake no estômago a manhã toda. O café foi servido no jardim, pois estava um dia lindo e ensolarado. Parecia tudo estar indo às mil maravilhas até o comunicado do rei Charles e Felipe. Vaiolet surtou quando ficou sabendo que Felipe ficaria fora por alguns dias, mas acho que mamãe gostou, ela estava com um meio sorriso no rosto que a entregava.

Terminei o café da manhã e voltei para o quarto, passei o resto da manhã selecionando cores e vendo temas para minha festa. Tive uma ideia e perguntei a Marta o que ela achava da minha ideia, ela achou uma boa ideia, mas me aconselhou perguntar a papai.

Pela tarde, fui ao gabinete falar com papai. Ele disse que seria uma honra comemorar meu aniversário com uma festa.

Eu: Sabe papai... Hoje, depois do café da manhã eu subi para o meu quarto e quando eu estava escolhendo algumas flores e temas eu tive uma ideia. — Esfrego as mãos uma na outra, nervosa — Eu pensei em criar um projeto para trazer de volta nossa antiga cultura.

Robert: E o que você pretende colocar nesse projeto?

Eu: Eu estava pensando em separar uma quantidade de terras para plantarmos flores silvestres. Se desse certo nós poderíamos voltar a fazer acordos através de nossa beleza, comercializando essas flores, receberíamos mais turistas e isso aumentaria a circulação de pessoas pelo reino, nos tornando mais popular.

Robert: Seria uma iniciativa muito bonita, mas não é tão fácil assim, as pessoas tem que se interessarem por isso, se não estaríamos apenas gastando perdendo tempo.

Eu: E se as pessoas se voluntariassem? Você disse que nosso reino é fraco em guerras porque os súditos sempre preferiram trabalhar no campo, talvez eles apoiem e se voluntariem. Imagine a quantidade de pessoas iríamos ajudar se conseguíssemos comercializar essas flores.

Robert: Vou comunicar os conselheiros a sua iniciativa e ver se eles concordam.

Eu: Obrigada papai! — Dou um beijo em seu rosto e o deixo com seus papeis.

Quando saio do gabinete esbarro com Felipe no corredor.

Felipe: Fique acordada, passarei no seu quarto hoje. — Sussurra.

Concordo com a cabeça e sigo cantarolando para o meu quarto.

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Não se esqueçam de comentar, favoritar, acompanhar, etc.
Até o próximo capítulo!