The Boyfriend escrita por Marih Yoshida


Capítulo 6
Descobrindo um pouco mais sobre o Nico.


Notas iniciais do capítulo

Hey amores! Obrigada pelos comentários viu? Eu só não postei ontem porque eu estava fazendo lição de casa(sim, eu faço minhas lições de casa domingo de noite).
Bem, espero que gostem!



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Thalia estava estranhando aquele quarto. Fazia muito tempo desde que dormira sozinha num quarto daquele tamanho pela última vez. Nem mesmo quando ia dormir na casa de Jason seu quarto não era tão grande, já que mesmo sendo no mesmo prédio, o apartamento de Jason era menor que o de Nico.

Ela estava deitada na grande cama de casal, achando-a extremamente confortável, afinal, há meses estava dormindo naquele colchão velho. Mas ela não podia reclamar, fora uma grande sorte te-lo achado.

Ouviu uma batida na porta e sentou-se, dizendo a pessoa que poderia entrar. A porta foi aberta e Nico adentrou o quarto. Ele sorriu para ela.

– Você precisa de algo? - Ele perguntou. Thalia balançou a cabeça negativamente.

– Não, obrigada, Nico. - Disse. Nico andou até a cama e sentou-se de frente para Thalia.

– Eu vou entender se você não quiser falar sobre isso, mas.. - Ele começou um pouco sem jeito. - Por quê você está morando em um galpão?

Thalia engoliu a saliva. Ela teria que contar essa história para alguém mais cedo ou mais tarde e sentia que podia confiar em Nico, de alguma forma. Mesmo porquê, se ele quisesse rir dela ele já tinha rido.

– Eu fui expulsa da minha casa. - Ela disse. - Meu pai nunca gostou muito de mim, minha mãe quem sempre ficou do meu lado mas ela sempre acaba abaixando a cabeça para ele. Então meu pai tem tenta me fazer ser a filha perfeita, o que eu realmente não sou. E eu fiz essa tatuagem sem que ele soubesse, quando ele descobriu me botou para fora de casa apenas com a roupa do corpo.

– E por quê você não mora com o seu irmão? - Nico perguntou. - Ou com uma de suas amigas?

– Eu não quero atrapalhar Jason mais do que já atrapalho. - Ela respondeu. - Ele já me ajuda demais. E Annie e Pips? Elas não sabem. Todos acham que moro com meu irmão.

– Por quê não conta para elas? - Ele perguntou. Thalia balançou a cabeça negativamente.

– Não posso, elas ficariam preocupadas, não quero isso. - A morena disse. - Estou procurando um trabalho, para tentar melhorar minha situação, mas ninguém quer contratar uma garota problemática.

– Eu posso te ajudar, se quiser. - Nico disse. - Eu trabalho em um café, estamos precisando de funcionários, se quiser posso falar com o dono, ele é pai de uma amiga minha.

– Você tem certeza de que não seria problema? - Ela perguntou. Nico sorriu.

– Somos todos loucos lá, não se preocupe. - Ele disse sorrindo. - E até você conseguir dinheiro para morar em algum lugar decente, você vai morar aqui.

– Não! - Thalia recusou. - Eu estou agradecida, Nico, mas sinceramente, você não precisa fingir que se importa só porque temos um acordo bobo.

Nico se entristeceu. Ele não acreditava que depois de tudo, Thalia ainda o achava uma pessoa tão ruim a ponto de fingir se importar com ela. Ele abaixou a cabeça, não sabia o porquê, mas aquilo o deixou tão mal que ele não sentia vontade de fazer mais nada. Thalia pareceu notar, pois colocou uma de suas mãos na bochecha dele, levantando sua cabeça.

– Eu não estou fingindo, Thalia. - Ele disse. Thalia ficou surpresa. - É desumano morar em um barracão e não ter o que comer! É desumano perder a mãe e ser expulsa de casa pelo pai que não te ama! Só quero te ajudar!

Thalia tirou sua mão da bochecha dele e desviou os olhos.

– Obrigada, mas não posso aceitar morar aqui com você, de graça. - Ela disse. - Eu estaria criando muitos problemas!

– Só pense nisso, okay? - Ele pediu, então se levantou e andou até a porta. - Boa noite, Thalia.

E fechou a porta antes que ela pudesse responder. Thalia se deitou na cama novamente, encarando o teto. Ela pensava no que Nico tinha lhe dito, que ele não tinha fingido. Então ele realmente se importava com ela? Repassou o dia dentro de sua cabeça.

Apesar de tudo, Thalia se divertiu muito. Ela não ia em um shopping há meses e muito menos para fazer algo que realmente queria. Não que ela gostasse de comprar roupas, mas ela estava precisando. E quando Nico comprou o sanduiche mais caro para ela só porque ela queria, ou então, quando ele deixou-a fazer a tatuagem que tanto queria, mesmo que ele odiasse ver a agulha perfurando a pele de alguém. E como ele não riu dela quando ela disse o quão pobre estava, como ele queria ajudá-la. Thalia só lembra-se de ter se sentido tão protegida assim perto de suas amigas e de seu irmão.

Mas afinal, inimigos são pessoas próximas de nós não são?

Thalia não conseguia pensar na sua vida se Nico não estivesse por perto todos esses anos. Sua vida seria calma e silenciosa, coisas que a garota nunca gostara. Desde o primeiro dia tinham travado uma guerra sem fim contra o outro. O fato de Nico nunca ter levantado um misero dedo contra ela, isso contava também, não contava?

E o beijo.

Ela estava tão confusa sobre ele. Não entendia porquê Nico tinha lhe beijado, nem porquê tinha correspondido, ela apenas se deixou levar. E foi o melhor momento impulsivo de toda a sua vida. O único que ela se orgulha de não ser racional como Annabeth. Thalia levou os dedos aos lábios, ela não entendia o que estava acontecendo com si mesma.

Estava a ponto de jogar um vaso pela janela quando ouviu outra batida na porta, seguida da voz de Mary. Thalia disse que ela podia entrar e a mulher assim o fez. Trazia uma bandeja com um prato de comida e um copo de suco e tinha um sorriso terno no rosto.

– Nico pediu que eu trouxesse algo para você comer. - Ela disse. - Me lembrei que uma vez encontrei seu irmão no elevador, ele disse que a irmãzinha dele ia na casa dele então faria a comida preferida dela, Strogonoff de frango. Então eu fiz para você, espero que ainda seja.

– Três vivas a sua memória, Mary. - Thalia disse. - O cheiro está tão bom!

Mary levou a bandeja até Thalia e se sentou na cama.

– Fiz suco de maracujá, você parecia exaltada quando chegou. - Mary disse.

– Obrigada. - Thalia disse. Encheu seu garfo com comida e levou a boca. Mastigou, sentindo o delicioso sabor e engoliu. - Deuses, isso está delicioso! Vou acabar te roubando do Nico!

Mary riu e Thalia riu junto. A mulher olhou carinhosa para Thalia.

– Eu sei que você não é realmente namorada do Nico. - Ela disse. - E ele me explicou sua situação. Por favor, não fique brava com ele, eu não vou contar a ninguém.

– Não estou brava, sei que ele confia em você. - Thalia disse. Mary sorriu para a garota.

– Eu queria te pedir um favor. - Disse. Thalia olhou curiosa para ela. - Deixe que o Nico te ajude. Ele não vai desistir enquanto você não aceitar. Sei que você provavelmente não gosta dele, mas Nico tem essa mania de querer ajudar todo mundo. E vocês podem ser bons amigos, me lembro que há alguns anos, uma história muito parecida com esta aconteceu, só que Nico estava nessa fixação de ajuda para um garoto que o odiava, mas agora eles são melhores amigos.

– Você fala do Percy, Mary? - Thalia perguntou. Mary assentiu.

– Pode não parecer, mas eles já passaram por muita coisa. - Ela disse. - Mas essa é uma outra história.

– Você está aqui por que Nico te pediu para vir, não é? - Thalia perguntou abaixando a cabeça. A mulher balançou a cabeça negativamente.

– Se ele souber que eu vim falar com você ele fica bravo comigo. - Respondeu. - Só estou querendo te ajudar, e ajudar ele.

– Eu não posso aceitar, Mary. - Thalia disse por fim. - Ele está assim comigo só porque estamos fingindo que somos namorados, ou coisa assim. Logo, nosso acordo acabará e vamos voltar ao que éramos antes. Sem contar que eu não quero dar trabalho para ele ou coisa assim.

– Duvido que Nico deixe de ajudá-la antes que você precise. - Mary disse. - E não vai dar trabalho nenhum! Se você soubesse como esse apartamento é solitário desde que a irmã dele saiu daqui! Vai ser bom uma pessoa para tirá-lo daquele quarto.

Thalia riu baixo. Era engraçado ouvir algo assim sobre Nico. Quanto mais ela conversava com pessoas próximas a ele, mais ela percebia que não conhecia o Nico como pensava que conhecia. Talvez, se não tivessem começado com o pé esquerdo, poderiam ter sido ótimos amigos. Na realidade, quando Thalia parou para pensar o motivo de ela não gostar de Nico, acabou percebendo que era extremamente bobo: na pré-escola o garoto tropeçou e manchou a blusa de Thalia com tinta vermelha.

– Só prometa que vai pensar. - Mary disse. Thalia olhou para ela. - Por favor.

– Tudo bem. - A morena disse. - Eu vou ver.

A mulher sorriu para ela e pegou a bandeja onde antes tinha o jantar de Thalia e se levantou.

– Se voê precisar de qualquer coisa, pode me chamar. - Ela disse. - Boa noite.

– Boa noite. - Thalia respondeu, já se deitando. Até aquela hora não tinha percebido o quanto estava cansada.

Estava quase dormindo quando ouviu seu telefone tocar. Ia praguejar, mas viu o nome de quem ligava para ela. Era Annabeth. Thalia nunca sentiu-se tão feliz por ver a loira ligar para ela, sentia que se não conversasse com alguém normal de sua vida perderia a sanidade.

– Oi Annie. - Disse tentando soar o mais natural possível.

– Lia! - Annabeth exclamou. - Estou tentando falar com você o dia inteiro! Por quê não atendeu o celular?

– Desculpa, eu sai com o Nico. - Thalia pediu. Ouviu uma risadinha vinda de Annabeth.

– Já que é por esse motivo, está desculpada. - A loira disse. Thalia revirou os olhos, mas não pôde deixar de rir. - Eu vou na sua casa amanhã depois da aula, pode ser?

– Pode. - A loira disse. - Eu vou chamar a Pips também.

– Tudo bem. - Thalia disse.

– Minha mãe está ameaçando jogar um vaso em mim se eu não desligar o celular. - Annabeth disse. - Boa noite.

– Boa noite. - Thalia disse com uma risada.

Colocou seu celular na cabeceira novamente e se ajeitou na cama. Não demorou muito para cair num sono profundo.

~^~

Nico não conseguia dormir. Se levantou, colocou uma roupa descente e saiu de seu quarto, fazendo o mínimo de barulho possível. Ao passar pelo corredor, abriu delicadamente a porta do quarto de Thalia e olhou-a. Ela dormia tranquilamente, parecia um anjo. Fechou a porta delicadamente e saiu do apartamento, pegando sua moto e dirigindo até o galpão.


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Notas finais do capítulo

E então? Acham que a Thals vai aceitar a proposta de Nico de morar com ele? E como ela vai se sair no novo trabalho?
Comentem pandacórnios cor-de-rosa! Quanto menos reviews tiverem mais eu demoro para postar, okay? (não é proposital, é que vocês me dão inspiração!).
~Kisses!