The Boyfriend escrita por Marih Yoshida


Capítulo 7
Memórias / Primeiro dia de trabalho part. 1


Notas iniciais do capítulo

Hey amoras mutantes tudo bom? Eu demorei né? Tive um baita bloqueio criativo, fiquei doente, e lições e mais lições, esses são meus motivos. Mas enfim, obrigada pelos comentários, mesmo que eles tenham vindo em menor quantidade dessa vez.
Well, antes do capítulo de hoje, eu tenho algumas explicações sobre as memórias e sobre a fic em si.
1- Esse capítulo era para ser só das memórias, mas achei que ia ficar pequeno e resolvi colocar a primeira parte do próximo capítulo também.
2- A fic vai ter muuuitos flashbacks como esses.
3- A primeira memória se passa na pré-escola(4-5 anos), a segunda no inicio no fundamental (6-7 anos), a terceira alguns meses depois da segunda e a quarta quando eles estavam quase no médio(13-14 anos).
4- Prestem atenção nas memórias porque elas vão ser importantes, okay?

Acho que era isso, qualquer coisa eu escrevo depois.



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"Thalia andava um pouco perdida. Era seu primeiro dia na escolinha e ela não conhecia ninguém. A professora pediu para que desenhassem algo que queriam muito mas a garota não achava um lugar para sentar-se. Parou de andar e olhou para os lados, procurando um lugar vazio.

Nico sempre fora esquecido e dessa vez esquecera-se de levar suas tintas para a escola. "Logo no primeiro dia?" pensou dando um grande suspiro, enquanto a professora procurava o potinho de tinta vermelha, o único que sua irmã não tinha para lhe emprestar. A mulher finalmente achou e entregou-o a Nico, que agradeceu e saiu, já abrindo o potinho.

Não viu um pincel no chão e pisou nele, escorregando e deixando a tinta cair para todos os lados, inclusive em Thalia, que olhou a blusa triste e então encarou o garoto.

– Olhe só o que você fez! - Gritou, inconformada. - Eu adorava essa blusa!

– M-Me desculpe, eu não fiz por querer! - Ele pediu, se levantando. Ela deu um tapa em sua bochecha.

– Olha para onde anda! - Gritou. Nico perdeu a paciência.

– Eu já pedi desculpas! - Disse no mesmo tom. - E eu também, não tenho culpa que estava parada ai feito um poste!

– É um direito das pessoas ficarem paradas! - Ela gritou.

– E é um dever dos humanos errar! - Ele retrucou.

– Eu odeio você! - Ela disse se virando para sair da sala.

– Eu nunca pedi que me amasse! - Ele gritou também, se abaixando logo depois para pegar o potinho quase vazio de tinta. A professora se abaixou para pegar o pincel. - Me desculpe professora, pode deixar que eu limpo.

– Está tudo bem, pequeno, eu limpo. - Ela disse bagunçando o cabelo dele. - Vá se sentar e termine seu desenho, okay?"

"Nico esticou a mão até a maçaneta animado. Era seu primeiro dia no fundamental, ele já era um pequeno garoto. Assim que abriu a porta, sentiu algo acertar seu rosto, fazendo-o cair. Olhou para o lado, um pouco confuso, e viu uma mochila feminina com "THALIA GRACE" bordado bem grande atrás. Levantou os olhos para a sala e viu a garota na porta.

– Pode me devolver isso? - Ela pediu brava.

– Você joga a mochila em mim e ainda me pede para te devolver? - Ele perguntou se levantando, mas deixando a mochila no mesmo lugar. - Se abaixe e pegue você mesmo, sua folgada! - Ele parou para pensar um pouco e deu um sorriso de canto. - Se bem que, baixinha do jeito que você é, nem vai precisar abaixar né?

– O quê você disse? - Ela gritou. Nico deu de ombros.

– Além de tudo é surda! - Ele tentou entrar na sala, mas foi jogado no chão por Thalia novamente.

– Eu não sou baixinha! - Ela gritou. - Nem surda, seu idiota!"

"Nico estava sentado, sozinho, no parque. Lágrimas não paravam de cair de seus olhos, ele não conseguia olhar para seu skate sem que memórias viessem. Se sentia vazio.

– Olha, eu acho que vi um idiota. - Ouviu a voz de Thalia. - É, eu vi um idiota.

Nico não olhou para ela, não queria e não tinha forças. Thalia riu de canto.

– Você está chorando? - Ela perguntou debochadamente. - Será que é porquê a mamãe não fez sua mamadeira hoje?

– Me deixa em paz. - Pediu baixinho.

– Por quê eu deixaria? - Ela perguntou. - Você fez algo para merecer isso?

– Por favor. - Pediu. Thalia se assustou, o garoto nunca tinha sido educado com ela, devia estar realmente mal. Olhou-o mais uma vez e colocou seu skate no chão, subindo em cima dele e saindo de perto do garoto."

"Thalia andava na chuva, ela estava perdida e não tinha nenhum lugar para se esconder da água que caia. Várias pessoas passavam por ela com grandes guarda-chuvas, e apenas olhavam-na ou nem isso. Ela tentou parar para pedir informação, mas foi enxotada do lugar, provavelmente pensaram que ela era uma criança de rua que ia pedir dinheiro ou comida. Já tinha perdido as esperanças de encontrar ajuda, então tentava se guiar ela mesma.

Parou em uma praça. Tinha levemente um pressentimento que a conhecia, mas não conseguia se lembrar dela. De qualquer forma, ali tinham menos pessoas andando, então ela podia ficar mais a vontade até que a chuva passasse.

– Thalia? - Ouviu alguém chamá-la. Se virou para ver quem era e se surpreendeu ao ver Nico di Ângelo parado ali com um guarda-chuva nas mãos.

– O que você quer? - Ela perguntou, sendo grossa.

– Calma, eu só ia te perguntar se você quer uma carona. - Ele disse. - O carro do meu pai está parado logo ali.

– Não preciso da sua ajuda, sei me virar sozinha. - Ela disse.

– Venha, não vai te matar. - Disse esticando a mão para ela. - Vamos logo, você pode pegar um resfriado se ficar ai!

Thalia pensou um pouco. Olhou para ele e o garoto sorria amigavelmente. Ele olhou para os lados novamente e resolveu aceitar a ajuda dele. Ele a puxou para baixo do guarda-chuva e a levou até o carro do pai dele."

– Posso entrar? - Perguntou batendo na porta. Thalia resmungou algo positivo e ele abriu a porta. - Tenho boas notícias.

– O que foi? - Ela perguntou levantando os olhos de seu notebook, curiosa.

– Eu falei com o pai da minha amiga, ele disse que quanto mais maluca a pessoa for, melhor. - Nico respondeu sorrindo. - É só você aparecer lá comigo e fazer todas aquelas formalidades chatas e você está empregada.

– Sério? - Perguntou, fechando o notebook com força. - E quando podemos fazer isso?

– Daqui a meia hora começa meu turno, se você quiser ir hoje. - Ele disse dando de ombros, então mordeu o lábio inferior. - Mas tem uma coisa.

– O que é? - Ela perguntou, já perdendo a esperança. Sempre tinha um mas.

– Você precisa de um lar fixo. - Nico disse. - E não adianta ser o apartamento do seu irmão, ele frequenta lá sempre e meu chefe sabe que você não mora com Jason.

Thalia bufou. Será que ficaria desempregada para o resto da vida?

– Então esse não dá. - Ele disse balançando a cabeça negativamente. - Obrigada por tentar, Nico.

O garoto andou até a cama de Thalia e sentou-se de frente para a garota. Ele sorriu divertido virando sua cabeça para o lado, como um cachorrinho.

– Você ainda pode aceitar minha proposta. - Ele disse. - Vamos lá, você já está aqui há uma semana, não é tão ruim assim, não é?

– Eu já disse que não quero morar aqui de graça. - Thalia defendeu-se. - E só estou aqui porque você se recusa a me deixar voltar para o meu barracão.

– Eu já disse que não tem problema nenhum você morar aqui! - Ele disse. - Poxa, pense nisso como, basicamente, a sua casa. Eu quase nunca fico aqui mesmo, Mary está sempre te mimando e eu deixo até você ter um bichinho de estimação. Menos pássaros, odeio pássaros!

Thalia riu. Realmente, Nico quase não ficava em casa. De segunda, quarta e sexta ele trabalhava depois da aula e só voltava quando já estava escuro, e de terça e quinta ele ficava o dia - e as vezes a noite - inteiro no galpão.

– E, além do mais, você não vai morar aqui de graça. - Ele disse. - Podemos dividir as despesas entre nós dois.

Thalia suspirou, vencida. Durante essa semana, ele não parou de ficar tocando no mesmo assunto, que ela fosse morar com ele. Até mesmo Mary mandou-o calar a boca umas duas vezes porque aquele assunto já estava irritando.

– Só por um tempo. - Disse. - Só até eu poder alugar alguma coisa.

Nico abriu um grande sorriso e Thalia revirou os olhos, mas gostou daquilo. Ela percebeu que gostava quando o garoto sorria e suas covinhas ficavam a mostra. Aquelas covinhas irritantemente fofas que o faziam ficar com cara de anjinho, o anjinho que ela tinha plena certeza que ele não era. Por anos aquelas covinhas e os olhinhos brilhantes fizeram Thalia se ferrar na escola.

– Ótimo, se arrume então, estamos saindo em dez minutos! - Disse quase pulando de alegria enquanto saia do quarto.

A garota chegou a perguntar para Mary o porquê da fixação do Nico em ajudá-la. "Um dia ele prometeu para si mesmo que ajudaria todos que ele pudesse, não importando quem. E Nico nunca gostou de quebrar promessas." Foi tudo que a mulher respondeu.

Thalia começara a anotar em um pequeno caderno tudo o que sabia sobre Nico, desde a primeira vez que falou com ele até aquela hora, e ia sempre anotando novas coisas. Ela gostava de perceber o quanto sua visão mudou sobre o di Ângelo.

Antes ele era apenas uma experiência que alienígenas fizeram e que deu errado, muito errado, por isso foi mandando para a terra. Agora ele era um humano quase civilizado, obcecado por ajudar e que tinha alguma(pequena, mínima, minúscula, super-extra-pequena(tanto quanto o garoto falava que Thalia era)) chance de ser seu amigo.

Se levantou e colocou uma roupa qualquer, então desceu. Nico a esperava na sala. Os dois demoraram um pouco para sair do apartamento, já que Mary abraçou Thalia fortemente e deu-lhe as boas-vindas, depois desejou boa-sorte para ela e disse para Nico que cuidasse muito bem da garota.

~^~

Nico riu de canto ao ver Thalia se atrapalhando com a pilha de pedidos que tinha para entregar. Ele pediu para que Clarisse limpasse o balcão sozinha e andou até a garota, pegando uma das badejas que ela levava.

– Deixa isso comigo. - Disse sorrindo.

– Eu não preciso da sua ajuda, di Ângelo! - Ela bufou irritada. Nico riu divertido, ela sempre falava isso quando ele queria ajudá-la. - Eu estava indo bem sozinha!

– Você ia derrubar tudo isso! - Ele riu se afastando. - Agora vá entregar esses, tem cliente esperando!

Ela revirou os olhos mas abriu um pequeno sorriso involuntário.


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Notas finais do capítulo

Ah, lembrei o que eu tinha para falar mais nas notas iniciais. Eu já disse que o Jason é mais velho que a Thalia nessa fic? Não, pois bem, estou avisando agora xD.
Era isso pimpolhos, tenho que ir porque amanhã acordo cedo. Deixem reviews gordos, okay?
~Kisses!