31 Dias de Dezembro escrita por jessy-cullen


Capítulo 8
7º Dia de Dezembro


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!!! Não demorei tanto para vir aqui né? kkk Mais um capitulo pra vocês!! Sei que as coisas estão demorando para acontecer, mas é para o andamento da fic, estamos num momento importante construindo paredes para algo grande la na frente. Espero que gostem !!!



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A proximidade faz enxergar mais do que já tenha visto.

Você é boa, mas não é insubstituível.

Essa frase ecoava em minha cabeça me perturbando de maneira irritante. Já não estava mais ligando para as coisas que havia falado ao Cullen, já havia o desafiado e o que quer que estivéssemos tendo não ia acabar tão cedo, era como se a guerra tivesse sido declarada.

Agora se não quisesse realmente perder meu emprego teria que calar a minha boca e não provocar mais ele.

Você é boa, mas não é insubstituível.

Você é boa! Essa parte havia me deixado com o ego lá em cima. Ele pode não ter me dito um obrigada mais havia dito por outro lado que era boa. A parte do insubstituível poderia relevar.

– Você esta com cara de assustada. – Apontou Pierri naquele dia. – O que aprontou purpurina?

– Nada! – meu tom de voz quase me denunciou.

– Não confio em você. – Pierri jogou suas sacolas em cima do balcão. – Daugherty e Rosalie agora são todos segredos. – mudou de assunto.

Pensei que Pierri continuaria no assunto, mas ele estava meio paranoico então Brant e Roselie sofreriam as consequências.

– Eles estão trabalhando juntos Pierri, apenas isso.

– Acho que não estão tentando algum tipo de conspiração contra mim?

– Que tipo de conspiração? – juro que tentei imaginar.

– Assassinato em massa? – ate ele duvidava do que falava

Olhei para ele desacreditada, conspiração já era um nível a mais que Daugherty não se importaria em perder tempo com isso. Me segurei para não rir.

– E onde Rosalie entra nisso? – tentei soar parcial

– Já viu os saltos que ela usa? Esse seria a arma do crime. – disse de modo sério.

Não só eu como as meninas não se aguentaram e começaram a rir. Pierri era uma figura isso todas sabíamos, mas conseguia ser bem criativo com suas paranoias.

– Caso aconteça algo comigo, a única coisa que peço é que deponham ao meu favor. – pediu pegando suas sacolas.

– Já tem meu depoimento. – disse Ang quando se recuperou.

Pierri aproveitou a deixa e entrou na sua sala para trabalhar, por mais que estivesse bravo por ficar de fora da nova parceria da coleção ele tinha muito mais o que fazer e resolver para a sua própria.

Cuidado Isabella, acha que só porque é funcionaria de Brant não posso demitir você? Esta muito enganada, você é boa, mas não é insubstituível.

Estremeci quando vi que acabara de sair de sua sala e caminhava em minha direção. Chega me preparei psicologicamente para o que viria. Não estava muito preparada das outras vezes e mais uma vez não para esta.

– Karoline quer falar com você. – disse, sem bom dia, sem oi, sem comprimento.

Minha boca chega escancarou de surpresa. Se não tivesse tão atônita como as meninas eu poderia rir. Karl havia o tirado da sala apenas para me dizer isso?

– Ela esta com você?

– Em minha sala. – respondeu a contra gosto

Ele saiu andando bufando, totalmente contrariado a ter se prestado a esse papel imagino. A utilização do telefone pelo jeito não foi valida para Karl. Poderia abraça-la e dizer obrigada por fazer isso com o Cullen, ela merecia.

– O que esta esperando? – perguntou – Venha!

Emily me deu um cutucão e sai do meu lugar indo ate ele. Edward não fez como Brant e segurou a porta para mim, pelo contrario ele deixou que batesse e fui de encontro com a porta.

– Ai! – reclamei quando meu corpo se chocou.

Emily correu ao meu socorro deu uma assopradinha na minha testa e abriu a porta para que entrasse, antes teve que sussurrar um boa sorte e deu uns tapinhas encorajador nas minhas costas.

Lancei um olhar frio a Edward quando passei pela porta, justamente para ele saber que sua atitude foi infantil e egoísta. Mas isso pelo incrível que pareça não o deixou mais bravo, na verdade ele tinha um olhar quase divertido. Quase porque a cara dele estava mais para presunção.

– Olá Karl. – disse quando vi a garotinha sentada na mesa próxima a mim.

– Bella! – ela correu para me dar um abraço.

– Como esta ? – perguntei.

– Estou bem. – respondeu – Pedi para o papai chamar você aqui.

– É, ele fez o trabalho dele direitinho. – falei provocando. – Mas o que a trás aqui? Não iria ficar com a Tia Alice?

– A tia Ali precisava resolver algumas coisinhas hoje. – Karl explicou – Depois que ela voltou, ela só fala disso.

Eu ri imaginando o que Alice teria que resolver por aqui.

– Ok mocinha, agora me diga porque pediu que seu pai me chamasse ate aqui? – perguntei com a mão na cintura e ela riu

– É que eu fiz uma coisa para você. – disse

Karl saiu correndo ate onde seu pai estava pegou sua mochilinha rosa e tirou uma pasta transparente de lá.

Olhei curiosa para a garotinha enquanto ela sentava no chão e tirava vários papeiszinhos de dentro da bolsa, procurando desesperadamente por algum deles. Olhei para Edward e ate ele estava curioso olhando para sua filha.

– Papai não estou achando. – disse

– O que você quer achar querida? – ele disse docemente.

Era espantoso saber que ele tinha esse tom de voz, para mim ele era um arrogante sem coração em todos os momentos.

– É um papelzinho rosa papai. – ela choramingou vendo que não iria achar.

– Vou ajuda-la a procurar. – ele se agachou perto dela.

– As vezes deve ter esquecido Karl. Não tem problema. – disse tentando acalmar a criança desesperada.

– Não, eu coloquei aqui. – falou revirando os papeis do chão.

– Filha tente ser mais especifica no rosa. – Edward disse com no mínimo dez papelzinho rosa na mão.

Eu soltei uma risada e coloquei a mão na boca quando ele olhou feio para mim. Realmente era uma cena engraçada, e Edward tinha razão, Karl teria que ser mais especifica com a cor.

– É rosa e cheio de estrelinhas. – falou – Tia Alice me ajudou a colar ontem.

Caminhei a passos lentos ficando em uma distancia boa para olhar melhor a cena. Karoline estava quase desesperada e já havia tirado tudo de dentro de sua pasta e espalhado pelo chão, Edward com paciência olhava um por um dos papelzinhos rosa que ele havia separado.

Houve duas batidas na porta e em seguida Brant entrou por ela ficando surpreso em olhar para mim e ainda mais surpreso quando olhou Edward no chão no meio dos papeis.

– Uma coisa muito estranha aconteceu na minha sala hoje. – ele disse ignorando o que via e olhando para Karl – Além disso aqui é claro. – acrescentou e piscou para Karl - Achei isto e acho que não é de Pierri.

Para a alegria da criança Brant carregava um cartãozinho rosa cheio de estrelas azuis. Karl deu um pulo do chão. E Edward aproveitou a deixa para se colocar de pé depois que recolheu as coisas da filha.

– Tio você achou. – ela falou e correu para os braços de Brant que a pegou sem esforço algum.

– Achei sim. – ele riu e a colocou no chão. – Estou esperando você princesa.

– Eu já estou indo tio Brant, só um minutinho. – falou sorridente.

– Certo. – falou.

Brant saiu da sala sem nenhum comentário e Karl veio ate mim entregando o cartãozinho.

– Pra você Bella. – ela disse – Eu mesma que fiz.

O Cartãozinho que não era um papelzinho como ela falara, era rosa pink tinha meu apelido escrito com gliter dourado bem grande e era cheio de estrelinhas do tipo que parece lantejola. Achei tão lindo que quase chorei.

– Nossa Karl, é lindo. – falei sinceramente. – Obrigada bonequinha. – falei dando um beijinho em sua bochecha.

– De nada Bella. – ela ficou ainda mais feliz. – Papai vou lá no tio Brant, ele vai me dar lápis de cor.

– Não demore lá. – Edward disse – Brant precisa trabalhar querida.

– Tudo bem. – falou e saiu correndo.

Antes de sair também peguei algumas coisas que havia ficado no chão e coloquei em cima de sua mesa. O silêncio entre nós foi constrangedor, ele ficou me analisando por uns minutos antes de começar a falar.

– Sobre ontem...

– Acho que eu entendi perfeitamente. – falei. – “Você é boa, mas não é insubstituível” – fiz aspas com os dedos.

Eu poderia ter citado a frase inteira que ele usara, fiquei repetindo na minha cabeça incansavelmente que sairia melhor do que ele próprio pronunciando, mas era essa parte onde estava concentrada a ameaça.

– E mesmo assim você ainda me desafia não é mesmo?

– Mas eu não fiz nada agora! – me defendi.

O que é que tinha feito? Estava calada!

– Prefiro que fique longe de Karoline. – foi direto

Olhei para sua cara e levantei a sobrancelha não entendendo qual era a dele.

– Como?

– Isso mesmo que ouviu.

– Me desculpe Senhor Cullen, mas não sou eu que estou procurando sua filha, ou tentando me aproximar dela. – joguei a real sem parecer rude, ou como eu queria me expressar naquele momento. – Mas foi você quem me chamou ate aqui.

Ele ficou sem argumento neste momento, então aproveitei a deixa para sair de sua sala, mas antes me virei para dizer uma ultima coisa.

– Senhor Cullen não vejo problema em Karl me entregar isso. – balancei o cartão em minha mão. – Ela provavelmente faz isso com Emilly também.

– Com você é diferente. – escutei antes de fechar a porta atrás de mim.

Voltei para meu lugar na recepção ficando intrigada e nervosa ao mesmo tempo com o que ele queria. Karoline era apenas uma menininha, a filha do chefe que vinha para a empresa apesar de ser bem simpática e um amor de criança o que ele estava pensando que ia acontecer? Se queria que ficasse longe dela, então que não me pedisse para ir ate sua sala para falar com ela.

Edward era louco, era a única explicação para suas atitudes.

– Emilly, Edward é simplesmente maluco. – falei.

– Ele é bonito, mas não maluco. – defendeu rindo.

– Pra mim posso conviver com as duas definições sem problemas. – disse

– E acrescentar mais algumas se precisar. – Âng entrou na conversa.

– Falem mais alto garotas, ai estamos todas despedidas por falar mal dele. – resmungou ela mordendo a caneta.

– Quem esta andando por esta linha sou eu.

– A Chanel estará pronta para recebe-la – brincou Ang e eu tive que rir. – Faz a teoria de conspiração de Pierri parecer plausível.

– O que ele queria dessa vez?

– Ele? Nada. – respondi – Apenas Karl queria me entregar isso. – passei para elas darem uma olhada.

– É lindo. – elogiou Emy.

– O que isso tem a ver com Edward ser louco?

– Eu disse maluco.

– E qual a diferença?

– Ele quer que eu fique longe de Karl. – respondi rapidamente.

– Mas... como assim?

– Eu também não sei Emy. – falei sinceramente - Não é como eu tivesse brincando com a filha dele , saindo com ela para almoçar, me tornando a melhor amiga dela ou coisa do tipo.

– Ela gostou de você, isso deve ter incomodado ele – Ang deu de ombros.

Mesmo assim isso não explicava, Edward queria mesmo pegar no meu pé porque não tinha nada melhor o que fazer. Não tinha cabimento ele querer que eu me afaste de Karl, eu nem estava perto dela para isso! Eu só a via aqui! Edward era maluco.

Resolvi deixar isso de lado, mas para todo caso evitei entrar na sala de Brant enquanto sua filha estivesse lá, para Edward não ter mais que fazer ameaças sem fundamentos. Não precisava de mais uma coisa para me preocupar.

Os dias por aqui não paravam de ficar estranhos e estava começando a ficar preocupada, então com esses pensamentos, fui lembrar de Pierri, se tinha alguém que saberia me dizer como agir diante dessa situação, ou pelo menos me explicar o que estava acontecendo era Pierri.

Mas tarde faria uma visitinha em sua sala para ver o que tinha a dizer sobre isso. E só iria ate lá porque apesar de ser exagerado e varias outras coisas Pierri não era fofoqueiro e levava a serio meus dramas. Ele sempre me ajudava quando precisava.

Mas na maioria das vezes meus dramas eram relacionados com meu trabalho, e não com meu patrão, não sabia dizer como ele reagiria.

– Este aqui com essa cor – Rosely pegou o papel e o lápis de cor.

Olhei horrorizada para o lápis de cor, que era branco! Estava ainda em choque porque eles apareceram com uma infinidade desses para o dia de hoje.

Nós quatro incluindo Brant e Âng estávamos sentado em volta de sua mesa com muitos papeis espalhados a nossa volta, a maioria esboços inacabados de desenhos, e estávamos definindo cores para alguns deles.

Para ser bem sincera não conseguia ver a diferencia das cores de brancos que eles estavam falando, esse branco neve, branco gelo, o transparente ou esse off White, branco envelhecido? Existia uma cor com esse nome? Isso foi o máximo que entendi do que se passava a minha frente.

Ainda estava tentando entender onde que eles conseguiriam todos esses lápis de cor branco, nunca tinha visto coisa parecida, isso nem mesmo era para existir, mas estava vendo milhares deles na minha frente. 64 lápis de cor já era assustador, a coleção de Brant era maior que isso, mas essa de brancos havia me deixado com a boca aberta e um ponto de interrogação enorme no rosto.

– Estava pensando neste – pegou outro lápis de cor.

Qual era a cor desse mesmo? Gelo? Ou seria o branco neve? Provavelmente neste meio existiria um branco papel higiênico.

– Você esta bem Bella? – Âng me deu um cutucadinha com o braço.

– Acho que sou daltônica – constatei.

Meu comentário pareceu engraçado porque tanto ela como Brant deu uma risadinha, me senti mal por mostrar para ele essa enorme dificuldade.

– Vamos lá Isabella – disse chamando a atenção de todos. – Escolhe um vestido e uma cor.

Senti sua tentativa de me deixar mais a vontade.

– Esta falando sério? – perguntei e dessa vez foi Rosalie quem riu.

– Claro.

Me senti intimidada com a risadinha de Rosalie, mas Âng me encorajou com um aceno de cabeça,depois de meio minuto pensando comecei a ver os esboços dos vestidos com atenção, podia não entender nada de moda, mas tinha que admitir com meus olhos críticos que os vestidos era magníficos, eram tantas opções que tornava impossível a escolha de apenas um. Mas foi fim escolhi.

– Este aqui. – entrei o desenho a Brant.

– E a cor? – perguntou

Olhei para ele para ver se estava mesmo falando sério, mas sim ele estava como devia já ter imaginado. Voltei minha atenção para a infinidade de lápis de cor branco me espantando mais uma vez, praticamente vi minha infância de 64 cores sendo destruída, porque havia percebido que era uma mentira. UMA GRANDE MENTIRA.

– Este – praticamente fiz uni du ni tê, porque por mais esforço que tivesse feito, para mim continuava sem diferença alguma.

– Deixe-me ver. – Rosalie pediu.

Brant depois de dar sua própria conferida passou para Rosalie que demorou um tempo analisando com cuidado.

– Ótima escolha – elogiou

– Muito boa - apoiou Brant.

Não levei muita fé no que disseram, a escolha no entanto era boa mesmo, o vestido eram deles e qualquer cor de branco ficaria bom. Definitivamente não havia feito nada.

– Consegue saber quais sãos meus e quais são de Brant? – perguntou Rosalie

Seu tom não foi arrogante, mas ficou subtendido pelo seu olhar a Brant que era um tipo de competição para os dois.

– Sim – respondi pegando um dos desenhos. – Este é seu, seus traços são fortes e marcados, como se nunca errasse, ou seja nunca usasse a borracha. – expliquei e peguei um outro – Este é de Brant, traços mais finos, mais claros e mais leves, e Brant nunca desenha rostos.

– Bem observado. – disse ele.

– Se você desenhasse rostos seria algo mais justo. – apontou Rosalie para ele.

– O jogo é justo cara Rosie. – disse rindo- Minha assistente sabe com quem trabalha.- olhei confusa para Âng.

Eu não era secretária? De todo modo, assistente soou legal.

– É algo entre eles – respondeu – A assistente de Rosalie não sabia reconhecer quais eram os desenhos delas e dos outros, ela sempre fazia confusão, Brant enche o saco dela desde então. – falou baixo a ultima parte.

Nem mesmo Rosalie escapava de Brant era de se imaginar, mais de certa forma havia ficado feliz em passar o no teste e não desaponta-lo, eu era péssima com tons de branco, mas boa com os desenhos.

– Já fez algum curso de desenho? – Rosalie perguntou curiosa.

– Fiz a muito tempo atrás.- Respondi envergonhada de ter a atenção de todos voltada para mim.

– Desenha roupas?

– Não! – respondi rapidamente – Nunca tentei.

Tinha feito um curso rápido quando devia ter entre 10 ou 11 anos junto com Jacob, apenas para dizer que sabia desenhar também e não ficar para trás, no entanto Jacob se saiu bem melhor em desenhar suas motos do que eu em desenhar minhas florestas. Parei com seis meses de curso, dizendo que Jacob acabara de ganhar de mim. Foi a pior coisa que já tinha feito, Jacob me encheu por causa daquilo durante um ano inteiro.

– Quero ver algo feito por você. – Brant disse.

– Não! Você não quer – falei – Não sou como nada na arte que você possa gostar.

Embora tenha evoluído nas minhas “criações de florestas”, não era nem um gênio de criatividade na arte, nem mesmo desenhava mais.

– Não se preocupe Brant é bem excêntrico com suas escolhas sobre a arte – disse – Tente nunca ir a uma exposição com ele.

Como se um dia ele fosse mesmo me convidar para ir em uma, pensei comigo.

– Vou querer – foi firme.

– O dia em que me falar qual desses quadros foi você que pintou. – desafiei.

Um ótimo momento para confronta-lo sobre os quadros, já que tinha uma excessiva curiosidade de saber qual era o dele.

– Nunca – ele gargalhou achando incrível eu desafia-lo.

– Então... nunca.

– Gostei dessa garota – disse Rosalie a ele – Você tem personalidade.

– Acaba de impressionar Rosalie Halle queria. – Ang comentou rindo.

– Continuamos depois. – anunciou Rosalie.

– Certo. – respondeu Brant.

– Almoço hoje ? – perguntou ela a Brant.

Levantei com Âng e organizamos os papeis já se lecionados com as devidas cores, Âng anotou tudo rapidinho.

– Comida tailandesa.

– Italiana – retrucou Rosalie.

– Italiana. – resmungou. – Nos vemos depois senhoritas.

– Bom almoço. – desejei rindo.

– Ate mais. – Âng disse. – Brant é um cara muito legal. É divertido trabalhar com ele. – disse quando eles saíram da sala.

– Acho mais um mistério trabalhar com ele do que divertido.

– Porque?

– Ele é do tipo que te da atenção quando chama a atenção dele. – respondi me lembrando de todas as vezes que ele permanecia de cabeça baixa concentrado no que estava fazendo – Não é como se não prestasse atenção em você, mas você recebe algo especial quando chama a atenção dele.

– Sinônimo de divertimento para mim. – disse rindo.

– Você precisa atualizar seu significado de divertimento. – disse – Mas é bem legal trabalhar com ele. – ela olhou para mim levantando a sobrancelha – Okay, é divertido.

– Agora falou minha língua. – se deu por vencida. – Agora o que acha de comida Tailandesa?

– Não vamos começar isso. – falei rindo.

– Qual é Bella. – riu também – Comida Tailandesa?

– Italiana! – falei entrando na brincadeira.

– Italiana. – riu a descontrolada.

Empurrei Ang para fora da sala e fechei a porta para darmos de cara com Edward e sua filha a espera do elevador.

– Sem contato visual, sem contato visual. – Âng disse aos sussurros.

Tentei não olhar para a direção de Edward seguindo o conselho de Âng não sei porque.

– Tarde de mais. – sussurrei de volta quando Karl corria em nossa direção.

– Bella você vai almoçar também? – perguntou.

– Eu e Âng estávamos descendo agora. – respondi sorrindo.

– Então vamos. – ela pegou na minha mão e me puxou para perto de seu pai. – Vamos juntos.

Olhei para Edward que estava do meu lado me fuzilando com o olhar, mas com sua filha me puxando não tinha o que fazer em relação a isso. Âng para não ficar para trás veio para perto de nós e entramos todos juntos no elevador. Começava a pensar que este lugar estava sendo um coadjuvante por esses dias.

– Bella onde você vai comer?

– Hum... deixa eu ver. – olhei para Âng lembrando da comida tailandesa. – Vamos almoçar no bandejão.

– No o que? – perguntou. Seu narizinho chegou a franzir um pouco.

– Onde todos os funcionários almoçam. – expliquei. – É bem mais legal que o nome.

– Eu quero ir também. – falou de repente.

Âng engasgou com a saliva e começou a tossir, a coitada ate tentou disfarçar mais não funcionou muito bem.

– Acho que seu pai prefere algum restaurante fora do prédio. – tentei contornar a situação.

– Papai! – ela chamou ele – Então me deixa almoçar com a tia Bella hoje?

Dei uma risadinha de nervoso quando ele lançou seu olhar sobre mim. Provavelmente havia deixado a situação um pouco pior.

– Que tal almoçar com o papai hoje? – disse, nem mesmo ele conseguia não ceder os encantos da criança.

– Porque não posso almoçar com a tia Bella? – seus olhinhos chegaram a brilhar.

– Porque não saímos desse elevador? – Âng sussurrou para mim.

– Por favor papai. – ela disse pulando. – Você pode vir com a gente não pode? – dessa vez a pergunta foi para mim.

– Claro que pode. – falei, não que eu achasse que ele fosse mesmo. Mas entre deixar sua filha sozinha comigo e ir com a gente, acho que a resposta caso ele se cedesse nós já saberíamos qual era.

– Filha. – ele quase chorou tenho quase certeza.

– Por favor papai. – pediu novamente – Eu me comporto direitinho.

– Eu sei que sim. – falou

– E você me prometeu me dar alago que eu quisesse por tomar aquele remedinho ruim. – ela disse – Pode ser isso, o que acha?

ELE PREFERE TE DAR ALGUM PRESENTE. Quase gritei.

Quando o elevador se abriu no andar que eu e Âng ficaríamos, olhamos para o Cullen para saber sua resposta quase sincronizadamente.

– Pode ir com Isabella. – disse

O QUE?

O Que? Senti que o grito interno de Âng foi quase tão alto quanto o meu.

– Você não vêm papai?

– Não querida. – falou

Estava em choque ainda olhando para ele. Edward havia mesmo deixado Karl almoçar comigo? Onde ficava a história de preferir que eu mantenha distancia? Preferi não dizer todas essas coisas em voz alta, apenas sai do elevador .

– Obrigada papai. – deu um pulinho alegre e deu um beijinho em seu pai quando ele abaixou para ficar de sua altura.

– Se comporte e obedeça a Isabella. – disse.

– Pode deixar meu lindinho. – ela deu outro beijinho nele e eu ri com a cena.

Edward se levantou enquanto Âng segurava na mão da pequena e nos esperava mais a frente.

– Tem algum problema ela ficar hoje com você? – pelo menos ele foi legal o suficiente par me perguntar isso, antes de me ameaçar ou coisa do tipo.

– Não tem problema algum. – respondi.

– Tome conta dela. E cuidado. – disse.

Seu avisou soou bastante uma ameaça.

– Cuidarei Senhor Cullen. – respondi batendo continência. – Desculpa por isso. – mordi os lábios reprimindo um sorriso. Estava brincando com o inimigo.

Edward me olhou meio incerto e depois olhou para a filha, podia ver o conflito interno que ele estava tendo naquele momento que deixava a filha as cuidado de alguém que ele praticamente nem conhecia. Mas Edward também era orgulhoso de mais e preferiu não participar de um maravilhoso almoço com sua equipe de trabalho, péssimo para ele e bom para nós. Não sei o que meus amigos diriam se eu trouxesse o patrão para almoçar com a gente, onde era o único momento que tínhamos sem suas pressões e sua agradável presença.

Estava sendo completamente irônica.

– Ok, vamos lá – disse me virando.

Karl correu em minha direção e deu sua mão para mim, não vi quando a porta do elevador se fechou, mas tive uma leve impressão que ele ficou um tempo nos observando.

Foi um choque para todos quando apareci no bandejão com Karl, mas também não podia culpa-los era uma novidade ate para eles. Porém como todos ali eram pessoas muito boas e legais, não deixaram que a rixa com Edward Cullen se estendesse a sua filha.

Karl encantou a todos no momento que se sentou a mesa e começou a falar. Ela era bem simpática e de tímida não tinha nada. Enquanto ela ficava na mesa com os outros fiz meu prato e o dela, consequentemente enchendo com batata frita. Ela deveria gostar.

– Do que estão falando que eu perdi? – perguntei me sentando ao lado dela e de frente para Emmett.

– Karoline estava nos contando o quando ela é péssima em matemática. – Emmett comentou rindo.

Quantos anos Karl tinha mesmo? Ela já tinha matemática na escola?

– Karl você esta falando com o especialista em matemática. – falei rindo – Quando as aulas voltarem você pode pedir uma ajudinha ao tio Emmett.

– O tio Emmett parece um ursinho, só que bem grandão. – ela disse fazendo a mesa toda rir.

– As covinhas te denunciaram Emm. – Irina comentou rindo.

– Agora vamos almoçar, caso chegue lá em cima e seu pai me perguntar se você almoçou ele vai querer que a resposta seja sim. – falei

Karl pegou seu prato e começou a comer, diferente dos outros almoços que já tivemos aqui esse foi bem leve e descontraído, ninguém ousou a tocar no nome de Edward como geralmente acontecia e Karl acabou fazendo mais alguns amigos dentro da empresa. Ela havia gostado especialmente de Emmett, talvez por ele ser um crianção no corpo de um adulto. Ele fez a garota rir diversa vezes, e quase morri do coração em todas elas com medo que ela engasgasse com a comida.

Durante o almoço fiquei pensando qual teria sido a coisa que fez Edward mudar de ideia quanto minha aproximação a sua filha. Karl era uma criança linda loira dos olhos verdes e conseguia facilmente convencer as pessoas sobre algo que queria, mas não tinha certeza se apenas seu por favor e os olhinhos brilhante de excitação foram o bastante para convencer Edward Cullen a deixa-la comigo, precisava de mais que isso não é mesmo?

Quando faltava dez minutos para o almoço acabar subi com ela, Edward devia estar louco querendo que trouxesse o mais rápido possível sua filha, então não tinha motivos para ficar enrolando e ter que encontroa-lo nos buscando.

– Karoline Cullen esta entregue. – disse quando entre na sua sala depois de duas leves batidas.

Ele levantou os olhos ate nós parecendo aliviado. Seus cabelos pareciam estar mais bagunçados do que de costume. Seria aquilo fruto de toda sua preocupação? Sem fundamente devo acrescentar.

– Como foi lá querida?

– Foi muitooooo legal papai – disse toda animada – Conheci o tio Emm, ele disse que se eu precisar de ajuda com matemática ele me ajuda.

– Que legal meu amor. – falou sorrindo, ele era tão bonito quando sorria – E obedeceu a tia Isabella?

– Sua filha é muito educada, não deu nenhum trabalho.

– E comi tudinho não é mesmo Bella?

–Isso mesmo. – respondi – Se me derem licença já estou indo. Tchau princesinha.

– Obrigada Bella. – ela disse – Foi muito legal almoçar com você.

– De nada. – respondi virando as costas.

– Gostaria de falar com você antes que fosse embora. – Edward disse quando fechei a porta.

– Isto se eu não sair correndo antes. – murmurei com as costas na parede.

Havia sido muito bom nosso almoço, Karl era uma criança mesmo adorável e educada, e havia gostando bastante dela, não veria problema de dias como o de hoje se repetirem. Quanto a Edward seria um problema.

Comecei a me preocupar com o que é que viria mais tarde, se tratando dele esperava uma ameaça, mas depois de hoje não sei se acreditaria muito. Ele queria eu longe de sua filha, mas permitiu que almoçasse comigo, havia algum tipo de divergências nisso.

Antes que colocasse mais coisas em minha cabeça e perdesse o foco do serviço, tentei lembrar o que tinha para fazer agora, e ao me lembrar corri para a sala de Brant, nós tínhamos que terminar com as cores de brancos.

– Desculpe a demora. – falei quando entrei.

Todos já estavam aos seus lugares, com todos os desenhos espalhados novamente. Dei a volta pela cadeira de Brant e me sentei ao seu lado. Uma breve analisada percebi que ele e Rosalie havia se divertido bastante no almoço, pois soltavam algumas piadinhas internas que não consegui entender.

Boa parte da tarde passamos assim, vez ou outra parando fazer alguma outra coisa na recepção, mas nada de muito grave.

Alguns minutos mais tarde o celular de Brant tocou, ele hesitou alguns segundos para atender, mais no quinto toque cedeu.

– Oi Alice. – disse. – Sim claro... na verdade ela esta aqui do meu lado. – continuou. – É para você. – tirou o celular do ouvido e me entregou.

O dia não tinha como ficar mais estranho mesmo.

– Alô. – atendia incerta

– Oi Bella. – disse ela animada do outro lado da linha – Desculpa ter que ligar para o Brant, mas é que ele passaria mais rápido para você.

– Você tecnicamente acertou. – respondi

Meu celular estava esquecido em algum lugar da minha mesa, não ouviria de todo jeito ele tocar.

– O que acha de almoçarmos amanhã? – perguntou ela.

Toda atenção novamente estava voltada para mim, apenas Brant que seguia com seu profissionalismo, ele não era nada curioso.

– Alice podíamos marcar em um sábado, ou domingo. – falei tentando ser breve – Acho que Brant não esta gostando muito de me achar em outros lugares que não seja na sala dele.

Ele desviou o olhar para mim e dessa vez me olhou curioso.

– Ah claro! – ela disse – Ele me contou sobre Pierri. Mais tudo bem, fechamos nesses dias.

– Certo, beijos. – falei.

– Domingo. – cantarolou desligando.

– Desculpa por isso. – falei toda envergonhada entregando o celular para ele.

– Você tem se desculpado bastante. – comentou.

– A culpa não é minha. – me defendi – Foi você que deixou Alice me tirar daqui ontem.

– Agora a culpa é minha. – resmungou

– Não consigo ver de outra forma. – segurei uma risada depois de sua careta.

– Alice esta de volta? – Rose perguntou se voltando para Brant.

Ele levantou os olhos rapidamente, passou a mão na testa antes de responder. Aquela pergunta pareceu ter incomodado ele.

–Ela apareceu ontem por aqui. – ele se encolheu?

– O QUE? – gritou Rosalie.

Olhei para Âng meia confusa, mas ela parecia estar ainda mais confusa que eu.

– Ei Rose relaxa. – ele disse.

– Como ousa a falar isso para mim? – ela quase gritou – Ela teve a coragem de aparecer aqui! Você sabe desde quando ela voltou?

– Não. – respondeu – Ela não veio ate minha sala se isso te consola, nos encontramos na recepção.

– Ela viria ate sua sala e você sabe disso.

– Não tenha tanta certeza.

Eu olhava o ping pong de palavras a minha frente tentando entender o que se passava, e porque Rosalie estava tão brava com isso, na verdade ela parecia estar chateada também.

– Ela disse que viria? – perguntou, seu rosto estava ficando vermelho.

Cheguei a levantar para deixar os dois sozinhos, não queria fazer parte do que estava acontecendo e tinha quase certeza que eles também não queriam, mas Brant por debaixo da mesa me segurou me impedindo.

– Disse. – respondeu, e voltei a me sentar.

– Cancela tudo o que tenho hoje Ângela. – ela disse se levantando – E quanto a você. – apontou para Brant. – Deveria ter me falado.

Rosalie saiu da sala revoltada e vermelha, Âng recolheu as coisas rapidamente e a seguiu. Ao mesmo tempo que isso acontecia tentava entender o que acabará de acontecer, e não pude não deixar de me sentir culpada. Alice não deveria ter ligado para Brant.

– Se você acha que Pierri e eu somos a terceira guerra mundial. – começou Brant – Espere ate conhecer a quarta e Rosalie sabe mesmo como começar uma. – suspirou.

– Não sei se devo comentar, mas... o que acaba de acontecer?

– Drama feminino. – respondeu – Alice e Rosalie são amigas, ou eram, não sei te dizer direito. Quando Alice foi para a Irlanda não contou a ela , então isso foi uma afronta a Rosie. Eram melhores amigas.

– Péssima hora para Alice te ligar e querer falar comigo. – constatei.

– Péssima hora. – confirmou – Ela querer sair com você, talvez tenha deixado Rose ainda mais irritada.

Não bastava participar dos dramas de Pierri com Brant, tinha arrumado mais um com o Cullen e acabara de me envolver com outro.

– Vou pedir para Alice não ligar para você para falar comigo.

– Não se preocupe. – respondeu. – Isso não irá adiantar. Depois falarei com a Rosalie.

– Ok. – respondi meia incerta.

Não sei como Rosalie iria reagir, as duas eram melhores amigas que agora não eram mais, que ao vir a empresa não foi falar com ninguém mas quis sair com a secretária para almoçar, e agora estava ligando marcar mais alguma coisa.

– Isabella não se preocupe, Rosalie é bastante madura para lidar com a situação.

– É só eu acho que estou entrando em coisas de mais. – falei, não que ele fosse entender do que estava falando.

– Se é sobre Karol almoçar com você...

– Como você sabe?

– As noticias correm. – riu

Brant voltou para seu trabalho e não voltou mais para o assunto, também não terminou o que estava dizendo. Decidi que esse assunto era outro que deixaria para trás, era algo que pretendia não me envolver.

Voltei para meu trabalho e desta vez mantive o foco, esqueci todas as coisas estranhas que havia acontecido e me concentrei no que fazia. Perto da hora de ir embora eu me esquivei de qualquer pessoa. Fiquei na sala de Brant quase me escondendo de todos, esperava que Edward não fosse me procurar na sala Brant para termos aquela conversinha que ele queria ter comigo. E de fato ele não me procurou, achei que ele não queria que ele soubesse da conversa que queria ter comigo. Brant não era curioso, mas ele acharia estranho já que Edward nunca quis falar comigo. Na verdade eu duvidava ate que ele soubesse meu nome antes de ajudar sua filha na semana passada.

Quando Brant saiu para ir embora eu o acompanhei também, aproveitando a deixa.

– Jacob? – peguei o telefone enquanto entravamos no elevador. – Você já esta ai em baixo?

– Estou sim Bells. – falou – Vai demorar?

– Não, estou descendo também. – respondi desligando o celular.

Quando a porta o elevador sai me despedi de Brant e fui ao encontro de Jacob, ele estava a metros de distancia me esperando do lado de fora do carro.

– Eu preciso de um abraço. – falei indo ate ele e o abraçando.

– O que aconteceu sua maluca? – ele disse rindo me abraçando.

– Foram muitas coisas para um único dia. – falei me soltando dele. – Jacob preciso te mostrar.

Peguei meu celular e abri numa foto que havia tirado mais cedo e entreguei o celular a ele.

– Olha isso aqui. Minha infância acabou.

– Isto aqui são lápis de cor brancos? – sua testa franziu.

– Sim. – respondi.

– Como assim? Quantos lápis tem aqui?

– Não faço ideia. – respondi – Mas este aqui chama branco neve. – Brant havia me dito mas tarde o nome deste, pois era a cor que havia escolhido para o vestido.

– E tem a cor de papel higiênico também? – perguntou rindo.

– Fiz essa mesma pergunta para mim mesmo. – respondi rindo.


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Notas finais do capítulo

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