31 Dias de Dezembro escrita por jessy-cullen


Capítulo 7
6º Dia de Dezembro


Notas iniciais do capítulo

Fiquei um pouco chateada, mais de 100 pessoas leram o ultimo capitulo e só uma pessoa comentou. Mesmo assim obrigada por quem comentou. Fez eu feliz! Boa Leitura



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Há dias difíceis e há segundas-feiras

Acabamos chegando ao apartamento mais tarde do que esperávamos, e isso significava que estávamos cansados, a única boa noticia era que hoje estávamos de pé mais cedo do que em qualquer outro.

Pensar que teria que trabalhar e aguentar o mau humor do Cullen desanimava, e piorava quando o sono estava preste a me consumir, teria que fazer uma boa maquiagem ou então usar um óculos escuro para não demonstrar. Meu emprego também dependia de boa aparência.

Abri meu closet e comecei a procurar algo para vestir, não saber o que esperar do dia dificultava a escolha, poderia ter uma reunião com as pessoas mais influentes no mundo da moda como poderia ficar o dia todo no escritório, escolher a peça certa era fundamental e talvez esse fosse um dos maiores problemas. O meu maior problema.

Acabei escolhendo uma camiseta preta básica e vesti rapidamente, peguei uma meia calça escura e uma saia cinza com flores e coloquei tudo rapidamente, me olhei no espelho e vi que estava muito simples, sai procurando algo que ficasse bom e achei uma blusa azul que havia ganhado do Jake e um cachecol branco, me olhei no espelho novamente e gostei do que vi.

Soltei meus cabelos e deixei que eles caíssem em cachos ate o meio das costas, ele nesta manhã estava mais enrolado do que na maioria das vezes, fiz uma maquiagem simples e rápida coloquei um salto alto preto e coloquei o celular dentro da bolsa. Me olhei uma ultima vez no espelho conferindo se eu não havia esquecido de nada e não gostei de perceber que a maquiagem não havia funcionado como gostaria. Corri e procurei um óculos escuro. Suspirei fundo quando achei e completei o look, garantindo a mim mesma que estava pronta qualquer coisa que estivesse por vir hoje.

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Encontrei Jake na cozinha terminando de comer seus ovos mexidos com rapidez, mal terminava de comer o que estava na boca e já colocava outra colher.

Dei um beijo em sua bochecha e baguncei seus cabelos que ainda estavam desarrumados, sai primeiro que ele para o serviço. Segunda-feira era o dia de receber clientes no escritório então chegar mais cedo e deixar tudo arrumado para qualquer eventualidade era quase obrigação, também gostava de falar que segunda-feira é dia do analgésico, impossível passar o dia sem tomar pelo menos um.

Cheguei à empresa vinte minutos antes do horário, cumprimentei os dois seguranças que já estavam à porta em serviço, os dois eram muito simpáticos, porém eram totalmente centrados no trabalho, abriam um sorriso só para o cumprimento de algumas pessoas do prédio.

Peguei o elevador e apertei o botão para o meu andar, dei uma olhada no espelho arrumei o cabelo que tinha bagunçado com o vento, e assim que a porta se abriu, sai e andei sorridente ao ver que as meninas já haviam chegado.

– Bella! – Falou Ângela saindo de sua mesa vindo me abraçar.

– Oi Âng. – falei a abraçando – Tudo bem? – perguntei

– Tudo ótimo. – falou me soltando. – E você?

– Com sono, muito sono. – falei dando a volta na mesa e dei um beijo na bochecha de Emily – Oi.

– Oi Bella. – falou ela

– Sono? Isso indica que o final de semana foi bom. – Âng disse com um sorriso malicioso.

Emily parou o que estava fazendo e olhou minha reação com o mesmo sorriso no rosto.

– Sorridente de mais. – avaliou mordendo a caneta pensativa.

– Engraçadinha as duas. – respondi colocando a bolsa em minha mesa. – Ontem fui com Jake visitar minha mãe, saímos de lá tarde, fomos chegar aqui de madruga.

– Isso explica o sono. – Âng disse decepcionada e eu tive que rir. – E o óculos de sol.

– Mas não explica ela chegar cedo. – avaliou Emily em voz alta – Era para estar atrasada.

– Em plena segunda-feira? – perguntei – Não muito obrigada, coloquei o despertador do meu celular e do Jake para tocar, e caso não ouvíssemos nenhum dos dois, coloquei um que tem no quarto dele. – falei orgulhosa de mim mesma.

– Bella exagerada? Imagina – disse ela ironicamente

– Ficaram fazendo o que na casa da sua mãe? – Emily perguntou voltando ao assunto anterior. – É só curiosidade.

– Emily já disse que não tenho nada com Jake se é o que esta pensando. – ri, ela sempre me importunava sobre esse assunto, não conseguia acreditar que eu pudesse ter um amigo sem segundas intensões da parte de um dos dois ao menos. – Mais respondendo sua pergunta, fomos decoração a casa para o natal, estou morta alias.

– Não acha que esta atrasada para a decoração? – Âng perguntou.

– Não se estiver seguindo outro calendário. – respondi.

– Suas piadas não tem a menor graça Bella, sabe disso não é? – Emily falou.

– Tenho a confirmação toda vez que vocês não entendem.

– Essa eu entendi. – Âng falou muito orgulhosa de si.

– Um ponto a Âng.

– OK. – Emy acabou com o assunto – Tira este óculos, deixe-me ver o estrago de uma noite acordada.

Sem muita vontade de fazer o que pedirá tirei lentamente, e ela caiu na gargalhada, eu devia mesmo estar péssima.

– Vem cá. – Chamou Emy quando parou de rir – Seu trabalho com a maquiagem não está escondendo nem a sua espinha.

– Onde? – gritei buscando algo anormal no meu rosto.

Ela me olhou assustada e Ang se apressou em responder.

– Ela teve sérios problemas com espinhas na adolescência, agora tem um trauma.

– E eu pensava que era a única maluca. – comentou mais para si mesma do que para alguma de nós.

Emily me fez acompanha-la ate o banheiro e tratou de esconder minha cara de sono e minhas olheiras com seu pó milagroso como tinha intitulado. Me arrependia de ter aceitado uma partida de corrida com Jacob ontem, porque não sai do vídeo game enquanto não o venci.

Voltamos em menos de cinco minutos.

– Alguém já chegou? – perguntei me sentando e girando na cadeira.

– Não. – falou Âng jogando uma bola de papel em minha direção.

– Ei! – reclamei quando o papel atingiu minha cabeça.

– Agora pare de girar antes que o Cullen chegue e a pegue dessa maneira. – completou Âng se sentando apontando para mim.

– Ok, voltando ao trabalho. – falei girando a cadeira parando de frente para a mesa.

Mal terminei de girar e ouvimos a porta do elevador se abrir. Essa porta era como um aviso, já que toda vez ela fazia um barulhinho do tipo Plin quando abria. Era ótimo na maioria das vezes.

Âng me olhou com aquele olhar de “eu te avisei” e abriu umas pastas tranquilamente começando o seu trabalho, Emily pulou da cadeira, ela ainda estava com a caneta na boca e acabou levando um susto e se apressou a ligar o computador. Segurei o riso e liguei o computador esperando que o Cullen não estivesse chego à empresa tão cedo.

Este momento poderíamos compara-lo com aquele filme “A Proposta” onde a editora chefe chegava e todos voltavam ao trabalho, só inverter o papel para um homem e poderíamos nos sentir no filme literalmente.

Passos de salto agulha foram ecoando enquanto Rosalie se aproximava de nós, como sempre estava muito bem vestida. Rosalie era o tipo de mulher que todos os homens gostariam de ter como namorada, já as mulheres se sentiam mal só por estar no mesmo lugar que ela. Alta, pele branca e cabelos loiros que caiam graciosamente em ondas ate o meio das costas se destacava com o lindo sobretudo vermelho, todos tínhamos que admitir que ela não só entendia de moda como também usava isso ao seu favor, já não podíamos dizer o mesmo sobre Pierre que vinha atrás dela com duas sacolas rosas.

– Bom Dia. – falou Rosalie educadamente quando chegou à recepção.

– Bom dia – falamos em uníssono.

Rosalie não era nenhum monstro como o senhor Cullen, mas não era a pessoa mais calorosa e educada do mundo, sua personalidade era muito forte seu ar sempre superior, nunca sabíamos quando ela estava feliz e quando ela estava triste, sempre do mesmo jeito, alguns sorrisos, alguns bom dias e nada mais. A única pessoa com quem ela falava e podíamos ver seu outro lado era com o Cullen, eles tinham discussões que eram impossíveis não serem ouvidas, e era a única que já tinha visto pegar no pé do Cullen em algumas de suas decisões. Digamos assim que eles eram amigos, um relacionamento estranho, porém amigos. Era ate difícil de compreender.

– Booooom diaaaa, flores do meu lindo jardim cor de rosa. – Pierre falou exagerando no “bom dia”.

– Bom Dia Pierre – falei

– Bom Dia! – Emy e Âng falaram depois de mim.

– Temos muito trabalho hoje meninas. – falou ele – Venha comigo Bella e me ajude com essas sacolas, tenho algo para você.

Levantei meio desconfiada e Roselie me lançou um sorriso de conforto, peguei as sacolas da mão de Pierre e seguimos ate sua sala.

Olhei para as cores da sacola e meus olhos chegaram a doer de tão rosa que era, comecei a ficar preocupada, Pierri não era de aparecer com roupas que não fossem ternos no serviço, mas com a cor dessas sacolas comecei a me assustar.

– Hoje esta marcado quantas reuniões? – perguntou sentando em sua cadeira giratória.

– Ate agora? – perguntei e antes que ele me respondesse continuei - Uma reunião apenas foi confirmada. – respondi.

– Será onde? – perguntou

– Aqui na empresa na sala de reunião privada. – falei – Será às 10 horas e já esta tudo pronto.

– As exigências maravilhosas do deus grego já estão providenciadas?

– Sim, Emily já deixou tudo pronto.

Este era meu relacionamento com Pierre, no caso parecia ser sua secretária.

– Maravilhoso. – falou girando a cadeira e pegando uma sacola do chão e colocando a minha frente. – Isso aqui querida é especialmente para você, vamos abra. – apressou ele

Minha reação foi um misto de alivio e surpresa.

– Para mim? – perguntei desconfiada.

– Claro, estou com cara de quem esta brincando? – perguntou

– Desculpa – falei rindo de sua cara de sério.

– Vamos sente-se e abra – falou ele empolgado

Sentei-me em uma das cadeiras que ficava a frente de sua mesa e pequei a sacola.

Abri e dentro dela tinha uma caixa grande, a retirei de lá e a apoiei na mesa tirando a tampa com cuidado. Ao terminar de abrir minha boca se abriu em um grande “O”, dentro da caixa havia um vestido azul marinho.

– Pierre! – exclamei admirada com o vestido.

– Eu sei, eu sei, tenho um ótimo gosto. – falou se gabando – Deve ser por isso que hoje trabalho com moda. – falou pensativo.

– Pierre não posso aceitar. – falei

– Não pode como deve aceitar. – falou – Meu presente para você de... ah tanto faz. – falou jogando a mão para trás.

Cogitei a ideia de discutir com ele o fato de eu não poder aceitar, mas a discussão levaria horas, assim como eu tinha uma breve ideia de como acabaria. Eu aceitando.

– Pierre, porque um... vestido? – perguntei

– Porque minha intuição diz que você vai precisar. – deu de ombros – E também achei um arraso e você é a pessoa certa para usar. – Comprei um para minha esposa também, na verdade três.

Me segurei para não e meu alivio foi ainda maior, nada nas sacolas chativas eram dele, graças a Deus.

Uma batida foi ouvida na porta e me virei ao mesmo tempo que Brant passava por ela. Ele olhou atentamente a sala e parou seus olhos em mim.

– Preciso da senhorita Isabella. – falou e eu constrangida assenti e abaixei a cabeça.

Tanto lugar para Brant me encontrar nesta empresa teria mesmo que ser quando estou justamente na sala de Pierre ganhando um vestido que deve ser um horror de caro, quando na verdade deveria estar fazendo o meu trabalho?

– Bom dia Brant. – quase cantou Pierre e sorriu abertamente.

– Olá Pierri. – ele se aproximou e deu um aperto de mão nele.

– Pode me acompanhar? – perguntou.

– Claro. – respondi o seguindo - Obrigada Pierre. – agradeci quando cheguei a porta.

– De nada purpurina. – falou com um sorriso. – Você deveria pedir para o azedo do Brant te chamar de qualquer coisa menos, senhorita. Será que ele não percebeu que você trabalha para ele mais tempo do que essas formalidades exigem?

Fechei a porta rindo concordando com o que havia falado, mais havia custado muito fazer com que Brant me chamasse apenas de Isabella e não pelo meu sobrenome, que não valia a pena pedir que parasse com “senhorita”, afinal não era sempre que ele se referia a mim desta forma.

Brant abriu a porta de sua sala e esperou que entrasse para então fechar. Era nesses momentos que meu lado sonhadora entrava em ação, ficava admirada com esses pequenos gestos como toda mulher ficaria. Ainda mais quando a pessoa que fazia isso era um tremendo gato.

Parei um instante admirando sua beleza, hoje ele estava mais social, com uma camisa branca gravata preta, calça da mesma cor e um blaze marrom escuro, e estava com um óculos escuro. Ri internamente pela coincidência, será que a noite dele havia sido parecida com a minha?

Tive a resposta em seguida quando ele retirou os óculos e não havia sinal algum de que passou a noite jogando vídeo game, ou então uma noite de bebidas com amigos, ou qualquer coisa parecida.

– Primeiramente me desculpe, Pierri ...

– Não precise se desculpar – me interrompeu – Espero que ele não tenha feito o que acho que fez.

– O que seria isso? – curiosa perguntei.

– Não há importância agora. – resolveu me deixar ainda mais curiosa – Precisarei cobrar de Pierri toda vez que tiver que procura-la. – sorri amarelo.

– Darei um jeito nisso. – falei.

– Não se preocupe consigo dividir minha assistente. – falou com um sorriso e se sentou. - Agora faz um favor para mim, reserve uma mesa para cinco pessoas neste restaurante em meu nome. – me entregou um cartão preto.

– Para que dia? – perguntei

– O dia que estiver disponível de preferência para esta semana. – falou

– Certo.

Deixei a sacola do lado de minha mesa e sai, mal fechei a porta e fui bombardeada por perguntas das meninas que agora não estavam mais ocupadas com seus trabalhos.

– O que Pierre tinha para você? – Ang foi a primeira a perguntar

– Bella o que é?

– Calma meninas. – falei rindo – Mostro para vocês no horário do almoço, se o Cullen chegar e ver que não estamos trabalhando, ele vai ficar bravo.

– Me fala o dia que ele não esta bravo? – Emily perguntou e eu tentei lembrar algum, mas todas sabíamos que esse dia não existia.

– Talvez quando ele vem com filha. – Âng falou baixinho apontando para o elevador.

Não havia percebido que alguém acabava de sair do elevador, seguimos o olhar de Âng e encontramos a Fera do Cullen abaixada arrumando o cadarço do tênis de sua filha. Ela balançava os bracinhos e falava algo com o pai e por um segundo não diria que esse era o mesmo Cullen que trabalha com nós.

Ele falava algo animado com ela, mas sua expressão mudou quando ele se levantou e pegou na mão da menina começando a andar em nossa direção, era a mesma face de sempre, fria e surreal.

Desviamos o olhar rapidamente e voltamos ao trabalho, Emily se levantou com sua pasta preta e ficou a espera do Cullen. Rapida e eficiente.

– Bom dia senhor Cullen – disse ela educadamente.

– Quantas reuniões? – perguntou ele, sem responder o bom dia de Emy.

Parei o que estava fazendo e o encarei, não acreditava que ele era tão frio, na verdade ainda não tinha acostumado com o jeito que ele tratava Emily.

– Oi Bella. – Caroline falou se soltando da mão de seu pai e vindo ate mim.

– Oi Karl – falei dando um beijinho em sua bochecha.

– Uma reunião ate agora confirmada, esta tudo pronto para começar – falou Emily, mas a atenção do Cullen estava voltada para mim e sua filha.

– Como você esta bonequinha? – perguntei – Melhorou da febre?

– Estou muito melhor. – falou sorrindo – Vim trabalhar com o papai hoje.

– Estou vendo ...

– Vamos Karol - chamou ele em um tom educado forçado.

– Tchau Bella – ela deu um beijinho em mim.

– Tchau, espero que se divirta – não achava que ela iria, mas não precisava dizer isso a ela.

Os dois entraram na sala dele e Emily os seguiu, Âng voltou sua atenção para o que quer que estivesse fazendo em seu computador, e fui ligar para o restaurante que Brant me pediu.

Durante as horas que se passaram tive que resolver um problema com a entrega da nova coleção que durou duas horas, já estava ficando louca, quando finalmente o problema foi resolvido, mas duas reuniões foram confirmadas e dois clientes apareceram para resolver algo com o Cullen, o segundo homem deixou ele bravo e o mesmo saiu com cara de esgotado, Edward conseguia fazer isso com qualquer um era incrível essa capacidade dele. Âng por volta das nove horas saiu com Rosalie atrás de algo que não consegui ouvir por estar no telefone, o Cullen quase dez minutos depois, mandou que Emily fosse para outra reunião onde ele não poderia estar.

– EU NÃO CONSIGO ESTAR EM DOIS LUGARES AO MESMO TEMPO. – foi o que ele gritou quando saiu da sala mandando que Emy assumisse seu lugar.

Ela quase pirou, pois estaria representando o Cullen para fechar um negocio considerado importante, mas não teve escolha e saiu apressadamente. Acabou ficando eu Brant e o Cullen na empresa, e estava quase chorando por não ter nenhuma das meninas na reunião que aconteceria daqui a vinte minutos.

Olhei no relógio pela quinta vez, parecia que as horas hoje não estavam passando e a cada minuto que se passava era torturante saber que a reunião se aproximava.

– Preciso que o retire da reunião de hoje. – me assustei quando o Cullen parou em minha frente e entregou uma pasta.

– Mas falta quinze minutos para começarmos... ele já chegou, me ligaram a uns dez minutos confirmando sua presença.

– Não interessa, ele não será util na reunião de hoje. – disse grosseiro. – Apenas faça o que pedi.

– Me desculpe senhor Cullen, mas as coisas não funcionam desse jeito. Você não pode manda-lo embora assim, ao menos tem que ter uma desculpa plausível. – me arrependi quase no mesmo instante em que havia pronunciado essas palavras.

– Você não pode me dizer o que posso ou não posso fazer aqui na minha empresa. – disse entre dentes.

– Me desculpe. – não foi tão sincero quanto gostaria que parecesse.

Sem esperar uma resposta e correndo o risco de deixa-lo mais irritado virei as costas e sai andando ate a sala de Brant. Não que fosse uma pessoa muito nervosa ou de sair batendo as portas dos lugares, mas naquele momento desejei que a sala dele fosse minha e eu pudesse bate-la com muita força para ter certeza que minha indignação estava sendo ouvida.

Sentei em minha cadeira e fechei os olhos respirando fundo três vezes antes de pegar o telefone e discar para a recepção do quinto andar.

– Bety! – falei.

– Oi Bella. – respondeu do outro lado da linha – Estamos só aguardando para começar.

– Mudanças de planos. – falei resignada – Preciso que... – olhei o nome do cliente na pasta que ele havia me entregado – Jim, não participe da reunião.

– Como é? – quase gritou. – Ele é o cliente mais interessado.

– Acabou de ser banido da reunião.

– Esperarei por Emily então.

– Não – respondi rápido – Eu descerei e falarei com ele.

– Bella, você não sabe onde acaba de se meter. – me desejou boa sorte e desligou.

– Droga! – praguejei e bati o telefone no gancho.

– Esta tudo bem ? – perguntou Brant.

Assustado olhei em sua direção havia me esquecido que ele estava na sala e presenciando tudo.

– Desculpe por isso. – apontei para o telefone.

Levantei e fui a passos determinados para a sala de reuniões, fiquei repetindo a mim mesma que era capaz de expulsar com delicadeza Jim Spilder o homem mais influente no mercado como li no relatório. Era difícil conseguir a presença dele pessoalmente em reuniões como essa, ele ficaria ultrajado a ser expulso de uma.

Era fácil como Emily e Âng já haviam me ensinado, era basicamente andar firme, ter um olhar ousado e decidido, mostrar confiança ao falar e depois dar as costas com classe.

Era bem fácil na teoria, era a pratica que me assustava. Conseguir expulsar alguém com classe de uma reunião como essa deveria ser trabalho dos seguranças, quem mais conseguiria fazer se não eles?

Emily e Âng era uma delas.

Respirei fundo quando entrei na sala, chamei por ele que me acompanhou ate o lado de fora, sorridente. Ele aparentava ter em torno de quarenta e cinco anos, vestia-se impecável e me cumprimentou com um aperto de mão. Sua simpatia era notável, mas quando pronunciei as palavras, o homem se transformou.

– Não estou entendendo senhorita.

– Me desculpe senhor, mas mudamos o curso da reunião, sua presença...

– Você sabe com quem esta falando? – gritou ele apontando o dedo na minha cara.

– Claro senhor.

– Então por favor se retire, pois estou perdendo a paciência.

– Não posso permitir que participe, enviarei os esclarecimentos.

– Esclarecimentos? Esta ficando louca mocinha? – gritou ainda mais alto, seu rosto ficando vermelho de raiva.

Realmente esclarecimentos via e-mail? Não era bem legal de se fazer, mas era o protocolo.

A gritaria chamou a atenção de todos e Bety correu ao meu socorro ficando de longe observando a situação a qual havia me metido.

– A reunião esta encerada para o senhor. – fui firme em meu tom.

Do jeito que havia visto Emily fazer dei as costas para ele, mas isso não bastou como bastava para minha amiga, ele me puxou pelo ombro fazendo-me assustar. Sua mão pesada chegou a machucar meu ombro, e dei dos passos para trás.

– O que esta acontecendo aqui? – Brant disse perto de mim.

Isso assustou tanto a mim como a todos presentes, na mesma hora Jim tirou as mãos de mim e Bety aproveitou a deixa para me puxar para trás.

– Você foi ótima Bella. – disse – lamento ter chegado a este ponto.

– Brant teve que assumir por mim. – falei

– Não se preocupe. – me consolou. – Emily precisa sempre de alguém nesta parte também.

– E como ela nunca me disse isso? – perguntei indignada.

– O segurança foi ao banheiro. – disse se desculpando – Má sorte eu diria.

– E eu diria que o dia esta apenas começando. – resmunguei.

Em alguns minutos Brant já havia resolvido tudo, aproveitei o momento e corri para buscar minhas coisas e voltar para a reunião. Ele me aguardava do lado de dentro da sala.

– Da próxima vez tente levar alguém com você. – foi seu conselho a minha humilhação.

– Me lembrarei disso. – sussurrei

– A proposito, você foi ótima! – me elogiou animado – Aquele negocio de dar a ultima palavra jogar os cabelos e sair desfilando... Teve bastante impacto.

Olhei para ele surpresa, havia jogado o cabelo? Havia desfilado?

Fechei a porta da sala e me sentei no meu lugar, no fim da mesa perto da saída. E me distrai um pouco com o que se passava na reunião.

Olhei cada rosto dentro daquela sala e não fiquei surpresa por não reconhecer ninguém. Talvez alguns de reuniões passadas, mas não havia tanto tempo que participava de uma. Comecei a anotar o máximo de coisas importantes que conseguia escrever, não era de falar nas reuniões, nunca tinha algo a acrescentar e duvidava que fosse falar algo extremamente importante que fosse de fato mudar alguma coisa ou fazer a diferença, talvez existia aquele código invisível de que pessoas como eu não podia comentar e dar sua opinião, não que isso fosse realmente verdade.

O que havia acontecido com Jim não havia me chateado tanto como o pedido de Edward, ate podia entender sua atitude, não que concordasse que me agredindo era o melhor método de resolver as coisas, mas não me importava em deixa-lo falar pessoalmente com Edward e pedir esclarecimento, eu mesma permitiria esse acesso. As consequências? Eu lidaria com isso depois.

Enquanto a reunião transcorria, vários pontos estavam sendo abordados, era um tipo de reunião para decidir as coisas para o próximo ano, fornecedores e uma infinidade de ideias para melhorias, nada iria se resolver nesta reunião, precisaria de pelo menos mais duas, as ideias convergiam muito, e Edward não facilitava.

Gostava de admirar a postura de Brant, nunca tinha conhecido um homem como ele, não importava a situação que estivesse nem mesmo que suas ideias tivessem sendo rejeitadas, ele permanecia calmo com a mesma postura profissional de sempre. No lugar dele eu pararia de dar ideias já que Edward fazia questão de dizer que era ruins, mas isso não o abalava nem um pouco e ele continuava participativo.

Ficava pensando comigo se Brant não era uma pessoa de poucos sentimentos, era difícil algo chamar sua atenção, difícil sair discutindo com as pessoas, havia apenas uma exceção para Pierri, e era mais difícil ainda ele perder sua postura. Era o poço de calma e profissionalismo que era perturbador de mais. Me pegava pensando sobre seus reais sentimentos a tudo que se passava, porque bem saiba que ele tinha, mesmo que não ficassem a mostra para todos.

Em certo momento da reunião me levantei fiz um café e trouxe para Brant, mostrar de algum modo que estava apoiando suas ideias. Ele aceitou e sorriu para mim em agradecimento.

– Quer algo para dor de cabeça? – sussurrei.

– Edward quem esta precisando. – sussurrou de volta.

– Se fizer isso, tenho certeza que irá levar para o lado pessoal. – respondi

Brant deu uma risadinha e voltou sua atenção para a reunião.

Meus olhos foram imediatamente para Edward que estava olhando para mim!

Olhos tão frios sem emoção e estavam me encarando, sem vergonha de saber que acabara de pegar ele no fraga me encarando! Ele sustentou meu olhar por um período infinito e só desviou quanto alguém o chamou.

Isto aconteceu algumas vezes durante a reunião, fiquei imaginando que consequências teriam ao enfrenta-lo, onde é também que estava com a cabeça para falar aquilo para ele?

Aquele episodio mais cedo só devia ter o deixado mais furioso e tinha uma leve desconfiança de que havia feito mais alguma coisa para deixa-lo bravo. Mas não conseguia pensar em algo que sustentasse essa tese.

– Acho que eu preciso dos analgésicos. – disse para mim mesma.

– Pegue. – Brant me entregou os comprimidos que tinha deixado antes a sua frente.

Coloquei dois na boca de uma vez, e Brant retirou os outros dois da minha frente, acho que neste momento ele pensou que iria me afogar nos comprimidos, pois os colocou dentro de seu bolso, deixando bem longe e bem seguro de mim.

– Todos precisamos de uma folga. – disse Emily quando voltamos do almoço.

– Eu só preciso de uma noite de maratona de serie. – disse. – E acordar bem tarde no outro dia.

– Não acha que esta grandinha para isso?

– Nunca, nunca e nunca mais repita isso. – disse a Âng. – Ninguém é velha o bastante para ter um dia ou uma madrugada de series.

– Ou se perder aos encantos de Barry Allen. – Emily continuou rindo.

– Exatamente. – respondi satisfeita.

– Mas voltando ao assunto anterior. – disse Âng – Você não nos deu detalhes da reunião e nem mesmo sobre Jim Spilder.

– Esse tipo de coisa a gente não comenta – fui categórica – Basicamente Brant me salvou.

– Ownt! Brant é seu herói. – Emily falou rindo muito.

– Ele pode ser seu herói se quiser. – disse – Chame-o da próxima vez.

– Mais é obvio que não. – respondeu rapidamente como se aquilo foi uma loucura a se fazer. – Não iria conseguir falar nada com ele perto de mim. Ele me desconcerta.

– Quem Brant não desconcerta? – essa pergunta veio de Âng e eu tive que concordar com ela.

– Como consegue lidar com o Cullen então? – perguntei.

– Há diferencias absurdas, do tipo. – começou ela – Edward é frio já ajuda muito a lidar com ele todos os dias.

– Há claro. – disse rindo.

– Não que ela não babe por ele todos os dias em segredo. – zoou Âng

– Eu tenho ética profissional, ta legal?

Não aguentei e comecei a rir, Emily era do tipo que se encantava facilmente , nem mesmo com toda a frieza de Edward não tirava seu encanto, por ele ou por Brant. Ela era a maior fã deles e não escondia isso de ninguém, apenas deles próprios.

Quando saímos do elevador não dei três passos e praticamente fui atingida por uma garota baixinha que andava em nossa direção sem olhar para frente.

– Desculpe! – ela se apressou em dizer.

– Olá Alice. – cumprimentou Emily.

– Oi Emy. – respondeu sorridente.

A garota parecia uma fadinha, era baixinha parecia ter entre 17 e 18 anos, era branquinha de cabelos escuros e curtos que iam para todas as direções, tinha olhos verdes e vestia-se muito bem, com um vestido azul e meia calças acompanhado de um sobretudo e um salto bem alto.

– Uau, sua roupa é linda! – ela disse para mim me analisando com seus olhos brilhando de animação.

– Obrigada! – respondi sorrindo

– Você é Isabella! – praticamente gritou e deu uns pulinhos engraçado.

A garota era pura energia e simpatia, nunca tinha visto ela por aqui, mais as meninas pareciam conhecer.

– Pode me chamar de Bella. – disse.

– Você salvou minha sombrinha! – gritou de novo, mas dessa vez os pulinhos não acompanharam – A proposito sou Alice Cullen. – estendeu a mão para mim.

– Do tipo irmão de Edward? – foi à única coisa que consegui dizer devido ao choque.

– Exatamente. – respondeu alegre e eu aceitei sua mão.

A garota não se contentando com o aperto de mão me puxou para um abraço e eu constrangida a abracei de volta. Todos os Cullen não deveriam ser mal humorados?

– O que faz por aqui Alice, pensei que estava na Irlanda. – Ang começou uma conversa.

– E estava, ate saber do ocorrido da semana passada. – disse – Estava procurando por você Bella.

– Por mim?

– Queria agradecer pessoalmente pelo o que fez por minha sobrinha.

– Não foi nada. – respondi

Alice era maluca? Ela veio da Irlanda só para me agradecer pessoalmente? Não podia pensar que era por isso.

– Será que poderíamos almoçar juntas? – ela perguntou – Queria agradecer pelo meu irmão, acho que ele não disse nada como um obrigado.

– Depende do que ele chama por obrigado. – respondi e depois me arrependi.

Praticamente estava falando mal do chefe da empresa e irmão dela, acho que estava gostando de andar em uma zona de perigo, só isso poderia explicar minhas atitudes.

– Imaginei. – ela respondeu descontente – O que acha?

– Não precisa se incomodar Alice, esta tudo resolvido. – afinal eu não tinha sido demitida, nem aquele dia e nem o outro, poderia muito bem aceitar esse tipo de obrigado da sua parte sem reclamar.

– Ah Bella vamos lá, não vamos demorar, realmente gostaria de agradecer de alguma forma.

Como recusaria isso?

– Desculpa Alice, mas já almocei. E não precisa me agradecer por isso. – disse – De verdade não foi nada de mais.

– Ora quem chegou da Irlanda e esta por aqui. – disse Brant quando saiu de sua sala.

– Brant! – ela gritou, mas seu gritinho foi diferente dessa vez, tinha um tom de adoração em sua voz.

Ela saiu de perto de mim e se jogou nos braços de Brant o abraçando forte.

– Já iria procurar você. – ela disse quando se afastou. – Estava com saudades.

Ele apenas sorriu e olhou em volta reparando em mim e nas meninas que ainda estávamos paradas perto do elevador.

– Espero que não tenha assustado Isabella. – ele disse.

– Claro que não, estava convidando para almoçar comigo. – respondeu ela com um sorriso bem largo. – E estava preste a aceitar.

Como é que é? Eu não estava de todas as formas tentando recusar o almoço de agradecimento? O que havia perdido?

– Vou leva-la perto, prometo não demorar. – disse e deu um beijinho em sua bochecha.

– Mas... estou em horário de serviço. – tentei argumentar.

– Brant não vai ligar. – disse – Vamos então. – ela juntou o braço dela com o meu e praticamente saiu me arrastando.

Olhei para as meninas confusas e tentei ver a reação de Brant, que patrão gostaria que sua assistente saísse quando havia acabado de voltar do almoço?

Brant provavelmente não existia porque sua resposta foi bem diferente do que estava imaginando.

– Alice só tente trazer Isabella, certo? Preciso dela trabalhando comigo por um bom tempo ainda.

– Ele praticamente acabou de dizer que esta efetivada! – Alice disse entre risos. – Parabéns, não é sempre isso viu.

– Ela vai me difamar. – ouvi resmungando quando a porta do elevador se fechou.

De fato Alice nos levou para um lugar perto do serviço, era uma sorveteria que ficava do outro lado da rua e sempre estava movimentada, porém por já ter passado o horário de almoço, estava quase vazia. Sentamos-nos em um das mesas e fizemos nosso pedido.

– Obrigada Bella, de novo. – começou ela.

– Já disse que não foi nada Alice. – ri.

– Mas queria agradecer mesmo assim. – continuou – Edward me disse sobre você pelo telefone, achei que não tivesse agradecido da forma certa. Meu irmão não é muito receptivo.

– E acho que em seu dicionário não tem a palavra obrigado. – comentei.

– Não! De fato essa palavra não existe para ele. – ela riu e eu a acompanhei. – As coisas são mais difíceis do que parece, então não leve para o lado pessoal, ele realmente ficou agradecido pelo o que fez, só não sabe agradecer.

Assenti, não que eu concordasse, não acho que por mais que as coisas fossem difíceis tínhamos o direito de agir como ele. Resolvi mudar de assunto, não é porque ela queria me agradecer que tinha que continuar no mesmo assunto não é mesmo?

– Mas não me diga que veio da Irlanda só para me agradecer.

– Você tem parte na historia. – ela riu – Mas não, Edward não gosta de admitir as coisas, mas ele precisa de ajuda com Karol, em menos de seis meses ele despediu quatro babas, alegando que não sabia cuidar direito da minha sobrinha, a ultima ate mereceu.

– Essa tenho que concordar. – disse.

– Como estamos em época de festa decidi voltar, não era meu plano, mas ele fica mais tranquilo quando ela esta com alguém da família. Então entrei na jogada.

– Pelo menos ele é mais flexível com a irmã. – comentei

– Edward é um chato, mas sabe se comportar.

Quase gritei, VOCÊ TEM CERTEZA?

– Você deve achar que sou maluca não é, por achar que ele sabe se comportar. – como será que ela sabia o que estava pensando, resolvi ficar quieta e deixar que ela continuasse. – Mas ele nem sempre foi assim, era um irmão bem legal, e uma pessoa muito boa também, aquele mau humor todo é só reflexo do que ele tem passado durante os anos.

Fiquei pensando se isso tinha a ver com suaesposa que havia morrido, ou com aquele porta retrato de uma mulher e um menininho que estava sobre sua mesa. A curiosidade para saber se eles eram a esposa e o filho dele foi grande que quase cheguei a perguntar para Alice, mas não achei que tivesse o direito de saber.

– Mas mudando de assunto, o que tem achado de trabalhar na Lanvin, você é nova aqui.

– Faz pouco tempo que comecei. – respondi – Tem sido uma experiência bem legal, é tudo muito novo.

– É fascinante não é mesmo?

– Se gostar de flashs e desfile realmente é.

– De moda posso ver que você gosta.

– Não como Brant ou Pierri. – disse eu trabalhava com duas inspirações, três na verdade contando com Rosalie, era quase impossível não ver as coisas com os olhos deles.

– Eles são verdadeiros talentos. – ela riu – Gostou de trabalhar com Brant?

– Estou mais fascinada com a facilidade que me tirou da empresa, é só você chegar e dizer que quer almoçar comigo e pronto?

– Ninguém consegue ir contra mim. – disse toda orgulhosa de si mesma – Mas geralmente funciona assim mesmo.

Ri. Alice era tão espontânea e simpática, irradiava alegria e disposição, muito diferente de Edward, talvez o que se assemelhassem era na cor dos olhos, porém os de Alice eram alegre e cheios de vida, já os de Edward eram frios e a alegria que um dia pudera estar ali estava esgotado, do tipo sem provisão para voltar.

– Brant é todo legal, mas vou escutar dele um sermão do tipo que leva duas horas. – se queixou.

– Melhor irmos então, e quem saiba ele diminui esse tempo de sermão.

– Não acho que vai acontecer. – ela disse e pulou da cadeira.

Tudo que Alice fazia era pulando? Foi essa impressão que tive.

Voltamos para a empresa e me assustei quando olhei no relógio, havia ficado com Alice uma hora e meia conversando, e ainda ela fez questão de combinar de almoçar comigo um outro dia . Pegou meu numero de telefone e tudo para combinarmos, mas se tivesse uma próxima vez, eu teria que ser estar com um relógio para não extrapolar como hoje.

Ela se despediu de mim e foi direto para a sala de seu irmão, antes que Brant tivesse que me procurar corri para sua sala. Hoje o dia estava tão estranho que precisava de certa normalidade.

– Desculpa a demora. – falei me desculpando, eu tinha que parar com isso.

– Só espero não perder você para ela, como estou perdendo para Pirrei.

Com Pierrei era pura implicância, mas com Alice senti um tom de verdade vindo dele que raramente acontecia. Não que ele falasse mentira, mas sim pelo fato disso mexer com ele a ponto de comentar.

O que será que ele acharia se contasse que ainda essa semana podíamos sair para almoçar juntas?

– Pela sua cara já combinaram de ir fazer comprar no shopping. – ele comentou rindo.

– Almoço na verdade.

– Cuidado – ele me alertou – Uma vez amiga daquela baixinha é para sempre.

– Isso soa assustador.

– Só ira soar assim quando ela te convidar para fazer compras, ate lá esta imune. – foi seu ultimo comentário.

Fiquei pensando sobre isso por algum tempo enquanto fazia meu trabalho, Alice parecia ser uma pessoa legal e pareceu gostar de mim e havia gostado dela também, parecia ser um pouco hiperativa mais mesmo assim uma ótima pessoa. Talvez fossemos ser amigas, porque diferente das pessoas aqui, ela não tinha medo de se aproximar e fazer amizades, era uma ótima qualidade dada à posição dela aqui. Afinal o que ela era? Simplesmente a irmã do dono da empresa.

Mas será que essa aproximação seria legal? Edward não pareceu gostar de minha eminente aproximação de sua filha, será que se estendia a sua irmã?

Fiquei mais preocupada com isso quando recebi uma mensagem de Alice já marcando o dia para nosso almoço.

E não poderia estar mais certa em me preocupar com isso, quando todos praticamente haviam ido embora, fiquei mais um pouco para terminar o serviço que acabou se acumulando. Eram tantas coisas que precisava digitar que estava ate cansada de olhar para o monitor do computador, mas se deixasse para amanhã seria muito pior.

Naquele dia não havia visto mais o Cullen, mas também deveria imaginar que viria a minha procura, depois de ter saído com sua irmã, e foi exatamente o que aconteceu naquele fim de dia.

Ele entrou pela sala de Brant sem nem bater e se sentou a minha frente com as mãos cruzadas sobre a mesa.

Fiquei sem reação e confesso que fiquei com um pouco de medo de estar ali sozinha com ele, ainda mais com ele me encarando tão firme, permanecemos alguns minutos sem nos falar, ate ser o primeiro a se pronunciar.

– O que você e minha irmã falaram? – tão direto ele.

Subitamente tomei coragem, não estava com medo de perder meu emprego como na semana passada, não era uma garotinha assustada certa?

Desafiando todas as coisas respondi.

– Ótima escolha de palavras, será que preciso estar acompanhada de um advogado para responder suas perguntas?

– Você é muito corajosa para falar comigo dessa forma. – disse entre dentes.

Realmente eu era mesmo, não tinha como explicar minha atitude.

Ele levantou uma sobrancelha esperando que eu falasse algo, temendo levar alguma bronca já que minha súbita coragem havia passado, resolvi responder.

– Não falamos nada de mais.

Não respondi isso porque não queria que ele soubesse de nossa conversa, mas por de repente tinha me dado um branco geral.

– E ficaram quase duas horas falando sobre nada – apontou

– Como sabe que foi quase duas horas? Por um acaso estava me espionando?

Edward se constrangeu um pouco mais se recuperou tão rápido que pensei ter imaginado isso.

– Tenho coisas para fazer, do que ficar atrás de funcionaria.

– Na verdade sua irmã foi bem mais legal que você. – apontei ressentida – Quis agradecer a mim por algo que você não conseguiu fazer.

Ele levantou ainda mais as sobrancelhas de modo inquisitivo, me desafiando silenciosamente.

– Sabe o que ela me disse? O.b.r.i.g.a.d.o. – disse pausadamente.

Ele ficou meio louco neste momento, seu rosto branco passou a ficar vermelho, não se era de raiva ou o que quer que fosse.

– Você devia tentar de vez enquanto.

Essa frase final foi à deixa para eu calar a minha boca.

– Cuidado Isabella, acha que só porque é funcionaria de Brant não posso demitir você? Esta muito enganada, você é boa, mas não é insubstituível.

Foram tantas ameaças numa mesma frase que não reparei que agora estava sozinha na sala.


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Notas finais do capítulo

Demorei mais cheguei, e cheguei chegando tbm, porque este capitulo é o maior que eu já escrevi. E a partir de agora veremos muito mais de Edward e Bella, a história foi apresentada e introduzida, então agora o foco será os dois, mais claro sem deixar as outras coisas de lado. beijos e nos vemos nos comentarios



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