31 Dias de Dezembro escrita por jessy-cullen


Capítulo 19
14 - Dia de Dezembro - Parte II


Notas iniciais do capítulo

My name is Jessica Soares, and I am the fast writer live. - Trocadinho perfeito pra quem é fã de The Flash, mais que sabe que todo mundo é mais rápido que o Barry kkkkk
Por um milagre, na verdade milagre não, foram vocês suas lindas, que me encheram de comentarios MARAVILHOSOS!!! FIQUEI EMOCIONADA DE LER CADA UM DELES! Por isso corri o mais rapido que consegui para escrever pra vocês o resto. Boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/593093/chapter/19

— Onde esta Karoline? – perguntei a Edward enquanto ele se sentava na sua cadeira.

Tentei agir o mais naturalmente que consegui depois das palavras de Pierri que insistiam em voltar na minha mente, mas minha cabeça para gritar ARRANCA O CORAÇÃO DO BOFE.

Eu precisava de um terapeuta!

— Alice pareceu em casa, acabei deixando elas juntas.  – respondeu.

— Acho que vocês se entenderam no final.

— Não usaria exatamente essas palavras.

Separei as copias e os documentos certos do qual ele teria que assinar e coloquei a sua frente.  A maioria era sobre cortes de orçamento, contratos do RH, e propostas de melhorias da qual ele só precisava assinar.

Edward ficou me olhando enquanto colocava cada pasta em um lugar da mesa e isso me deixou ainda mais incomodada.

— Porque você esta extremamente vermelha? – Edward perguntou confuso

— Vermelha? – perguntei me fazendo de desentendida. – Acho que acabei correndo de mais com algumas coisas.

Ele me olhou desconfiado e eu dei meu melhor sorriso tentando parecer tranquila ao olhar para aquele olhos verdes penetrantes.

 Eu não estava nada tranquila.

— Separei o que você precisa – mostrei a pilha de papeis do lado direito, resolvi colocar o foco em outro lugar. – E acho que você deveria dar certa atenção a essa. – mostrei a do lado esquerdo – Não sei, mas talvez mostrar ao seu amigo Jasper, já que ele cuida de uma forma geral das finanças.

— Porque? O que há de errado?

— Não é o que esta errado, é mais como o dinheiro tem sido aplicado e quais tem sido os fins. – expliquei, não queria que ele pensasse que algo estava errado e que estava acusando alguém, mas que ele precisava revisar algumas coisas. – Fiquei com algumas duvidas sobre esses papeis então fui perguntar ao Emmett...

— Quem é Emmett? – quis saber me interrompendo, ele pareceu meio possessivo neste momento.

— Ele trabalha na parte financeira. – respondi revirando os olhos. – Você o conhece, gritou com ele uns dias atrás.

Ficou olhando para minha cara sem responder.

— Você grita com tantas pessoas que não consegue se lembrar não é mesmo? – apertei os lábios para segurar uma risada.

— A incapacidade me irrita.

— Não é a incapacidade Edward. – tentei explicar. – As pessoas se sentem tão pressionadas a fazer o certo que acabam errando pela pressão.

— Que desculpa mais contraditória.  – disse – Porque estou sabendo isso de você?

— Será que eu posso explicar? – ele assentiu - As pessoas tem medo de falar com você, por exemplo, quando falei com Emmett ele me explicou os documentos e como isso estava sendo aplicado aqui dentro, mas concordou que algumas coisas são mais necessárias que outras, e que o corte de orçamento tem prejudicado certos setores e diminuído a eficácia do trabalho. Nada que mostre um desfalque grande, são detalhes e que podem ser melhorados.

Edward ouviu tudo atentamente, mas pegou os documentos da pilha da esquerda e correu os olhos pelas letras.

— E o que mais esse Emmett disse?

— Talvez você queira passar para Jasper analisar. – respondi, não falaria o que Emmett disse mesmo que tivesse toda a liberdade com Edward.

Era assustador e perigoso de mais.

— Você conseguiu ver esse problema lendo tudo? – ele estava impressionado?

— Não foi preciso realmente ler tudo para identificar. – expliquei – Uma pessoa que entende da área é capaz disso. Estou terminando a faculdade de administração então consegui perceber.

— O que faz como secretaria?                                                                               

— É o que temos no momento. – eu fazia essa pergunta todos os dias a mim mesma – Esta vendo? Posso estar desperdiçando meu tempo trabalhando pra você, e olha a onde ainda estou? – brinquei

Ele sorriu com a brincadeira.

— Vou dar uma olhada e passar então para Jasper. – por fim disse – Estou intrigado por estar sabendo isso por você e não pelo chefe do departamento de finanças.

— Antes de despedir alguém por minha causa. – acrescentei rapidamente antes que virasse o mostro por ter se tornado amiga de Edward – Converse com ele, as vezes o mesmo medo que impede Emmett de compartilhar isso com você acontece com outras pessoas.

— Eu não sou um mostro. – ele resmungou chateado.

— Você grita com todo mundo! Me fez falar para um homem importante que ele não pode mais participar da reunião, o cara quase me agrediu se não fosse por Brant, as pessoas tem medo de você Edward.

— Ele quase te agrediu? – seu rosto se transformou e ele fechou as mãos em punho em cima da mesa.

— E não foi só comigo Edward. – abri o jogo. – As meninas já passaram por coisa parecida, apenas tive a má sorte em não ter um segurança naquele momento.

— Eu...

— Não tem problema já passou. – respondi rapidamente. – Agora estou indo almoçar, antes que alguém precise de mim, já passou do meu horário.

— Vou acompanha-la ate lá embaixo então.

— Eu não preciso que me acompanhe. – disse, mas ele já pegava o casaco e levantava da cadeira.

— Que bom que eu não ligo para você. – disse

Revirei os olhos, mas sorri então.

Edward abriu a porta da sala para mim e esperou que eu passasse para então fecha-la em seguida.

Neste momento fiquei imaginando o que é que ele havia falado de mim para Pierri, o que tinha levado a comentar sobre nós, justamente para ele.

— Como esta Karoline? – perguntei afastando meus pensamentos, não era hora de pensar naquilo. Depois percebi que já havia feito essa pergunta mais cedo  – Ansiosa para apresentação? – acrescentei rapidamente.

— Não tanto. – respondeu apertando o botão do elevador – Ela não tem ficado tanto animada com o ballet como antes.

— E porque? – quis saber.

— Tem sido um período difícil. – apenas respondeu.

— Ela ainda sofre com a morte da mãe?

Edward fechou a cara e apertou as mãos desconfortável. Já havia percebido que tocar no assunto da sua ex mulher era algo que ele definitivamente não gostava. Ele se fechava por inteiro e então uma dor profunda aparecia nos seus olhos, tirando o pouco de brilho que havia neles. Não conseguia imaginar o que ele tinha passado.

Edward é novo, e perder a mulher que ele um dia pensou em envelhecer ao lado deve ser muito difícil, uma dor que eu não sabia o que era, porém ele precisava superar, por mais que tenha sido horrível, e tem sido imagino, ele precisava seguir em frente e não se trancar ou trancar seus sentimentos. Olha a pessoa que hoje ele havia se tornado, rabugenta, triste e um homem com uma mascara para afastar tudo e todos.

— Vejo que você também. – disse quando ele não falou nada. – As vezes falar sobre isso ajuda.

— Acha que eu falaria disso com você?- sua voz saiu como um gelo

Afastei um passo com a agressividade de sua voz, abaixei a cabeça como uma criança que recebe uma bronca.

— Comigo não, mas talvez com sua irmã ou seus pais. – respondi saindo do elevador. – Mas... não vou me meter nisso.

— Você perto da minha filha já é o suficiente. – respondeu. – Não queira se aproximar de mim também.

Não respondi, apenas dei as costas para ele e sai andando na frente, não precisava ficar ali e escutar ele sendo ignorante comigo pelos problemas dele.

Se ficou arrependido ou não, ele não me chamou, e logo a frente avistei Jacob me esperando na porta. Praticamente corri ate ele, para não dar chance de Edward me alcançar caso quisesse.

— Obrigada por me esperar para almoçar. – disse quando cheguei perto dele.

Jacob me analisou, e notou que algo estava errado. Eu sempre fui péssima de esconder meus sentimentos, e Edward havia me deixado chateada.

Então Jacob fixou seu olhar atrás de mim, e sabia que era Edward que estava lá, Jacob fechou a cara entendendo o que nem ao menos precisei falar. Me puxou possessivamente para perto e continuou encarando.

— Já chega. – eu disse a ele – Vamos embora. – pedi.

— Se ele fez alguma coisa...

— Não fez nada. – respondi

Jacob ainda demorou para se virar por completo e quando o fez eu o empurrei pra frente.

— Mas estou feliz que meu amigo não esta mais bravo comigo.

Jacob demorou ainda para se mover, pensando o que era melhor fazer na situação, por fim ele me puxou para andarmos juntos, dessa vez forçou um sorriso para prestar atenção em mim.

— Odeio brigar com você. – disse sinceramente – Me desculpa Bells, não quero brigar com você por causa da minha mãe, a gente pode discutir sobre quem faz a comida, se devo ou não ir atrás do Cullen, mas não quero gastar tempo discutindo com você sobre ela.

— Prometo não me intrometer mais na sua vida. – disse sinceramente.

Olhei para trás e vi Edward parado nos olhando, sua mandíbula travada, e seus olhos fixos em mim, quando nossos olhos se encontraram, nenhum dos dois desviou de imediato e isso fez meu coração acelerar assustado.

— Mentirosa. – disse Jacob, e me voltei para ele novamente – Amigos se intrometem um na vida do outro.

— É... acho que isso não posso mesmo prometer. – disse – Mas posso pegar mais leve.

— Combinado. – ele riu.

Ultimamente estava me intrometendo na vida de muita gente, e as coisas estavam ficando complicadas para mim.

Como Edward aparentemente estava bravo comigo, e a tensão entre nós havia crescido desde a hora do almoço, fiquei na duvida se ele apareceria para me buscar ou não. As coisas não facilitaram para mim e nem para ele, Edward teve que sair para buscar sua filha ou seja qual o compromisso que ele tinha. E fiquei ate tarde com Pierri e então depois fui com Brant onde ia ser o desfile para colocar os nomes nas cadeiras conforme havíamos trabalhado duro para fazer, no casso Pierri, porque eu apenas pesquisava algumas coisas quando ele tinha duvidas.

O lugar estava pronto, apenas os últimos retoques estavam sendo feitos, a iluminação estava sendo passada, igualmente as musicas. Brant me passou o roteiro do desfile para que pudesse ajudar Pierri no que fosse preciso, explicou o que deveria fazer enquanto o evento transcorresse e isso me bastou para ficar nervosa para o dia de amanhã. Era o primeiro desfile que participaria sem ter ele para me guiar ou falar onde deveria ficar, amanhã, estaria por minha própria conta.

O que me tranquilizou foi saber que meu papel era bem básico, supervisionaria a recepção e quando o desfile começasse poderia assistir de onde eu quisesse.

Por causa de todas essas coisas não vi mais Edward e não consegui confirmar nada com ele, pensei em mandar mensagem, mais seu olhar frio na hora do almoço me deixou assustada a ponto de não conseguir pegar o celular. O clima de mais cedo parecia ter sido esquecido.

E suas palavras haviam me atingido, não estava tentando me aproximar de Edward, não mesmo. Mesmo que havia prometido a Alice que o ajudaria, eu realmente não estava me esforçando muito para cumprir isso, e agora? Eu já não queria mais me comprometer com nada.

Por isso foi uma surpresa quando o interfone tocou avisando que ele estava lá em baixo me esperando. Agradeci a minha escolha de ficar arrumada para caso ele aparecesse, me olhei uma ultima vez no espelho, e meu coração começou a bater forte. Ajeitei os cachos que havia soltado da presilha que havia colocado na parte direita do cabelo e conferi se o batom não tinha saído, de repente me vi querendo parecer perfeita ao me encontrar com Edward.

Ridículo porque tecnicamente estávamos brigados. Eu só não conseguia levar isso tudo ao pé da letra.

— Jake estou indo. – gritei da porta – Não me espere acordado.

— Cuidado Bells. – ele gritou do quarto onde estava deitado jogando vídeo game como se tivesse quinze anos e não tivesse trabalho para fazer em casa – Qualquer coisa me liga.

— Pode deixar. – respondi e então fechei a porta.

Jacob não estava confortável sobre eu sair com o Cullen,  tenho quase certeza que ele não gostava de ouvir nem mesmo esse nome, mas Jake sempre achou que eu me virasse bem sozinha, e não fazia o tipo intrometido como eu. Mas deixou mensagens de aviso bem claras para mim quanto ao Cullen, que sinceramente era assustador. Eu carregava um spray de pimenta na bolsa só porque Jacob insistira. Edward é um ignorante e não nunca pesa suas palavras, mas não acho que ele seja um psicopata a ponto de fazer algo comigo.

Mais isso não foi discutido com Jacob, levaria o spray eu querendo ou não.

Quando desci encontrei Edward conversando distraidamente com o porteiro do turno da noite, tentei escutar o que eles falavam, mas não consegui, porque quando me aproximei ele se virou para mim.

https://photos.google.com/album/AF1QipP6pPo3IKI9UE2NHd0_m2jAI5nkCWR08UkR4aIN/photo/AF1QipMooTbvHTrW2D2l9T-CwwUgPI9JMDQ4Cc5xWjCG

 

Fiquei com medo de errar na roupa, mas ao vê-lo como estava vestido, me aliviei. Na verdade também me surpreendi em vê-lo sem terno.

Ele estava vestindo uma camisa rosa por baixo de uma blusa de lã cinza da polo, e estava como uma calça Jeans preta e um sapato social. Elegante, bastante elegante porém um estilo mais esporte.

https://photos.google.com/album/AF1QipP6pPo3IKI9UE2NHd0_m2jAI5nkCWR08UkR4aIN/photo/AF1QipPspCWui0tFS8hV_Tj_xOfOCOF2fxwgb8aSsS_V

Seus olhos se prenderam nos meus por um momento, brevemente, porém me fez perder  o chão. Edward era muito bonito para encarar uma mulher, era difícil se manter calma quando o tinha assim tão próximo e sendo analisada com aquele olhar.

— Boa noite. – falei um pouco envergonhada.

— Boa noite. – desta vez seus olhos passaram pelo meu corpo inteiro. – Podemos ir?

— Sim. – respondi. Edward permitiu que fosse na sua frente enquanto ele me seguia. – Pensei que não viria. – comentei.

— Quase não vim. – ele foi sincero – Fiquei pensando se estaria arrumada ou não.

Sorri. De alguma forma sabia que havia ficado envergonhado pela sua atitude de mais cedo, mesmo que não admitisse de fato.

— Se não viesse provavelmente não desperdiçaria a produção... – parei do lado de fora procurando seu carro – Por onde vamos?

— Deixei o carro mais para frente. – apontou para sua direita.

E voltamos a andar seguindo em sua direção.

— Bella? É este. – ele me chamou quando viu que continuava seguindo .

Olhei para trás e parei onde estava mesmo, não era o mesmo carro que via na empresa, e que ele usava sempre, era outro, caro, muito caro eu imagino, todo reluzente.

— Meu Deus você comprou um carro? – foi à única coisa que consegui dizer.

Edward riu da minha cara e abriu a porta do passageiro para mim. Demorei um pouco para me mexer. O carro era muito lindo. E chamava bastante atenção.

As vezes esquecia que ele era simplesmente o dono da Lanvin cartier e que provavelmente tinha todo o dinheiro do mundo. E não deveria me surpreender por ter comprado um carro.

— Não. – respondeu com um pequeno sorriso. – Já tenho há um tempo.

Ou por ele ter outro carro. E por ele ter a muito tempo queria dizer no máximo dois meses.

— Karoline escolhe o carro nos dias especiais e finais de semana. – ele fez uma careta engraçada como se isso soasse ridículo e vergonhoso.

E no mínimo era estranho mesmo.

— Estou impressionada que sua filha não seja mimada.

— Tudo questão de equilíbrio e educação. – respondeu se gabando– Agora você pode entrar? Estou congelando aqui.

Entrei sem falar nada, e esperei que Edward desse a volta para entrar também.

— Edward? – chamei quando ele dava a partida.

— Sim.

— O que aconteceu hoje na hora do almoço?

Edward se mexeu desconfortável e o vi apertando as mãos no volante. Ele não queria falar sobre isso.

Havia falado a minha mesma que iria deixar isso passar, só que estava começando a gostar das coisas que ele falava quando era pressionado, dessa forma eu o conhecia melhor.

— Não vou desistir enquanto você não falar

Ele continuou mudo. Mais não me abati e continuei.

— Não quero que pense que eu estou me “aproximando” de você – fiz aspas na palavra – Seja lá o que você esteja pensando sobre o que estou fazendo, realmente não faz sentindo.  – me virei para olhar para frente – Do jeito que falou parece que estou tentando alguma coisa você.

Eu estava vergonhada por admitir isso.

— Sabe, entendendo que você não gosta muito de mim e que também não sou a melhor das funcionarias...

— E que fala de mais. – completou por mim, e eu ri.

— Isso também, mas... você pode ter estabilidade ao falar comigo, não precisa me tratar bem e depois me tratar mal,  ou insinuar algo  a meu respeito.  Se não gosta de algo você pode falar. E já entendi que aquele assunto é o assunto proibido. Desculpa. – disse sinceramente

— Você esta se desculpando quando eu tinha que me desculpar.

— É que eu sei que você não vai – dei de ombros – E queria esclarecer antes.

— Eu não estou pensando que você quer tentar algo. – disse,  ainda não conseguia me virar para encara-lo – Acho que você entendeu mal minhas palavras. Eu quis dizer que você tem se aproximado de mais de mim, a ponto de me ver como uma pessoa diferente. Olhe só para você agora, esta sentada no meu carro mesmo depois das minhas palavras duras. Você consegue ver além do que eu passo e isso me incomoda.

— Eu sabia que no fundo existe um Edward menos chato. – respondi .

— Existe um Edward quebrado e insensível, Bella.

Neste momento olhei para ele, encontrando com seus olhos verdes.

— Acho que existe um Edward muito melhor que isso, que precisa baixar as guardas, quebrar os murros e se permitir ser vulnerável, porque nenhuma dessas coisas te faz mais fraco, pelo contrario elas te fazem mais forte.

— É exatamente isso que eu não quero, e não vou permitir que se aproxime de mim para trazer isso a tona.

Refleti sobre suas palavras, e o quanto aquilo devia significar para ele, e o que mais teria acontecido para Edward se sentir assim. Começava a achar que havia muito mais do que sabia.

— Já que esta sendo sincero comigo. – disse – Alice me fez prometer algo.

— O que ?

— Antes de brigar me escute. – pedi – Ela me fez prometer ajudar você a seguir em frente. Mas sinceramente, não tenho me esforçado para isso, e quando talvez eu tenha tentado, veja só o que aconteceu.

Apontei para nós dois e nossa situação atual. Eu não deveria ter falado isso para ele, mas talvez se ele ficasse um dia sabendo de algo, ficaria com raiva de mim, com raiva da irmã e com raiva do mundo, como se não bastasse sobre todas as coisas que ele já se culpava e estava bravo.

— Quando disse para sermos amigos, estava falando sério, e não quero estragar.

Edward ouviu tudo calado, e assim ficou me encarando enquanto esperava que ele falasse qualquer coisa.

— Pode brigar comigo agora.

— Por mais que eu queira... eu não vou.

— Porque? – quase gritei, eu estava surpresa de mais.

— Porque não posso impedir Alice de tentar. – foi sua única resposta.

E então o carro voltou a ficar em silêncio, Edward aproveitou para ligar uma musica num volume baixo deixando de fundo para que o som preenchesse o ambiente. Era musica clássica, mas não conseguia dizer de quem era, apesar de conhecer muito bem aquele som.

Aquele poucos minutos de conversa me deixou com mais perguntas em minha cabeça do que as que já tinha a respeito de Edward Cullen. Já estava esperando ser chutada para fora do carro, e mais tarde ter Alice no telefone decepcionada por ter contado algo particular entre eu e ela, mas a reação de Edward? Bom... não esperava mesmo isso.

Isso seria a reação de alguém que já desistiu ? Ou a reação de alguém que ainda tinha esperança de se recuperar de ser feliz novamente?

Não posso impedir Alice de tentar

— Quer continuar com as perguntas? – perguntou depois de um tempo.

— Acho que não tenho nenhuma. – disse.

Apesar de ter todas, não acho que nenhuma pergunta minha faria sentido para aquele momento, não depois de sua resposta, não enquanto eu não descobrisse o que ela poderia ter significado para Edward.

— Impossível!

— Haha, que engraçadinho. – respondi

— Vamos lá Bella, sei que você pode ter alguma.

— Achou Alice?

— Ah ela? – ele disse um pouco decepcionado talvez – Apareceu em casa um pouco antes das 18:00 horas. Ela já esta na escola de Ballett com Karoline.

— Mal posso esperar para vê-la dançar.

— Droga. – praguejou ele diante do transito que se seguia – Já estamos atrasados.

Demorei para me recuperar da conversa, e mesmo que Edward parecia decepcionado por eu não achar algo para nos distrair ele permaneceu quieto, deixando que o assunto voltasse a fluir em algum momento.

Eu nem sabia como reagir aquilo, em ter Edward revelando coisas que não esperava, que não estava pronta para ouvir. E mesmo que tenha sido algumas palavras, como “não quero trazer essas coisas a tona” isso tinha significado tantas coisas pra mim e duvidava que ele tinha noção.

Precisava aproveitar aquele momento, que ele estava disposto a falar. Não que eu achasse essa palavra adequada para Edward, mas era o mais perto do que achava naquele momento.

Então, tirei o embrulho que havia feito que estava no meu colo e puxei o ursinho com uma roupinha rosa de ballet de dentro. Havia ido em uma daquelas lojas que você faz seu próprio ursinho, obvio que demorei mais ali do que qualquer outro lugar na minha vida, - e me sentia envergonhada por isso - mas  estava  orgulhosa do ursinho que havia feito especialmente para ela, e ainda tinha um cheirinho de morango, não sabia se ela gostava mais o cheiro era muito bom. Fiquei tentada em fazer um e dar para Jacob de presente de natal.

Ele me mataria. Mais valia correr o risco para ver sua reação.

— Acha que Karol irá gostar? – mostrei pra ele.

Edward se virou para mim e ajeitou o corpo no assento olhando para o ursinho que eu segurava na frente do meu rosto.

— Onde achou um urso branco de olhos verdes vestido de bailarina? – ele perguntou achando graça.

— Se eu contasse, você riria da minha cara só por conhecer um lugar assim.

— Que lugar?

— Não venha Edward, não vou contar. – fui firme em minha decisão abaixando o ursinho.

— Ela vai gostar Bella. – ele desistiu e respondeu – Ela irá amar na verdade. Obrigado.

— Os olhos verdes, foi o charme. – respondi rindo.

Os olhos, bem... quis que de alguma forma lembrasse os tons dos olhos dele, ou era o dela? Não me recordo o que pensei na hora.

— Esse cheiro de morango é dele?

— Ah isso. – eu gargalhei agora – É do ursinho – guardei dentro da sacola.

— Tenho duvidas, mas acho que ela irá gostar mais do cheiro do que do próprio ursinho.

— E porque?

— Ela diz que você tem cheiro de morango, algo como seu cabelo, não sei dizer ao certo. – respondeu confuso. – Ela me fez comprar vários xampus de morango, e depois disse que nenhum era o seu.

— Ela fez isso? – eu estava surpresa.

— Fez sim. – respondeu com a sobrancelha franzida. – sabe o que é ter que ir ao super mercado e escolher tudo que se pareça com uma embalagem de morango?

Nesta parte gargalhei achando engraçado, eu imaginei Edward com Karl escolhendo embalagem vermelhas e Edward tendo que empurrar um carrinho. Duvido que ele tenha feito mal humorado, ele não faz esse tipo de pessoa quando esta com a filha.

— Retiro o que disse antes, Karl é mimada.  - Edward levou na brincadeira porque deu um meio sorriso.  - Desculpa mais não é um shampoo. – falei me recuperando – É um creme.

— Ela vai ficar decepcionada. – disse, mas decepcionado do que imaginava. - Pelo menos ela tem shampoo para uns três meses.

— Ai meu Deus Edward! – eu ri ainda mais e desta vez ele me acompanhou.

Havíamos perdido meia hora da apresentação de Karl por causa do transito, os pais de Edward haviam ligado duas vezes para saber onde ele estava, e Alice uma vez surtando porque Karl não parava de perguntar dele.

Por um lado ele havia ficado nervoso em imaginar sua filha triste por não vê-lo ali. Edward me confidenciou que havia perdido duas apresentações e nada a havia deixado tão chateada quanto aquilo. E por outro ele estava animado em fazer uma surpresa para sua filha. No caso seria eu, uma surpresa bem estranha mais que ele disse e repetiu que iria gostar ate mais que a presença dele. E isso não pareceu incomoda-lo.

Quando saímos do carro Edward e eu começamos a correr, ele segurou minha mão para dar um apoio, pois estava de salto, como se fosse adiantar alguma coisa se eu caísse ali. Nossas mãos se tocaram e nenhum de nós pareceu ligar apenas corremos para o ginásio do lugar que era enorme, como se nossa vida dependesse de chegar menos atrasado a apresentação.

Ao entrarmos diminuímos o passo analisando o lugar para ver qual lugar estaria vazio.

— Ali. – apontou para três lugares vazios na terceira fileira.  – Esta reservado para nós e Brant, ele deve estar preso no trânsito também.

— Ele virá?

— Sim. – respondeu – Antes de ir viajar deu certeza que viria.

Edward foi à frente e caminhamos devagar para não fazer barulho e atrapalhar as pessoas. O show já havia começado e não demorei para encontrar Karl que dançava de cabeça baixa, com seu maio e tutu rosa brilhoso. Edward me puxou para continuar andando porque havia parado, acenou para alguém que não consegui ver e depois de pisar em duas pessoas conseguimos tomar nosso lugar.

Eu estava rindo porque ele quase caiu ao pisar no pé de um homem e ele ria porque eu havia tropeçado na mesma pessoa depois dele. Quando alcançamos nosso lugar estava sem folego e tentando reprimir a risada junto com Edward.

Neste momento me senti em uma das minhas aulas quando era mais nova da qual não podíamos rir por ser um momento muito serio, mas que fazíamos de tudo para se segurar.  Saia ate uns barulhinhos estranhos.

Não havia percebido que estávamos de mãos dadas ate ele soltar minha mão e acenar para a filha que agora tinha a atenção em nós.  Sorri e acenei para ela quando nossos olhos se encontraram e ela parou no meio da dança para acenar para mim, seu sorriso ia de orelha a orelha.

Quando vi que ela estava surpresa de mais para se mexer e começava a atrapalhar a dança fiz um gesto com a mão para que continuasse e isso pareceu desperta-la.

— Acho que ela gostou de ver você. – Edward disse se inclinando no meu ouvido.

— Deve ser porque chamamos a atenção. – disse envergonhada – Esta todo mundo olhando para nós.

Edward olhou em volta e acenou novamente para alguém, porem dessa vez não tentei procurar quem era.

— Estão olhando para você Bella.

Antes que pudesse processar a frase Brant chegou também, mas não teve a mesma dificuldade para passar para seu lugar igual nós tivemos. Graciosamente tomou seu lugar e posicionou o buque de rosas amarelas em seu colo depois de cumprimentar Edward.

https://photos.google.com/album/AF1QipP6pPo3IKI9UE2NHd0_m2jAI5nkCWR08UkR4aIN/photo/AF1QipNn-X42pXCrojTQ_uNgTraMZapUjO6kusy9ls0L

— Você veio também. – ele disse se virando para mim.

— Eu fui convidada acredita? – ri

— Acredito. – respondeu com um sorriso e se virou para acenar Karoline que havia parado de novo.

— Se chegar mais alguém diferente, eu acho que ela senta e chora. – Edward comentou comigo.

— Você quase mata o coraçãozinho da sua filha Edward. – respondi. – Que feio.

— Acho que valeu a pena.

Assistimos em silêncio vez ou outra Edward comentava algo, ou então era Brant, ele talvez por gostar tanto de arte tinha comentários mais sérios que  não estava entendendo muito bem, alguns eram engraçados, mas seu ultimo comentário antes de encerrar o primeiro ato do espetáculo fez com que eu gargalhasse baixinho e fizesse um barulho esquisito.

— Quando eu tiver uma filha ela precisa vestir rosa. – ele disse baixinho, mas consegui ouvir – Rosa o tempo todo.

O comentário foi engraçado por duas razões a primeira era que Brant era tão formal e quieto que raramente você ouvia algo sobre sua vida particular ou algum comentário pessoal, quem dirá um desejo de ter uma filha, nunca nem o vi falando da vida pessoal, segundo porque Brant parecia não gostar de outras cores que não fosse marrom, nunca havia visto ele com uma cor que não fosse no mesmo tom que essa. Agora mesmo ele vestia um casaco marrom e o colete também era marrom escuro, e gravata? Marrom também! Muita novidade !

— Desculpa discordar de você, mas aposto que ela vestiria outra cor.

Foi a vez dele rir balançando a cabeça em concordância. Talvez não tenha entendido meu contraio e sugestão de cor.

— Vou falar com  ela, vejo vocês daqui a pouco. – Edward disse.

— Okay. – respondi

— Vamos atrás de algo para beber. – Brant disse já se levantando

Agora com as luzes acesas consegui sair sem cair ou pisar em ninguém seguindo Brant por entre as pessoas.  Cheguei a olhar para trás para vê se via a família de Edward, mas se eles estavam naquele momento ali, eu não os encontrei, mas também, só conhecia Alice e Carlisle, porque o via na empresa algumas vezes, não acho que fosse reconhecer a mãe dele.

Brant nos guiou em meios corredores como se já soubesse onde tudo estava, talvez esse era o talento dele, ser bom em tudo. Porque achava mesmo que Brant era bom em tudo que ele fazia.

Fomos ate uma cantina que estava aberta, muitas pessoas transitavam por ali com crianças vestidas de algum personagem, maridos e esposas caminhando apressadamente atrás de pipoca e refrigerante. Mas todas as pessoas ali eram elegantes, vestiam roupas caras e sapatos de salto alto, com bolsas da Chanel ou da Louis Vuitton  , consegui notar que essa academia de balé era uma das melhores, e imaginava que aquelas pessoas tinham empregos e vidas bem importantes fora daqui.

— Brant Daugherty. – uma mulher gritou me assustando.

Me virei ao mesmo tempo de ver a mulher vindo em nossa direção com o celular na mão.

Pensei que Brant a conhecesse, mas ao me virar para ele vi que não. Sua cara não era de ver alguém conhecido, mas ele estinha um pequeno sorriso e uma postura pouco relaxada enquanto esperava ela se aproximar.

— Não acredito que é você mesmo. – a mulher repetiu – Por favor tira uma foto comigo. Minhas amigas não vão acreditar!

— Claro – respondeu rindo.

Então a mulher me entregou o celular dela e fui responsável pela foto que acabaria indo para o instagram ou facebook  e assim rodaria o mundo. Ela passou a mão pelas costas do Brant e ele fez o mesmo,  não diria que tão a vontade como ela.

Mas deveria ser assim conhecendo a pessoa que você admira, por exemplo, se eu conhece Chris Evans, provavelmente tentaria beija-lo. Mas obvio que me contentaria com uma foto também.

A mulher saiu tão eufórica que parecia ter ganhado na loteria. E se Brant fosse como Chris Evans e Stephen Amell era pra mim... Bom tecnicamente ela tinha mesmo, não era qualquer dia que você encontrava um ídolo seu numa escola de Ballet.

— Acho que me esqueci que você é bastante famoso. – disse quando voltamos a andar.

E era verdade. Brant, Edward, Pierri e Rosalie eram pessoas mundialmente famosas, talvez mais os três estilistas do que Edward, mas ainda assim eram bastante conhecido, e por estar trabalhando tão perto deles, acaba vendo-os com olhos de uma pessoa normal, porque na verdade eles eram mesmo, tirando quando alguém os reconhecia- nas ruas. Tenho dó, se andassem pelo Brasil, não conseguiriam pisar na rua sem um segurança.

— Não tanto como Hugh Jackman para ter mulheres gritando o meu nome enquanto tentamos chegar em algum lugar. – respondeu enquanto pegava a fila para pegarmos algumas bebidas.

— Magina! – eu disse, pode não ter mulheres gritando aqui, porque elas são refinadas de mais para gritar. – Todo mundo aqui, ou pelo menos a maioria delas devem conhecer você. Olha só todos te olhando.

E ate eu mesmo não havia reparado nisso ate minutos atrás. Mas ele não poderia discordar de mim, todo mundo nos olhava e algumas ate cochichavam animadas. Primeiro que Brant ali era uma atração em tanto, um cara bonito assim como ele não passa desapercebido nem que ele quisesse, ate mesmo Edward que tinha a cara de bravo fazia sucesso quem diria Brant com aquele ar sexy e sorriso no rosto. E segundo o mundo inteiro conhecia o estilista da Lanvin e deviam saber que ele era um cara solteiro, ainda mais num lugar como este onde as pessoas compram na Chanel, todos deviam conhecer ele.

— Eu esqueci que você não é acostumada com isso.

— Com pessoas tirando fotos a onde eu vou ? Não. – eu ri

— Vamos estampar as capas de revista Isabella. – ele disse me imitando igual fiz com ele uns dias atrás. – Primeira pagina. – me entregou um suco de morango e pegou uma água com duas pedras de gelo para ele.

A convivência havia nos feito saber um o gosto do outro, mais me surpreendi que ele soubesse o que pedir para mim.

— Vamos ofuscar Pierri. – brinquei.

— Podemos brindar a isso.

— Nem em nossos sonhos. – disse rindo.

Ele revirou os olhos e tomou um gole da sua água.

— Vejo que você e Edward se acertaram. –mudou de assunto

— Nós não nos matamos e estamos se falando. Isso é bom não é?

— Acho que isso é o começo.

— Contei a ele sobre a proposta de Alice. – comentei – Eu juro que pensei que ele fosse me expulsar do carro enquanto dizia.

— Mas ele não o fez. – completou.

— Por incrível que pareça. – disse, e resolvi mudar de assunto. - Não sabia que você viria, ate pensei que já tivesse ido viajar.

— É a primeira vez que Edward me chama para uma apresentação de Karoline. Ela nunca quis ninguém, precisava vir. – respondeu – Mas terei que sair mais cedo. Meu voo sai daqui algumas horas.

— Você não me parece muito animado. – comentei bebendo meu próprio suco. – Conseguiu uma acompanhante?

— Eventos assim podem ser desgastante às vezes. – respondeu – Mas sim, eu consegui alguém. Pelo visto você é a única pessoa neste mundo que nega ser acompanhante de alguém em algum desfile.

—Quando contar isso a algumas pessoas, elas provavelmente vão me matar. – sim, se eu contasse a Mayla que recusei estar em Londres em um dos desfiles mais comentados do mundo, ela simplesmente me faria voltar para o Brasil, e insistiria em tomar o meu lugar.

— Não vai me dizer que seria os problemas com as fotos, ou exposição.

— Acho que sou tranquila com isso. – respondi – Sou meia cara de pau, então acho que ficaria bem em relação a câmeras, fotos e tudo mais, não estou sendo convencida nem nada. – acrescentei rapidamente, porque eu realmente não era mesmo -  E sei ser bastante discreta, o que seria impossível se eu chegasse com você.

— A então o culpado sou? – ele perguntou – E eu pensando que era apenas o medo de assumir algumas responsabilidades a mais e mergulhar de vez no mundo da moda.

Engoli em seco, Brant sabia que alguma coisa estava errada.

— Eu falei sério quando disse que quero que tenha responsabilidades mais importantes do que atender meu telefone.

— Devo ser a única que já recusou isso também.

— É a primeira pessoa com quem trabalho que desejo isso. – disse naturalmente, mas foi nesse momento que meu coração acelerou assustada. – Eu vejo potencial, você é quem precisa acreditar em você.

— Eu acredito em mim. – minha voz saiu tão fraca que acabei duvidando se eu acreditava mesmo nisso.

— Não como devia. – respondeu, deixou o copo de lado e pagou as nossas bebidas.

Este era outro assunto que começava a fazer parte de mais da minha vida do que gostaria. Quando conversávamos sobre isso, ou quando pensava o que fazer quando acabasse meu estagio isso me dava uma insegurança que não conseguia explicar, e Brant, não sei, ele parecia saber que algo estava errado. E algo estava totalmente errado, não estava fazendo faculdade para ser secretaria, não estava fazendo faculdade para mexer com moda, ou para qualquer coisa que Brant tivesse em mente. Eu fazia para administrar, para calcular, para viver com minha cabeça focada nos números, mais estava longe de mais daquilo que pensava ser o que havia escolhido.

Quando voltamos para os nosso lugares, o assunto já havia mudado,  e Edward ainda não havia voltado, faltava apenas alguns minutos para que o espetáculo desse continuidade, e estava bastante empolgada para ver o final. A sala de Karl faria o final.

Karl dançando foi uma das coisas mais fofas que já vi na minha vida. Ela tinha movimentos precisos mais com aquela graciosidade de crianças, algumas vezes ela errou os passos, mas aquilo deu um charme para a apresentação. Tinha tantas meninas para observar mais meus olhos não saiam dela, e o sorriso que tinha no rosto. O tempo todo também tinha os olhos nem nós, e algumas vezes pensei que ela fosse correr para nos cumprimentar de tanto que parecia empolgada, mas isso teve que esperar.

Apesar dela estar se distraindo com nós, tinha um ar sério em alguns momentos e entrava no personagem que estava fazendo, era um musical do quebra nozes e por mais que tentava entender quem ela era na peça eu não conseguia, havia esquecido a maior parte da história.

O mais engraçado era que a peça era só de meninas e tinha um ar engraçado, algumas caíram enquanto dançavam e todas riam depois que as próprias meninas começavam a rir e continuavam como se nada tivesse acontecido.

De vez enquanto olhava para Edward, e via sua adoração e orgulho por sua filha, havia algo ali que não era visto por ninguém, que ele só demostrava para sua filha, era nesses momentos que conseguia ver o verdadeiro Edward, com ela, ele não tinha defesas, não tinha muros erguidos, não havia medo. Quando estavam juntos Edward era inteiramente dela e talvez não existisse no mundo alguém que o fizesse ser igual quando estavam juntos.

Porque esta era a parte triste, essa parte dele, ninguém estaria vendo, ninguém mais teria a chance de poder ver, ninguém mais teria Edward como Karoline o tinha. E isso era triste, saber que não dividiria essa felicidade com ninguém mais depois de sua mulher.

— Isabella? – chamou Brant me tirando de meus pensamentos.

— Sim

— Você poderia entregar a Karoline? – ele mostrou o buque de flores – Meu voo sai em meia hora, preciso correr.

— Claro! Eu entrego sim. – falei enquanto pegava o buquê.

— Depois me fala a reação dela? – pediu – Nem todo mundo odeia flores.

Bati nele de leve com as flores e ele riu.

— Boa viagem Brant. – desejei antes que ele saísse. – Cuidado, e por favor evite mandar  fotos a Pierri ou postar fotos, ou qualquer coisa com fotos para ele.

— Melhor mantê-lo longe das mídias sociais então, pretendo sair na primeira capa. - Falou sério, porém era uma brincadeira, sabia o quanto ele não gostava de exposição, principalmente sair na capa principal de uma revista.  Não fazia o estilo de Brant, ele era bastante reservado.

Mas quando o assunto era irritar Pierri não duvidava de que ele saísse mesmo na primeira capa e esfregasse na cara dele quando chegasse. Claro, do jeito dele , sutil sem muita atenção e tremendamente irritante e inteligente.

— Pelo menos não deixe ele ficar irritado no desfile. – pedi e ele assentiu concordando.

— Se precisar de alguma coisa, me ligue ou mande mensagem. – me disse – Qualquer duvida, sei que Rosalie pode esclarecer para você, mas não ouse hesitar em me procurar.

— Entendido. – respondi – Precisando de mim digo o mesmo, pego o primeiro avião.

— Mentirosa. – acusou e se levantou.

— Se cuida.

— Não esquece, quero a reação dela. – ele disse antes de sair rindo. – Obrigado pelo convite Edward,  Karoline vai ser uma artista. – falou a Edward enquanto passava por ele.

— Eu espero que não. – Edward contorceu os lábios e Brant foi embora.

— O que foi? Ela tem talento. – falei olhando para Edward.

— Não posso imaginar Karoline sendo famosa.

Olhei para ele confusa, deu pra ver a proteção que ele tinha com ela, ele parou de olha-la e olhou para mim.

— Edward você sabe que ela já é bastante famosa não sabe? – ele sabia disso não é? – Olha de quem ela é filha. A mãe foi estilista, o pai dela é dono da Lanvin Cartier, sua tia provavelmente vai ser uns dos nomes mais conhecidos quando terminar a faculdade, e nem preciso falar dos avós não é? Ela já é bastante famosa.

— É isso que me preocupa Bella. – ele falou ficando serio de repente – Nunca a fama é boa, com ela trás consequências, preferia que Karoline se mantivesse afastada. – disse o clima de repente mudando.

Algo em suas palavras me fez pensar o verdadeiro sentido delas, o que Edward não estava querendo me dizer.

— Melhor não se preocupar agora, porque ela é apenas Karoline Cullen a garotinha vestida de rosa em uma apresentação. – tentei mudar o clima de novo. – E que vai ganhar muitos presentes quando descer do palco.

Mostrei pra ele o buquê de flores na minha mão, exagerado devo acrescentar.

— Hey! – chamei sua atenção – Relaxa Edward, curta o momento e não sofra por antecipação. Você provavelmente terá problemas maiores, como um namoradinho, festas e convites para que ela almoce comigo. – ele sorriu com a ultima parte – Então relaxe, uma coisa de cada vez.

— Como relaxar se você toca no assunto namoradinhos?

— Se preocupe só comigo então, convidando ela para almoçar.

— Quem sabe ela negue?

— Olha a carinha dela, ela já me adora – apontei para sua filha.

Ele balançou a cabeça, acho que ele já estava acostumando com a ideia de me ter por perto, pelo menos quando o assunto era com Karl, ele já nem reclamava mais.

— Toma, isso é pra você – ele tirou algo do bolso e me entregou. Era um crachá com o nome acompanhante – Alice disse que você pode usar no lugar dela hoje.

— Uau!- eu disse bastante surpresa . -  Você quer que eu use? – me virei pra ele perguntando.

— Estou te dando não estou?

— Bom argumento – respondi

O celular de Edward tocou no mesmo instante fazendo um barulho muito alto chamando a atenção de todo mundo, mais uma vez estávamos sendo o centro das atenções.

— Edward para o barulho! – falei entre dentes.

— Eu não acho o celular – respondeu aflito.

Ele ficou batendo nos bolsos meio desesperado, olhou no banco para ver se não tinha caído, pensei ate que ele cogitaria olhar minha bolsa pra ver se não estava lá, quando ele ficou olhando para ela alguns segundos.

— No bolso esquerdo. – respondi automaticamente.

Sem protestar pegou o celular e parou o barulho, pelo canto dos olhos vi que era uma mensagem de texto, ele leu e bufou mostrando o aparelho para mim.

De: Aly

Para: Edward C.

Quer parar de conversar vocês dois? Tem tirado o meu FOCO!

 

— Onde ela esta? – perguntei sem virar meu pescoço.

— A três fileiras atrás de nós. – respondeu guardando o celular.

— Melhor paramos de falar.

E foi o que fizemos por toda a apresentação. Quando terminou todas as meninas vieram a frente do palco e agradeceram, Edward me entregou  uma rosa que não havia percebido que tinha trazido depois do intervalo e assim como as pessoas estavam fazendo jogamos a nossa no palco em agradecimento as meninas.

Mais tarde eu teria riscar da minha lista jogar flores em uma apresentação. Sim, isso estava na minha lista de coisas a se fazer.

Será que se a apresentação fosse ruim eles também jogavam tomate ? Ou isso era só em filmes mesmo?

Edward não deu tempo para que eu desse assas a minha imaginação, pegou em minha mão novamente sem consciência e me guiou para o lado direito enquanto todas as pessoas se levantam ao mesmo tempo para ir cumprimentar as crianças. Enquanto andávamos estava tendo plena consciência onde a mão de Edward estava e o quanto ela estava gelada sobre mim, o quanto minha mão estava suada e minha respiração havia ficado descompassada.

Entramos por um corredor branco lotado de meninas correndo de um lado para outro com roupas coloridas, as mais novas entre 5 a 9 anos estavam vestidas de rosa, e não foi difícil encontrar Karol no meio de todas elas.

— Ai Meu Deus você estava linda! –praticamente gritei quando ela se aproximou de nós correndo.

Larguei o buque e meu próprio presente na mão de Edward, e antes que ele fosse reclamar me abaixei da altura de Karl e a abracei.

Nós duas só não caímos com o impacto porque Edward colocou a mão em minhas costas para me equilibrar.

— Você estava maravilhosa. – disse a soltando do abraço.

Quando consegui olhar para seu rostinho, Karl estava com lagrimas nos olhos e passava as mãozinhas rapidamente para enxuga-las.

— Porque esta chorando princesa?

Edward atento a tudo abaixou também para ficar a altura e poder escutar melhor o que estávamos conversando.

— Você veio. – ela então arregalou os olhinhos e colocou a mão na boca surpresa, teria rido se ela não tivesse começado a chorar depois de alguns segundos. – Tio Brant também.

— Claro que vim. – disse sorrindo puxando-a  para um abraço de novo. Se tinha uma coisa que não conseguia lidar muito bem era com crianças chorando. – Seu pai me convidou já que você não me fez o convite. - brinquei

Ela me abraçou forte quando disse isso, e senti minha blusa molhando com suas lagrimas silenciosa.

— Ei princesinha. – chamei acariciando seus cabelos – Não precisa chorar.

— Meu amor. – Edward chamou carinhosamente e então colocou uma das mãos em suas costas. – Bella esta quase chorando vendo você chorar.  Você esta assustando ela. – seu tom foi divertido.

Me virei para ele surpresa enquanto ele já estava olhando para mim, Edward carregava um certo brilho no olhar, que havia visto poucas vezes de um tempo para cá.

Karl se afastou de mim enxugando os olhinhos, mas não consegui desviar do olhar de Edward, não quando ele sustentava seu olhar em mim a pouca distancia de onde estava.

Então como se Karl tivesse perdido totalmente o foco naquele momento, começou a dar beijinhos em Edward com um sorriso largo, e quando desviei o olhar dele, pude ouvir o riso se misturado com o dela.

Não sei se Karl teria percebido o clima que havíamos ficado, mas ela foi a primeira a nos trazer para a realidade.

— Foi a melhor surpresa de todas papai! – ela disse no ouvido dele, mas consegui ouvir – Obrigada, obrigada, obrigada. – ela saiu beijando a bochecha dele a cada palavra.

— Chega de babar em mim. – ele piscou pra ela rindo e a afastou – Bella quer te entregar umas coisas.

— Ah é. – eu disse, e então peguei o buque primeiro – Este é do Brant.

— Ai Meu Deus que lindo! – ela gritou e segurou o buque com ajuda de Edward – É cheirosa de mais. Eu amo flores, eu amo flores. Que lindas!!

Bom, teria que falar ao Brant que Karl havia gostado do presente, ate mais do que imaginava.

— Ele teve que ir embora para pegar um voo. – expliquei – Mas pediu para entregar para você. E ele achou você linda. Ainda mais vestida assim. – apontei para sua roupa e ela deu uma risada.

— Ele gostou mesmo? – ela perguntou encantada.

— Sim, e muito – respondi – Agora tem o meu.

Coloquei na frente dela, e antes que abrisse ela olhou para o pai como se pedisse sua aprovação, talvez por ele já ter visto  o que era, deixou que ela fosse em frente.

O que achei mais engraçado foi que a primeira coisa que ela fez foi dar um pulo e cheirar o ursinho.

— Ai Meu Deus! – ela gritou – tem cheiro de molango!

— Morango filha. – Edward a corrigiu.

—O que eu disse papai.  – revirou os olhos.

Comecei a rir, mais Edward me deu um olhar tão frio que tive que morder as bochechas para segurar o riso.

Não podia fazer nada quando sua filha tinha mais senso de humor que ele próprio.

— Como é que se diz a Bella? – ele levantou enquanto olhava pra ela.

— Obrigada Bella. – disse e me abraçou

— De nada princesa, espero que tenha gostado. – disse me afastando e levantando também.

— Eu amei de mais! – bateu palminhas, e analisou o ursinho. – Se papai usasse uma roupa de balé, ficaria assim. – levantou o ursinho na nossa direção.

Não sei se foi o comentário, ou foi o tom sério que ela usou, ou foi eu imaginando Edward com um tutu rosa, mais dessa vez não consegui segurar uma gargalhada.

Tinha uma coisa sobre mim que só as pessoas que andavam comigo sabiam, o que era muito difícil também alguém do serviço saber - apesar de ter dias que eu morria de rir naquele lugar – quando eu ria de verdade de algo engraçado, eu perdia um pouco as forças das pernas, e eu acabava me inclinando pra baixo com falta de ar. E era exatamente isso que estava fazendo no momento.

— Já chega! – Edward disse bravo.

Mas não conseguia parar, não quando eu ainda tinha a visão dele na minha mente.

— Você esta engraçadinha de mais. – disse carrancudo – Se recomponha.

— O que eu disse? – Karl perguntou rindo também.

Endireitei o corpo com falta de ar e a barriga doendo de tanto rir.

— O urso ate que parece com você. – disse tentando parecer o mais séria possível. – Ficaria ótimo em você.

Edward pegou Karl no colo com uma mão e com a outra o buquê.

— Pare de me imaginar assim!

Enquanto Edward nos guiava para o lado de fora, eu ria escondido, o que era um fracasso porque toda vez que ele olhava para trás me pegava colocando a mão na boca para esconder.

Quando chegamos na saída o frio nos atingiu em cheio, peguei o casaco de Karl que estava nos braços de Edward e joguei por cima dela , então me agarrei na minha própria blusa e tentei esconder minhas mãos no bolso.

Fiquei procurando em meio as pessoas que saiam Alice, ou os pais de Edward que também haviam vindo para a apresentação, mais nenhum sinal deles.

— Então, vamos? – Edward perguntou para ela – Ou vai ficar muito tarde para sairmos para comer.

— Tudo bem papai, podemos ir para casa mesmo. – ela disse – Você já me deu o melhor presente hoje.

Edward por um momento ficou sem reação.

— Quer dizer que iremos levar Bella sem jantar antes? – ele perguntou a ela. – Foi isso que você me ensinou?

— Não – ela riu, e eu também.

— Não se preocupem comigo, comi antes de sair de casa. – falei.

— Mas eu não. – respondeu

Antes que u pudesse responder algo, uma pessoa de cabelos escuros passou pela porta chamando a atenção, e logo que nos viu, apressou o passo.

Alice sabia como ter uma entrada impactante em todos os lugares. Quando ela abriu a porta para passar fez um barulho tão alto que todos que por ali passavam se viraram para ela.

— Ate que fim achei vocês! – ela vinha gritando com as bochechas corada, parecia ter corrido ou algo parecido.

Edward se virou ao mesmo tempo que Alice se aproxima de nós.

— Onde estão nossos pais Alice? – Edward perguntou

Alice ignorou ele completamente e veio com os braços estendidos para mim, me dando um abraço apertado.

— Belinha que saudades! – se fosse qualquer outra pessoa me chamando assim ficaria irritada, mas com Alice parecia ate normal.  – Uau garota! Você tem um ótimo gosto para moda.

Olhou para o que eu vestia.

— A gente acaba aprendendo algumas coisas durante o serviço. – disse meia envergonhada.

— Edward você precisa me deixar urgente trabalhar na Lanvin. – ela se virou para o irmão e fez um biquinho como se fosse uma criança.

Levei a mão na boca para abafar uma risada, tinha agora quase certeza como Karl era tão irresistível quando pedia algo, ela havia aprendido com Alice.

— Quando se mostrar mais responsável cuidado da sua sobrinha. – ele respondeu azedo.

— Haha como é engraçado. – ela cruzou os braços nervosa, mas então descruzou rapidamente voltando a sorrir.

— Fiquei muito que feliz que veio. - seu sorriso ia de orelha a orelha e então ela se virou para Karl – Você arrasou garota! Claro que você parou de dançar quando os desnaturados aqui chegaram, mas você foi linda! A mais linda!

— Eu não acreditei quando vi a Bella. – Karl respondeu rindo, nem um pouco ofendida por Alice ter dito isso. – Tia, mas o que é desnaturados?

— Não queira saber.

— O que sua tia é.

Eu e Edward falamos ao mesmo tempo.

— Que lindos! A convivência forçada já tem feito vocês falarem igual. – a baixinha teve a coragem ainda de bater palminhas animadas.

— Cuidado com as palavras Alice. – o alerta pareceu real.

Mas Alice deu de ombros como se não tivesse sido nada. Eu porém fiquei ali um pouco desajeitada por ter que estar em uma situação como aquela.

— Será que podemos comer ? – Alice disse – Estou com fome.

— Porque você não vai com nossos pais Alice?

— Não vai se livrar de mim hoje, meu querido irmão. – respondeu com um sorriso no rosto, como se estivesse provocando ele – E eles já foram embora. Vou com vocês!

— Eba!!! – Karl gritou.

— O que acham de hambúrgueres? – Edward sugeriu, ignorando a irmã e suas provocações.

— Quem é que gosta de comida de adolescente agora? – provoquei.

Ele se limitou a me responder também, ali, ele estava em desvantagem e estava bem ciente disso.

— Karoline vêm comigo, e vocês me seguem atrás.

— A cadeirinha dela esta no meu carro.

— Eu sou a babá lembra? Tem uma no meu carro.

Alice pegou na mãozinha de Karl e foi saltitando para onde quer que estivesse o carro de Alice, e nos deixou ali sozinhos.

Me virei para Edward esperando que ele falasse qualquer coisa, seja lá o que Alice estivesse em mente, deixar Edward e eu sozinho era o plano dela.

— Alice quer que você execute o plano. – disse finalmente se virando para olhar para mim. Se referindo a minha promessa de ajudar Edward a seguir em frente.

— Não era um plano Edward. – respondi – Alice quer o irmão dela de volta, seja lá quem você era antes.

Minhas palavras ficaram no ar, trazendo um peso aos ombros de Edward.

Quando chegamos na hamburgueria que Edward escolherá, Alice e Karl já estavam sentadas esperando nós, rindo e falando sobre o cardápio que seguravam nas mãos.

— Já fizeram o pedido? – Edward perguntou se sentando ao meu lado.

— Sim. – respondeu – Falta o de vocês papai.

— O que vai querer Bella?

— Você pode escolher para mim.

Ele assentiu e fez nossos pedidos. Em algum momento enquanto estávamos esperando a comida, Karl pulou para o meu colo e encostou a cabeça no meu peito e ficou brincando com as minhas mãos com uma das mãos e a outra ela estava agarrada com o ursinho que havia dado, ela estava bastante cansada, e ficou quieta ouvindo a conversas dos adultos. Mas em todo momento que a olhava, tinha um sorriso satisfeito no rosto, como se aquele dia fosse o melhor da vida dela, e tinha que aproveitar o máximo ficando acordada.

— Acho que temos alguém cansada por aqui. – disse.

— Eu não sou. – ela disse rindo – Deve ser o papai, ele sempre fica cansado essa hora da noite.

— Isso é porque estou tentando fazer você ficar cansada para poder dormir mocinha. – disse e ela riu.

— Bella, conta mais sobre você. – Alice sugeriu.

— O que quer saber?

Alice pôs o corpo para frente interessada e ficou um tempo pensando sobre o que perguntar primeiro. Ela era o tipo de pessoa que tinha milhares de perguntas na ponta da língua, mas naquele momento estava escolhendo a pergunta certa.

— Bella sabe patinar no gelo. – karl sugeriu um assunto inocentemente.

— Sério?

— Sim. – respondi – Eu meio que tenho certa fascinação por coisas exclusivas dos Estados Unidos.

— Como assim? – Alice perguntou confusa.

— Bella se considera brasileira. – foi à vez de Edward responder por mim.

E Alice se interessou mais sobre assunto.

— Eu não me considero brasileira. Eu sou. – respondi

— Não quando você nasce no Brasil e vêm pra cá em seguida – se virou para mim. – Você devia ser um pouco patriota ao país que te acolheu.

Edward me olhou divertido esperando uma resposta à altura da sua provocação.

— Desculpa, mais eu não nego minha origem.

— Uau! A conversa ficou interessante.  Você é mesmo brasileira?

— Sou sim – respondi – Eu nasci lá, mais vim para cá, e depois fui pra lá de novo e voltei.

— Só isso? Me dê detalhes. – Alice pediu animada.

— Peça pra ela te contar como os pais dela se conheceram e veio parar aqui, e você terá a história mais curta da atualidade. – provocou ele novamente.

— Isso porque você não deixou terminar. – virei pra ele inconformada.

Quando a tensão dos nossos olhares pareceu se intensificar Karl interrompeu.

— Você sabe falar outra língua então Bella? – Karl se afastou para pode olhar para mim.

— Sim eu sei. – respondi orgulhosa, e pude ver a surpresa na expressão de Edward.

— Que foi? Achou que eu não soubesse?

— Sinceramente? – perguntou – Não.

— Conta mais Bellinha!! – Alice pediu extremamente animada. – Primeiro diga sua fascinação por coisas exclusivas dos Estados Unidos.

— Ah isso.Okay – eu ri – Por exemplo, andar de patins no gelo no Brasil é quase impossível, difícil achar um lugar lá, mais aqui? Espera nevar e qualquer lago você se aventura, então foi uma das coisas que meu pai me ensinou. Então... neve é outra fascinação, assim como armários na escolas.

— Qual é? Mentira .

— Lá não tinha? – perguntou Karl

— Não. Então chegou uma época que pedi pro meu pai me trazer pra cá só por causa disso.

E ao longo da noite foi assim, com perguntas sobre era minha vida no Brasil, eu disse o máximo de coisa que consegui, falei mais sobre a diferencia, e de vez enquanto Edward também perguntava algo, mais suas perguntas nunca eram referente a coisas, mais a acontecimentos, ou a pessoas. Ele parecia querer conhecer minhas atitudes, como eu era, não em como as coisas eram pra mim como Alice parecia ter se interessado.

Em algum momento depois da comida Karl caiu no sono nos meus braços, e terminamos a noite de um jeito bem descontraído e divertido.

Alice vendo o irmão participar da conversa e interagir de forma normal e não arrogante fez a garota ficar radiante o resto da noite. Não sei se Edward era capaz de perceber, mais Alice o olhava as vezes com adoração, como se finalmente tivesse enxergando o irmão.

Quando fomos embora, Alice se ofereceu para levar Karl para casa. Pelo o que entendi amanhã seria a vez de Alice bancar a babá enquanto Edward não teria tempo por causa do desfile, então Karl dormiria na casa dos avós. Sobrando então Edward para me dar uma carona de volta para casa.

Comparado o transito que estava quando viemos, agora? As ruas estavam quase vazias, a neblina grossa cobria todas as ruas, e o frio já era algo quase insuportável. Isso dizia que só pioraria, e se tivéssemos sorte a neve cairia no natal. Era uma expectativa muito grande.

Edward estacionou em frente ao meu prédio quando já era duas horas da manhã, e fiquei me perguntando como é que acordaria as seis no outro dia, mas aquilo não parecia incomoda-lo.

— Edward? – perguntei quando ele fez questão de me acompanhar ate a porta do prédio.

— Sim. – se virou lentamente para me olhar.

Suas mãos estavam no bolso, suas bochechas estavam coradas por causa do frio, e quanto ele falava saia uma fumaça gelada de sua boca. Ele ficou ainda mais bonito corado.

— Como sabe que assim que nasci, vim para os Estados Unidos?

— Registros? – soou mais uma pergunta.

— Não pode ser, não há um documento que diga isso. – respondi. – Você levantou minha fixa como me disseram no serviço?

— Quem te disse isso?

— São boatos que circulam na empresa. – respondi – É verdade?

— A fixa de todos é levantada. – respondeu dando de ombros – É o procedimento para todos. Questão de segurança.

Olhei para ele inquisitivo, não era isso que havia perguntado, e ele estava se esquivando para não responder.

— Eu devo ter perguntado algumas coisas para Pierri também. – cedeu balançando a cabeça, como se isso fosse à coisa mais vergonhosa que tivesse que admitir.

— Se convenceu de que não sou uma ameaça? – brinquei

— Não que Pierri soubesse distinguir uma. – deu de ombros, Pierri não gostaria nada de saber disso – Mas ainda a acho perigosa.

— Que bom que estamos de acordo. – sorri para ele.

Ele tinha suas reservas, seus muros, mais ainda assim era bastante sincero com algumas coisas, isso o fazia menos assustador, e mais humano.

Me aproximei para dar um beijo em sua bochecha sem pensar.

— Boa noite Edward. – disse – Obrigada por hoje.

— Boa noite Bella. – ele desejou e foi embora. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ME DIGAM O QUE ACHARAAAAM? EU SURTO COM ESSE EDWARD kkk
uma noticia pésima pra vocês é que não tenho nada do proximo capitulo pronto, e que eu preciso pensar com carinho cuidado porque será o desfile de Pierri ou seja, ele precisa ser cheio de detalhes e ainda conter muito Edward e Bella juntos, e claro Pierri vai surtar um pouco, então vou por a mão na massa.
Nos vemos nos comentarios!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "31 Dias de Dezembro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.