Daphne escrita por Angie


Capítulo 7
Capítulo 6 - O Baile - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Primeira parte do baile. Não me matem quando ler o final rsrs



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POV Andrew

Garçons andavam de um lado para o outro, cobrindo todo o comprimento do salão de bailes e oferecendo bebidas e aperitivos para os convidados. Me sentia tentado a tomar uma taça de champanhe para me livrar de parte do nervosismo, mas sabia que se ao menos fizesse menção de realizar tal ato, Liz se materializaria de onde quer que estivesse e me daria um grande discurso sobre “não beber na própria festa.”

A última semana havia se passado de forma mais rápida do que eu gostaria e minha irmã – apesar de estar sempre ocupada. –, percebeu meu estresse. Ela sabia. Sabia que a garota que – de acordo com ela – me machucou estaria aqui hoje. Talvez por minha expressão ter demonstrado algo, ou simplesmente pelo fato de que não vejo muitas garotas normalmente. Minhas opções eram poucas dentre os reinos aliados, e pensar assim seria a alternativa mais óbvia, então a única coisa que lhe restava deduzir era o nome da garota. Daphne. O nome que não consigo tirar da cabeça.

Sabia que a queria desde o momento em que a vi pela primeira vez. Tudo nela me atraiu. Com os cabelos cacheados de um loiro caramelado chegando um pouco abaixo dos ombros, estatura média, corpo curvilíneo e olhos de um azul tão escuro quanto as águas profundas de um oceano, Daphne era o tipo de mulher que qualquer homem gostaria de ter ao seu lado para chamar de sua. Mas de todos os seus atributos, o que mais me agradava era a sua voz: suave e cadenciada com seu sotaque francês, sua voz sempre soava como uma bela música e era tão inesquecível quanto. Esse era apenas mais um dos fatores que me torturava.

Inesquecível. Daphne fazia essa palavra chegar a um outro nível. As palavras que proferia também.

– Não está se divertindo? – olhei para trás ao ouvir a pergunta.

Minha mãe estava lá parada, com um sorrisinho irônico no rosto. Ela estava ainda mais linda com um longo vestido verde de mangas compridas formadas por um bordado de folhas que ressaltava a cor de seus olhos. O cabelo preso em um coque elaborado dava destaque a sua coroa.

– Está tão óbvio assim? – ensaiei um sorriso.

– Você parece ansioso. Como se estivesse a espera de algo… ou alguém.

– Você sabe porque estou assim, mãe. – retruquei.

– Mas você não vai querer que Elizabeth perceba. – me avisou. – Sua irmã te ama e sendo tão protetora quanto ela é, a primeira coisa que faria seria exigir explicações de Daph…

– Shhh. – pus um dedo de frente aos seus lábios. – Tem razão, não quero que a Liz…

– Não quer que eu o quê? – ouvi sua voz atrás de mim e emiti um suspiro. As duas mulheres da minha vida tiraram a noite para me surpreender de repente.

– Não é nada demais. – garanti. – Só estava me perguntando se você não gostaria de dançar comigo.

Erguendo uma sobrancelha Elizabeth balançou a cabeça lentamente.

– Tsc, tsc, tsc. Andrew, não minta para mim. Posso enxergar através de você.

– Tem razão. – resmunguei. – E as vezes isso é assustador.

– Nossa, do jeito que você fala, até parece que eu sou uma bruxa. – disse revirando os olhos.

Dei de ombros.

– Sabe, eu estava falando sério quando te convidei. – afirmei. – Dança comigo?

Ainda com o olhar desconfiado, ela assentiu e pôs sua mão de forma delicada sobre a minha, previamente estendida. Se aproximando do meu ouvido, mamãe sussurrou:

– Quando a vir, faça-a ver o que perdeu.

Sorrindo conduzi Liz para a pista de dança. Levei uma mão a sua cintura e ela colocou a sua sobre meu ombro. Demos continuidade a valsa que já havia começado a algum tempo.

– Já achou seu pretendente? – perguntei ironicamente, lembrando-me da mentira que ela inventou para tentar me convencer a deixá-la organizar o baile, sem saber naquele momento que mamãe já havia ligado para meu escritório e avisado sobre suas intenções.

– Não brinque comigo, Andrew. Esse baile não é sobre mim.

– Mas é você quem acredita em amor a primeira vista e eu não ficaria surpreso que nossas situações se invertessem.

Sim. Eu acredito no amor, mas não espero que ele venha bater em minha porta justamente hoje.

– Nunca se sabe.

– Tem razão. – concordou. – Mas estou bastante confiante em minhas convicções e não pretendo falhar. Algo me diz que esse baile será bastante interessante.

Você nem imagina o quanto, irmãzinha.

POV Elizabeth

Quando nossa valsa terminou, fiz uma breve reverencia e me afastei da Andrew, ainda sorrindo, com a promessa de que nos veríamos depois e o conselho de que ele deveria convidar ouras garotas para dançar.

Eu estava bastante satisfeita com meu trabalho. Tudo estava indo de acordo com o planejado e nada poderia dar errado. Ao menos se Andrew colaborasse…

Sei que estou sendo um pouco adiantada com tudo isso, mas se dependesse de mim, meu irmão encerraria esse baile pondo uma aliança de noivado no dedo de alguma garota. Não que eu tenha esperanças de que isso vá realmente acontecer…

Perdida em minhas divagações não prestei atenção em meu caminho e acabei me chocando contra alguém. O quê? Eu nunca disse que era uma dama polidamente prendada.

– Alteza. Está bem?

Me surpreendi ao me deparar com um par de olhos cor de mel. O príncipe de Portugal havia segurado minha cintura para que eu não caísse e me olhava preocupadamente.

– Sim, estou bem, só… – estava bastante difícil elaborar uma frase coerente com ele tão perto de mim.

– Talvez devesse se sentar um pouco…

– Não, não, eu estou bem – sorri. – não se preocupe, Antoine, eu não bebi ou algo do tipo. Só estava um pouco distraída.

– Hum. Então talvez essa possa ser uma deixa para eu convidá-la para dançar?

Perdida em seus olhos, por um momento me esqueci dos flashes das câmeras dos fotógrafos que perambulavam ao redor, mas logo me veio um pensamento. Com nós dois parados tão próximos, ele segurando minha cintura e eu com cara de boba, aquela seria uma capa bastante interessante para uma revista de fofoca. Balançando a cabeça diante de um pensamento tão estranho aceitei o seu pedido e nos dirigimos ao centro do salão de bailes.

POV Daphne

Minhas mãos estavam suando de maneira desagradável e tive que levá-las ao vestido de cor lavanda que estava vestindo para tentar melhorar a situação. Ao entrar no salão de bailes, impressionei-me com a organização e a classe do lugar. Tudo havia sido decorado nas cores branco e dourado, dando um ar de luxuosidade, mas sem exagero, no entanto. A pessoa que havia organizado aquilo, havia cuidado de cada mínimo detalhe para que nada parecesse demais. Aquele era o tipo de evento que poderia desviar os olhos do mundo da seleção ao menos por uma noite.

– Daphne. – o rei Henry me cumprimentou alegremente ainda na entrada. – Continua encantadora como sempre.

– Gentileza a sua, alteza. – sorri e fiz uma breve reverência, tanto para ele, quanto para a rainha Alicia. – Fico feliz de que tenha se recuperado.

– Nada como um dia após o outro, querida. – disse ele com bom humor.

Observei-os trocando amenidades com o restante de minha família – inclusive Dimitri e Sarah que também tinha vindo. O reino havia sido deixado nas mãos de pessoas de plena confiança de papai. –, mas não estava realmente prestando atenção. Basta sorrir quando todos sorriem e então eles pensam que você está se divertindo. Mas eu não estava.

Por cima do som da música, risadas e toda a conversa, um nome ecoava em minha cabeça. Andrew. Andrew. Andrew. E como se tivesse sido atraída magneticamente, senti-me tentada a olhar para trás e nossos olhares se encontraram.

E ele estava lindo. Vestes oficiais, cabelo preto bem cortado, ombros largos e olhos azuis de uma tonalidade bem mais clara que os dos meus. Por um breve segundo pensei ter visto um sorriso em seu rosto, mas logo desapareceu. Pegando uma taça de champanhe de um garçom que passava por ele, Andrew a ergueu para mim, como se dissesse: Um brinde a nós, Daphne. A nossa história que mal começou.


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