Daphne escrita por Angie


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Sei que prometi postar na Sexta-feira, mas ler A Hedeira me atrapalhou na escrita, por isso, aqui estou eu.
Vocês vão entender um pouquinho mais do relacionamento Andrew/Daphne nesse capítulo e em breve acontecerá o baile.
Beijos e Enjoy.



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POV Daphne

Passar o dia anterior com Antoine foi bastante agradável, ao contrário do que eu imaginei que seria. Embora nossos pais já estejam cientes de que não temos a intenção de nos casarmos, uma aliança foi formada, trazendo assim benefícios para ambas as províncias: Portugal e França. Aquilo me fez feliz e ter Antoine agora como um amigo, ajudou a manter minha mente bem longe de lembranças ruins.

Alguém bateu ligeiramente na porta e Hannah, uma de minhas criadas temporárias, a abriu.

– Ei, princesa. – Antoine disse entrando.

Fechei a mala com poucos pertences que havia trazido e sorri para ele, mas não era exatamente um sorriso feliz.

Como princesa, geralmente não vejo príncipes de províncias aliadas mais que três vezes por ano. Seria um longo tempo até que nós víssemos novamente e por incrível que pareça eu sabia que sentiria sua falta.

– Oi. – falei apenas. Se princesa chegava a ser cansativo em oitenta por cento das vezes. Não que eu estivesse reclamando, tem seus benefícios e eu amo meu povo, por isso não rejeito meus deveres. A não ser, claro, que isso incluísse uma grande festa e uma troca de alianças.

– Eu sei que deve ser doloroso para você… – ele começou, mas o interrompi prontamente.

– O que quer dizer com isso? – ergui uma sobrancelha com um meio sorriso no rosto.

– Oras, você obviamente vai sentir minha falta, mas sinceramente, eu não a culpo.

– Nossa! – me impressionei. – Você tem um conceito bastante elevado de si mesmo, não é?

– Apenas admita, Daphne.

– Não.

– Admita.

– Tudo bem. – dei-me por vencida, porque caso contrário era capaz de ficarmos debatendo aquela questão o dia inteiro. – Vou sentir sua falta. Você é até legal. Feliz?

– Claro.

Ri diante daquela cena ridícula. Não consigo acreditar que o conheci apenas ontem.

– Veio me desejar boa viagem?

– Também – disse cruzando os braços. –, mas queria principalmente te dar uma boa notícia. Daqui a uma semana, nos veremos novamente.

– Vai me visitar, Antoine? Assim nossos pais vão acabar acreditando que está interessado em mim. – provoquei, mas sabia que aquilo não seria possível, tanto por mim, quanto por ele.

– Quem está com o conceito elevado demais agora, princesa? – ele rebateu. – Não é nada disso. Essa manhã recebemos um convite e creio que você e seu pai também serão convidados.

– Para quê? – perguntei desinteressadamente.

– A família real da Inglaterra convidou todos os seus aliados para um baile na semana que vem. Presumo que a verei lá?

Franzi a testa assimilando suas palavras. Inglaterra. Droga.

Sentei sobre a cama balançando a cabeça negativamente. Lembranças de um belo verão a alguns anos atrás me vieram a mente. O frescor da relva macia. O cheiro de flores silvestres. A maciez de seus lábios. Andrew.

– Daphne, você está bem? – Antoine perguntou parecendo preocupado.

Balançar a cabeça dizendo que sim, foi tudo que pude fazer. Sou apenas uma garota hipócrita e inconsequente que machucou alguém que disse me amar. Da mesma maneira que Maxon me machucou. Não, muito pior.

Andrew, eu ainda não sei o que sinto por você.

POV Andrew

Fechei calmamente os botões da minha camisa, deixando apenas os dois últimos, de baixo para cima abertos, enquanto ouvia as batidas frenéticas na porta de meu quarto.

– Andrew! – chamou Elizabeth. – Abra logo essa porta, ou eu mesma mando um guarda vir derrubá-la!

Suspirando diante do exagero da minha irmã, passei as mãos entre meus cabelos úmidos pelo banho e fui até a porta, abrindo-a.

– O que deseja, Elizabeth? – perguntei seriamente. Nos últimos dias minha irmã se provara impossível, tratando de assuntos do baile.

A cena que mais vi ultimamente era a dela segurando uma prancheta andando para cima e para baixo com várias criadas e mordomos carregando tipos de tecido a seguindo.

– Liz, Andrew. Me chame de Liz. – resmungou entrando em meu quarto, olhando-me de forma suplicante logo depois. – Preciso de ajuda.

Ergui uma sobrancelha.

– Do que se trata?

– Mídia, banquete, escolha de cores… – balbuciou andando de um lado para o outro. – Estou ficando maluca!

Pelo que pude entender, ela ainda estava se referindo a organização do baile. Pensar nisso me trazia certo nervosismo, um pouco de alegria e, talvez lá no fundo… mágoa.

– Você não tem nada pronto ainda?

Ela parou.

– Bem, sim, mas nada parece ser bom o suficiente! – levou as mãos a cabeça. – Ao menos os convites já foram enviados. – Então Daphne já o tinha recebido. Qual terá sido sua reação? Será que ao menos se importava? – Sabe, é nessas horas que agradeço por não ter que ser rainha. Não entendo como mamãe aguenta tanta responsabilidade.

– Você não pode ver o futuro, Liz. – brinquei. – Talvez um dia se case com com um príncipe e tenha que ser rainha. – não me agradava muito pensar que um dia minha pura irmãzinha poderia se casar e ser levada para longe de mim, mas era uma provável possibilidade com a qual eu tinha que me conformar. – Além disso, acho que você já é responsável o suficiente. Tão responsável quanto uma velha rabugenta de sessenta anos… Au! – eu disse sorrindo quando ela deu um tapa em meu braço.

– Haha. Você deve se achar muito engraçado, irmãozinho. – falou azeda.

Pigarreei.

– Agora, falando sério: Vai dar tudo certo. – ela pareceu tranquilizar-se um pouco. – Você é a pessoa mais organizada e meticulosa que conheço, tenho certeza de que vai ficar tudo perfeito. Tenha apenas mais um pouco de paciência, sim? – ela assentiu. – E por favor, não me peça para escolher a cor das toalhas de mesa, o resultado seria um verdadeiro desastre.

Ela me sorriu, parecendo agora totalmente tranquila e enlaçou seu braço ao meu.

– Sabe, não foi apenas para bancar a desesperada que eu vim aqui. – ela disse puxando-me para o corredor.

– Ah, não?

Elizabeth balançou a cabeça negativamente.

– Papai acabou de ter alta – anunciou fazendo-me suspirar de alívio. Papai tem um grave problema cardíaco e já estava a duas semanas em repouso. –, e quer que tenhamos um verdadeiro jantar em família, depois de todas esses dias. Ele está ansioso para voltar a ativa, Andrew. Talvez agora você possa querer se dar uma pausa.

Eu sabia que a preocupava por trabalhar tanto, mas também tinha a consciência de que aquilo era o melhor para mim mesmo. Manter-me ocupado, impedia-me de pensar no passado e desejar no futuro. Viver apenas aquilo que me era apresentado e oferecido não doía e me preocupava muito menos.

Descemos as escadas para o andar térreo e percorremos um longo corredor, adentrando no salão de refeições ricamente decorado. Nossos pais, nos esperavam com sorrisos. Senti meu corpo relaxar, livrando-me de toda a tensão que ganhei nos últimos dias, ao ver o brilho nos olhos da minha mãe.

Beijei seu rosto e abracei meu pai, para depois sentar-me a mesa.

Viva apenas o presente, pensei. É tudo que importa agora.


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