Daphne escrita por Angie


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Enfim, escrevi esse capítulo em terceira pessoa porque acho que escrevo melhor assim, mas o próximo vai ser em primeira de novo.
Beijinhos de Luz****



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POV Narrador

Ao lado de seu pai, Daphne se sentia impaciente. Não porque queria chegar logo ao palácio da família real de Portugal, mas porque para início de conversa, não queria nem mesmo ir para lá.

Como pedira, seu pai lhe dera uma semana para se recuperar – embora tenha passado apenas três dias de cama. –, e logo que o prazo teve fim, o mesmo anunciou que eles voariam para Portugal, onde ele discutiria termos sobre uma futura aliança comercial em conjunto ao rei Ricardo e o conselho, enquanto ela poderia ter seu encontro com o príncipe Antoine. Eles teriam um almoço particular.

Mas havia algo a deixava confusa: Antoine, ao contrário de Frederick, não era o príncipe herdeiro. Inicialmente Daphne pensava que seu pai queria que ela fosse rainha, para que pudesse ter os benefícios de uma aliança completa, mas a província de Portugal já tinha um sucessor, que por sinal, já era casado.

Talvez ele quisesse apenas contrariá-la, obrigá-la a se tornar uma pessoa mais responsável, ou quem sabe, realmente esperava que ela fosse se apaixonar de uma hora para outra.

O carro parou em frente ao palácio, o motorista abriu a porta e seu pai saiu. Alisou o traje oficial perfeitamente passado e ofereceu-lhe a mão. Ela pôs a sua sobre a dele e saiu de forma graciosa, a saia de seu vestido leve, verde-claro, agitando suavemente com a briza.

~*~

Os próprios rei e rainha haviam ido recepcioná-los e ao seu ponto de vista eles aparentavam ser bastante gentis. No entanto, Antoine, mesmo que tentando aparentar a mesma gentileza polida, parecia-lhe um pouco ausente. Quase como se não quisesse estar ali. Ela entendia esse sentimento, pois sentia o mesmo. Mas não tinha como ter certeza se era o que realmente via, ou se era no que queria acreditar. Seria tão mais simples se ele não estivesse interessado.

– Querido. – disse a rainha Ariana, olhando para seu filho. – Acredito que seu pai tenha muito o que discutir com o rei William, então porque não mostrar o palácio a Daphne agora?

Seu olhar parecia, por algum motivo, quase esperançoso.

– Claro, mãe. – ele se virou para Daphne. – Vamos?

Ela assentiu rigidamente e passou a caminhar ao seu lado.

– Algo o incomoda alteza? – ela perguntou, logo que seus pais saíram de vista. Antoine não havia falado nenhuma palavra até então.

– Estou procurando palavras que não a ofendam ou que a faça se sentir desrespeitada. – ele sorriu de lado. – Tenho medo de que se eu disser algo errado, acabe provocando uma guerra entre nossas províncias.

Daphne ergueu as sobrancelhas surpresa. Aquilo definitivamente não estava na lista de coisas que se esperava ouvir em um encontro.

– Apenas diga. – falou confiante. – Não acho que possa dizer algo que me ofenderá.

Antoine era um homem bonito de dezoito anos – Ele tinha cabelos castanho avermelhados e olhos que divergiam entre o marrom e a cor de mel. –, mas acima de tudo parecia ser ponderado e inspirava confiança. Ela realmente acreditava nas palavras que dissera anteriormente, embora isso não significasse que aceitaria se casar com ele. Ela estava decidida. Se teria que se casar, que fosse mais tarde que mais cedo, e teria que ser com alguém que cumprisse todas as suas exigências.

– Se esse é o caso, sinto lhe dizer que não tenho interesse algum pela senhorita. – ele disse, parecendo tentar fazer que sua voz saísse amável.

Daphne ficou estática por alguns segundos e ele, parecendo perceber que ela não continuava a caminhar ao seu lado, também parou, olhando-lhe com expressão receosa.

– Isso é um teste? – questionou ela. Não poderia ser tão fácil. Mas era.

– É claro que não. A ofendi?

– Bom, não, mas… – inclinou a cabeça estreitando os olhos. – isso me parece tão irreal. Se não se interessa por mim ou pela minha coroa, porque pediu ao meu pai para ter um encontro comigo?

– Para tranquilizar um pouco minha mãe. – explicou. – Acabei de, hã, digamos que sofri uma grande decepção amorosa nos últimos tempos. Ela tem andado um pouco preocupada, diz que eu deveria me dar uma chance para conhecer outras garotas. Sinto muito se a fiz perder tempo, não era essa minha intenção.

– Tudo bem. Estamos no mesmo barco, além disso, você não faz meu tipo. – ela disse sorrindo.

– Ouch. Se eu ainda tivesse sentimentos, poderia ter me machucado com isso.

Daphne bateu seu ombro com o dele.

– Você tem. Não importa o quão destroçados estejam.

– Você fala como alguém experiente no assunto.

No mesmo instante ela parou de sorrir e disse-lhe com toda convicção:

– Eu sou.

Depois que Antoine tinha lhe mostrado as principais áreas do castelo, Daphne havia pedido que ele a levasse até a Ala onde ela ficaria hospedada com seu pai até o dia seguinte e foi o que o príncipe fez. Logo após uma pequena apresentação entre ela e suas criadas temporárias, Antoine havia ido embora, deixando-a para que pudesse se arrumar para o almoço que compartilhariam. Sim, o almoço não teria nenhum objetivo romântico, mas eles precisavam manter a farsa. Daphne estava apreciando ao máximo da companhia dele, em quem não procurava um marido, mas sim um amigo.

Após um banho pegou o vestido que havia separado e deixado em cima da cama e vestiu-o com a ajuda de suas criadas, deixando que elas preparassem depois seu penteado e sua maquiagem. Antoine voltou dez minutos após ela já estar pronta, com uma expressão um tanto confusa.

– O que aconteceu? – ela perguntou enlaçando seu braço com o dele.

– Houve um pequeno problema com nosso almoço. – ele admitiu franzindo a testa e passando a mão por entre os cabelos. – Sabe, antes de abrir o jogo com você, eu estava totalmente disposto a te fazer odiar o encontro e como suas preferências nos foram anteriormente informadas, eu já estava ciente do que você não podia comer de jeito nenhum. E foi isso que pedi que preparassem.

Daphne ergueu uma sobrancelha desconfiada.

– O que você pediu para eles fazerem?

– Nenhuma ideia?

Na verdade ela tinha sim. Haviam poucas coisas que ela não podia comer de forma alguma e todas elas se resumiam em três pequenas palavras.

– Frutos do mar. – ele assentiu concordando. – Eu sou alérgica, posso morrer se comer até mesmo em pouquíssima quantidade, você é louco.

– Ei, eu não ia te deixar comer, mas tenho que admitir, adoraria ver sua expressão surpresa.

Ela voltou a bater seu ombro com o dele, tentando parecer brava, mas não conseguiu, tinha que admitir: ele havia tido uma boa ideia e em seu lugar faria o mesmo, caso isso não fosse lhe trazer problemas com seu pai.

– E como ficamos agora? – perguntou enquanto desciam uma escadaria.

– Não se preocupe, as cozinheiras já estão preparando outra refeição para nós e enquanto isso, ainda há maçãs o suficiente para a princesa da França comer.

Saindo para o jardim, Daphne revirou os olhos. Tudo estava sendo do jeito que ela queria, mas tinha plena consciência de que um único sentimento havia os levado até ali. Mágoa.

Esse sentimento ela conhecia mais que qualquer outro, por já ter sido magoada e por ter magoado alguém.


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Notas finais do capítulo

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