Daphne escrita por Angie


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas estou um pouco desanimada com a falta de comentários nessa história e a escola está me complicando um pouco. Por isso a história da Daphne teve que entrar em hiatus. Bjos.



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POV Elizabeth

– Por favooor. – implorei a mamãe pela décima vez. Normalmente sou uma pessoa séria e responsável, mais quando quero algo não me importo em bancar a criança.

– Elizabeth… – rangi os dentes. Eu odiava que me chamassem assim, e por algum motivo todos me chamavam. – Eu não posso te dar permissão para fazer um baile sem que saiba do motivo pelo qual quer organizá-lo.

– A confraternização com os nossos aliados. – tentei, mas foi uma desculpa fraca, eu sabia. As vezes mamãe parece ver através de mim, ela não acreditaria tão facilmente em uma mentira como essa, até porque nunca me preocupei com nossas alianças. Não preciso, sei que não serei rainha e agradeço aos céus por isso.

– Quero que me diga o motivo real, filha. – disse tirando sua atenção do vaso de rosas que estava arrumando e erguendo uma sobrancelha.

– Bom, ao menos é isso que você pode lhes dizer no convite. – falei sentando na minha cama.

– Você quer conseguir uma noiva para Andrew, não é?

– Como….

– Uma mãe conhece seus filhos. – interrompeu-me delicadamente. – Você tem estado muito preocupada com ele ultimamente. Não acha que seja uma atitude um tanto exagerada?

– Não, já que foram você e papai que impuseram a condição de que ele teria que se casar para assumir o trono. – retruquei.

– Não queremos forçá-lo. Tudo tem seu tempo, quando ele estiver pronto para se apaixonar isso acontecerá.

– Não se ele não der oportunidade para que isso aconteça. – enfatizei gesticulando. – Meu irmão passa o tempo todo nesse palácio cuidando de projetos e participando de reuniões, o máximo que ele conseguiria aqui é se apaixonar por uma criada, e sinceramente, eu não sou contra, qualquer uma delas é tão humana quanto nós, mas não o vejo trocar sequer quatro palavras com outra garota que não seja eu!

– Como eu disse antes, ele ainda não está preparado para isso. – disse calmamente.

Estreitei os olhos.

– Você sabe! – era uma acusação.

– De que?

– Andrew te contou, não foi? Quem é ela? – questionei firmemente.

– Querida, você está perguntando coisas sem sentido. – falou desviando o olhar.

– Eu sei que ele já se apaixonou por alguém e essa pessoa o machucou. – levantei e fui até mamãe. Segurei suas mãos, virando-a em minha direção. – Quem foi ela? Andrew não quis me dizer.

Mamãe suspirou.

– Filha, todos sabemos que apesar de ser a caçula, você acha que tem o dever de defender seu irmão de tudo e todos – olhou em meus olhos. –, mas há coisas que nós só podemos superar sozinhos. Se ele acha que não deve te contar, então deixei-o. Talvez um dia ele te conte, quando tudo isso se resolver.

Não importa o quanto eu insista, ela nunca me contará. Bom, agora eu só posso esperar que Andrew “supere” o que quer que tenha acontecido e me conte tudo. E então eu poderei me vingar de quem o machucou, transformando a vida dessa garota num inferno. Até lá, tudo que posso fazer é tentar achar alguém para preencher o vazio em seu coração.

– E então, o baile? – perguntei e mamãe pareceu surpresa com minha mudança de assunto repentina.

– Não tenho certeza, mas parece ser uma boa ideia. Pergunte a Andrew e veja o que ele acha disso.

– Tudo bem. – respondi com um sorriso, embora não estivesse muito feliz.

Ia ter que inventar uma desculpa muito boa para fazê-lo me dar essa permissão.

~*~

POV Andrew

Abri a porta do meu escritório e me deparei com Liz. Ela estava calada e parecia calma, carregando uma prancheta em mãos.

Voltei a me sentar e ela sentou a minha frente.

– Quero organizar um baile. – disse sem rodeios.

Franzi a testa e retirei os óculos de leitura, esperando que ela se explicasse.

– Como sabe, eu já tenho dezessete anos e ainda não estou noiva. Mesmo que você não queira se casar, eu ainda pretendo ter um casamento feliz como o do papai e da mamãe.

– E o que um baile tem a ver com isso?

– Quero convidar todas as províncias aliadas, para que dentre seus herdeiros eu possa talvez escolher alguém. Bem mais eficiente que um encontro e ainda poderá ser tomado como um ato de boa fé.

– Bem, isso é verdade. – concordei. – Mas diga-me Liz. Quanto tempo teve para pensar em tudo isso?

– O que? – assustou-se.

– Eu não acreditei em nada do que você disse.

– Isso não é justo! – falou erguendo-se exaltada. – Você não tem o direito de dizer que estou mentindo apenas com um olhar!

– Não se preocupe, apesar de estar bem ciente de seus planos, darei minha permissão.

Por um instante ela me encarou confusa, mas logo que o choque foi superado, ela abriu um grande sorriso, contornou minha mesa e beijou meu rosto.

– Obrigada. – disse feliz. – Agora devo me retirar, há muito trabalho a ser feito.

Deixei de sorrir no momento em que a porta se fechou atrás dela. O motivo para ter dado minha permissão é que, se todos os países aliados deverão estar presentes, a família real da França também virá. E talvez eu goste de me torturar, mas quero voltar a ver Daphne novamente.


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