Senhora escrita por urbaninha
Pensou Shaoran na situação que se encontrava. Como se livrar da armadilha traçada por Sakura?
- Tinha razão. Eu não a amava de verdade. Me casei por interesse. Mas ela também se sacrificou. Não poderá mais casar-se com ninguém. Se não tiver filhos, morrerá ela sozinha?
Nisso Shaoran percebeu o tamanho do amor e da raiva da Sakura. Se ela era capaz de tanto, do que mais poderia? Como chegara a tal extremo?
Agora estava ele em um quarto de solteiro, ornamentado com elegância, preparado especialmente para ele.
- Ela me ama. Loucamente. De forma a se prender a mim, um homem sem caráter. Eu nunca tinha visto tal intensidade de sentimento. Se tivesse sido um bom homem a ela, ela teria sido a mulher perfeita. Teríamos uma família feliz...
Chorou amargamente.
- Que fazer? Eu ainda a amo, mas exigir meus direitos de marido é uma desonra. Mas que me resta? Sou um crápula mesmo...
Foi até a porta que dividia os aposentos, seus e os dela. Ouviu-a chorar. Congelou no chão. Que pensava estar fazendo? Não valia nada! A mulher mais bela e virtuosa em outro quarto chorava, e ele pensando em tomar ela para si a força!
Não! Mil vezes não!
Foi até a janela. Após refletir, percebeu que sempre fora fútil. Nunca dera verdadeiro valor a todos e a tudo que tinha. E agora? Que lhe restara? Pensou, pensou, mas o cansaço o venceu e dormiu.
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Acordou com o barulho alegre de mulheres. Reconheceu as vozes. Suas irmãs divertiam-se com jogos perto de uma varanda.
Em uma mesa à sombra, estavam sua mãe, sua esposa e sua irmã prestes a casar. Sua esposa! Amaldiçoava a si mesmo. Mas serenou ao lembrar da resolução que tomou. Ia fingir que tudo bem. Não ia ficar nesta teia tecida pelos outros para sempre.
Aproximou-se.
- Bom dia Shaoran! – falou Sakura alegremente.
- Bom dia. Bom dia minha mãe, irmã.
- Bom dia!
- Estávamos discutindo o casamento de sua irmã, Shaoran. Acho que devemos fazê-lo aqui em nossa propriedade, e na primavera para aproveitar as flores que desabrocham. Ia ficar bonito, não concorda?
- Claro...
- E quero ter o prazer de te dar toda a festa e todas as vestimentas, Feimei!
- Ah Sakura que gentileza a sua!
Shaoran olhou espantado. Não deviam aceitar!
- É melhor não irmã...
Ao olhar das 3 sobre si, respondeu:
- Pense que talvez Yuki fique sentido com você, por não poder participar destas decisões.
- É verdade. Falarei com ele primeiro.
Passaram o dia em calma e tranqüilidade. Eriol veio acertar com Sakura alguns detalhes da criação e cultivos, Clow e Kaho ficaram a ler, e Shaoran... bom, este ficou a olhar para o vazio...
Assim estava quando foi chamado por Sakura.
- Shaoran, que achas deste papel de parede? Gosta?
Naquela sociedade machista, nenhum homem daria opinião em assuntos “de mulher”. Ver Sakura pedir-lhe desta forma o deixou constrangido.
- Eu...
- Por favor, é meu marido...não posso me decidir sem ti..- e o sorriso irônico denunciou seu pensamento.
Ele se aproximou.
- Gosto deste. É bonito.
O vendedor olhou para os dois boquiaberto.
- Li-sama é um homem extremamente notável, senhora! Aceitou participar de tua decisão sem queixas! Parece até um cachorro domesticado!
Shaoran teve ímpetos de matar o comerciante. Sakura sorriu.
- Ah Shaoran não atente...ele é um ignorante, não conhece os modos reais da corte...
E dispensando-os, foi se trocar para o jantar.
Shaoran por sua vez fez o mesmo. Em seu quarto, não sabia o que fazer. Que queria Sakura dele? Um escravo para humilhar? Um homem apenas para servir-lhe? O que?
No jantar achou saber. Sakura lhe tratava como um brinquedo. Todo o tempo, ela reservava as maneiras doces e gentis, mas cheias de ironias e alfinetadas. Os demais riam à vontade dele. Quando foi dormir, Shaoran socou a parede.
Não ia suportar. Ia enlouquecer!
CONTINUA...
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