Senhora escrita por urbaninha


Capítulo 5
Capítulo 5 - Negócios




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- Eriol-sama, a herdeira Kinomoto te aguarda.


- Sim, já vou.


Eriol foi ao encontro da amiga. Ela o olhava contente.


- Meu amigo!


- Estás cada vez mais bela, flor de cerejeira!


Ela sorriu. Estendeu um papel.


- Cartas de Tomoyo... não deveria trazer estas coisas, pode se complicar!


- Achas que o pai dela me toma como o que pensava? Ele só vê meu dinheiro e a esperança de um dia tomar teu lugar como meu administrador.


- Tomara que não, ou ficarei descontente.


- Fica tranqüilo. Tenho algo que te interessa.


Mostrou o pergaminho. Leu Eriol atento e olhou assustado para a moça.


- Que pensas em fazer?


- Vou mandar reforços. Se o clã Daidoiji não suportar este conflito, o pai deTomoyo irá a ruína, e a desonra deles será enorme.


- Vais contratar homens para este serviço?


- Eu não. Você vai.


- Não compreendo...


- E quando vier a vitória, você terá a glória.


- Mas que quer com isso?


- O Daidoiji terá tal dívida contigo que vais aceitar dar a mão de Tomoyo!


Eriol sorriu. Sim! O plano é ótimo!


- Obrigado, Sakura-san!!! Imensamente agradeço! – olhou com lágrimas nos olhos – por ti tens algo que posso fazer?


- Tem sim – levantou soberba – convença Shaoran a casar comigo! Diga a ele para se passar por Conde Yue.


- O que???? Sakura, como teu amigo me recuso! Não!!


- Como meu amigo te peço! Eu nunca esqueci, mas agora posso me casar com ele! Vou vingar meu nome manchado!


- Como pretendes isto?


- Fazendo Shaoran pedir a ruptura do casamento.


- Pelos céus Sakura! Ele jamais... – parou Eriol de falar. É claro que Shaoran faria algo assim. Isso o colocaria na lama totalmente. Se não suportasse ficar com a esposa, pedir a ruptura implicaria em devolver todo o dote e mais um pouco.


- Eu sei o que estás pensando.


- Farei isso, mas sob protestos. Tenho a ti como uma irmã. Não quero te ver sofrer!


- E não vou.


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Na noite seguinte, realizava-se uma reunião de bom gosto na casa de Eriol.


Shaoran fora convidado, depois de tempos sem receber convite. Foi acolhido pelo amigo com distinção, e as mais finas e delicadas iguarias eram oferecidas.


Sakura então surgiu. Usando um furisode verde, bordado com mil flores, era a própria encarnação da beleza, enfeites maravilhosos em seus cabelos, a pintura feita com esmero. Os pretendentes avançaram em sua direção como abelhas no mel.


Eriol então se apressou a recebê-la.


- Ele veio?


- Sim. Quer que faça hoje?


- Sim.


Eriol então pediu música e a alegria tomou conta do ambiente.


Shaoran não desgrudava os olhos de Sakura. Cercada de rapazes, ela tinha um ar de malícia e ao mesmo tempo de nojo. Ele a admirava, hipnotizado, mesmo perto de Meiling. Esta se irritou profundamente.


- Shaoran, estou indisposta, vou me retirar. Como um cavalheiro, deveria ao menos acompanhar-me.


Quando ia fazê-lo, Eriol o impediu.


- Shaoran, já vai? Não, quero que fique.


- Meiling está se retirando, vou acompanhá-la.


- Ah que isso? Ela vai com as damas de companhia e os seguranças, não precisa.


Meiling olhou o noivo com ar interrogativo.


- Se importa que eu fique Meiling? Foi nosso anfitrião que me pediu.


- Shaoran, mas você...


- Vou ficar mais um pouco. Está bem?


A jovem retirou-se ofendida. Eriol olhava a cena com desprezo, mas disfarçou.


- Quero te falar uma coisa – e levando Shaoran a outra sala – soube que a Kinomoto está a procura de um noivo...


Shaoran o olhou espantado.


- Estou noivo de outra. Além do mais, ela agora é milionária!


- Eu sei como ganhar a confiança da família dela. Sabes bem que ela nunca te esqueceu.


Shaoran fitou o outro sorrindo. Seria verdade?


- Tu vais passar por Conde Yue. Eu costumo ajudar carentes com este nome. Vai você adotá-lo. Farei com que todos saibam, e precisarás admitir. Imagino que a família dela não irá impedir um casamento com um nobre e rico benfeitor...


- Mas e depois? Não poderei manter as aparências!


- Estando rico, consegues manter as aparências com tua fábrica de porcelanas e ninguém irá se opor, ainda mais Sakura que nada vai saber.


- É genial Eriol! Como teve esta idéia?


- Queria apenas vê-los felizes, amigo.


Shaoran pensou em não aceitar, era noivo de Meiling. Mas ao imaginar a vida que poderia dar às irmãs e a mãe, ainda mais com a dívida que pendia sobre si, resolveu aceitar a idéia. Shaoran e Eriol brindaram contentes.


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Passados os dias, recebe o líder do clã Daidoiji a noticia de que reforços misteriosos o ajudaram nos conflitos. Mandou emissários atrás de quem o ajudou, mas sem sucesso. Refletiu e concluiu que devia ser algum nobre, pois contratar estes homens usou uma soma avultada de dinheiro e provisões.


Mandou então fazer uma comemoração aos fatos.


Nesta noite, foram todos, inclusive Shaoran e Eriol. Sakura também.


-Tem certeza que teu plano irá funcionar? – Eriol a encarava nervoso.


- Absoluta. Tomoyo não deveria se preocupar – Sakura falou olhando as fontes de água.


- Entenda a postura dela, minha amiga. Ela conhece o pai que tem...


Sakura apenas sorriu.


Em um determinado momento, tocavam uma alegre canção. As moças rodopiavam e dançavam alegres. Foi neste momento que Sakura fingiu derramar algo no haori* de Eriol.


- Ah me desculpe... Retire isso, senão vai estragar o tecido – E puxou a manga da roupa, então um pergaminho caiu.


Notou o pai de Daidoiji que reconheceu o mapa desenhado. Era de onde estiveram os conflitos armados, além de várias instruções e valores! Pegou o papel e começou a ler, enquanto Sakura e Eriol encenavam. Então compreendeu o velho. Seu aliado misterioso era o Conde Hiragizawa!


- Meu filho, és tu o meu aliado? Você?


Eriol ficou branco feito papel.


- Meu senhor, eu...


- Por que fez isso? – apontou ao pergaminho.


- Já era hora de nossas famílias de perdoarem. Estes conflitos não unificarão nossa nação, ao contrário. Peço que me perdoe.


E ia se retirando quando o velho o impediu.


- És meu convidado de honra, meu filho. Não vá.


E anunciou a todos a aliança entre Eriol e seu clã. O plano funcionou.


O casamento de Tomoyo e Eriol foi ajustado dias depois.


No dia do noivado, davam uma bela festa. Shaoran estava nervoso. Neste dia, ia ser sua vez de representar.


Mal imaginava ele os teatros que se realizavam nas rodas da corte.


Eriol o chamou.


- É agora, está pronto?


- Não!


- Ótimo – sorriu – ele virá te servir daqui a pouco.


Passados alguns minutos, entrou um velho curvado para servir saquê. Ao ver Shaoran, largou imediatamente o jarro e ajoelhou a seus pés.


- Conde Yue! Quanta honra! Abençoaste minha casa! Salvou minha família!


- Pare com isso, Tanaka-san. Não deves falar!


- Mas Conde Yue, a ti devo minha vida e de minha família! Como poderei retribuir? - E chorava aos pés do rapaz, que ficara visivelmente constrangido.


Clow Reed entrou na conversa. Não compreendera a cena.


- És tu o Conde Yue, que tanto falam os pobres? Tu que ajudaste esta gente?


- É ele, senhor! Garanto a você! Que minha honra seja testemunha!


- Meu jovem, tu faz coisas valorosas! Espero que continues desta forma! Que os deuses te abençoem!!!


Então se voltou Clow para Sakura que via a cena ao longe. Sorriu a ela, sorriu a Shaoran e saiu. Shaoran percebeu que Eriol tinha razão. Conquistara a mão de Sakura.


No dia seguinte, alegou mil motivos banais, e rompeu com Meiling seu noivado. Achava que seu amor, que por tanto tempo ficara em seu coração, poderia enfim dar-lhe tudo que desejava.


Mal imaginava que ali iria começar de fato a saber...


 


CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

*haori: uma espécie de sobre-kimono, usado com bordados do clã como roupa de gala.
Coisas do google!!!



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