Acordou Sakura com uma leve dor nas partes de mulher.
Shaoran sentado na cama a olhava. Vestido, cabelos molhados, sorrindo como nunca fizera antes.

- Bom dia, minha amada esposa!

Sakura então se deu conta de tudo. As lembranças da noite anterior. Sua depravação ao ceder. A dor no seu íntimo. O sangue denunciando o gesto.

Ensandecida, deu um tapa no rosto de Shaoran.

- Como foste capaz? Cretino! Covarde!!!!

- Espera! Do que está falando?

- Disso! – e apontou o sangue nos lençóis. Enrolou-se no tecido, protegendo-se da nudez. Quanta vergonha sentia!

- Sakura, eu amo você! Por que age assim, você me ama também! Eu me entreguei a você, mudei por você, sabe disso!!!

- Teve a coragem de me tocar, depois de ter se vendido por uma quantia ínfima!

Shaoran levantou-se, a raiva estampada nos olhos.

- Tu que me falas de moral? É teu nome que dizem ter amantes no hospital! Tua pessoa é comentada em toda sociedade!!!!

- O que??

- É isso mesmo! Yukito é teu amante! Tu que falas de moral e integridade? Pensas que eu nunca saberia?

Sakura atacou o rapaz com fúria. Batia em seu peito com força.

- Maldito! Como ousa me ofender? Ele está se recuperando graças a mim, não podia abandoná-lo! E Meiling e ele agora estão juntos, graças a mim – olhou para o rapaz estupefato – é sim, meu esposo, sua prima vai se casar com ele! E eu que proporcionei isso, porque ele sempre me amou sem interesse, ao contrario de você, mero mendigo da burguesia, mero marionete da corte!!!! Ela foi desonrada por você, não se esqueça!

Ele se afastou para não fazer algo errado. Perderia o controle.

- Vou embora. Desta casa maligna.

- E como espera explicar sua ida? Vai fugir? – Sakura olhou zombeteira.

- Espere e verá. Tu terás o alívio que procuras em tua vida, minha bela flor amada.

Pegou suas coisas e saiu, deixando Sakura para trás. Esta sentia que perdia o marido naquele instante, mas o orgulho não lhe permitia buscá-lo e pedir perdão...

Se arrependeria deste gesto? No seu espírito, a sensação de ter amado aquele homem loucamente agora se confundia com a dignidade de seu amor ofendido.

Estava certa?




CONTINUA...