A partir daquele dia, Sakura esquivava-se do marido. Havia dias que mal trocavam olhares. Houve semana que só se viram 4 vezes! Quando aparecia, Sakura tinha um ar melancólico. Só voltava feliz quando vinha do hospital, onde ia agora dia sim, dia não. Os dias correram nesta meia-morte da alma. Passaram 2 meses.

Clow resolveu indagá-la. Não suportava mais a situação, e como seu tutor achava tudo aquilo abominável. Aproveitou-se de uma reunião em memória do pai da moça para falar-lhe.

- Sakura, que tens?

- Eu estou ótima! Por quê, meu querido?

- Não parece! Não parece mesmo!

- Por quê?

- Só te alegras quando volta daquele hospital! Está a meses assim! Fora dele, não cantas mais, não pintas mais, nem as flores tu cultivas... Nunca não te vejo sorrir, ao contrário de teu marido! Ele sim está bem feliz!

- Ele não quer mais se matar. E está fazendo progressos! Estou feliz por ele!

- Você está enganando Yukito? Estás a se envolver?

- Nunca! Ele sabe que sou fiel a meu marido! Não suspeites de mim!

- Tu vais sozinha?

- Não – e fez um ar de mistério – vou com uma amiga. Em breve saberá.

8888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888

No outro dia, teve início um torneio de arco e flecha. Sakura, convidada para musa da disputa, sempre bela e elegante, no primor do luxo. Shaoran também estava lá, muito alegre e belo, o que atraía o olhar das moças e o ciúme de Sakura.

- Ei Shaoran, ainda em suas aulas de porcelana?

- Estou nas etapas finais.

- Então vai aprender a vender? Vais se embaraçar todo!

- Não Yamasaki, aprenderei a negociar. É interessante saber todos os detalhes, se quiser administrar melhor a fábrica. Não fazes idéia de como eu era ignorante!

- Shaoran, você mudou bastante.

Achou este que era uma piada, mas notou o amigo sério.

- Obrigado, Yamasaki.

- Continue assim! Orgulharia teu pai!

Shaoran sorriu. O outro o felicitou.

Passavam entre as mesas de quitutes deliciosos, quando ouviram dois homens falando alto.

- Te digo: aquela mulher é a mais bela!!! Ela é um jarro de pura luxúria, devia sorver em gotas!

Enojou Shaoran ao ouvir o outro rapaz desconhecido, de forma tão depravada a falar de um mulher.

- Duvido que algum dia consiga falar com ela, Satso.

- Pois meu irmão está na mesma ala do hospital em que ela vai visitar o amante!

- Esta flor refinada? Amante? Duvido!

- É sim! O nome dele é Yukito!

Gelou Shaoran ao ouvir o fim da conversa. Sakura conhecia Yukito. Ela ia todos os dias ao hospital. Sakura e Yukito?

Não. Não poderia jamais!!!!

Mergulhado nas trevas da mente, mal percebeu Sakura perto de si.

- Que foi? Está arredio!

- Sakura, como vão as coisas no hospital? Tem visto muitos doentes?

- Estão fazendo progressos... - estranhou a moça, afinal ele nunca perguntava sobre isso.

- Yukito melhorou muito não?

- Sim, ele melhorou...Os médicos dizem que é um milagre!

De repente se deu conta. Nunca tinha falado a ele!

- Como soube?

- Pela boca dos outros, flor de cerejeira... – e saiu.

Olhou assustada. Que faria agora?

Suspeitaria ele? Se fosse sim a resposta, o que faria? Já criava-lhe embaraços a situação, mas não poderia recuar mais...




CONTINUA...