Cada história escrita por Ela. escrita por Mrs Skars


Capítulo 5
Uma Dose de Realidade.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal *_* Eu estava realmente um pouco sumida, mas agora voltei! Eu senti vontade de compartilhar essa história, é um pouco diferente das outras, mas espero que gostem e acrescentem algo na vida de vocês. Obrigada :D



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Então era isso. Havia terminado mais uma vez. De verdade a sensação momentânea era a melhor possível, mas não era mais nada além disso. Digo, a realidade é totalmente diferente do que assistimos e lemos em livros. Para quem já passou por isso sabe do que eu estou falando e quem está pensando em seguir adiante, sugiro que reflita no que tenho a dizer.

– Uau, foi incrível.

– É.. Eu tenho que ir. – Eu esbocei um sorriso sem graça e fui rapidamente pegando a minhas roupas espalhadas pelo chão.

– Ah, certo. Quer que eu te leve? – Ele me falou enquanto permanecia nu na cama.

– Não, está tudo bem, vou passar na casa de uma amiga. – Falei mentindo.

A única coisa que fiz questão de fazer antes de ir embora foi tomar um banho rápido, pelo menos lavei as minhas partes íntimas que estavam úmidas e tratei de vestir minha roupa rapidamente saindo daquele quarto o mais rápido possível. Eu sentia nojo dele, era comum sentir nojo depois do sexo com os garotos e pior do que isso era a sensação do vazio que ficava. Eu sei que estamos em uma geração moderna do "foda-se", "mulheres usam homens" e blabla, mas o fato é que não deixa de ser apenas aquilo ali. Algo que por mais que você ache que está usando para o prazer, não lhe acrescenta nada depois.

Tudo começou quando eu dei o meu primeiro beijo aos 13 anos, na verdade sempre fui sonhadora. Achei que teria uma trilha sonora do fundo e iria sentir aquele cala frio quando o personagem principal beija a mocinha. Imaginei que meu primeiro beijo teria aquela emoção que sempre senti ouvindo as intermináveis músicas românticas e filmes. Mas adivinhe? Nada disso é real. A realidade é que há apenas o barulho da rua, filme, qualquer lugar onde você estiver, é apenas o som do mundo real. O primeiro beijo é sempre estranho, sentir a língua na sua boca e ter que acompanhar o ritmo da pessoa, bater os dentes no início... tudo isso é normal e novo. Aos poucos quando percebi já estava ficando com um garoto aqui e ali do colégio. Nenhum deles eu era realmente louca apaixonada, apenas ficava afim e acontecia. Também nunca fui bonita ao ponto de todos os garotos quererem ficar comigo, mas digo que era o suficiente para ter algumas experiências amorosas.

Quando percebi eu já tinha 16 anos e estava com meu primeiro namorado. Na verdade foi mais frustrante do que imaginei. Eu pra variar não era apaixonada por ele, mas aos poucos fui gostando. Na verdade eu gostava da idéia de ter o primeiro namoradinho. Naquela época era legal, falar para as amigas que você namora, ele conhecer seus pais... tudo isso é uma experiência é algo novo. E aos poucos com os hormônios e você crescendo junto, começam a descobrir as partes intimas. Esse foi o primeiro menino em que eu conheci o corpo masculino. Novamente não era nada romântico, essa parte não era contada nos livros, filmes e nada do que eu tinha visto. As únicas pessoas que sabiam disso eram minhas amigas também inexperientes. Porém, sempre pensei na virgindade como algo que eu queria compartilhar com alguém que eu gostasse de verdade. Então, aquela brincadeira de namoro não durou muito. Logo eu iria descobrir outra fase da adolescência. As festas.

As festas são legais, tudo lindo. Você começa indo com as amigas, ficando com vários meninos na mesma festa, te trás uma sensação legal. Me senti no controle, senti que estava usando todos eles e ao mesmo tempo me senti desejada por vários garotos ao mesmo tempo. O problema desses ambientes é que na verdade todo mundo pensa o mesmo, mas no final ninguém sai ganhando. No final da noite, você está na sua cama sozinha e descobre que aquilo não mudou em nada a sua vida. Do que valeu a pena ficar com tantos garotos? Não sei nome de nenhum deles. Não me lembro de nenhum rosto, muito menos dos seus beijos.

Logo, as festas começam a te levar para um outro mundo diferente. O álcool. Não tive referencias de ninguém da minha família que bebesse, exceto que meu avô foi alcoólatra, mas ele morava longe de mim, então o habito de beber não era da minha família. Então, por influencia, comecei a gostar de beber. Para ser do meio da “galera” era descolado beber, as festas era um ambiente em que todos bebiam. Quanto mais você vai crescendo, mais as festas ficam mais “pesadas”. Minha mãe nunca gostou que eu fosse a festas, mas como sempre arranjava uma maneira de ir escondida. Na verdade queria seguir minha própria vida, afinal eu já estava agora com 18 anos e havia entrado na faculdade. Sim, eu ainda era virgem. Havia algo em mim que ainda fantasiava. Eu queria perder a virgindade com alguém que eu realmente gostasse, porem não tinha achado ainda. As festas agora da faculdade haviam aumentado o nível, eram muitas. Não era um American Pie da vida, mas agora já tinha outras drogas, por sorte nunca precisei usar, pelo menos isso nunca tive interesse em usar.

Aconteceu que aos 20 eu havia encontrado um menino, na verdade ele me achou e fez questão de namorar comigo, ele era mais velho. Eu hesitei muito, mas depois acabei cedendo. Na verdade será que seria ele? Eu me apaixonaria por ele? Eu casaria com ele? Eu ficaria com ele? Como sempre, acabou que resolvi compartilhar a minha virgindade com ele após 3 meses de namoro, porém 3 meses depois terminamos, eu resolvi terminar. Por um lado eu não me arrependo, mas por outro eu gostaria de ter me guardado um pouco mais. A minha primeira vez tive sorte dele ser carinhoso, não doeu. Ficamos em um HOTEL de verdade. Dei um jeito para mentir aos meus pais, passei a noite fora com ele. Na verdade namorar com ele eu pude crescer um pouco em se tratar de relacionamentos, eu percebi de fato como era vida a dois, então ele e eu fizemos muitas coisas juntos que para mim era novidade, viajamos juntos, dormimos juntos, recebi café da manhã, fizemos amor, ganhei anel de compromisso, todas essas coisas de relacionamento sério. Por um lado até acreditei estar apaixonada por ele, mas descobri que talvez nem eu e nem ele estávamos. Porque terminou? Tinha que terminar. Não estava dando mais certo. Se eu chorei? Claro, afinal foram 6 meses juntos.

Depois dele veio uma enorme curiosidade. De saber como era sexo com outras pessoas. Uma vez esse “Mundo” aberto, pronto. Agora eu tinha voltado para as festas, agora estava um pouco pior. O meu ex fumava, então agora eu fumava nas festas, além de beber muito. Eu estava uma bagunça, não porque eu tinha terminado com ele, mas a frustração de não ter encontrado a minha “alma gêmea” e além de tudo a minha vontade de conhecer os prazeres do corpo. As minhas amizades sempre me influenciaram a fazer o que meu corpo tinha vontade e até que um dia cedi. Foi experimentar, um aqui, outro ali. Não que eu me sentisse uma vadia, nem que eu fosse, mas um dia eu percebi. Nesse dia em que eu saí do quarto daquele menino, eu percebi. Aquilo era demais para mim. Eu estava me perdendo, estava perdendo quem eu era.

Não condeno quem saí por aí transando, a mulher que pensa que quer prazer e se divertir. Mas digo que essas coisas para MIM me deixaram uma bagunça. Aquela menina sonhadora e cheia de esperança, foi se perdendo no caminho. Eu já não era mais quem eu esperava que eu fosse quando crescer. Aos poucos fui colocando minha cabeça no lugar antes que fosse tarde. Começou pela minha faculdade. Aos poucos fui deixando as festas e mudando as prioridades. O estudo agora era a minha prioridade, a minha formação agora era a minha paixão. O meu hobby tinha virado assistir seriados, ler mangás. Eu havia resgatado aquela menininha sonhadora que sempre fui, porém agora de uma forma mais madura, afinal já havia experimentado o que o “mundo” tinha a me oferecer.

O que eu quero dizer a você? Essa é uma história em que não termina em FELIZES PARA SEMPRE. É uma parte da minha vida que compartilhei para aquelas meninas que precisam ler isso. Ler algo que se chama VIDA REAL. Claro que as histórias que contamos é um escape desse mundo, algo que gostaríamos de viver ou de presenciar, mas a REAL é que a vida está aqui agora diante de você. O mundo está com festas, drogas, sexo e o que digo é que disso tudo que pude experimentar um pouco não me acrescentou, só fez me sentir perdida de quem eu realmente sou. Eu busquei algo que me fizesse crescer mentalmente, profissionalmente, espiritualmente. Eu estou feliz agora do jeito que sou, feliz comigo mesma. Feliz de ter reconhecido a tempo que eu poderia me perder no meio desse processo. Feliz por aceitar quem eu realmente sou e finalmente feliz de compartilhar essa experiência com vocês, afim de que possa trazer a realidade na vida de alguém.

THE END.


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