Survival Challenge escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 24
Capítulo 24




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"Eu trouxe sim, caso você tente fazer algo."

"E o que seria? Tentar matar você novamente? Porque essa pode ser sua oportunidade. Não há seguranças por aqui e então..."

"Já chega Michael!" Daphne alterou sua voz. "Olhe para si mesmo. Não se lembra de anos atrás? Aquela pessoa que você era?"

"Aquele Michael morreu, Daphne! Abra seus olhos! Eu não vou mudar e me entregar só porque você está aqui me dizendo isto."

"Michael..."

"Depois de tudo que eu fiz, ainda me surpreendo com sua coragem de vir aqui." Ele deu uma breve risada "Patético."

"Nossos pais..." Ela hesitou "Não sabe o quanto deve ser difícil viver sabendo que seu próprio filho comete atrocidades, e que não se pode fazer nada?"

"Nada?!" Ele se levantou, agora mostrando raiva em sua face. "Eles já sabiam que eu tinha ido embora, e o que eles fizeram? Nada!"

Daphne deu um passo para trás, temendo que Michael fizesse alguma coisa.

"Eles não mal se importam comigo, eles preferem a garotinha da família! A herdeira dos negócios Blake!" Michael berrava, e fazia a mulher recuar mais um pouco. "Você acha mesmo que eles estavam triste por mim? Não me faça rir!"

"Isso, não é verdade."

Ele caminhou até sua estante, e de lá retirou uma pasta e os entregou a Daphne.

"Mamãe e papai poderiam ter feito algo, várias vezes. Mas eles preferiram ficar em silêncio."

A ruiva olhou para o rosto dele uma última vez ante de folhear o que lhe fora dado. Michael agora estava diferente; não apresentava aquela expressão perversa. Ele parecia mais um pobre coitado digno de pena.

"Mas.." Daphne folheou aquela pasta, e após analisar alguns papéis, ela ficou pasma com um trecho destacado que avistou.

'Michael August Blake, diagnosticado com esquizofrenia e depressão, será transferido ao hospício de Saint Mary, sendo aceito o pedido de internação dos parentes responsáveis Harry Francis August Blake e Mary Abigail Blake.'

"Mike..." Ela olhou para o irmão, mal conseguindo dizer as palavras. Nada mais queria fazer sentido. Seus pais nunca disseram à ela que Michael estava assim, era como se apagassem da história que Michael existira.

"Michael, por que nunca me disse que você estava com problemas?"

"E ia adiantar alguma coisa? As pessoas 'normais' não conseguem entender o que se passa na cabeça daqueles que pensam diferente. Muito menos você."

Daphne pôs a pasta na mesa dele "Então você fez isso tudo apenas para provar a todos que você não precisava de ajuda?!"

"Preciso lhe contar uma verdade." Michael levou a mão até o queixo, voltando a abrir um sorriso. "Tudo aquilo que você passou quando estava jogando agora a pouco, era na verdade uma farsa. Aquele não era o Survival Challenge na verdade."

"O quê?!" Ela arqueou a sobrancelha.

"Isso mesmo. Bem, a questão dos braceletes era a única verdade; eles emitiam um pulso se o coração se acelerasse muito, mas convenhamos aqui, meu jogo, o verdadeiro Survival Challenge não se passava ali."

"Que diabos está falando?!"

"Você já jogou esse jogo, Daphne. Não se lembra? Quando você foi para aquela ilha, você já estava jogando."

"Mas, e o que o Banqueiro me disse?"

"Eu pedi que ele dissesse aquilo. Aquele velho sabe mentir bem."

"Eu não entendo. Por que fez tudo isto?"

"Queria saber até quando você chegaria para vir até mim. E pense bem, por que acha que um jogo tão fácil como aquele que você jogou agora, seria vencido por somente três pessoas?"

"Fred quase morreu com seu joguinho falso, Michael."

"Ah." ele riu "Seu namorado é muito estressado. Não sei como ele sobreviveu, na  verdade era para ele estar morto."

"Você armou tudo aquilo para matá-lo?" Daphne apontou para a porta, onde Fred deveria estar, com receio de que ele estivesse ouvindo.

"Ele é bem difícil de se matar."

"Meu Deus, Michael..." ela baixou sua cabeça "você está doente."

"Vocês tiveram sorte de eu estar de bom humor, e não precisaram passar pela minha ilha usando os braceletes. Se não, estariam mortos assim que chegassem na metade."

"Quer dizer que..." Daphne parou para pensar em tudo que ele disse. As palavras não quiseram sair. "Michael. Quantas pessoas jogaram esse jogo?"

"Não tenho certeza, talvez vinte e uma pessoas? Isso sem contar você e Fred. Não me lembro bem, eles chegam e perdem tão rápido. Mal conseguem aguentar a primeira hora."

"Então os únicos ganhadores foram...?"

"Isso mesmo que você está pensando. Dois dos três ganhadores são minha amada irmãzinha e seu namorado."

"E... quem foi o outro ganhador?"

Antes que Michael respondesse, a porta se abriu de repente, e sem ao menos dizer alguma coisa, uma figura familiar aparece.

"É bom ver que os dois irmãos estão juntos."

"Banqueiro? O que está fazendo aqui?" Disse Daphne se virando para o homem grisalho. Michael olhou para ele com uma expressão séria.

"Onde está Fred?"

"Não se preocupe, senhorita Blake. Ele está fora de perigo."

O Banqueiro começou a caminhar em direção aos dois.

"Michael." O Banqueiro olhou para o rapaz.

"O que foi?" Ele respondeu.

"Michael você passou dos limites."

O ruivo cruzou os braços e começou a rir.

"O que foi agora, todos agora estão se rebelando?!"

"Pelo visto você tem memória curta, não é?"

"Do que você está falando?" Michael mostrava estar entendiado.

O Banqueiro balançou a cabeça sorrindo falsamente. "Seu desgraçado."

Sem ter tempo de reações imediatas, o Banqueiro retirou uma arma do bolso do terno rapidamente, e atirando em seguida.

"O que foi isso?!"

Fred agora estava dentro de uma das salas do corredor. Ele caminhou até a porta para tentar abri-la, mas não conseguiu. Ele estava trancado, batendo fortemente na porta, desesperando para saber da situação, e temendo que aquele tiro fosse a ver com Daphne.

Daphne não viu nada, apenas um clarão, logo depois viu seu irmão caindo, tentando se apoiar na mesa. A ruiva pegou arma presa em sua perna e apontou para o Banqueiro, aproximando-se de Michael.

"O que você fez!" Ela disse, com suas mãos tremendo ao apontar a arma.

"Você não sabe nem a metade do que ele fez."

"Eu sei que ele é uma pessoa cruel, mas matá-lo não vai adiantar muita coisa!"

"Então por que veio para cá, senhorita Blake?"

Daphne pensou por um momento e olhou para o irmão caído.

"Você não tinha o direito de fazer isso!"

O Banqueiro virou de costas, começando a caminhar em direção à porta.

"Aonde está indo?" Ela perguntou.

"Michael teve o que merece... Agora, acho que posso ter minha liberdade, finalmente." Daphne não podia impedi-lo, e então o Banqueiro foi embora.

"Ah... Maldito... Ah!" Michael estava perdendo sangue rapidamente, e sua irmã estava sem saber o que fazer. Ela temia chamar alguma ajuda de fora, e com isso, aumentar os problemas.

"Daphne!" Uma voz familiar entrou pela porta.

"Fred! Onde você estava?"

O loiro correu para onde os dois estavam, e parou ao ver a mulher tentando estancar o ferimento daquele homem ensanguentado.

"O Banqueiro atirou nele, nós temos de chamar um ambulância!"

"Para ele?" Fred apontou para Michael, sentindo raiva ao ouvir Daphne dizer aquelas palavras.

"Fred, não podemos ficar parados e deixa-lo morrer!"

Fred olhou para o homem caído, que abria um sorriso.

"Não posso crer nisto. Vocês, tentando me salvar?" Ele tossiu um pouco e depois continuou "Parece que seu plano... não deu certo... Daphne.

A ruiva se levantou, e caminhando alguns passos até Fred, ela virou-se.

"Pelo contrário, Michael."

Daphne olhou para Fred fazendo um gesto para que ele o seguisse até a porta.

"Eu vou ligar para Kenny contatar uma ambulância."

"Está bem."

Ambos estavam de costas, ainda conversando sobre o que fazer daqui por diante, e não perceberam que Michael ainda se movimentava. Silenciosamente ele pegou uma arma que estava escondida no bolso de seu terno. Daphne, por instinto, se virou no momento. Ela não podia acreditar naquela cena; ele estava pronto para atirar. Com a arma em punho ela apontou para ele, e sem pensar duas vezes, atirou.


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