O mundo secreto de Alice Slaski escrita por lettshine


Capítulo 4
Capítulo 3 - Memories


Notas iniciais do capítulo

Há quanto tempo,pessoas! Eu tinha programado uma maratona para o carnaval,principalmente porque na próxima semana eu não vou ter tempo nenhum para postar qualquer coisa,mas uma viagem inesperada me levou a ficar muito tempo sem internet.Ainda assim, eu farei o que tinha me proposto: cinco dias de carnaval,cinco capítulos do mundo da Alice. Então,eu prometo que até duas horas da manhã ela já vai ter conhecido o Alex e o Jhon,ok? Boa leitura! /lett



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A vida de Andrew Owtermann já tinha sido mais fácil. Quer dizer, até o mês anterior, quando ele vivia no meio de mulheres com quem poderia fazer o que quisesse, e ao chegar em casa, poderia simplesmente não fazer coisa alguma a não ser mandar em sua esposa. Mas isso havia sido a um mês atrás. Agora, todas as mulheres com quem se deitara haviam sumido, a casa acumulava poeira, sua última camisa limpa fora usada na semana passada e ele estava faminto. Tudo isso porque aquela vaca egoísta tinha resolvido se matar. Uma noite, ele chegou em casa e lá estava ela caída no meio da sala, a pele branca e gelada , os olhos vidrados, os lábios azuis. E o frasco de veneno ainda preso à mãos.

Por um tempo, ele até que tentou manter as aparências. Tentou não, foi obrigado. Todos os dias, do nascer ao pôr do sol, lá estavam aquelas idosas metidas, com seus bolos e seus falsos olhares de piedade e cuidados, que encerravam nada menos que desprezo. Elas o obrigavam a ficar sóbrio, e essa sobriedade o deixava taciturno, o que elas fingiam interpretar como pesar, e ele fingia que acreditava que era isso mesmo.

Mas à medida que as visitas iam rareando, para a tristeza de seu fígado e de seu estômago, sua vida parecia ficar ainda pior. Havia algo de Ruby naquela casa, algo que o fazia acreditar que ela poderia entrar pela porta do quarto a qualquer momento. Havia algo na casa que o expulsava, o repelia, como imã repele seu semelhante.

Andrew passava mais e mais dias fora de casa, temendo o que quer que existisse naquelas paredes abandonadas . Ele não queria mais ficar ali, não sozinho. À noite, ele podia quase jurar que podia ver fantasmas.

***

Alice suspirou profundamente quando entrou na banheira. Ela estava ansiando por um banho, e isso não era só por causa da viagem longa. Havia algo na água que a ajudava a pensar, e só os céus sabiam como ela precisava disso.

Primeiro, ela estava furiosa por ter gasto dinheiro a toa. Aquele velho tinha induzido ela a voltar àquela cidadezinha entediante só porque uma “prima-dona” idiota tinha resolvido morrer por “amor”. Ela odiava aquela atitude que só poderia ser considerada uma verdadeira moral de servo de Nietzsche. Mas um caso era sempre um caso, e ela iria receber por isso,então não estava exatamente preocupada com isso.

O que a irritava mesmo era outra coisa. Quer dizer, onde diabos ela estava com a cabeça? Entrar por vontade própria no Selo de Salomão? Ela era insana ou estava com vontade de morrer? Apenas os Caçadores mais habilidosos poderiam fazer um Selo de Salomão, e esta técnica poderia trazer malefícios até mesmo aqueles que lançavam mão daquele artifício. Aquela coisa era tão forte que poderia levar consigo qualquer um: espíritos, metamorfos, fantasmas, ghouls, djinns e até mesmo demônios, o que significava que aquilo era absolutamente perigoso para um humano, mesmo um Caçador. E agora, só porque aquele velho tinha pedido, ela tinha aceitado ser jogada nas profundezas de um inferno do qual ela poderia nunca sair.
Se ela pelo menos não devesse tanto a ele... .ela afundou mais na banheira, a água cobrindo tudo menos os olhos e ouvidos,os cabelosse movimentando como cobras, lembrando-se de tudo ,o desespero e o caos...

"Há muitos e muitos anos, o Submundo era governado por diversas famílias de espécies diferentes. Mas uma insurreição comandada por demônios ocorreu, dizimando a 'ordem' que restava entres os monstros. Mas tudo que ocorre no Submundo tem um reflexo no mundo dos Caçadores. Os demônios queriam controlar tudo. Os Walker, a 'realeza' dos caçadores foi dizimada, e não haviam mais notícias dos Herondale e dos Lightwood. Dos Smith e Solomon restavam poucos, e os Slaski eram os próximos de sua lista negra.

Assim como outros, eles acabaram caindo. A ultima família restante era formada por Robert e Grace Slaski, junto de sua pequena Alice, na época com 6 anos de idade. Eles lutaram. Eles não se renderam. E eles sobreviveram. E assim permaneceram até os doze anos de Alice, lutando para sobreviver, enfrentando monstros e fugindo e encontrando mais e mais feras pelo caminho.

Foram emboscados por um demônio vampiresco. Primeiro ele matou Robert, se deliciando lentamente com a dor que causava. Grace tentou proteger a filha, escondendo-a nos quartos enormes do casarão abandonado. Entregou-a uma arma, e mandou-a ficar em silêncio. Volto logo, ela prometeu. Ela não retornou. Alice saiu do quarto, tateando as paredes escuras. Sob a luz da lua, ela viu o vampiro sugar o que restava da vida de sua mãe. Ao avistá-la, a criatura de olhos vermelhos sorriu, dizendo:

–Então aí está você, garotinha.

Ela levantou a arma, o que causou risos no demônio, que largara Grace e se dirigia em direção à menina.

– O que você pode fazer? Seu papai e sua mamãe estão mortos. Você está sozinha. O que você acha que pode fazer?- com uma velocidade sobrenatural, ele alcançou-a, tocando-lhe o pescoço, lambendo-o, sentindo sua pulsação. Alice queria gritar, queria correr, queria fazer qualquer coisa. Mas seus pais estavam mortos, e ela, sozinha, sendo sufocada por um monstro digno de seu pior pesadelo.

Ela nem sequer notou quando seus dedos, instintivamente, se apertaram contra o gatilho. Talvez aquilo tivesse sido a pura necessidade de lutar para sobreviver. Ela apenas sentiu o peso dele caindo sobre o seu corpo, a casa em si desabando, e uma escuridão lúgubre invadiu seus olhos.

Solomon havia combinado de encontrar-se com a família Slaski, apenas para uma caçada de praxe. Em seu lugar, encontrou uma pilha de escombros e mortos, misturando o odor fétido dos humanos mortos com o cheiro de um vampiro. Ele resgatou a única sobrevivente, levou-a para a casa paroquial, deu-lhe banho de água benta e uma cama.

De que diabos adiantava uma maldita cama? Alice não conseguia mesmo dormir a noite. No lugar disso, ela sentava-se no peitoril da janela, observando os movimentos das sombras, acompanhada somente pelo brilho silencioso das estrelas. Ficava assim, imóvel, até o amanhecer. Esperando, vigiando.

Depois de uma semana de espera e silêncio, Alice não aguentava mais. Não suportava a ideia de ficar apenas aguardando o próximo ataque, aquilo era demais para os seus nervos. Juntou o pouco que lhe restava, roubou uma faca de prata e algumas outras comuns, que tornou letal após banhá-las com um pouco de água benta. Desceu a escada silenciosamente, abriu a porta da frente e sumiu.

Essa foi a sua primeira fuga sozinha.”


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Notas finais do capítulo

Um comentário não faz mal e não mata ninguém! Só com isso eu vou poder saber o que falta no nosso mundo de Alice. Leiam também a história que gerou tudo isso:
http://fanfiction.com.br/historia/591698/Organizacao_Cacadores_de_Monstros_interativa/
Leiam também as outras spin- off de Organização Caçadores de Monstros:
http://fanfiction.com.br/historia/594106/Cacadas_mortais_de_Raquel_Kaene
http://fanfiction.com.br/historia/593266/Por_Tras_de_Piper_Lawrence



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