A vida depois do casamento escrita por Costa


Capítulo 1
O Natal dos Mendiola


Notas iniciais do capítulo

Essa é apenas uma experiencia que estou fazendo. Se der certo, continuo com mais algumas one shots.
Espero que desfrutem. :)



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Se passara pouco mais de 3 anos desde que casara com Fernando. Lety o amava, não tinha dúvidas disso, mas havia certos momentos em que gostaria de esgana-lo. Uma dessas épocas era o Natal.

-Fernando Mendiola, já fez o que te pedi há dois dias? -Lety perguntou assim que Fernando chegou da rua com as crianças.

Fernando foi pego de surpresa. Todo o natal era a mesma coisa, Lety virava uma fera.

-Er...Amor...Ainda não. -Ele falou com cautela.

-E tá esperando o quê? -Lety cobrou.

-Tá bom, tá bom. Vou lá agora.

-Que bom, querido. Eu vou lá na casa dos meus pais. Quem quer vir comigo? -Lety perguntou para as crianças.

-Eu, mamãe! -Marcelo foi o primeiro a manifestar-se.

-Eu também. -Aurora falou.

-Eu queria ficar com o papai. -Marina disse.

-Você cuida dela, amor? -Lety perguntou para Fernando.

-Cuido, pode ir tranquila, minha vida. -Fernando disse se despedindo de Lety e das crianças.

Assim que Lety e os pequenos saíram, Fernando soltou um suspiro aliviado. Sabia que se Letícia ficasse perto dele, ele enlouqueceria.

-Vai ajudar o papai, Marina? -Fernando perguntou.

-Vou sim, papai. -A garotinha prontamente respondeu.

Fernando a pegou no colo e juntos rumaram para o sótão, o local onde Fernando odiava entrar.

-Isso aqui tá muito sujo. -Marina reclamou.

-Sei que está, Marina. Sua mãe vive falando que é para eu limpar. Ano que vem eu limpo. -Fernando diz.

-O que vamos precisar? -Marina questiona.

-Umas caixas onde estão as lâmpadas de natal e os enfeites. Se você achar, me avise. -Fernando pediu enquanto vasculhava umas caixas.

A garotinha e ele procuravam pelas caixas, Fernando já tinha achado algumas e levado para a sala. Marina o ajudava como podia. Após reunir todas as caixas, 12 no total, ele e Marina começaram a tirar fios e mais fios de lâmpadas natalinas das caixas.

-Vamos montar a árvore agora, papai? -Marina questionou.

-Ainda não, filhota. Vou pendurar essas do lado de fora da casa primeiro. -Fernando respondeu.

Ele e a filha foram com os rolos dos fios para a rua. Fernando pegou uma grande escada e uns pedaços de arame. Enquanto Marina desenrolava e desembolava os fios, Fernando subia na escada e os prendia do teto ao chão. Lety gostava de uma casa bem enfeitada.

Ele e Marina trabalharam por horas. Quando Lety e as outras crianças estavam chegando, ele estava pendurando a última centena de lâmpadas.

-E então, amor? -Fernando perguntou ao vê-los chegar.

-Está lindo, mas você testou as lâmpadas primeiro? Tinha algumas caixas que estavam queimadas. -Lety o relembra.

Agora que Fernando se dera conta. Ele não testou a fiação antes de amarra-la na casa.

-Tinha que ter testado? -Fernando pergunta sem graça.

-Tinha, seria bom ter testado antes. Você não testou, não é? -Lety diz imaginando a resposta.

-Na verdade eu esqueci. -Fernando confessa.

Lety já imaginava isso. Ela pega uma extensão e liga. Por sorte, apenas as lampadas do telhado estavam ruins. Ela foi até a loja rapidamente, comprou alguns jogos de lâmpadas novos e os entregou a Fernando para ele troca-los.

-Sou uma anta, um burro. Por que não testei essas porcarias antes? Agora tenho dois trabalhos pra fazer. -Fernando resmunga enquanto tira as lâmpadas ruins e coloca as novas.

Na casa, Lety e as crianças arrumavam a árvore. Ela achava lindo ver como seus filhos se divertiam ajudando. Fernando ainda continuava do lado de fora pendurando as lâmpadas.

Já era noite quando a árvore ficou pronta. Após fazerem um rápido lanche, as crianças foram dormir, Marina e Marcelo ficavam em um quarto e Aurora em outro. A casa estava ficando pequena para eles. Fernando ainda continuava do lado de fora arrumando tudo.

Ainda aí, Fernando? -Lety perguntou.

Fernando sentia vontade de dar uma resposta malcriada, mas apenas sorriu e respondeu com ironia.

-Sim, ainda.

-Se você tivesse adiantado isso quando lhe falei, não precisaria fazer agora. Todo ano você deixa tudo para a última hora. O natal é daqui a 2 dias. -Lety reclamou.

-Essas lâmpadas só me dão trabalho todo ano. Já perdi a conta de quantos choques e furos no dedo consegui tentando consertar isso.

-Ano que vem comece mais cedo que você poderá fazer com calma. -Lety diz se retirando para dentro da casa.

Fernando do lado de fora apenas contou até dez. Ele amava Letícia, mas no natal ela ficava insuportável. Tudo precisava sair perfeito.

É apenas uma fase. daqui a 2 dias terei minha amada de volta. -Fernando disse alto se consolando.

Quando ele finalmente terminou tudo já passara das 11 da noite. Ele apenas tomou um rápido banho, comeu um sanduíche e foi se deitar ao lado de Letícia, torcendo para ela ter esquecido que ele não fez as compras de natal.

-Você já comprou a ceia para o natal? -Lety perguntou assim que Fernando deitou-se.

-Vou comprar amanhã.

-Fernando...

-Desculpa, eu esqueci. Amanhã eu pego sem falta.

-Tem que ver isso rápido senão as melhores peças são vendidas e ficamos com as piores.

-Amanhã eu vejo isso, prometo. -Fernando diz dando um rápido selinho em Lety. -Podemos dormir agora?

-Sim, podemos. Você deve estar cansado trabalhou muito pendurando aquelas lâmpadas.

Finalmente ela havia reconhecido! Fernando pensou.

-Trabalhei um pouco. Estou até um pouco dolorido.

-Eu faço uma massagem se você prometer sair cedo amanhã para comprar o que te pedi.

-Prometo! Fernando diz se deitando de costas para Lety o massagear.

Ela sabia muito bem como manipula-lo e ele adorava isso.

No dia seguinte, Fernando saiu muito cedo e comprou tudo e mais um pouco da lista que Letícia preparara. Ele era um pouco exagerado, mas preferia que sobrasse coisa do que faltasse.

Chegou em casa lotado de bolsas. Sua geladeira não cabia mais uma ervilha. Lety o xingaria por isso. Por sorte ela tinha levado as crianças para visitarem o Tomás e a Alice. Desde que ficara rico, Tomás mudara de casa, comprou uma mansão.

Nesse momento chegou seu compadre Omar com o filho. Ele já era de casa e entrava sem bater.

-Tio Nando! -Agustín disse assim que viu o Fernando e correu a abraça-lo.

-Agustín! O que meu afilhado favorito faz aqui? -Fernando perguntou.

-Eu e ele fugimos um pouco de casa. Época de natal parece que essas mulheres ficam loucas. Já perdi a conta dos esporros que tomei essa semana da Carol. -Omar diz rindo.

-A Lety também não é muito diferente. -Fernando concorda.

-Tio Nando, Cadê meus amiguinhos? -Agustín questionou.

-A tia Lety levou eles pra brincarem com os filhos do tio Tomás. -Fernando diz.

Agustín ficou um pouco triste. Fernando percebeu e, com pena do garoto, ligou o vídeo game para ele entreter-se enquanto os outros não chegavam.

-A Carol e eu queríamos passar o natal aqui com vocês, se não se importarem. -Omar diz.

-Seria ótimo. Sabe o quanto eu e Lety gostamos de vocês.

-Nós também adoramos vocês. E será melhor passar aqui do que lá na casa sozinhos.

-Vocês serão os convidados de honra.

Omar e Fernando ainda ficaram conversando por um bom tempo até que Carolina foi busca-lo.

-Sabia que te encontraria aqui, Omar. -Carol disse.

-Oi, amor!

-Oi amor nada. Vamos que ainda temos muito pra fazer antes do Natal.-Carol diz já o arrastando- Mande um beijo para a Lety e as crianças, Fernando.

Carol arrastou a Omar e Agustín.

-Tem horas que prefiro não reclamar da Lety. -Fernando diz rindo.

Como ele previa, Lety havia reclamado da geladeira cheia. Após resmungar um pouco ela se acalmou e começou a preparar os quitutes para o natal. Fernando muito mal sabia fritar um ovo, mas Lety aprendera a cozinhar, e muito bem, com a Julieta e com a Maria. Ele adorava suas comidas.

No dia seguinte tudo já estava praticamente pronto. O natal seria no outro dia. Lety já havia se acalmado e eles já preparavam tudo para o grande dia. Todos os anos o Erasmo, a Julieta, o Tomás, a mãe dele, a Alice e os filhos passavam o natal com eles. A casa enchia como nunca. Esse natal o Omar e a Carolina também iriam. Tudo precisava sair perfeito.

O dia correu bem, mas de noite, quando todos dormiam, um carro bateu num poste nas proximidades e acabou o derrubando, fazendo com que a luz fosse interrompida. Com isso, quase todas as comidas que Lety fizera e que estavam na geladeira estragaram.

Fernando acordou com o grito de Lety no dia seguinte.

-Cade o ladrão? -Fernando questionou pegando uma vassoura e correndo para a cozinha.

-Não tem ladrão, Fernando! Minhas comidas que estragaram. Olha isso. -Lety diz apontando para a geladeira.

-É só isso? Podemos fazer mais.

-Não podemos. Já são 10 horas e eles começaram a chegar daqui a pouco. Não vai dar tempo. -Lety choramingava.

-Calma que pra tudo nessa vida tem um jeito. -Fernando disse abraçando a Lety.

-Tanto trabalho para nada. -Ela lamentou-se.

Ele, Letícia e as crianças se arrumaram para aguardarem seus amigos.

Os primeiros a chegarem foram Tomás, a mãe dele, os filhos, Tomás Júnior e Manuel e Alice com a pequenina Patricia no colo. A mãe do Tomás, sempre muito gentil, preparou uma deliciosa bacalhoada.

-Já temos a bacalhoada. -Fernando comentou com Lety.

Erasmo e Julieta chegaram logo em seguida. Julieta havia acabado de preparar uma torta deliciosa. Ainda estava até quente.

Os próximos a chegarem foram Omar, Carolina e Agustín. Eles haviam trazido um lindo apresuntado para festejarem.

Depois que Fernando e Lety explicaram tudo o que aconteceu, eles se sentaram para cear e festejar, na companhia de amigos e família, o natal.

-Só faltou o peru. -Lety comentou com Fernando.

-Foi. Pena que o que você fez estragou. Ele parecia delicioso.

Nesse momento a campainha tocou. Lety e Fernando estranharam, por isso levantaram e foram atendê-la juntos. Tamanha surpresa ao verem quem era.

-Seu Luigi! O que faz por aqui? -Lety questionou.

-Estava me sentido solitária. A Irminha foi pros Estados Unidos passar o Natal com a família e meu Rulli está numa viagem de negócios. Posso passar o Natal com vocês? Eu trouxe um peru. - Luigi pergunta.

Fernando e Lety não se aguentavam de tanto rir. Luigi havia salvado o dia sem saber.

-Claro que pode, Luigi. Você e seu peru até nos salvou. -Fernando diz lhe dando um abraço.

-Eu espero que seja esse peru de comer. Não me faça criar falsas expectativas. -Luigi brinca.

Fernando o puxa para dentro e o acomoda na mesa com todos.

Esse seria, com certeza, um natal inesquecível para os Mendiola.

Fim.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram na minha primeira short fic?
Criticas sempre são bem vindas.
Obrigada por lerem.
Abraço!